terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Em Prova: Mãos Rafael Miranda Tinto 2017

 
Projecto duriense de cariz totalmente familiar, em que 4 irmãos que encabeçam o projecto, decidiram dar continuidade ao legado do seu pai, que produzia vinho maioritariamente para consumo próprio, criando assim uma empresa produtora de vinhos, na região Duriense. São eles Roberto, Ricardo, Rafael e Rudolfo, que deram as MÃOS em prole da continuidade e expansão do projecto familiar e assim naturalmente nasceram as marcas Irmãos e Mãos. A gama 'signature' tem a assinatura de cada um dos irmãos, variando na sua composição dependendo do ano. 

O Mãos Signature Rafael Miranda 2017 é um tinto 100% Tinta Barroca. Uma casta que neste vinho expressa se de forma única. O nariz é carregado de fruta, chocolate, notas de bosque e alguma especiaria. Fresco e complexo. A boca é de corpo médio mas com uma potência invulgar para a casta, com uns taninos bem firmes. Termina longo e com final com ligeiro vegetal, a pedir companhia à mesa ,por exemplo um naco de carne grelhado. Pvp 25eur.

Sérgio Costa Lopes

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

sábado, 26 de dezembro de 2020

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Provas em Casa - T2- EP26 - Romano Cunha Tinto 2011

Um tinto de Mirandela, colheita mais recente no mercado...! Para assistir ao vídeo completo da prova, abaixo:

Sérgio Costa Lopes

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Em Prova: Os novos Brancos da Quinta Valle Madruga

Localizada em Valpaços, produz vinhos DOC Trás-os-Montes sob a marca "Quinta Valle Madruga" - brancos e tintos, com uma extraordinária relação qualidade-preço, talvez das melhores do país, com uma consistência notável. 
Novidade o Fernão Pires, vinho bastante aromático (notas tropicais/citrinas), com uma boca de volume médio, equilibrada, sem nunca perder frescura, mesmo com 13.5 graus de alcool. Boa estreia. Pvp 5,10eur. O Viosinho mostrou se mais mineral, fruta citrina em segundo plano, boa acidez, seco e elegante, de final muito prazeroso. Uma mudança de perfil com menos "doçura", resultando num vinho mais equilibrado a um preço incrivel de 5,40€. O Grande Escolha 2019, blend de castas tradicionais da região, apresenta um pouco mais de volume de boca e complexidade, adicionando uma leve untuosidade ao conjunto, que lhe dá graça, mantendo a matriz aromática e perfil ácido dos brancos da casa. Mais uma pechincha por uns incríveis 5,70€. O Reserva mostra-se muito mais elegante e direto que a edição anterior (que eu tinha adorado) mas que estava com a madeira mais impositiva e os amanteigados mais presentes. O 2019 resulta num branco mais fresco e mineral, com uma boca cheia, onde o facto de ter estagiado apenas parcialmente em barrica, resulta mais equilibrado. Pvp 7,60eur. 
Finalmente, o meu preferido, a também novidade Quinta Valle Madruga Grande Reserva 2019. Um belo branco, com um nariz muito bonito com notas de fruta fresca e minerais num registo de contenção. A boca é cremosa e tensa, elegante, cheia de sabor, com untuosidade e final longo e texturado. Uma delícia, versátil à mesa, a rondar os 10eur. Um branco que entra claramente para o lote do que melhor se faz em Trás os Montes. 

Sérgio Costa Lopes

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Em Prova: Os Poças Reserva


A Poças é uma empresa centenária, provavelmente mais conhecida pelos excelentes Portos. Nos últimos anos não só ajustou a sua gama de vinhos de mesa, como tem apresentado uma qualidade notável em todas as gamas. Os vinhos Poças Reserva estão excelentes e ambos poderão perfeitamente ser escolhas acertadas à mesa Natalícia. 

O Poças Reserva Tinto 2016 é um tinto super equilibrado e muito prazeroso. Com uvas do vale do Caedo e da Ervedosa apresenta um nariz muito bonito, jovem e intenso, apetecível, com fruta em bom plano, notas especiadas e de algum cacau. Na boca é texturado, com madeira bem integrada e taninos aveludados, de final com bom comprimento e sem qualquer sobrematuracao. Impossível não se gostar! 

O Poças Reserva Branco 2019 é proveniente do Douro Superior. 30% de arinto e 70% de vinhas velhas com mais de 70 anos. Estágio em barrica nova de 300lts mas com tosta ligeira. O resultado é um branco delicioso, onde notas citrinas de lima/limão convivem com notas herbáceas evidentes. Na boca entra untuoso, cremoso e muito elegante com final longo a pedir tempo de garrafa e companhia à mesa.
Ambos darão perfeitamente conta do Bacalhau (ou do cabrito why not?). Será uma questão gosto ao optar pelo branco ou pelo tinto, ambos entre os 16€ - 18€ nas garrafeiras. 

Mais um resultado do trabalho exemplar do talentoso enólogo Andre Pimentel Barbosa

Sérgio Costa Lopes

domingo, 20 de dezembro de 2020

Provas em Casa - T2 - EP25 - Murganheira Espumante Millesime 2008

Espumante com 10 anos em cave antes de 'degorgement". Classe pura! Para assistir ao video completo da prova, abaixo. 


Sérgio Costa Lopes

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Em Prova: DIscórdia Tinto 2017

Os vinhos Discórdia da Herdade Vale d’Évora situam se em Mértola, no Alentejo. Produzido a partir das castas Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Touriga Franca e Syrah, em terras xistosas, mas com a influência do rio Guadiana por perto, eis o Discórdia Tinto 2017.  Numa ida à garrafeira Tio Pepe para levantar uma encomenda, trouxe também esta garrafa. E ainda bem. Trata se de um vinho guloso, carregado de fruta preta madura, mas sempre num registo de enorme frescura. Elegante, com acidez equilibrada, redondo, com boca e final focados na fruta, cativante, com uma facilidade de prova que o torna muito atractivo. Acompanhou muito bem um cozido à portuguesa e é bem capaz de angariar novos consumidores. Pvp: 8,5eur

Sérgio Costa Lopes

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Em Prova: Herdade do Rocim Reserva Tinto 2018

O Herdade do Rocim Reserva Tinto 2018 é composto por Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Aragonez. A fermentação das castas ocorreu em conjunto (cofermentação), em balseiro de carvalho francês, seguindo-se posterior estágio em barricas de carvalho francês, por um período de 14 meses. Trata-se de um tinto Alentejano, carregado de fruta preta, com algumas notas especiadas à mistura. Muito jovem ainda, apresenta uma boca vibrante e equilibrada, com taninos sedosos e final bem sumarento, que seguramente brilhará à mesa. Confesso que adorei a edição de 2017, que penso tinha um pouco mais de garra. Esta edição vai no mesmo caminho, mas talvez seja ainda mais apelativa, com a fruta mais evidente e um pouco menos de tensão. Por outro lado, não tenho dúvidas que este lado sumarento, fará deste tinto um best seller. Vinhos ligeiramente diferentes a reflectir o ano, como deve ser. PVP: 14€. Comprar AQUI.

Sérgio Costa Lopes

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Em Prova: Allgo Encruzado 2018

Acabado de chegar ao no mercado, eis o Allgo Encruzado 2018. Proveniente do Dão, do produtor Costa Marques - CM Wines, este branco é um portento de acidez, com quase 8g e apenas 12 graus de alccol. A passagem por madeira ajudou a arredondar um "menino" que tem muita, muita vida pela frente. Com um nariz complexo, mas muito fechado nesta fase, apresenta muita mineralidade, notas levemente florais e um toque herbáceo muito giro. Alguma perceção de barrica, ainda que nada impositiva. Na boca entra com intensidade, mostrando-se tenso, seco, texturado, ligeiramente untuoso, com toques ainda da madeira e final muito longo, sempre coma acidez rasgante, Um dos encruzados mais diferenciadores da região, por ventura. para beber daqui por uns tempos valentes...PVP: 15,5€. Garrafeiras.

Sérgio Costa Lopes

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Em Prova: Volúpia Branco 2019

Branco bairradino, o Volúpia 2019 (com poesia de Florbela Espanca estampada no rótulo) é produzido pelas Caves São Domingos e vem esgotando ano após ano. Feito de Sauvignon Blanc (50%), Chardonnay (35%) e Maria Gomes (15%), percebe-se o caracter apelativo do conjunto. Nesta fase, senti claramente o Sauvignon a marcar, com muita notas de erva e a conferir frescura, complementadas pelo floral e amanteigado do Chardonnay e alguma fruta da Maria Gomes. Confesso que às cegas, mesmo com o toque salino na boca, atirava provavelmente para um vinho fora de Portugal, até talvez do Novo Mundo. Na boca mostrou-se interessante e fresco qb, apesar dos seus 14,5 graus de álcool, bem disfarçados, exceto quando bebemos mais do que um copo. O que seria deste vinho com menos álcool e consequentemente, menos peso... No entanto, tem um preço de arromba e será versátil à mesa. PVP: 5,45€. 

Sérgio Lopes

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Em Prova: Quinta Dona Matilde Porto Colheita 2013

O vinho do Porto é o alicerce do projeto Dona Matilde. Este clássico do mundo norteou o percurso de décadas de Manuel Ângelo Barros, administrador e fundador dos vinhos Dona Matilde, num envolvimento que se tornou histórico. O novo Quinta Dona Matilde Porto Colheita 2013 é também legado deste senhor do Douro.

Produzido a partir de uvas colhidas da vindima de 2013, nas vinhas de baixa altitude da quinta, envelheceu em cascos de madeira antigos de 600 litros. A meio caminho entre um Ruby e um Tawnie, trata-se de um Porto surpreendente, pois apesar de ter apenas 7 anos, mostra-se bastante complexo. Surpreende pela intensidade de boca, densidade e corpo, sendo muito equilibrado, algures entre notas de fruta vermelha de um ruby e já com os frutos secos de um tawnie. Pouco doce e com uma excelente aguardente que desce ao estômago com muita suavidade. Um Porto arrojado, bela surpresa, mesmo a tempo do Natal!. Foram produzidas cerca de 3000 garrafas a um PVP de 34€.

Sérgio Costa Lopes

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Em Prova: Discórdia Branco 2018

Este é um projeto que tinha ouvido falar, mas nunca tinha provado qualquer vinho - Discórdia, alentejano, diretamente de Mértola, com influência do Guadiana. Pois, que boa surpresa, este Discórdia Branco 2018. Feito de Verdelho, Arinto e Antão Vaz estamos na presença de um branco surpreendentemente fresco, tendo em conta a proveniência da região quente Alentejana. A combinação de castas resulta num vinho com um nariz bem bonito, onde notas tropicais convivem com flor de laranjeira e um lado herbáceo, tudo a conferir frescura, Na boca, apresenta bom volume, cremosidade e  nervo conferidos pelos solos de xisto (sim, de xisto!), terminando com boa persistência, muito equilibrado e sempre bem apetecível. Muito bem. PVP: 8,5€. Garrafeiras.

Sérgio Lopes

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Radar do Vinho: Valle da Fonte (Winecom)

A Winecom é uma empresa familiar criada em 2008 que produz vinhos do Douro e azeite de Trás-os-Montes. A sua criação deveu-se ao forte desejo de seu mentor, que depois de décadas de produção de uvas e azeitonas de excelente qualidade que seriam mais tarde vendidos a grandes empresas e propriedades existentes, decidiu abraçar o desafio de produzir grandes vinhos e azeites em nova fase da sua vida. Os vinhos com a marca Valle da Fonte provêm de vinhedos em pleno coração do Douro -  Ervedosa e Valença do Douro, com parcelas distintas e separadas por tipo. O azeite vem de Mirandela.

O Valle da Fonte Espumante Reserva Bruto 2016 foi uma agradável surpresa. Excluindo o mestre Celso Pereira e os seus Vértice, a região Duriense não é pródiga em espumantes. Contudo, este espumante, talvez por resultar de uvas de altitude, mostra-se equilibrado, com uma mousse nada agressiva, persistente até, uma boca fresca e elegante, com cremosidade e final harmonioso e suave. Nada mal para uma primeira edição. Estaremos atentos às próximas. 14€, Apenas 1000 garrafas deste ensaio.
O Valle da Fonte colheita branco e tinto são ambos vinhos equilibrados e fáceis de gostar, - o tinto bom para a mesa, o branco pode servir para inicio de refeição e acompanhar também pratos de peixe ou comidas mais leves. Vinhos corretos, sem deslumbrar, a um PVP de 7,5€

O Valle da Fonte Reserva Branco foi o meu favorito. Feito de Viosinho, Rabigato e Gouveio, teve passagem por madeira. Essa passagem conferiu notas amanteigadas a um vinho com uma boca elegante e fina, fresco, cítrico e untuoso, com final delicado. Muito interessante. PVP:12€.
O Valle da Fonte Reserva Vinhas Velhas Tinto é o exemplo de um tinto duriense onde fruta de qualidade, alguma tosta do contacto com a madeira, notas de cacau marcam o nariz. Um vinho com uma boca com taninos equilibrados, bom volume e final de bom comprimento. Para a mesa e com poder de guarda. Um tinto mais ao estilo clássico da região. PVP:12€.


Um projeto a acompanhar.

Sérgio Costa Lopes

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Radar do Vinho: Vinhos Busto (Quinta da Barca)

É para os lados de Mesão Frio que se situa a Quinta da Barca, mais propriamente em Vila Marim, uma quinta com uma paisagem deslumbrante, que é obrigatório conhecer. Com uma vista de tirar o fôlego. Negócio familiar, a quinta foi adquirida em 1995 por Maria Helena de Sousa Alves e Alcino Mamede Teixeira Alexandre, os pais de Justina Teixeira, rosto atualmente ao leme do projecto. Justina Teixeira nasceu neste meio e sempre conviveu de perto com a agricultura, mas traçou um percurso profissional diferente, ligado à biologia e às funções de técnica comercial durante dez anos. Em 2016 decide voltar à terra que a viu nascer para abraçar este projeto a 100% e assumir a direção da Quinta da Barca e da Soluções D’Eleição - empresa da família que presta consultoria a várias quintas da região no domínio da viticultura e agricultura. 
Aqui nascem os vinhos Busto para fazer jus e tributo à pessoa responsável pela primeira região demarcada do mundo, Marquês de Pombal. O primeiro Busto nasce em 2007. Desde então, o proejcto tem vindo a crescer no número de referencias e consistência de qualidade, contando com a enologia de Nuno Felgar. Depois de amanhã é apresentado o novíssimo espumante Pontas Soltas 100% produzido de Tinta Francisca, o que denota inovação e do qual daremos o devido destaque. Hoje destacamos a marca Busto e os seus belíssimos vinhos.
A marca Busto começa com os colheita Branco, Tinto e Rosé, vinhos corretos, a rondar os 6€ e que são uma competente porta de entrada para o que aí vem. Vinhos para a mesa, sobretudo.  Há também um Busto Moscatel Galego, branco que não embarca em exuberâncias exageradas,  num registo bem civilizado e sobretudo de consumo despreocupado, sem ser básico.7,5€.
Os Busto reserva são vinhos de uma excelente relação qualidade preço. O Busto Reserva Tinto é um field blend. Tem aquela fruta típica duriense envolta em nota especiadas, um tanino macio e uma boca fresca e equilibrada, com final longo e a pedir comida. Gostei muito, porque está bem equilibrado sem uma ponta de extração. Um bom exemplar da região. O Busto Reserva Branco apresenta-se fino, com laivos florais e as notas suaves da barrica a dar um leve toque de fumo, tudo envolto numa boca cremosa, fresca e sempre em elegância. Com uma belíssima acidez, a pedir um bacalhau com azeite, que apesar do seu lado delicado, aguentará seguramente, sobretudo pela sensação de doçura conferida pela barrica. PVP: 14€
O Busto Reserva Touriga Nacional é ainda mais focado na fruta madura, com leves toques florais. Na boca é mais sumarento, com toques abaunilhados mas sempre mantendo-se interessante em termos de frescura, terminando guloso, com final algo doce, mas sem ser chato. Um bom touriga. PVP: 18€
O Busto Rosé Premium é simplesmente desconcertante. São apenas 800 garrafas de um Rosé que apesar dos seus 14 graus de álcool é tudo menos pesado. Fermentado em barrica nova de carvalho francês,  no inicio está um pouco marcado pela mesma, precisando de tempo. Quando domada, torna-se um caso sério. É certo que é mais vinho que rosé, no sentido de possuir uma bela estrutura de boca, untuoso até, poderoso, mas sempre com a fruta vermelha fresca em bom plano, nunca perdendo a harmonia e elegância. Termina longo, sério e a pedir claramente maridagem à mesa, com enorme versatilidade. Tinha tudo para eu não gostar, mas gostei...e muito. Um rosé contra a corrente, que não será consensual, nem a melhor das escolhas para vinho de "piscina". Mas levem-no à mesa e verão...!. PVP: 25€

Vinhos de uma sub-região, o Baixo Corgo cada vez mais surpreendente. Um projeto que tem tudo para ainda crescer mais, com uma ou outra afinação, para chegar ao próximo nível.

Ficam a faltar os topos de gama, Busto Grande Escolha Branco e Tinto, que merecem um destaque especial... Em breve, AQUI!

Sérgio Costa Lopes

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Em Prova: Vinhas Improváveis Tinto 2018

Nova edição, nomeadamente a terceira, do vinho produzido por Raul Riba D'Ave, cuja primeira colheita - 2014, resultou num vinho pleno de fruta de qualidade aliado a uma surpreendente concentração e potência. Depois de apenas ter reaparecido em 2017, eis que acaba de sair para o mercado a terceira edição, o Vinhas Improváveis 2018. Confesso que gostei imenso. Parece-me um vinho mais pronto e muito equilibrado, desde já, mas obviamente com uma belo caminho pela frente de evolução positiva. Alia um nariz riquíssimo, com fruta preta madura, mas também muito lado de bosque, esteva e rosmaninho, enfim um lado herbáceo e vegetal que lhe confere enorme frescura no nariz; a uma boca que continua com a matriz de bom volume, alguma madeira - bem integrada contudo, taninos firmes mas gulosos e um final bem longo , com uma belíssima acidez de conjunto a pedir uma boa comida. Com uns normais 14 graus de álcool, talvez a edição mais equilibrada e uma das minhas preferidas. PVP: 16,5€. Direct Wine.

Sérgio Costa Lopes

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Em Prova: Ataíde Semedo Espumante Cuvée Bruto Reserva 2016

Num altura em que Ataíde Semedo recupera a marca Quinta da Dona e acaba de lançar o seu tinto novo, destaco um dos espumantes mais interessantes da região da Bairrada, feitos pelo próprio. Composto de Cerceal (35%), Bical (35%), Chardonnay (15%) e Pinot Noir (15%) estagiou em cave durante 24 meses. O que aprecio neste espumante é a sua intensidade, sem nunca ser "brutamontes". É bruto, mas muito bem equilibrado. Nariz com notas de fruto seco, alguma maçã verde e até leve panificação. Intenso e complexo, quase que a pedir para esperarmos mais um pouco por ele. O mesmo se passa na boca, com uma bolha fina, muita cremosidade, com uma boa mousse e um final explosivo. O Que seria deste espumante com mais tempo de cave? E certamente o que será dele dentro de uns meses a evoluir na garrafa (expressão para discussão, eu sei). Gostei muito. PVP: 18€. Garrafeiras.

Sérgio Lopes

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Em Prova: Identidade OM "O Sedutor" Branco 2019

Os vinhos "Identidade" são vinhos de boutique criados pelo Modelo e Sommelier Pedro Martin, inspirados no carácter dos seus dois filhos. O Identidade OM "O Sedutor" 2019 é a terceira edição de um vinho desenhado em homenagem ao seu filho Oliver Martin. O lote foi mudando ao longo destas três edições - no ano de estreia era composto por 85% Arinto e o restante Chardonnay, em 2018 o lote muda radicalmente para Chardonnay (65%), Bical (30%) e Arinto (5%), na edição atual, o arinto desaparece totalmente, sendo substituído pela casta Maria Gomes.

Confesso que adoro o "nervo" que o Arinto confere, sobretudo na Bairrada, daí ter adorado a primeira edição. Contudo, não quer dizer que o 2019 não tenha acidez. Mostra nesta edição um perfil talvez mais equilibrado e "sedutor", com um nariz de novo a remeter para as notas calcárias e salinas que tanto gosto e são típicas da região. Na boca mostra-se seco, fácil de beber e com uma frescura / acidez que como seria de esperar num vinho do Pedro Martin se bebe num ápice. Com apenas 11,5 graus de álcool, o que ainda é melhor PVP: 14€. Martin Boutique Wines

Sérgio Costa Lopes

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Em Prova: Identidade AM "O Principezinho" Tinto 2019

Os vinhos "Identidade" são vinhos de boutique criados pelo Sommelier Pedro Martin, inspirados no carácter dos seus dois filhos. O Identidade AM Edição Limitada Tinto 2019, na sua terceira edição, volta a ter enologia de Carlos Lucas, com o blend seleccionado pelo próprio Pedro Martin, composto pelas castas tradicionais da região do Dão. 

Se na estreia se mostrava um vinho repleto de fruta, vai-se complexificando ano após ano e nesta terceira edição aparece um vinho com mais camadas. Com 50% do lote a estagiar em barrica de carvalho Francês e a outra metade em barrica de carvalho Húngaro, esta última acrescenta ao nariz notas exóticas, que escondem um pouco a fruta no nariz, ao que sentimos também alguma baunilha e especiaria. Uma opção que tornará o vinho também provavelmente mais apelativo. Na boca, resulta num vinho cheio de vivacidade, elegante, com taninos firmes e bem equilibrado entre acidez e doçura, como é apanágio de Pedro Martin, que desenha vinhos para a mesa. PVP: 14€. Martin Boutique Wines.

Sérgio Costa Lopes

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Em Prova: Quinta Pousada de Fora Loureiro, Arinto & Loureiro e Arinto 2019

A Quinta Pousada de Fora encontra-se situada na freguesia de Azurém, no concelho de Guimarães. A quinta tem uma uma área de 8,8ha e inclui três casas agrícolas, uma antiga adega com lagares de pedra, 5,7ha de vinha plantada em 2017, bosquetes de carvalhos e uma envolvente paisagística tipicamente rural minhota. Esta riqueza geográfica veio acrescentar à ideia original de produção de vinha e vinho, a vertente turística e cultural com alojamento em Espaço Rural e atividades de experiência turística associadas ao enoturismo, turismo ambiental, turismo cultural e turismo científico.

Nascidos em 2016, os vinhos Quinta Pousada de Fora são elaborados exclusivamente a partir de uvas da quinta, nas castas Loureiro e Arinto ou Pedrenã, 30% é Arinto e 70% Loureiro. Provamos as referências atualmente no mercado. Ficaram por provar apenas os reserva e grande reserva, dos quais falaremos oportunamente. A enologia encontra-se a cargo de  Pedro Pimentel Pereira (Tirado a Ferros; Head Rock).

O Quinta Pousada de Fora Loureiro 2019 apresenta um aroma floral e a limão maduro, com laivos herbáceos. Não demasiado exuberante, o que é bom. Na boca é fresco, de corpo médio, seco e com final refrescante. Com apenas 11,5 de álcool, está bem desenhado com um final ligeiramente amargo citrino, a pedir comida. Leve e simples, mas um bom exemplar da casta. O Quinta Pousada de Fora Arinto & Loureiro já apresenta um aroma mais contido, com leves notas citrinas e de fruta branca. Na boca sente-se uma elevada acidez, num corpo magro, com pendor mineral e um final de média intensidade, talvez derivado dos apenas 11graus de álcool, o que é opimo. Um vinho um pouco fechado nesta fase e que será curioso verificar como se comportará dentro de uns meses, nomeadamente se ganhará outra complexidade na boca. Ambos os vinhos a um PVP de 4,90€. Finalmente o meu preferido dos três, o Quinta Pousada de Fora Arinto 2019, um vinho com um aroma onde predomina maçã verde, lima e notas de muita frescura, num registo contudo bem elegante. Na boca, uma opima acidez, num vinho com um toque aveludado e até untoso, apesar de não ter passado por madeira. Termina longo e cremoso. Gostei bastante, com os 13,5 graus de álcool a contribuir para lhe conferir maior volume de boca. Um branco que facilmente pode ser de Inverno enquanto que os anteriores serão mais brancos de verão, por assim dizer. PVP: 5,20€. Garrafeiras.

Vinhos afinados e claramente representativos da sua sub-região dos vinhos verdes, que aguçaram o apetite para a prova dos reserva.

Sérgio Costa Lopes

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Em Prova: Quinta dos Castelares Rosé Pinot Noir 2019

A Quinta dos Castelares está localizada em Freixo de Espada à Cinta, no Douro Superior. Nas várias vinhas que compõem a Quinta - vinha do Almirante com vinhas velhas com mais de 40 anos; vinha da Congida, à beira Douro, onde as uvas atingem maiores maturações, plantadas apenas castas tintas; ou em Castelares, onde predominam castas brancas plantadas nas partes mais altas e frescas, com uma exposição Norte Nordeste, possibilitaram assim criar vinhos de perfis distintos. Trata-se de um projeto familiar que em 2015 ganha novo fôlego, com a construção da adega e recuperação da marca Quinta dos Castelares. Daqui saem brancos, tintos, rosés e espumantes. 

O Quinta dos Castelares Rosé Pinot Noir 2019 é produto de uma vinha da casta francesa com cerca de 8 anos, plantada a 700m de altitude. Resulta num vinho com uma fruta fresca deliciosa, boca com boa acidez, equilibrado, refrescante, seco  e de final longo. Um rosé gastronómico. Bela surpresa. PVP: 8,49€. Comprar AQUI.

Sérgio Costa Lopes

domingo, 25 de outubro de 2020

Em Prova: Os brancos da Quinta dos Castelares

A Quinta dos Castelares está localizada em Freixo de Espada à Cinta, no Douro Superior. Nas várias vinhas que compõem a Quinta - vinha do Almirante com vinhas velhas com mais de 40 anos; vinha da Congida, à beira Douro, onde as uvas atingem maiores maturações, plantadas apenas castas tintas; ou em Castelares, onde predominam castas brancas plantadas nas partes mais altas e frescas, com uma exposição Norte Nordeste, possibilitaram assim criar vinhos de perfis distintos. Trata-se de um projeto familiar que em 2015 ganha novo fôlego, com a construção da adega e recuperação da marca Quinta dos Castelares. Daqui saem brancos, tintos, rosés e espumantes. Provamos os brancos de Castelares e foi uma enorme surpresa!

O primeiro branco provado foi o Quinta dos Castelares Colheita 2019. que resulta num branco frutado, muito fresco, com uma boca elegante e um toque de untuosidade, terminando super equilibrado muito refrescante, Excelente para o dia-a-dia e um começo de prova, em bom nível. 5,50€
Seguiu-se o Quinta dos Castelares Vinhas a Norte 2018, que como o próprio nome indica é produzido das vinhas com maior altitude, viradas a norte. Sem passagem, por madeira, todo ele é focado na mineralidade, num vinho com pouco álcool - 12,5, corpo médio e final médio, leve e prazeroso. Perfeito para "picar" umas entradas. 8,99€.
O Quinta dos Castelares Reserva 2018 estagia em barricas de carvalho francês e americano. Aqui temos um branco com mais volume, mais untuoso, uma belíssima acidez e com notas abaunilhadas a conferir um lado mais apelativo a um conjunto ótimo para a mesa. Um vinho para quem gostar de um branco com um toque de madeira, sem excessos. Perfeito para bacalhau. 12,5€
Provamos também dois monocastas. O Quinta dos Castelares Moscatel Galego 2018, fermentado parcialmente em barricas de carvalho francês. De aroma intenso, como seria de esperar, mas nada enjoativo, com o moscatel a marcar esse lado frutado, juntamente com nuances minerais. Na boca surpreende pela elevada acidez, mostrando-se seco e fácil de beber, terminando com uma frescura limonada. Perfeito para marisco. Muito bem. 9,99€.
Finalmente, o meu favorito, o Quinta dos Castelares Códega de Larinho 2018. Nariz cheio de frescura no primeiro impacto, com notas citrinas, algum floral e muita mineralidade. A boca é de uma enorme cremosidade, com excelente volume, terminando longo, tenso, sempre com um rastro mineral e de frescura citrina. Uma delicia, com uma acidez rasgante, versátil à mesa, seguramente. PVP: 9,99€

Em suma, brancos muito bons, que são obrigatório conhecer e que farão ótima figura à mesa.

Todos os vinhos podem ser adquiridos na loja online do produtor AQUI.

Sérgio Costa Lopes

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Em Prova: Toroa Riesling 2014

O enólogo Henrique Cizeron viajou e trabalhou em várias regiões, incluindo por exemplo a Nova Zelândia, onde ainda produz a marca Toroa e do qual existem dois brancos - um riesling e um gewurtz e um tinto feito de Pinot Noir. 

O Toroa Riesling 2014, à semelhança do Pinot Noir, por exemplo, provado aqui, mostra a expressão da casta. Com fermentação e posterior estágio em barrica muito velha por 7 meses, apresenta um nariz com um misto de notas de fruta branca, com ligeiros toques melados e um levezinho petrolado, típicas desta casta. A boca é fresca, cremosa, com um excelente balanço entre o açúcar residual e a elevada acidez, contribuindo para um vinho arredondado pela madeira, terminando com um final agradável. Bom exemplar da casta no "novo mundo". Versátil à mesa, embora com os seus 12,5 graus de alcool, apontaria para pratos mais leves ou de cozinha asiática, por exemplo. PVP: 12€. Garrafeiras.

Sérgio Costa Lopes

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Em Prova: Toroa Pinot Noir 2014

O enólogo Henrique Cizeron viajou e trabalhou em várias regiões, incluindo por exemplo a Nova Zelândia, onde ainda produz a marca Toroa e do qual existem dois brancos - um riesling e um gewurtz e um tinto feito de Pinot Noir. À semelhança do seu projeto "tuga" Cinética, estes vinhos só saem para o mercado após alguns anos, (quando Henrique considera ser o momento certo), por isso estamos na presença de um vinho de 2014 pleno de elegância e pronto a beber em 2020. O registo é da expressão da casta no "novo Mundo", resultando num tinto de cor aberta, com um nariz super complexo e rico, com notas de fruta vermelha fresca, algum vegetal e até um certo balsámico que lhe confere graça. Na boca, mostra toda a elegância da casta, com corpo médio, taninos macios e uma enorme frescura, apesar dos seus 14 graus de álcool que não pesam, contribuindo apenas para volume de boca e um final longo e sumarento. Perigoso até, pois convida a novo copo. Muito bem. PVP: 19€. Garrafeiras.

Sérgio Costa Lopes

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Em Prova: Zafirah Tinto 2019

Quarta edição de Zafirah, o vinho de Constantino Ramos, enólogo de Anselmo Mendes. Trata-se de um "verde tinto", produzido das castas típicas tintas da região de Monção, com predominância de Alvarelhão, secundado por Borraçal, Pedral e apenas um pouco de Vinhão. provenientes de uma vinha com mais de 70 anos ainda com sistema de condução em latada procurando imitar esses vinhos, que há época eram comparados aos Borgonha. 

Depois de um primeiro ano - 2016, disruptivo, de um segundo ano - 2017, mais polido e de na edição de 2018 se mostrar bastante guloso, surge agora na quarta edição, o vinho mais fino, profundo e complexo de todos. Nariz com muita elegância e mais contido do que o habitual com fruta primária em primeiro plano sim, mas menos exuberante e algumas notas terrosas e especiadas  mostrar de onde vem.  Confesso que às cegas provavelmente irá baralhar muita gente. Na boca continua um tinto muito fresco, de corpo médio, com apenas 11,5 graus de alcool e uma belíssima acidez, que o torna super atractivo. Para acompanhar a sua evolução e ver até onde vai chegar. PVP: 12€. Garrafeiras.

Sérgio Costa Lopes

sábado, 17 de outubro de 2020

Radar do Vinho: Positive Wine

A Positive Wine é uma empresa recente no mercado, provavelmente mais conhecida pelos seus espumantes de consumo democratizado "flutt", tendo lançado agora no mercado as novidades Original e Positivo, que acrescentam vinhos brancos e tintos ao seu portfolio.  Os vinhos são vinificados pela empresa a partir de uvas produzidas nas propriedades das suas adegas (Adega Original e Adega Quatro Cravos) e também das adquiridas a produtores certificados da região. As marcas são apresentadas no mercado com a chancela “By PositiveWine” como compromisso de garantia de qualidade e para assumir a responsabilidade institucional da empresa com os seus produtos.

Os espumantes Flutt foram uma verdadeira surpresa. Produzidos pelo método charmat , fermentam em depósito de aço inox a temperatura controlada e fazem estágio durante 6 meses sobre borra fina com bâtonnages periódicas. O Flutt Rosé, da casta Baga, cheio de frescura, com frutos silvestres. boa mousse e um conjunto com acidez crocante, bem equilibrado, fácil de beber e consensual, sem doçuras. Para um consumo democratizado sem duvida e sem preconceito. O mesmo se passa com o Flutt branco, feito pelo mesmo método, das castas Bical e Maria Gomes, muito refrescante,. Ambos a um PVP de apenas 5,50€

O Espumante Original Baga@Bairrada foi provado AQUI. 
O Espumante Positivo Royal já é produzido pelo método clássico de champanhe. Trata-se de um bruto natural com mouse cremosa e uma acidez refrescante, de novo num registo de grande equilíbrio. A 6,50€ (mais 1€ que os flutt) temos outra complexidade e uma excelente relação qualidade preço, nesta gama de preço.

Finalmente, provamos os vinhos Original Reserva Tinto e Branco, ambos a um preço a rondar os 6,50€ - vinhos  corretos para o preço; e o novíssimo Pé de Ganso Branco, este último já próximo dos 10€ - um branco mais untuoso e um pouco mais complexo. 

Um projeto para acompanhar.

Sérgio Costa Lopes

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Em Prova: Fraga da Galhofa Reserva Branco 2018

A Vinilourenço e um projecto situado do Douro Superior, mais propriamente na Meda. Com enologia do professor Virgilio Loureiro, o projecto tem um portfolio vasto de referências, apostando em também apresentar o que cada casta pode aportar em termos de identidade aos vinhos produzidos. É assim no D. Graça Viosinho ou no D. Graça Rabigato, por exemplo, brancos que são escolha frequente cá em casa e que demonstram bem o terroir da Meda - com muita frescura e mineralidade.

Fraga da Galhofa é outra das marcas, com vinhos mais acessíveis e diretos. É o caso deste reserva branco feito de viosinho, gouveio e rabigato, com fermentação em barrica e posterior estágio de 6 meses. Resulta num vinho elegante, fresco e com a madeira superiormente integrada. Com uma boca de volume médio, não tem excessos o que se saúda. Peca apenas quiçá por não ter um pouco mais de profundidade, sobretudo no final de boca, mas acaba por ser um belíssimo exemplar do Douro Superior, para quem procura na restauração um vinho bem feito e que seja versátil a mesa. Boa porta de entrada para os excelentes brancos 'Dona Graça' deste produtor.  PVP: 7,5€. Restauração / Garrafeiras.

Sérgio Costa Lopes

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Em Prova: Quinta Seara D'Ordens Reserva Branco 2017

A Quinta Seara d’Ordens existe desde finais do século XVIII e está situada no coração do Douro a 9 kms de Peso da Régua. A partir dos anos 60, João Leite Moreira, proprietário da Quinta, iniciou uma forte dinâmica de modernização que viria a ser concluída anos mais tarde pelos seus três filhos: António, José e Fernando. Em 1988, os três irmãos, incentivados pelo seu pai, formaram a Sociedade Agrícola Quinta Seara d’Ordens, abraçando todo o projeto. Quatro anos mais tarde, deram início à comercialização de vinhos com marca própria (1992).

O Quinta Seara D'Ordens Reserva Branco 2017 é produto das castas Malvasia Fina, Rabigato e Fernão Pires. Parte do vinho fermenta e estagia em barricas de carvalho francês. Trata-se de um branco com aromas subtis a fruta fresca, com ligeira tosta e especiaria. Tudo num registo fino. Na boca apresenta bom volume, alguma untuosidade, resultando num branco muito equilibrado, elegante, seco e com bom final de boca. A madeira bem integrada resulta na tal untuosidade que lhe confere aptidão gastronómica, acompanhando perfeitamente peixe grelhado ou carnes brancas. A um preço excelente a rondar os 8€. Garrafeiras.

Sérgio Costa Lopes

sábado, 10 de outubro de 2020

Em Prova: Head Rock Alvarinho & Gouveio Colheita Seleccionada 2016

Head Rock
é um projeto de Trás-Os-Montes, sendo que o nome se deve à pedra com o formato de uma cabeça, existente no local e que podemos ver reproduzida nos rótulos. Sendo um projecto recente, o produtor Carlos Bastos (que também participa na enologia) tem buscado o perfil ideal dos vinhos, sempre respeitando o terroir e o ano de colheita.

O Head Rock Colheita Selecionada Alvarinho & Gouveio 2016 é um branco que não passa por madeira e chega agora a 2020 no momento ideal de prova. Com um nariz, com notas minerais, fruta e algumas notas de evolução, é na boca que surpreende com uma acidez lancinante, seco, com fruta muito fresca e um final longo, cheio de cremosidade. Com um misto de juventude e alguma evolução, está muito giro. Comprei no ECI, na feira de vinhos ao preço incrível de 5,99€. A este preço, é de comprar às caixas (se ainda se encontrar): Os brancos de Trás-os-Montes a dar cartas!

Sérgio Costa Lopes

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Em Prova: Quinta Vale D'Aldeia Branco 2019

A Quinta Vale D’Aldeia tem cerca de 200 hectares – sendo 120ha de vinha, 40ha de olival e 10ha de amendoal, na freguesia de Longroiva, na Meda, e a produção atual ronda os 700 a 800 mil litros. O projeto, que tem hoje 21 colaboradores, nasce em 2004 quando os irmãos José e João Amado, apaixonados pela agricultura e com vontade de investirem na sua terra, decidem comprar um hectare de terreno com vinha. A partir daí entusiasmaram-se, foram comprando mais terrenos à volta e investindo na plantação de vinha, olival e amendoal. Em 2009, apostaram na construção de uma moderna adega, com capacidade para cerca de um milhão de litros. O portfolio é vasto e assenta na premissa de vinhos de qualidade, provenientes de um Douro Superior, de vinhas de altitude.

O Quinta Vale D'Aldeia Branco 2019 é feito de Viosinho, Rabigato e Gouveio. Trata-se de um branco com um nariz focado na fruta, com algumas notas tropicais leves e fruta de caroço. Na boca, apresenta bom volume, excelente acidez e um equilíbrio que culmina num final longo e refrescante, num registo cremoso e de boa intensidade. Muito versátil à mesa, acompanhou uma variedade de entradas de forma muito competente. Muito interessante! PVP: 10€. Garrafeiras.

Sérgio Costa Lopes

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Em Prova: Rubrica Tinto 2017

Fundada em 2007, a Luis Duarte Vinhos é um negócio familiar gerido pelo enólogo Luis Duarte e sua mulher, Dora Simões. Tem a sua sede na propriedade Monte do Carrapatelo, situada na sub-região vitivinícola de Reguengos de Monsaraz, no coração do Alentejo, no sul de Portugal. O Rubrica tinto é um dos "clássicos" deste projecto e confirma a sua qualidade, nesta edição de 2017.  È produto de 35 % Alicante Bouschet, 18 % Touriga Nacional, 15% Aragonez, 12 % Syrah, 11 % Petit Verdot e 9 % Tinta Miúda, com 12 meses de estágio em barricas de carvalho francês.

Não escondendo a sua tipicidade alentejana, apresenta uma bonita cor violeta e um nariz carregado de fruta preta, notas especiadas e algum balsâmico, que lhe confere frescura no primeiro impacto. na boca, sabemos que é duma região quente, mas nunca cai em sobre maturações, antes pelo contrário. Contém fruta madura boa no palato, taninos presentes, bom volume de boca e final longo, sempre em elegância e equilíbrio. A um preço de arromba para esta qualidade! PVP: 14€. Garrafeiras.

Sérgio Lopes

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Em Prova: Dois Ponto Cinco Síria Colheita Especial 2018

Feito 100% da casta Siria que tão bem se dá na região da Beira Interior, tem passagem por madeira usada. Apesar de apresentar 14,5 graus de álcool, mostra-se um vinho bem equilibrado. A cor é muito clarinha, uma vez que a casta não é marcante de cor e a enóloga Patricia Santos, não utiliza maquilhagem nos vinhos. Foi a cor que deu. O aroma é contido, delicado, mineral e floral. Um registo que aprecio. Na boca temos bom volume, frescura, leve untuosidade, madeira bem integrada, num vinho seco e que mantém sempre a elegância de conjunto, terminando com um final médio/longo. PVP: 10€.

Sérgio Costa Lopes

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Em Prova: Guyot Moscatel Galego 2019

Da Portugal Boutique Winery (Boina, Gorro) surge a novidade Guyot Moscatel Galego 2019. Um vinho que apreciei particularmente. A uva moscatel galego é por natureza aromaticamente altamente exuberante, podendo por isso resultar em vinhos algo intensos demais, até mesmo enjoativos, sobretudo, se muito alcoólicos, sendo por isso na maior parte dos casos, recomendada para lote com castas como Gouveio, Rabigato, entre outras. Ora, neste caso, o equilíbrio e a acidez são o que torna este vinho altamente cativante. Nariz a cheirar claramente à uva, com exuberância aromática floral e frutada característica - sim, mas num aroma limpo, nada aborrecido. Na boca, com os seus singelos 12,5 graus de álcool, sabe claramente à uva, mas tem uma acidez que lhe confere uma enorme frescura, resultando num vinho seco, altamente apelativo, de corpo médio e com um final cremoso e refrescante, a pedir mais um copo. Um belíssimo exemplar da casta no Douro, feito com muito saber e cuidado. Vale muito a pena experimentar. PVP: 15€. 

Sérgio Costa Lopes

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Video Prova: Ramilo Vital 2017 e Ramilo Vinhas Velhas Castelão 2016

Dois vinhos de um projecto situado algures entre a Serra de Sintra e Colares. A frescura atlântica está bem patente e define claramente o perfil salino de ambos. Uma delicia. Para assistir ao vídeo da prova de ambos, abaixo:

 

 Sérgio Costa Lopes

domingo, 27 de setembro de 2020

Em Prova: Poças Branco, Tinto e Rosé

Poças é uma empresa centenária, provavelmente mais conhecida pelos excelentes Portos. Nos últimos anos não só ajustou a sua gama de vinhos de mesa, como tem apresentado uma qualidade notável em todas as gamas. Os vinhos Poças estão posicionados com um preço a volta de 7€, contemplando um rosé, um branco e um tinto. São vinhos super equilibrados para um campeonato abaixo dos 10€, onde a concorrência aperta. O branco é fresco, com complexidade qb e bem versátil à mesa. O tinto, um duriense de gema, mas sem excessos de madeira e com elegância suficiente para se destacar. Finalmente, o meu preferido, o Rosé, com fruta muito bonita, nariz delicado e uma boca com alguma untuosidade, seco, terminando fresco e de final médio/longo, perfeito para momentos de relaxe, ou com aptidão gastronómica de sobra para acompanhar entradas e pratos leves. Fiquei com a forte convicção de que este rosé abrirá caminho para um rosé ainda mais sério e complexo num futuro breve!

Sérgio Costa Lopes

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Video Prova: Kopke Winemaker's Collection Tinto Cão Rosé 2019 vs Quinta S. Sebastião Dona Aninhas Rosé 2019

 O caminho que no meu entender os Rosés em Portugal devem seguir passa também por este perfil. Mais "classy", secos, complexos, para a mesa. Dois rosés em Video Prova: Kopke Winemaker's Collection Tinto Cão Rosé 2019 vs Quinta S. Sebastião Dona Aninhas Rosé 2019, num duelo em que ambos saem vencedores. Para assistir ao video da prova de ambos, abaixo:

Sérgio Costa Lopes

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Em Prova: Gorro Loureiro 2019

Novíssimo vinho da Portugal Boutique Winery (Boina, Guyot), desta feita, com um vinho produzido na região dos vinhos verdes. Chama-se Gorro, apresenta um rótulo bem bonito e fora da caixa e é feito 100% da casta Loureiro, de uma vinha que dista 5km do mar. O vinho mostrou um lado tropical bem evidente no nariz no primeiro dia a querer nos dizer que precisa de algum tempo de garrafa. Foi abrindo e mostrando um lado mais floral e mineral. Na boca apresenta salinidade, muita frescura, uma boa acidez a conferir final cremoso e de boa intensidade. Boa estreia, num loureiro a ter em conta e acompanhar edições futuras. PVP: 9,90€. Garrafeiras.

Sérgio Costa Lopes

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Em Prova: 2160, by Pedro Martin

2160 é o novíssimo vinho do sommelier Pedro Martin. Depois dos seus Identidade AM (Dão) e Identidade OM (Bairrada), em homenagem aos seus dois filhos, um espumante (IM), da incursão pela Beira Interior com o 70/30 e de um vinho na região dos vinhos verdes, com o enólogo Márcio Lopes, faltava fazer vinho no Douro: eis que nasce a referência 2160, cujo nome remete exatamente para a altitude em que o rio Douro nasce, ou seja, "onde tudo nasce", segundo Pedro. São dois vinhos, um branco e um tinto, mistura de castas e uvas provenientes das 3 sub-regiões durieneses - Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. O 2160 Branco 2019 apresenta um nariz bastante complexo e algo fechado, com fruta evidente, algum toque herbáceo e floral, a dar graça ao conjunto. Na boca entra fresco, de corpo médio e com uma belíssima acidez a compensar uma certa doçura frutada, perfeitamente normal para o perfil de vinho, que será versátil à mesa, seguramente, pela sua acidez. Termina de comprimento médio. O 2160 tinto 2017 é já um vinho prontíssimo a beber. No nariz, não engana - é Douro, com evidência de fruta vermelha e preta tão característica, bem como um toque vegetal. Na boca combina o lado frutado, com alguma rusticidade, apresentando corpo médio, taninos redondos e final alegre, de novo a mostrar versatilidade gastronómica. Em suma, ambos gastronómicos, com acidez como fio condutor e plenos de equilíbrio, a um preço para consumo democratizado, o que é ótimo.  PVP: 6,95€.

Sérgio Lopes

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Video Prova: Boina Branco 2019

Um branco do Douro surpreendente, pela sua elegância, pouco álcool e super fresco. Um Duriense que não cansa! A um preço combativo abaixo de 10€. Para assistir ao video completo da prova deste vinho, abaixo:

Sérgio Costa Lopes

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Radar do Vinho: Quinta do Sobreiró de Cima

Da excitante região de Trás-os-Montes, mais propriamente em Valpaços, encontra-se localizada a Quinta do Sobreiró de Cima. Projeto familiar, na terceira geração, que produz uma grande diversidade de vinhos brancos e tintos, bem como azeites de excelente qualidade. O portfolio é vasto. Tivemos oportunidade de provar algumas das referências, nomeadamente 4 tintos e 2 brancos, que demonstram o potencial da região.

Começando pelos monovarietais tinto, o Quinta do Sobreiró de Cima Touriga Nacional é um bom exemplar daquilo que a casta rainha pode aportar. Sem passagem por madeira, apresenta toda a pureza da casta, com fruta vermelha fresca, corpo médio, elegante e final longo com uma belíssima acidez a equilibrar o conjunto e a pedir por grelhados à mesa. No campo oposto, o Quinta do Sobreiró de Cima Cabernet Sauvignon, tem passagem por madeira e ostenta uns poderosos 15,5 graus de álcool. Um perfil que não é bem o meu estilo, mas que destaco os marcadores da casta, bem evidentes - pimento e uma frescura que consegue disfarçar o álcool. É um vinho potente, com alguma extração, com volume e final longo, que pede por comidas fortes tradicionais portuguesas para brilhar. Os monocastas rondam o preço competitivo de 8,90€.

Os Quinta do Sobreiró de Cima Reserva Branco e Tinto são de uma relação preço qualidade invejável. Ambos super equilibrados, com a dose de madeira certa para lhe conferir untuosidade e o arredondamento necessário. Versáteis à mesa, a um preço fantástico de 6,90€. Imbativel. O reserva branco foi claramente o meu vinho preferido, dos vinhos provados e cujo video da prova, pode ser visualizado abaixo, 

Finalmente, os Quinta do Sobreiró de Cima Grande Reserva. O branco, lote de Códega do Larinho e Viosinho, complexo de nariz, com notas herbáceas, fruta tropical e alguma baunilha. Boca com untuosidade, com a madeira a sentir-se, mas com uma acidez a compensar bem o conjunto, terminando longo. Para um bacalhau, por exemplo, num estilo com um pouco de madeira, mas sem perder a elegância de conjunto.

 

O tinto, carregado de fruta madura, e alguma especiaria. Na boca os taninos são redondos, com uma boca de bom volume com a madeira ainda um pouco impositiva, a pedir comida. Final longo e promissor. A pedir uns assados valentes à mesa. Ambos a um PVP de 11,90€.

Sérgio Costa Lopes