quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Em Prova: Quinta Pousada de Fora Loureiro, Arinto & Loureiro e Arinto 2019

A Quinta Pousada de Fora encontra-se situada na freguesia de Azurém, no concelho de Guimarães. A quinta tem uma uma área de 8,8ha e inclui três casas agrícolas, uma antiga adega com lagares de pedra, 5,7ha de vinha plantada em 2017, bosquetes de carvalhos e uma envolvente paisagística tipicamente rural minhota. Esta riqueza geográfica veio acrescentar à ideia original de produção de vinha e vinho, a vertente turística e cultural com alojamento em Espaço Rural e atividades de experiência turística associadas ao enoturismo, turismo ambiental, turismo cultural e turismo científico.

Nascidos em 2016, os vinhos Quinta Pousada de Fora são elaborados exclusivamente a partir de uvas da quinta, nas castas Loureiro e Arinto ou Pedrenã, 30% é Arinto e 70% Loureiro. Provamos as referências atualmente no mercado. Ficaram por provar apenas os reserva e grande reserva, dos quais falaremos oportunamente. A enologia encontra-se a cargo de  Pedro Pimentel Pereira (Tirado a Ferros; Head Rock).

O Quinta Pousada de Fora Loureiro 2019 apresenta um aroma floral e a limão maduro, com laivos herbáceos. Não demasiado exuberante, o que é bom. Na boca é fresco, de corpo médio, seco e com final refrescante. Com apenas 11,5 de álcool, está bem desenhado com um final ligeiramente amargo citrino, a pedir comida. Leve e simples, mas um bom exemplar da casta. O Quinta Pousada de Fora Arinto & Loureiro já apresenta um aroma mais contido, com leves notas citrinas e de fruta branca. Na boca sente-se uma elevada acidez, num corpo magro, com pendor mineral e um final de média intensidade, talvez derivado dos apenas 11graus de álcool, o que é opimo. Um vinho um pouco fechado nesta fase e que será curioso verificar como se comportará dentro de uns meses, nomeadamente se ganhará outra complexidade na boca. Ambos os vinhos a um PVP de 4,90€. Finalmente o meu preferido dos três, o Quinta Pousada de Fora Arinto 2019, um vinho com um aroma onde predomina maçã verde, lima e notas de muita frescura, num registo contudo bem elegante. Na boca, uma opima acidez, num vinho com um toque aveludado e até untoso, apesar de não ter passado por madeira. Termina longo e cremoso. Gostei bastante, com os 13,5 graus de álcool a contribuir para lhe conferir maior volume de boca. Um branco que facilmente pode ser de Inverno enquanto que os anteriores serão mais brancos de verão, por assim dizer. PVP: 5,20€. Garrafeiras.

Vinhos afinados e claramente representativos da sua sub-região dos vinhos verdes, que aguçaram o apetite para a prova dos reserva.

Sérgio Costa Lopes

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