segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Prova dos vinhos Zimbro

Manuel Pinto Hespanhol começou nos anos 80 fazendo parte de uma geração pioneira de produtores engarrafadores que constituíram um ponto de viragem no Douro. Tal como Alves de Sousa, criou uma empresa familiar que conta já com 3 gerações dedicadas à produção do Vinho. Com 23 ha de vinha na Região Demarcada do Douro, a sua missão é a obtenção de vinhos de excelência elaborados a partir de castas autóctones, as propriedades dividem-se entre a zona do Baixo Corgo e Douro Superior de onde se destaca o mais recente desafio abraçado – a Quinta do Zimbro.

A enologia está a cargo de Francisco Montenegro (Aneto). Foi por isso com natural expectativa que tivemos oportunidade de provar os seus vinhos. 


Zimbro Branco 2011
Ano: 2011

Produtor: Manuel Hespanhol

Tipo: Branco

Região: Douro

Castas: Cerceal, Malvasia Fina e Gouveio

Preço Aprox.: 4,5€

Veredicto: 6 meses em Inox. Cor citrina pálida. Aroma fino e elegante, como é característica de Francisco Montenegro. Citrinos em primeiro plano. Boca fresca e muito apelativa, de novo com finura e grande harmonia de conjunto. Final seco e muito agradável. Destaque para os apenas 12,5º de álcool, num conjunto equilibrado e harmonioso, ideal para o dia-a-dia.

Classificação: 15,5


Zimbro Branco reserva 2010
Ano: 2010

Produtor: Manuel Hespanhol

Tipo: Branco

Região: Douro

Castas: Cerceal, Malvasia Fina, Gouveio, Rabigato e Códega de Larinho

Preço Aprox.: 12€

Veredicto: Fermentação e posterior estágio de 6 meses em barricas de carvalho francês e de Leste. Cor citrina pálida. Nariz complexo e profundo. Notas citrinas de qualidade. Na boca, untuoso, fresco, estruturado, fino e com final deliciosamente apelativo e de carácter gastronómico. Muito bem conseguido, mais uma vez destacando-se os civilizados 12,5º de álcool.

Classificação: 16,5


Zimbro Tinto 2008
Ano: 2008

Produtor: Manuel Hespanhol

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Touriga Franca, Tinta Roriz, Touriga Nacional e Tinta Barroca

Preço Aprox.: 7,5€


Veredicto: Cor ruby. No nariz, sente-se a tipicidade Duriense, com notas de fruta vermelha madura e alguma especiaria dos 9 meses em cascos de madeira francesa. A boca é correcta, taninos redondos e macios, com final igualmente de média persistência. Consensual, mas sem se destacar

Classificação: 15

Em resumo, bons vinhos, a um preço cordato. Gostei especialmente dos brancos, embora não tivesse provado o Grande Reserva Tinto.

Nota: Amostras gentilmente cedidas pelo produtor ao qual agradecemos.


Sérgio Lopes

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Pai Abel Chumbado Branco 2011

Ano: 2011

Produtor: Quinta das Bageiras

Tipo: Branco

Região: Bairrada

Castas: Bical, Maria Gomes

Preço Aprox.: 23€

Veredicto: Ainda há dias tivemos oportunidade de privar com Mário Sérgio, produtor de referência da Bairrada, mais propriamente da Quinta das Bageiras. Ouvir este homem a falar é uma lição sobre o vinho e aquilo que o rodeia. E não só da região pela qual Mário Sérgio se bate, ou seja, a Bairradina. Os seus garrafeira Brancos e Tintos são já lendários e um deleite para qualquer apreciador de vinho. Distintos e com uma longevidade e capacidade de evolução singulares. Finalmente foi considerado em 2012 o produtor do ano, pela revista de vinhos. Distinção totalmente merecida.

Este Pai Abel, não passou na câmara de provadores da comissão vitivinícola da Bairrada. Mas Mário Sérgio, num grito de revolta, quiçá de alerta decidiu lança-lo na mesma, com o rótulo "Chumbado". Provocador? Não. Uma grande chamada de atenção para aqueles que agarrados a falsos paradigmas não conseguem identificar um grande vinho bairradino (ou não querem)!

O vinho é magnífico, produzido das castas bairradinas Bical e Maria Gomes, de vinhas velhas. O nome Pai Abel é uma homenagem ao seu pai.

Não é fácil escrever notas de prova sobre este vinho, pois desafia os sentidos. Ainda um jovem imberbe, está carregado de um aroma complexo e profundo, com notas florais, especiarias do contacto com a madeira usada, mineralidade, enfim... A boca é igualmente desafiante, fenomenal.  Tudo no sítio - Estrutura, acidez integrada, final super longo e de grande requinte. Interminável.

Um grande vinho, estranhamente "chumbado". Ou talvez não...
 
Classificação Pessoal: 18

Sérgio Lopes

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Terras do Anjo Branco 2011

Ano: 2011

Produtor: Quinta do Pinto

Tipo: Branco

Região: Regional Lisboa

Castas: Viognier, Sauvignon Blanc e Chardonnay

Preço Aprox.: 9,50€

Veredicto: A Quinta do Pinto localiza-se nos arredores de Lisboa, mais propriamente em Alenquer, terra de grandes vinhos e produtores, tais como Chocapalha, Monte D' Oiro ou Sant'Ana, apenas para citar alguns. È por isso de esperar sempre qualidade. Neste caso, apesar do produtor apostar em blends de castas portuguesas e francesas, o vinho provado foi o Terra do Anjo branco, feito em exclusivo das castas mais famosas de França, Viognier, Sauvignon Blanc e Chardonnay.

O resultado deste blend é curioso. A começar pelos assustadores 14,5º de álcool. Assustadores apenas no rótulo, pois o vinho apesar de intenso, encorpado e de cariz gastronómico, mantém uma acidez irrepreensível que lhe confere a frescura certa. Aromaticamente é extremamente complexo, com notas florais de fruta tropical, algum vegetal e especiarias da madeira, muito bem integrada. Termina longo e a pedir uma boa comida a acompanhar.

Seguramente vale a pena experimentar, desde já a começar neste Outono em diante. Distribuído pela Garcias Gourmet.

Nota: Amostra gentilmente cedida pela Garcias Gourmet, a quem gentilmente agradecemos.

Classificação Pessoal: 16,5

Sérgio Lopes

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Planalto Branco 2012

Ano: 2012

Produtor: Casa Ferreirinha (Sogrape)

Tipo: Branco

Região: Douro

Castas: 55% Viosinho, 20% Malvasia Fina, 15% Códega, 10% Gouveio

Preço Aprox.: 4,40€

Veredicto: Agora que o Sogrape Wine Experience está aí à porta, nada melhor do que referir este verdadeiro "clássico" produzido na "Casa Ferrreirinha". Um daqueles brancos consensuais, fáceis de descobrir em qualquer superfície comercial e que podemos levar para qualquer jantar, à confiança, pois tanto se comportará como um ótimo aperitivo, como poderá acompanhar alguns pratos mais leves.

O perfil do vinho é marcadamente elegante, com presença de fruta tropical e citrina suave e delicada. A mineralidade que apresenta confere-lhe uma boa frescura, ao que a boa estrutura e final saboroso e seco, apetece beber.

Um vinho que para além do mais é capaz de manter o seu perfil, de ano para ano. Beber novo e um pouco fresco, mas não demasiado.

Classificação Pessoal: 15,5

Sérgio Lopes

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Sogrape Wine Experience 2013



Nos próximos dias 20 e 21 de Setembro (ou noites), as Caves Sandeman, em Vila Nova de Gaia, são o palco de mais uma edição do Sogrape Wine Experience. Além das habituais provas e degustações, este ano os visitantes vão poder usufruir também da experiência Dome, um conceito inovador de prova virtual, numa viagem sensorial inédita pelos vinhos representativos das mais importantes regiões vitivinícolas de Portugal, passando por Espanha, Chile, Argentina, até à Nova Zelândia, onde a empresa está presente. 

Em prova estarão vinhos de marcas tão emblemáticas da Sogrape Vinhos como por exemplo Casa Ferreirinha, Quinta dos Carvalhais, Herdade do Peso, Mateus Rosé, Gazela, entre outros Vinhos Verdes, ou Portos Ferreira, Offley e Sandeman. Nesta ocasião, os visitantes podem também descobrir, pelas mãos dos enólogos e quem está no terreno, os vinhos da Lan (Espanha), Los Boldos (Chile), Finca Flichman (Argentina) ou Framingham (Nova Zelândia).

HORÁRIOS
Local: Caves Sandeman
Data: 20 a 21 de setembro (6ª a sábado)
Horário: Das 18h30 às 23h00
Entrada: 9€ (para viagem virtual e mais de 50 vinhos à prova)


Sérgio Lopes

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Wine Spectator atribui 97 pontos ao Croft Vintage 2011

A mais prestigiada revista de vinhos de todo o mundo, Wine Spectator, acaba de atribuir 97 pontos ao Croft Vintage 2011, melhor pontuação de sempre entre os Vintages da Croft. O vinho é descrito pelo provador da revista, Kim Marcus, como “efusivamente suculento, rico e concentrado, revelando em plenitude os sabores da amora silvestre, groselha e ameixa. Notas de chocolate e laranja perduram num final exótico e preenchido de mocca. ” 

O Croft Vintage 2011 acaba de ser lançado no mercado para venda, após um período de pré-reserva que terminou a 13 de setembro. Produzido com uvas da Quinta da Roêda, o Croft Vintage 2011 apresenta-se como um vinho de perfil frutado maduro e o perfume exótico associado ao estilo da casa Croft. 

Considerada a “Bíblia dos Vinhos”, a Wine Spectator é considerada a mais influente revista de vinhos do mundo. A pontuação acima dos 95 pontos representa a classificação máxima de vinho “Clássico”. 


Sèrgio Lopes

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Contraste Branco 2010

Ano: 2010

Produtor: Conceito Vinhos

Tipo: Branco

Região: Douro Superior

Castas: Códega e Rabigato

Preço Aprox.: 8€

Veredicto: Rita Marques é uma das mais excitantes jovens enólogas. O seu projecto Conceito (faz parte do grupo YoungWinemakers) vai muito para além do Douro Superior, com vinhos em regiões tão díspares como África do Sul ou Nova Zelândia, por exemplo. Sempre com um carácter e estilo muito próprio da enóloga - Frescura e elegância. Não deixa de ser curioso que este ano os dois brancos que mais me proporcionaram prazer e surpresa foram ambos do Douro Superior e ambos distam poucos metros um do outro - Conceito e Quinta da Sequeira. Estilos bem diferentes, mas altamente apelativos.

Tive a rara oportunidade de provar com calma quase todos os vinhos da Rita. Mas esse comentário, merecido e obrigatório, ficará para outro post, com o devido detalhe. Na altura tinha provado o Contraste 2011. Quando vi numa Mega Store de bebidas em Gaia :) o mesmo contraste, mas de 2010, ainda por cima em promoção, foi irresistível e tive de o comprar.

Este vinho origina das castas Códega (60%) e Rabigato (40%) plantadas em solo granítico. Fermentado em barrica e cuba com batônnage regular até um mês antes do engarrafamento. Trata-se de um vinho crocante, mineral e especiado. Contudo, este 2010 está ainda mais pronto, mais equilibrado, com as notas florais, citrinas e de passagem por madeira em perfeito equilíbrio. Continua com uma frescura irrepreensível, mas agora mais ligado o conjunto, com a tal mineralidade vibrante, crocante mesmo.

Belíssima evolução!

Classificação Pessoal: 16,5

Sérgio Lopes

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Duas Grandes nomeações para Portugal atribuídas pela Wine Enthusiast

A Wine Enthusiast, uma das mais influentes revistas vitivinícolas americana, com milhares de assinantes enófilos em todo o mundo, acaba de nomear Portugal em duas categorias diferentes: Região do Ano (Douro) e Adega Europeia do Ano (João Portugal Ramos Vinhos).

“A Região do Ano “

Uma das eleitas para a categoria “A Região Mundial do Ano” recaiu sobre a prestigiada Região Demarcada do Douro, pela excepcional qualidade dos recém-lançados vinhos do Porto 2011 e pelo trabalho desenvolvido nestes últimos anos com vinhos de grande destaque. O Douro concorre com outras quatro regiões : Paso Robles (Califórnia ), Rías Baixas (Espanha), Stellenbosch (África do Sul), Walla Walla ( no estado de Washington).

‘’Adega Europeia’’

Quanto à “Adega Europeia” a nomeação vai para João Portugal Ramos Vinhos. A revista refere que “João Portugal Ramos iniciou a sua carreira como enólogo no Alentejo antes de lançar a sua própria empresa no começo dos anos 90. Hoje, é um dos principais produtores de Portugal”. Concorrem a este prémio empresas tão distintas como a Axa Millésimes e Vins de Michael Gassier (França), Marqués de Riscal (Espanha) e Produttori del Barbaresco (Itália).


Sérgio Lopes

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Casa de Compostela Escolha e Alvarinho 2012


A primeira vez que visitei o produtor Casa da Compostela coincidiu com o lançamento dos 3 novos brancos: um 100% Alvarinho; o Escolha - feito de Sauvignon Blanc e Arinto; e um 100% trajadura, que penso que este ano não se fez. Pena! Em 2010  foi um ano em que a trajadura se mostrou muito bem e por isso, foi lançada por si só. A visita ocorreu portanto em 2011. Foi por isso muito interessante redescobrir os vinhos no Hipermercado Jumbo - até estavam em promoção - e prová-los de novo para verificar a sua evolução.

Casa de Compostela Alvarinho 2012 - PVP 4€

100% Alvarinho com origem em Famalicão. Relativamente à colheita de 2010 este parece-me bastante mais afinado. De cor citrina brilhante, o aroma é centrado na fruta tropical citrina, nomeadamente a toranja e a lima. Na boca, com uma acidez crocante limonada, que lhe confere uma boa frescura. Termina de agradável persistência. Esta colheita na minha opinião mostra muito mais o carácter da casta. Boa relação qualidade-preço. (15,5).

Casa de Compostela Escolha 2012 - PVP 4€

Sauvignon Blanc e Arinto. No de 2010, esta combinação surpreendeu-me pela tropicalidade extremamente apelativa, suportada nuns estrondosos 14,5º de alcool, mas que nunca aborreciam. Relativamente à colheita de 2012, creio haver maior afinação de conjunto, denotando-se um maior equilíbrio e aparecendo por ventura mais Sauvignon Blanc, com notas de espargos verdes, isto é, o carácter vegetal está bem mais patente. Perdeu um pouco do exotismo que eu atribuía a este vinho, mas ganhou em harmonia de conjunto das duas castas. Em termos de estrutura de boca, é um vinho de médio corpo e com final igualmente médio e com leve amargo. (14,5).



Sérgio Lopes

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Beyra Branco 2011

Ano: 2011

Produtor: Beyra - Vinhos de Altitude

Tipo: Branco

Região: Beira Interior

Castas: Síria e Fonte Cal

Preço Aprox.: 2,99€

Veredicto: Desde o lançamento em 2012, os vinhos Beyra destacaram-se no panorama dos vinhos portugueses desde a Beira Interior, com origem nas vinhas mais altas de Portugal, a cerca de 700 metros de altitude, da pequena aldeia da Vermiosa, concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Como curiosidade e de registar, a edição deste ano do concurso Decanter World Wine Awards distinguiu o vinho “Beyra Branco 2012” como o melhor vinho branco do norte de Portugal. Bravo!

O vinho provado, contudo, ainda foi o 2011, naturalmente cheio de vivacidade e frescura.

Feito a partir de duas castas brancas típicas da região, a Síria e a Fonte da Cal, o nariz é muito fresco e mineral, com notas citrinas e de leve vegetal. Na boca, reforçada a mineralidade e a acidez crocante limonada, num conjunto equilibrado e de final médio.

Um vinho "fácil", seco, mas que foge ao tradicional perfil dos vinhos brancos "das tropicalidades", apresentando uma diferenciação que é bem vinda, fruto do terroir, castas e altitude.

Classificação Pessoal: 15,5

Sérgio Lopes

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Luís Pato Maria Gomes Branco 2011

Ano: 2011

Produtor: Luís Pato

Tipo: Branco

Região: Beira Atlântica

Castas: Maria Gomes.

Preço Aprox.: 5.50€

Veredicto: O carismático Luís Pato, o Sr. Baga, produz este branco quase 100% Maria Gomes. No contra-rótulo para além de mencionar que o vinho é proveniente da região da "Beira Atlântica", assina o vinho como Luís Pato - Criador de vinhos. Irreverente e sempre inovador!

O vinho de cor citrina esverdeada, conta com um nariz mineral e fresco, de acidez limonada, notas vegetais e de maçã verde. Na boca, crocante e refrescante, com corpo médio e final agradável.

Simples e atractivo, mas com complexidade qb, para não ser indiferente. Para beber a solo ou acompanhando uns aperitivos.

Classificação Pessoal: 15,5


Sérgio Lopes

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Prova Régia Branco 2011

Ano: 2011

Produtor: Companhia das Quintas

Tipo: Branco

Região: Lisboa

Castas: Arinto.

Preço Aprox.: 2,80€

Veredicto: A casta arinto é uma das castas mais plantadas em Portugal, sobretudo na região dos vinhos verdes. mas não só. Variadíssimas vezes entra em lote com outras castas, em várias regiões, devido à sua excelente acidez, o que balanceia o conjunto. Contudo, em Bucelas tem um habitat privilegiado, quiçá devido à frescura atlântica da região de Lisboa. Normalmente os exemplares de Bucelas, Arinto, são sempre bem agradáveis e frescos.

Distribuído pela Companhia das Quintas e proveniente da Quinta da Romeira, o Prova Régia apresenta uma cor amarelo palha. O nariz é predominantemente citrino, com evidência limonada, leve tropicalidade e carácter mineral que se confirma na boca. De estrutura média, é sobretudo fresco e com final agradável.

Fresco, versátil, consensual, a baixo preço e muito fácil de encontrar no retalho. Comprar!

Classificação Pessoal: 15


Sérgio Lopes