terça-feira, 31 de maio de 2016

3 mil garrafas de vinho do Douro estagiam 4 meses em alto mar

No dia 7 de junho, 3 mil garrafas de um DOC Douro vão partir num navio bacalhoeiro, rumo ao Canadá. Regressa em setembro com melhorias significativas na sua qualidade, fruto dos vários meses de navegação. Vai assim surgir o Poseidon, uma experiência única e exclusiva do produtor Lua Cheia em Vinhas Velhas.

Em tempos, o Vinho da Madeira era embarcado em barricas a bordo de veleiros, para que estagiasse em alto mar e melhorasse a sua qualidade. Inspirado nesta tradição, o produtor Lua Cheia em Vinhas Velhas resolveu aproveitar a boleia de um navio de pesca longínqua, o qual vai navegar até aos Grandes Bancos da Terra Nova.

O vinho vai estagiar cerca de 4 meses em alto mar, a bordo do navio Coimbra. O desafio surgiu do Clube de Oficiais da Marinha Mercante, o qual aceitamos de imediato. Acredita-se que o ‘vinho da volta’, tal como era chamado, ganha características únicas, graças a um envelhecimento precoce, o qual é provocado pelo balanço e pela travessia oceânica”, explica Manuel Dias, proprietário da Lua Cheia em Vinhas Velhas.

Para isso, hoje, dia 31 de maio, pelas 16 horas, vão ser carregadas 3 mil garrafas de um vinho DOC Douro, mais concretamente uma Reserva Especial de 2014. A partida do navio acontece no dia 7 de junho, no porto de Aveiro. O mesmo deverá chegar a St. John’s, no Canadá, no final de julho. É neste importante porto piscatório, St. John’s, conhecido como São João da Terra Nova pelos pescadores portugueses, que o vinho vai ser certificado, oficializando a viagem marítima do vinho.

Ao regressar a Portugal, em setembro, as 3 mil garrafas serão rotuladas e vendidas no mercado sob o nome de Poseidon – o deus supremo do mar, segundo a mitologia grega.

Esta iniciativa é promovida pelo Clube de Oficiais da Marinha Mercante, juntamente com a empresa SAVEN - Sociedade Abastecedora de Navios Aveirense e a Empresa de Pesca de São Jacinto. O vinho será engarrafado exclusivamente pela Lua Cheia em Vinhas Velhas.

In Press Release

Espumante Vértice Gouveio recebe pontuação recorde!

Os espumantes Vértice voltam a despertar a atenção internacional. Pela primeira vez, Mark Squires, crítico norte-americano e provador oficial da prestigiada publicação eRobert Parker/Wine Advocate, atribuiu 93 pontos a um espumante português.

No centro das atenções está o Vértice Gouveio 2007, que, segundo Mark Squires, é um “espumante para geeks, aqueles que gostam de Champagne mais maduro”. Longe de ser simples e ligeiro, este espumante ganha vida ao primeiro contacto: “é como passear por um jardim vigiado por um pitbull, é ele que manda”, pode ler-se na nota de prova oficial. Ainda de acordo com Mark Squires, apesar de limpo em concentração “é revelador de toda a sua complexidade”, sugerindo um final “cativante e com uma espantosa tensão.”

Vértice Gouveio 2007 é elaborado rigorosamente de acordo com o método clássico, a partir de uma seleção de uvas da casta Gouveio, plantadas nas encostas frescas e elevadas do Cima Corgo, sub-região do Douro. Um espumante que deve ao tempo a sua complexidade, passando por um estágio em garrafa de 60 meses – uma exigência do produtor.

Distingue-se também pela sua excelente aptidão gastronómica, sendo adequado para aperitivo ou como acompanhante de pratos como Cabrito ou Bacalhau Assado. Pode ser bebido desde já ou ser guardado por mais alguns anos, já que tem um enorme potencial de envelhecimento em garrafa.

Seja qual for o momento de consumo, Mark Squires avisa: “se começar a babar, eu percebo.”

PVP: 24,90€

In Press Release

segunda-feira, 30 de maio de 2016

5.ª edição do “Refresh - Bairrada Meets Coimbra”


Se é fã ou quer saber mais sobre as famosas “bolhinhas da Bairrada” reserve o primeiro Sábado de Junho, dia 04, para ir até à cidade dos estudantes, pois é lá que vai ter lugar a 5.ª edição do “Refresh - Bairrada Meets Coimbra”. Entre as 14h00 e as 20h00, as Piscinas do Mondego – localizadas à beira do rio que lhe empresta o nome, e integradas no Parque Verde com a cidade de Coimbra como pano de fundo –, voltam a ser palco de uma apetecível mostra que reunirá muitos dos players de uma das mais singulares regiões vitivinícolas do país.

Para a mostra deste ano está confirmada a presença de vinte “casas”, todos elas com produtos certificados pela Comissão Vitivinícola da Bairrada. Entre outras, constam desta lista nomes como: Adega de Cantanhede, Adega Rama, Aliança Vinhos de Portugal, Ataíde Semedo, Caves da Montanha - A. Henriques Lda, Caves do Solar de São Domingos, Caves Messias, Caves Primavera, Quinta do Ortigão, Caves São João, Idealdrinks - Crafted Portuguese Wines, Kompassus Bairrada Portugal, Pinho Leão Wines, Quinta da Mata Fidalga, Quinta das Bágeiras, Vinícola Castelar, e ainda as estreantes Quinta da Laboeira e Cave Central da Bairrada/M&M Espumante.

As provas de espumantes serão acompanhadas pela música envolvente e sedutora da violinista Noa, pela house music de Pedro Neves e pela batida do dj Rui Tomé. Localizado na margem sul do rio que lhe dá nome, o complexo das Piscinas do Mondego, que integra também um glamoroso restaurante, é o espaço ideal para a celebração do espumante numa altura em que se adivinha a chegada do calor. O ‘Refresh - Bairrada Meets Coimbra 2016’ oferece-lhe a oportunidade de desfrutar de uma tarde e sunset em ambiente descontraído, bem como de provar alguns dos melhores espumantes da Bairrada.

REFRESH – Bairrada Meets Coimbra 2016
Cidade: Coimbra
Local: Piscinas do Mondego . Rotunda das Lages, Santa Clara . Parque Verde do Mondego
Horário: 14h00 às 20h00
Preço da Entrada: € 3,5 (com convite) ou € 8,00 (sem convite), com oferta de flute de espumante
Compra de Bilhetes: no local e dia do evento

Press Release

sábado, 28 de maio de 2016

Porto Terrace Wine Party

A cidade do Porto recebe pela primeira vez um evento organizado pela revista Paixão pelo Vinho, dia 5 de junho, das 15:00 às 21:00 horas, mais precisamente no Hotel Premium Porto Downtown, na sala panorâmica do Portobello Rooftop Restaurante & Bar e no terraço respetivo, cujas vistas de 360 graus sobre a cidade são, simplesmente únicas e deslumbrantes.

Mais de 100 referências vínicas estarão disponíveis para prova, de várias regiões, entre brancos, rosés, tintos, generosos, espumantes e Champagnes. A entrada tem um valor de 5 Euros e inclui a oferta de copo, prova de vinhos, acesso gratuito às masterclass temáticas que vão decorrer no horário do evento e a usufruir do espaço e do cenário que promete ser inesquecível, especialmente ao entardecer, com o pôr-do-sol a refletir no rio Douro e sobre a cidade.

Será seguramente um domingo diferente, desfrutando de belíssimos vinhos, dos petiscos preparados especialmente para a Terrace Wine Party e das vistas sobre a cidade invicta!

Para mais informações por favor contacte: Maria Helena Duarte: T. 969 105 600 ou purplesummer.mhd@gmail.com

Sérgio Lopes (in Press release)

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Radar do Vinho: Quinta das Bandeiras (Vinhos Passagem)


Sophia Bergqvist e Jorge Moreira, os rostos do projecto vitivinícola Quinta das Bandeiras / Passagem Wines, trabalham juntos desde 2002, altura em que Jorge se tornou enólogo da Quinta de la Rosa, propriedade duriense que está na posse da família de Sophia desde 1906 e de onde nascem vinhos do Douro e Porto com o mesmo nome.


Ávidas por novos desafios, as famílias Bergqvist (Quinta de la Rosa) e Moreira (Poeira) embarcaram numa fifty-fifty joint venture em 2005. Com o seu projecto familiar encaminhado, era um sonho de Jorge Moreira criar vinhos no Douro Superior, sub-região que oferece um maravilhoso contraste em relação ao Cima Corgo, onde está instalada a sua Quinta do Poeira (Provesende) e a Quinta de la Rosa (Pinhão). Como entusiasta empreendedor, Tim Bergqvist – pai de Sophia – um "jovem" de 80 anos, decidiu investir na aquisição da Quinta das Bandeiras, uma propriedade de 100 hectares localizada no concelho de Torre de Moncorvo, na sub-região do Douro Superior: junto ao rio Douro e na margem oposta à famosa Quinta do Vale Meão.


Quando foi adquirida, possuía apenas sete hectares de vinha (velha), tendo sido plantados 25 hectares na parte de baixo da quinta, mesmo junto ao rio, com a maior predominância de Touriga Nacional e Touriga Franca. No terreno existe uma casa e uma bonita capela, cuja recuperação será o próximo passo.

O nome ‘Passagem’ tornou-se apropriado por várias razões: existe uma linha de comboio com uma passagem de nível abandonada na propriedade; passagem representa também a troca de experiências e vivências no Douro de duas famílias bem distintas, uma inglesa e outra portuguesa. Uma ‘Passagem’ iniciada em 2005, mas cujo primeiro vinho foi lançado em 2008, precisamente um tinto de 2005.



Ao fim de 10 anos o projecto começa a consolidar-se, existindo neste momento um vinho branco, o passagem reserva 2015 (vencedor do troféu do melhor vinho branco do festival de vinhos do Douro Superior), o tinto Reserva 2014 (também premiado), o grande reserva tinto 2009 (a sair lá para Setembro), um Porto Vintage de 2011 e um Porto LBV de 2010 (Ouro no festival do Douro Superior); Todos feitos na Quinta de La Rosa (para já). 

Jorge Moreira é sem dúvida, um dos melhores enólogos do Douro. E se os seus Poeira são fenomenais, este projecto vem demonstrar que da adversidade do clima e da região, vem o desafio de adaptar métodos para que a mesma região, com elevado potencial, produza vinhos de excepção. Bravo Jorge Moreira!

Sérgio Lopes

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Em Prova: Quinta do Penedo



15,5/20. Produzidos pela Messias, o Quinta do Penedo Tinto 2012 é feito de Touriga Nacional e Alfrocheiro, com passagem por madeira nova e usada. O Branco 2013 é 100% Encruzado e fermenta em barrica, passando depois por battonage. São os dois dignos representantes do que o Dão pode oferecer: Elegantes, de pendor gastronómico e nesta franja de preços, com média complexidade e algum potencial de guarda, o que faz de ambos os vinhos, escolhas seguras. O enorme penedo existente nas vinhas é o símbolo da Quinta e também dos seus vinhos, pela grande influencia que o solo granítico exerce no seu carácter; vinhos frescos e minerais.  PVP: 5,99€. Disponibilidade: El Corte Ingles.

Sérgio Lopes









quarta-feira, 25 de maio de 2016

3.ª edição da 'La Rosa/Carvalhas Hill Challenge'

A 3.ª edição da ‘La Rosa/Carvalhas Hill Challenge’, decorre, Sábado, dia 11 de Junho, no Pinhão, em pleno Douro Vinhateiro, claro está. .

Nascida de uma iniciativa quase centenária, reactivada em 2014, a ‘La Rosa/Carvalhas Hill Challenge’ é uma prova que une duas belíssimas quintas. O apito de partida ouve-se na Quinta de la Rosa, bem junto à margem direita do rio Douro, que de forma suave é atravessado a nadar. Já na margem esquerda do Douro é tempo de, por entre socalcos e vinha, subir até ao topo da Quinta das Carvalhas, onde a vista é de 360.º sobre o Douro. Já no topo da montanha, a festa continua com um sunset, em que a refeição é harmonizada com vinhos da Quinta de la Rosa e da Real Companhia Velha.

Pretende-se com o ‘La Rosa/Carvalhas Hill Challenge’ mostrar o Douro, suas paisagens, património e vinhos de forma activa, mas esta não é, de todo, uma prova só para atletas. Antes pelo contrário, é um convívio acessível a todas as idades e preparações físicas. Por isso mesmo são várias as opções que a mesma oferece: Hill Challenge; Estafetas; Hill Challenge Team; Up Hill; ou Caminhada. Se a travessia do rio desafia a 220 metros de natação, a subida em uphill a 3720, a caminhada estende-se aos nove quilómetros, entre a Quinta de la Rosa e o topo da Quinta das Carvalhas, mas desta feita por estrada.   

As inscrições para a ‘La Rosa/Carvalhas Hill Challenge 2016’ já estão abertas e podem ser feitas até dia 08 de Junho em http://plifesensations.wix.com/larosahillchallenge. Condições e preços – que variam entre os €6,00 e os €20,00 por participante, em função da opção escolhida –, assim como o regulamento, galeria de fotos e outros dados estão disponíveis no referido site. Para mais informações basta contactar através de plifesensations@hotmail.com e 919 767 438 ou 965 172 354.

Sérgio Lopes (in Press Release)

terça-feira, 24 de maio de 2016

Vinhos premiados no Festival do Douro Superior


Terminada a 5ª edição do Concurso de Vinhos do Douro Superior, eis os grandes vencedores: Nos brancos venceu o Passagem Reserva 2015, da Quinta das Bandeiras Vinhos; nos tintos a palma foi levada pela Rozès, através do seu Quinta do Grifo Grande Reserva 2011; finalmente, nos Vinhos do Porto, o prémio maior foi para um branco, o Maynard´s Colheita 2007, da Barão de Vilar Vinhos.

O concurso contou com quase 150 vinhos e atribuiu, para além dos vencedores, 19 medalhas de Ouro e 29 medalhas de Prata. O nível de pontuações foi tão alto que não foram atribuídas medalhas de bronze:


VENCEDORES
Brancos
Passagem Douro Reserva branco 2015  (Quinta das Bandeiras Vinhos)
Tintos
Quinta do Grifo Douro Grande Reserva tinto 2011 (Rozès)
Vinho do Porto
Maynard´s Porto Colheita branco 2007 (Barão de Vilar Vinhos)


MEDALHAS DE OURO
Brancos
Castello D´Alba Douro Reserva branco 2015 (Rui Roboredo Madeira Vinhos)
Bagulho Douro branco 2014 (Quinta Morena)
Muxagat Os Xistos Altos Douro branco 2012 (Muxagat Vinhos)
Papa Figos Douro branco 2015 (Sogrape Vinhos)
Quinta da Pedra Escrita Douro branco 2014 (Rui Roboredo Madeira Vinhos)
Quinta da Sequeira Douro Reserva branco 2014 (Mário Jorge Eugénio Monteiro Cardoso)
Terras do Grifo Grande Reserva Douro branco 2013 (Rozès)


Tintos
Crasto Superior Syrah Regional Duriense tinto 2013 (Quinta do Crasto)
Dona Berta Douro Reserva tinto 2012 (H. & F. Verdelho)
Quinta da Mieira Douro Reserva tinto 2012 (João Turégano Sociedade Vinícola)
Quinta da Sequeira Grande Reserva Douro tinto 2011 (Mário Jorge Monteiro Cardoso)
Quinta da Zaralhôa Douro Reserva tinto 2008 (Resende & Cruz)
Quinta do Couquinho Douro Reserva tinto 2012 (Quinta do Couquinho)
Quinta do Couquinho Douro tinto 2013 (Quinta do Couquinho)
Selores Milagre Colheita Douro tinto 2013 (Quinta dos Selores (Viniselores)
Zom Coleçção Douro tinto 2012 (Barão de Vilar Vinhos)


Vinho do Porto
Quinta da Silveira Porto Ruby Reserva (Sociedade Agrícola Vale da Vilariça)
Duorum Vinha de Castelo Melhor Porto Vintage 2013 (Duorum Vinhos)
Passagem Porto LBV 2010 (Quinta das Bandeiras Vinhos)

Sérgio Lopes (In Press Release)

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Melhores do ano Viniportugal

Já são conhecidos os resultados do  Concurso Vinhos de Portugal, cuja cerimónia de entrega dos prémios decorreu no palácio do Bussaco.

Os 7 grandes prémios, que distinguem os melhores entre os 333 vinhos premiados, foram distribuídos pelas regiões do Douro, Vinho Verde e Bairrada. O vinho Quinta do Portal Reserva tinto (2011), da região do Douro, foi considerado o “Melhor Vinho do Ano”. A região do Douro distinguiu-se com mais 4 grandes premios com os vinhos: Vallegre DOC Reserva 2014, o “Melhor Branco”, Messias 1967, o “Melhor Licoroso” e o KOPKE 40 Anos TAWNY, o “Melhor Licoroso de Lote”. Da região da Bairrada, o Messias Clássico Garrafeira 2010 foi considerado o “Melhor Tinto Varietal” e o Hibernus Grande Cuvée 2011, o “Melhor Espumante do ano”. O vinho Quinta de Linhares Azal 2015, da região dos Vinhos Verdes, foi considerado “Melhor Branco Varietal”.




A lista completa dos vinhos premiados pode ser consultada AQUI. 

Sérgio Lopes

sábado, 21 de maio de 2016

Uma taça com... Alexandrino Amorim

Alexandrino Amorim é o diretor comercial das Caves Solar de São Domingos. Entusiasta da região Bairradina e das “bolhas” (espumante cada vez mais consistente), é uma constante vê-lo com o seu carisma, como o rosto desta casa emblemática, nos diversos eventos vínicos; Sempre disponível para partilhar uma tacinha de bom espumante da Bairrada, pois claro. Natural de Anadia, vive em Anadia.


Olá Alexandrino. Conte-nos por favor como nasceu a sua participação no projeto das Caves São Domingos. Após casamento com Eugénia Freitas entrei para a empresa fez este mês 19 anos.

Como bom bairradino, consome espumante numa base diária, isto é, qualquer ocasião é boa para beber uma taça de “bolhinhas”? De facto nasci na Bairrada e desde sempre estive muito de perto das bolhinhas, pois, meu Pai tinha o famoso Café Anadia e por lá passaram os proprietários de todas as Caves da região. Aliás o próprio estabelecimento tinha publicidade lindíssima no exterior, alusiva às inúmeras caves da Bairrada. O espumante faz parte do quotidiano de qualquer bairradino. Não é por acaso que se costuma dizer que o espumante só se bebe em duas ocasiões “por tudo e por nada”!...

Qual o seu prato preferido? Inevitavelmente o Leitão assado à Bairrada. E que vinho acompanha? Espumante Bairrada, claro. Mas, não devemos esquecer a Chanfana, Negalhos, Caldeirada de Cabrito, os diversos pratos de bacalhau e caldeiradas de peixes do nosso mar sempre tão próximo e que acompanham os magníficos vinhos brancos e tintos marcados pelos ares do Atlântico.

O que gosta de fazer nos tempos livres? Andar a pé e pratico (muito pouco) BTT, aprecio desportos motorizados e acompanho o rugby local, modalidade que pratiquei quando jovem.

Qual é para si a principal diferença dos espumantes da Bairrada para as restantes regiões do país e até mesmo para o “Champagne”? Acho que os espumantes Bairrada são muito mais minerais, mesmo mais frescos e jovens que os champanhes, estes tem mais complexidade, mais aromas de panificação proporcionado pelo longo estágio em cave que se pode prolongar por mais de 10 anos. Os das restantes regiões e referindo-me aos de reconhecida qualidade apresentam-se com fruta mais madura e não tão secos quanto os da Bairrada.

O que pensa sobre o estado atual dos espumantes do nosso país e em particular do projeto “Baga Bairrada”? Em todo o país produz-se espumante o que tem provocado um despertar para este tipo de vinho que se aplaude. Mas, nem todo o espumante tem qualidade. Hoje a palavra ESPUMANTE aparece em imensos rótulos uns de qualidade duvidosa, outros que não são feitos pelo “Método Clássico” mas em cuba fechada que o consumidor ignora por completo comendo gato por lebre!...

Quanto ao projeto “Baga Bairrada” há muito que a região ansiava por uma logomarca que pudesse aglutinar um conjunto de particularidades que mostrasse a técnica, a qualidade e o prestígio de um tipo de Espumante que se produz nesta região há 125 anos. Juntar o nome da região Bairrada à Baga foi um golpe de génio da Comissão Vitivinicola da Bairrada e promete trazer muitas alegrias aos consumidores, produtores e à região. Espero dentro de poucos anos que a palavra “BagaBairrada” seja sinónimo de Espumante de qualidade e haver um número significativo de produtores desta região a produzir grande qualidade para o mercado nacional e em especial para o mercado externo mostrando um estilo único e diferente.

Partilhe uma peripécia que tenha vivido no mundo dos vinhos. São inúmeras as histórias que não cabem neste espaço. O que posso descrever é o espanto de quem visita as nossas caves, impressionam a grandeza e beleza das nossas instalações, bem como, a cordialidade com que são recebidos os milhares de visitantes anuais.

Qual será a ligação perfeita com o famoso Leitão à moda da Bairrada? Leitão sem molho, certo…? Como já referido anteriormente o Leitão é servido sempre com Espumante, mas, destaco mesmo o Baga Bairrada porque tem um estilo muito gastronómico. Quanto ao molho é um ingrediente que quando colocado em pequena quantidade sobre a batata cozida com a pele fica deliciosa. Tradicionalmente não comemos o leitão com batata frita e a laranja também não é um bom acompanhante deste prato porque “mata” o espumante ou o vinho.

Se tivesse um almoço com o presidente da república Marcelo Rebelo de Sousa, que vinho ou vinhos escolheria? O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa foi entronizado Confrade de Honra pela Confraria dos Enófilos da Bairrada em 30.11.2002 e sabe perfeitamente que o vinho da Bairrada é seguramente o vinho mais aconselhável para acompanhar uma refeição e claro que o Vinho Tinto merece destaque à sua mesa. Destacaria o vinho tinto São Domingos Garrafeira 2009 e claro o Espumante São Domingos Baga Bairrada 2009 bruto. Tanto um como outro já com 6 anos de garrafa que mostra a robustez e a frescura de vinhos que perduram no tempo.

Qual o melhor espumante que alguma vez provou? Espumante Lopo de Freitas 2010 que obteve a Grande Medalha de Ouro no último Concurso de Espumantes Bairrada. E vinho? Ainda hoje mantenho na memória o tinto São Domingos Garrafeira 1985.

Obrigado!


Sérgio Lopes

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Vinoteca comemora 30 anos



Para quem não for a Foz Coa, ou no regresso da feira pode e deve passar pela Vinoteca, na Rua Fernandes Tomás. A Vinoteca na comemoração dos seus 30 anos, organiza um WINE SHOW - Provas com aromas, a realizar nos dias 21, 22 e 23 de Maio entre as 14:00 e as 20:00h no espaço TERMINAL. São mais de 40 produtores e uma centena de vinhos em prova. Imperdivel. A Entrada é livre. A presença nos workshops necessita de inscrição prévia.

Info:

Público
Caução de 7,50€
(2,50€ caução copo + 5,00€ convertíveis em compras de vinhos)
Parcamento gratuito por uma hora
Convite individual e intransmissível

Rua Fernandes Tomás, 508 Porto @TERMINAL
GPS: 41.1924130, -8.6145560

Inscrições nos workshop
com Joana Ávila 912 450 911 ou Daniel Serra 969 062 001.

WORKSHOPS DISPONIVEIS:
DIA 21 (Sábado)

15H "Elegância a volta da mesa e dos vinhos"
17H "Showcooking e harmonização com chefs, escanções e enologos"

DIA 22 (Domingo)

15H "Elegância a volta da mesa e dos vinhos"
17H "Showcooking e harmonização com chefs, escanções e enologos"
19H "Nuances orientais com brancos da Bairrada - Chef Vitorino Moreira (True sushi)

DIA 23 (Segunda)

15H "Elegância a volta da mesa e dos vinhos"
17H "Técnicas de corte de presunto"

Sérgio Lopes

5.ª edição do ‘Festival do Vinho do Douro Superior’

Tem inicio hoje, em Vila Nova de Foz Côa prolongando-se até Domingo a 5.ª edição do ‘Festival do Vinho do Douro Superior’, um evento multifacetado que vai decorrer no ExpoCôa - Pavilhão de Exposições e Feiras.  No certame, estarão presentes mais de 70 produtores desta sub-região do Douro, representando 6 concelhos vinícolas (Vila Nova de Foz Côa, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo, Figueira de Castelo Rodrigo, São João da Pesqueira, Carrazeda de Ansiães e Mêda), somando mais de 200 marcas de vinhos expostas e servidas!

À feira (exposição e prova) de vinhos e sabores da região – onde se vai poder degustar e comprar vinhos, azeites, amêndoas, doces, queijos e enchidos a preços especiais – juntam-se a quinta edição do ‘Concurso de Vinhos do Douro Superior’; um colóquio para profissionais; provas de vinhos e azeite do Douro Superior comentadas por especialistas; e visitas a quintas produtoras de vinho. 


O 5.º ‘Festival do Vinho do Douro Superior’ tem entrada gratuita. À disposição dos visitantes, para que possam provar os vinhos em exposição, a organização disponibiliza um copo no valor de € 2,00.

A Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa é a entidade organizadora do Festival. A produção e direcção deste certame, que este ano conta com o apoio do IVDP, está a cargo da Revista de Vinhos.

Programa do Festival


Sérgio Lopes (in Press release)

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Em Prova: Pequenos Rebentos Alvarinho/Trajadura Escolha 2014

15,5/20. Pequenos Rebentos é o projecto do Enólogo Márcio Lopes, discípulo de Anselmo Mendes, aqui com este vinho a apostar na fórmula de sucesso da sub-região de Monção e Melgaço da junção das castas Alvarinho e Trajadura. Existem vários vinhos, bastante conhecidos até, que utilizam a combinação dessas duas castas, sejam vários linha branca das grandes superfícies comerciais, ou os casos mais mediáticos do Muralhas de Monção ou do Torre de Menagem, entre outros. O pequeno rebentos está uns furos acima destes 2 últimos, pela seu lado mais austero, vegetal e cítico, o que o torna mais versátil e muito viciante. Embora produzido de 85% Alvarinho e apenas 15% de trajadura, achei-o muito mais marcado pela trajadura, ou então é mesmo uma questão de perfil. De qualquer das formas, para se beber às caixas neste Verão, antes, durante e após as refeições. PVP: 4€; Disponibilidade: Garrafeiras Seleccionadas.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Arena de Baco: Alentejo e Bairrada com um toque de Colares


A rubrica Arena de Baco pretende colocar frente a frente vários vinhos e só um sairá vencedor... embora isso pouco interesse tenha. O importante é falarmos mesmo de todos os vinhos, à sua maneira, pois no confronto,  com maior ou menor Knock Out, estiveram todos bem. Os sólidos que acompanharam o festim foram: Entrada bola de cogumelos e bacon; Uma magnífica língua de vaca estufada com puré de batata; Sobremesa Tarte de Chocolate.

BATALHA

  • Encostas de Enxoé 2008 e 2004  - Quem disse que o Alentejo não tem a longevidade de outras regiões? Estes 2 brancos portaram-se lindamente e desmentem essa afirmação, ambos evoluidos é certo (com 8 anos e ... 12 anos respectivamente), mas no bom sentido, com o 2004 curiosamente a se mostrar com uma frescura notável, em grande grande forma. E esta hein?!.(Branco - Alentejo)
  • Adega de Borba Reserva 1977 - Bem, aqui já é "esticar a corda" um pouquito com este tinto com quase 40 anos... Confesso que não achei que estivesse nas melhores condições, embora as opiniões não fossem unânimes. Tenho ainda uma outra garrafa do mesmo ano para "tirar a teima". (Tinto - Alentejo)
  • Colares Reserva 1992 - Colares é uma região pequena mas muito particular, pela curiosidade das castas plantadas e longevidade dos vinhos produzidos. Este exemplar é oriundo da Adega Viúva Gomes e foi de facto uma enorme curiosidade. Estranha-se e depois entranha-se. Uma prova de pujança da região, num vinho com quase 25 anos.. (Tinto - Colares)
  • Casa de Saima Reserva e Garrafeira 1995. Entramos aqui no campeonato dos grandes vinhos. Dois potentos da Bairrada, do mesmo ano 1995, um reserva e outro Garrafeira. Vinhos que mostram o que é a região; terão sido jovens imberbes e dificeis, estando agora deliciosamente amaciados pelo tempo dando enorme prazer a beber. Grandiosos e a mostrar que a Casa de Saima merece ter o seu lugar ao lado de outros produtores de renome da região. (Tinto - Bairrada)
  • Quinta de S. Lourenço 2007 - Das Caves S. Domingos, feito com uvas provenientes de uma só propriedade, com o mesmo nome - Quinta de S. Lourenço; Baga , Maria Gomes e Arinto, sendo que as duas últimas, as uvas brancas, estagiam por 3 meses em barricas de carvalho francês. O degorgement é de Novembro de 2013, o que significa que estamos na presença de um "bolhinhas" que estagia em cave pelo menos 6 anos, antes do engarrafamento final... O resultado é um espumante complexo e sedutor. Apesar de ser de 2007, a bolha é elegante mas muito presente. Gastronómico, apresenta uma mousse deliciosa e notas de bolo inglês, terminando com bela persistência. É comprar e beber em todas as ocasiões...! .(Espumante - Bairrada)
  • Montanha Prestige - Espumante bastante competente, à venda no Pingo Doce, a rondar os 4€.(Espumante - Bairrada)
Uma prova de vinhos entre o Alentejo e a Bairrada, com alguns "intrusos".

May the Wine be with you...!

Sérgio Lopes

terça-feira, 17 de maio de 2016

Em Prova: Maias Branco 2014


15,5/20. Branco do Dão, da Quinta das Maias / Roques, produtor emblemático da região, com a particularidade de ser um vinho 100% biológico. Não sei se é por ser biológico ou não, mas foge claramente à regra dos vinhos brancos, trabalhados com as leveduras, para lhes dar aquela tropicalidade, tantas vezes para consumo imediato, mas que acaba por eventualmente cansar. Este Maias constituído por Encruzado e Malvasia Fina é imensamente fresco e contempla um lado vegetal e até mentolado que surpreende. Um bom companheiro com versatilidade para o verão. PVP: 5,5€. Disponibilidade: Grandes Superfícies.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Em Prova: Ex-Libris Super Reserva Espumante Bruto 2008



16,5/20. Confesso que não conhecia este espumante produzido na Bairrada, claro está.  Trata-se de um super reserva, o que induz desde logo ter obrigatoriamente passado uns anos em cave antes do engarrafamento final. Muito bem conseguido, de cor palha, impressiona pela enorme frescura e complexidade aromárica. Encontramos notas de frutos secos e algum biscoito, ou mesmo notas ligeiramente meladas. Na boca, a mousse é fina, fruto de uma bolha em conformidade. Muito fresco e claramente "champanhês". Uma delícia.. PVP: 12,5€. Disponibilidade: Garrafeiras Seleccionadas.

sábado, 14 de maio de 2016

Opinião: Aprendendo e Partilhando - Colheitas Tardias


Escolhi recentemente um vinho destes para acompanhar uma sobremesa num jantar, por mim organizado, com prova cega. Apesar de saber da curiosa falta de hábito em Angola de acompanhar as sobremesas com vinho, necessariamente doce ao contrário do que por vezes se ouve, não deixei de ficar admirado por apenas duas ou três pessoas, uma delas não conta, era a minha mulher, terem detetado tratar-se de um Late Harvest ou, se quisermos, em português, Colheita Tardia. Eu disse curioso, mas na verdade é surpreendente sabendo o quanto as coisas doces são por aqui apreciadas, aliás não será por acaso só por aqui ter ouvido a expressão “está doce” querendo dizer que o momento está agradável.

Curiosas e bem ajustadas são também as palavras do crítico e sommelier australiano Matt Skinner, "os vinhos doces são um pouco como bateristas: tecnicamente brilhantes, mas muito frequentemente ofuscados pelo resto da banda".

Existem muitas formas de fazer estes vinhos, desde a sua forma mais simples, que é o de deixar passar o seu momento habitual de colher, daí o nome destes vinhos, e esperar que as uvas fiquem um bocado mais desidratadas e próximas daquilo que é uma uva passa. Estas uvas têm muito menos sumo e por isso a quantidade de açúcar em cada litro é muito superior ao normal e dariam origem, se todo o açúcar fosse transformado em álcool, a vinhos com graduações altíssimas. Não é isso que fazem e é por isso que estes vinhos são sempre doces. Quando, durante o processo de fermentação, o vinho atinge uma graduação entre os 8 e os 12 por cento de álcool, ela é usualmente interrompida. Poderá por vezes ter menos e outras vezes mais, mas não é muito usual. Não são por isso vinhos muito alcoólicos, como é o caso dos fortificados, sendo também por isso vinhos menos impactantes.

Existem outros vinhos que poderiam ser também considerados como Colheitas Tardias, de que falarei em outras crónicas, nesta irei apenas falar dos talvez mais interessantes vinhos deste género, os chamados vinhos “botrytizados”, uma palavra inventada para distinguir os vinhos afetados pelo fungo Botrytis Cinerea dos outros. É que este fungo, causador da podridão cinzenta em muitos vegetais e nas uvas também, se as atacar antes do tempo, pode em determinadas alturas dar origem à “Podridão Nobre”. Neste caso e apesar do aspeto deplorável das uvas, o resultado é um vinho único que pode atingir níveis de perfeição inalcançável para os colheitas tardias sem podridão nobre. A descoberta deste modo de fazer vinho é atribuída aos monges beneditinos que em 1755 habitavam o Schloss Johannisberg. O emissário que tinha ido obter a permissão para colher as uvas atrasou-se várias semanas. Quando voltou as uvas estavam quase todas podres. Os monges que já tinham ouvido falar, eventualmente experimentado, vinhos onde algumas uvas estavam afetadas pela podridão nobre resolveram ainda assim avançar para a produção do vinho. Foi assim feito oficialmente pela primeira vez um spätlese, significando colheita tardia e tornando-se uma das categorias nos vinhos de qualidade, dando origem a uma verdadeira revolução na forma como se faz vinho na Alemanha. Este processo foi sendo melhorado e exportado para outras regiões europeias com destaque para a França, Hungria e Áustria. Na Alemanha e já agora na Áustria mas com menos notoriedade, o vinho mais conceituado tem o sugestivo nome de Trockenbeerenauslese e podendo uma singela garrafinha de 375 ml custar algumas centenas de euros.

França é o país que continua a garantir a produção do que melhor se faz neste domínio, com destaque para a região de Sauternes, mas também para a região do Loire onde se fazem vinhos doces com a casta Chenin Blanc absolutamente deliciosos e com a vantagem de serem mais baratos por serem bem menos conhecidos. Mas foquemo-nos em Sauternes, uma sub-região de Bordéus, que tem como ícone o famoso Château d’Yquem e como guardas de elite nomes como Château Riussec, Château Climens, Château Coutet, Château La Tour-Blanche ou Château Doysi-Dubroca. Estes produtores têm usualmente o cuidado de apenas recolher os cachos das uvas completamente afetados pelo fungo. Se necessário mais de meia dúzia de passagens na vinha são efetuadas para o garantir. A casta Semillon, conhecida no Douro por Boal, é a mais utilizada na região, com mais de 80% dos vinhedos, até por ser a mais propensa a ser atacada pelo fungo, graças à sua fina pele, mas também a Sauvignon Blanc e a Muscadelle têm o seu papel importante no resultado final. Os melhores vinhos têm uma incrível capacidade de evolução em garrafa, ficando cada vez mais concentrados em aromas, sabor e açúcar. A sua elevada acidez impede estes vinhos de se tornarem enjoativos. 2001 foi o ano recente de melhor qualidade que tive a oportunidade de provar.

A Hungria tem em Tokaji, uma das mais antigas regiões do mundo, a produção de um dos melhores vinhos deste género designados por Tokaji Aszú, com o número de puttonyos a indicar o grau de doçura que o vinho terá, sendo que 3 é o mínimo e 6 o máximo. Antigamente, a cada 136 litros de vinho seco, eram adicionados baldes de 20 quilogramas, os puttonyos, de uvas afetadas pela podridão nobre. Atualmente existem intervalos bem definidos que cada classificação tem de respeitar. Os 3 Puttonyos, por exemplo têm de ter entre 60 e 90 gr/l de açúcar. Já o 6 Puttonyos terá de ter entre 150 e 180 gr/l de açúcar. Acima destes, em termos de açúcar residual e a ultrapassar os 200 gr/l, estão os Aszú Essencia, produzidos exclusivamente com uvas podres. As principais castas utilizadas são autóctones e têm os sugestivos nomes de Furmint e Hárslevelü. A minha experiência leva-me a preferir muitas vezes os 5 em detrimento dos mais doces e mais caros vinhos desta região, sendo que o número de anos que o vinho tem seja igualmente determinante, pois tal como com os vinhos de Suaternes, também estes vinhos possuem a sempre boa característica de evoluírem muito bem em garrafa.

Hildérico Coutinho (Escanção / Sommelier)

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Em Prova: Grandjó Late Harvest 2008


17/20. Existem várias formas de obter colheitas tardias (late harvest), sendo que neste caso particular, obtém-se através da acção do fungo natural conhecido por Botrytis Cinerea, que "ataca" as uvas, através da "podridão nobre"Na Quinta do Casal da Granja, em Alijó, da Real Companhia Velha, algumas parcelas beneficiam de um micro-clima conducentes a um nevoeiro matinal seguido de tardes quentes e húmidas que apresentam as condições ideais para o desenvolvimento do fungo Botrytis Cinerea, contribuindo assim para a criação do Grandjó Late Harvest, Trata-se de um vinho doce e untuoso, mas com uma acidez notável que nunca o torna cansativo. Ora este é o ponto chave para um grande Colheita Tardia, o equilibrio - Doce, mas sem nunca ser cansativo. Em prova temos o 2008, proveniente da podridão nobre afetando a casta branca semillon, delicioso, com notas de citrinos confitados, mel, alguma baunilha do contacto com a barrica, fresco e gordo , num perfeito equilíbrio entre doçura e acidez, terminando longo e viciante. Não se nota nada que é de 2008... Deve sser servido entre 8º a 10º e em doses comedidas (acompanhando sobremesas pouco doces), pois para além da sua forte concentração glicémica, vem numa garrafinha de 375ml, a um PVP de cerca de 18€... Para ficarem com um "docinho" nexta sexta-feira 13... Disponibilidade: Grandes Superfícies.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Radar do Vinho: Cooperativa Agrícola do Távora

A cooperativa agrícola do Távora situa-se em Moimenta da Beira, agregando produtores da região. Produzem para além de vinho e espumante, maçãs, mais propriamente a tão famosa maçã "Bravo de esmolfe". A cooperativa está pois localizada na Região Demarcada do "Távora - Varosa", inserida entre a região do Douro e do Dão. Trata-se de uma região pequena em dimensão mas de onde saem sobretudo espumantes de grande qualidade, não só produzidos pela cooperativa sobre a marca "Terras do Demo", bem como por exemplo a famosíssima Murganheira, também proveniente daquela região.

A cooperativa produz diversas referências de vinhos brancos, tintos e espumantes:



O Malhadinhas. O Branco,  fresco e de piscina, sobretudo focado para momentos de descontracção. Leve e fácil, mas bastante agradável. Tinto também simples, de entrada, equilibardo e directo. Prefiro o branco. Ambos têm um PVP de arromba ~2,5€.



Terras do Demo. O Branco Seco, mais complexo e profundo que o Malhadinhas. Com passagem por madeira para lhe dar esse extra de complexidade. Focado no lado floral da Malvasia, com toque abaunilhado. Um pouco mais de volume de boca, seria o ideal. No entanto, trata-se de uma excelente relação qualidade-preço, tendo um pendor mais gastronómico que o Malhadinhas. PVP de arromba ~3,75€. O Reserva Tinto, tal como o Malhadinhas feito de uvas provenientes de associados das regiões circundantes à Távora Varosa, mais propriamente do Douro... uma vez que não se consegue obter um vinho tão equilibrado se tal não for efectuado. Trata-se de um vinho complexo qb, bom para o preço que representa, mas sem deslumbrar. PVP  ~3,75€.





Espumantes Terras do Demo. Todos eles brutos. Terras do Demo Rosé. 100% produzido de Touriga Nacional. também denominado "olho de perdiz" tal a sua coloração ténue, rosada. Um espumante rosé delicado e floral, fresco, e equilibrado. Terras do Demo Branco. 100% produzido de Malvasia Fina. Cor citrina. Bolha fina e delicada. Muito fresco, com foco no lado floral e frutado da casta. Elegante e crocante, tem um final longo e persistente. Muito bem conseguido. Terras do Demo Tinto. 100% Touriga Franca. Costuma-se dizer que os espumantes tintos não são para ser apreciados por qualquer um. Precisam de comida a acompanhar e normalmente são mais agrestes. Os clássicos espumantes tintos da Bairrada da casta Baga são disso um exemplo. Mas não é este o caso. Não senti agressividade de boca. Apenas um perfil mais vínico, num conjunto estranho, é verdade, mas que fiquei curioso em provar melhor a solo, com uma comida a preceito a acompanhar. PVP dos 3 espumantes ~7,5€

Há ainda um espumante Terras do Demo Reserva Bruto, denominado "Pata de Lebre" que tem aquela complexidade dos espumantes que sofrem estágio com madeira e afins, muito bom de aromas, cor e boca quase perfeita, num nível de preço onde já existem por ventura outras referências tão ou mais interessantes.. PVP ~14.5€

Claramente um produtor de enorme qualidade e consistência ano após ano. Eu sou ávido consumidor dos espumantes Rosé e Branco. Simplesmente deliciosos, a preço acertado e sempre com o mesmo perfil. Para beber com prazer.



Sérgio Lopes

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Concurso Mundial de Bruxelas 2016: Vinhos Portugueses em Alta!

Já são conhecidos os resultados do Concurso Mundial de Bruxelas deste ano. No seguimento do furor que os nossos vinhos têm alcançado além fronteiras, Portugal alcançou um excelente resultado, naqueles que são considerados os óscares do vinho, arrecadando 357 medalhas, das quais 16 Grande Medalha de Ouro, 114 Medalha de Ouro e 227 Medalha de Prata. Muitos parabéns! Aqui fica a lista dos 16 grande medalha de ouro:

GRANDE MEDALHA DE OURO


Fortificados
BARROS PORTO COLHEITA 1974 | SOGEVINUS FINE WINES
CÁLEM PORTO COLHEITA 1961 | SOGEVINUS FINE WINES
KOPKE PORTO COLHEITA 1941 | SOGEVINUS FINE WINES
KOPKE PORTO COLHEITA 1957 | SOGEVINUS FINE WINES
KOPKE PORTO COLHEITA 1966 | SOGEVINUS FINE WINES
KOPKE PORTO COLHEITA 1978 | SOGEVINUS FINE WINES
KOPKE PORTO COLHEITA 1984 | SOGEVINUS FINE WINES
D'OLIVEIRAS MADEIRA WINES 1973 | PEREIRA D'OLIVEIRA VINHOS, LDA
D'OLIVEIRAS MADEIRA WINES 1981 | PEREIRA D'OLIVEIRA VINHOS, LDA

Mesa
BRIDÃO ALICANTE BOUSCHET 2013 | ADEGA COOP. DO CARTAXO, CRL (TEJO)
LUPUCINOS RESERVA 2013 | QUINTA DE LUBAZIM, LDA (DOURO)
QUINTA DA GAIVOSA TINTO 2011 | DOMINGOS ALVES DE SOUSA, LDA (DOURO)
QUINTA DO FRANCÊS 2013 | PATRICK AGOSTINI, LDA (ALGARVE)
QUINTA DOS MURÇAS RESERVA 2011 | ESPORÃO, SA (ALENTEJO)
VIRGO 2015 | SOC. AGR. HERDADE TORRE DO FRADE (ALENTEJO)
PAI CHÃO GRANDE RESERVA 2011 | ADEGA MAYOR, SA (ALENTEJO)

A lista dos restantes vinhos premiados pode ser consultada AQUI.

Sérgio Lopes

terça-feira, 10 de maio de 2016

Fora do Baralho: Luis Pato Fernão Pires "Tinto" 2012

Há uma ideia que recentemente tem vindo a ganhar múltiplos formatos, de recuperar a tradição antiga de vinificar uvas brancas e tintas ao mesmo tempo; se em tempos mais remotos isto acontecia porque as vinhas velhas continham em si percentagens – nem sempre aleatórias, julgo eu – de múltiplas castas misturadas, hoje em dia isso já é feito de uma forma mais definida, buscando no entanto um resultado que nos “devolva” esses vinhos de outrora, menos alcoólicos que o habitual, para consumo no ano, dia-a-dia e na maioria dos casos a qualquer hora… bons companheiros de todo o tipo de petisco, estes vinhos saem da actual norma com que habitualmente os classificamos, ao ponto de haver casos em que a própria região não os reconhece como sendo “seus”…

Depois de provarmos o Palhete 2005 do Gravato, o Pardusco Private Selection 2015 do Anselmo Mendes ou o Uivo Renegado 2015 do Tiago Sampaio ficamos com a ideia de que regra geral a uma base de uvas tintas é adicionada uma pequena percentagem de uvas brancas, conferindo-lhe estas maior frescura e uma acidez suplementar… pois com este Fernão Pires (o nome celebra o nascimento do seu neto Fernão) Luís Pato faz exactamente o oposto e a uma percentagem de 94% de uvas desta casta branca (que ganha o nome de Maria Gomes na Bairrada, de onde provém) junta 6% da “sua” Baga, numa fermentação que ocorre em conjunto por um período de 10 dias.

O suficiente para a Baga dominar o restante lote e aparecer tanto no nariz como na boca: contem com algumas notas típicas desta casta logo no aroma, como o barro molhado e até algum chocolate, e depois alguma rusticidade na boca, como de uma Baga até com mais idade (este teve edição única de 2012), ganhando uma acidez que casa muito bem com estes “traços de personalidade” tão evidentes desta casta. Para se beber ligeiramente fresco, claro, para melhor se apreciar um vinho que não chega aos 12% de álcool… não será fácil de o encontrar, mas até isso aguçará a curiosidade para quem não estará familiarizado com este “novo velho” estilo. PVP: 10€; Disponibilidade: Portus Wine Trip.

Marco Lourenço