domingo, 30 de outubro de 2011

Meandro 2008

Ano: 2008

Produtor: Francisco Olazabal & Filhos, lda..

Tipo:
Tinto

Região: Douro

Castas: 35% de Touriga Franca, 25% de Touriga Nacional, 25% de Tinta Roriz, 5% de Sousão, 5% de Tinta Amarela e 5% de Tinto Cão.

Preço Aprox.: 10€

Veredicto: Francisco Olazabal é o enólogo responsável pelo superlativo Quinta do Vale Meão, cujo preço de cerca de 60€, é proibitivo para a maioria das bolsas dos portugueses, ainda para mais em tempos de Troika e afins... Felizmente, existe um segundo vinho proveniente da quinta designado Meandro do Vale Meão, cuja relação preço/qualidade é invejável - cerca de 10€.

Feito à base de Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz, juntamente com pequenas quantidades de Sousão, Tinta Amarela e Tinto Cão, é um vinho que passa por madeira de 3º e 4º anos, apenas para lhe realçar as suas qualidades, tendo sido posteriormente engarrafado em Junho de 2010.

Trata-se de um vinho de cor ruby carregada. No nariz, o aroma é complexo. Apresenta evidências de fruta muito madura (ameixa, amora), especiarias, algum toque balsãmico e notas de chocolate. Na boca, é muito fresco e elegante. Taninos suaves num conjunto harmoniozo. Tem estrutura e corpo, é um vinho intenso, com notas de pimenta que ficam na língua, frutado, com final de persistência longa, crocante, terminando algo seco.

Gastronómico, com excelente relação qualidade/preço, mantendo a bitola de qualidade de ano para ano. Guardar (se possível) algumas garrafas para apreciar a sua evolução. Uma escolha sempre segura.

Classificação Pessoal: 16,5

Sérgio Lopes

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Prova Quinta Nova em Serralves


Decorreu nos passados dias 23 e 24, na casa de Serralves, no Porto, o evento intitulado "Grand Tasting Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo and Friends 2011".

O evento consistiu numa grande prova de vinhos do Douro, Quinta Nova, acompanhada por produtos gourmet fora de série: Gelados Artesanais, Chocolates Gourmet, Presunto Pata Negra e Queijos Tradicionais.

Tivemos o privilégio de passar por lá no domingo e provamos a gama de vinhos Quinta Nova, nomeadamente:

- Pomares Tinto
Entrada de gama, elaborado como porta de entrada em mercados nacionais e internacionais.

- Grainha Reserva Branco
Vinho com elevada complexidade aromática, excelente acidez, estrutura delicada e tosta bem integrada.

- Grainha Reserva Tinto
Vinho onde a fruta madura combinada com o tostado das barricas, apresenta um resultado harmoniozo, num final persistente e bem agradável.

- Quinta Nova Unoaked
Um vinho sem madeira, muito fresco e directo. Ao que nos foi dito, solicitado quase especificamente para um determinado mercado internacional.

-Grande Reserva Tinto
17 meses em madeira e 6 meses em cave.  Aqui entramos noutro patamar, num vinho com aroma forte, corpo denso, pleno de frutos maduros e com um final longo e cheio de finesse.

- Grande Reserva Touriga Nacional
17 meses em madeira e 6 meses em cave. Um monocasta poderoso, com muito para dar. para já numa fase ainda muito jovem , mas cheio de carácter e potencial.

- Grande Reserva Referência Tinto
Vinha velha e tinta roriz, 16 meses em madeira e 7 meses em cave. Complexidade aromática, grande densidade e final muito longo. Puro veludo!

Todos os vinhos têm uma linha mestra muito identificativa da Quinta Nova e sobretudo nota-se o traço de elegância e finesse, da mão de Francisco Montenegro, o enólogo responsável.

Provamos igualmente um vinho do Porto denominado Clã, elaborado para captar o consumidor mais jovem e ainda o LBV de 2007 e o vintage de 2009. Ambos muito bons, mas destaque para o vintage de 2009, explosivo na boca, cheio de fruta. Tinha sido engarrafado muito recentemente.

Foi uma prova muito agradável e informal, a qual agradecemos o convite e o privilégio de participar.


Sérgio Lopes

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Bétula 2010

Ano: 2010

Produtor:
Catarina Montenegro (Quinta do Torgal)

Tipo:
Branco

Região: Douro

Castas: Viognier (50%), Sauvignon Blanc (50%).

Preço Aprox.: 12 a 15€

Veredicto: Antes de mais, pedir desculpa aos leitores deste blogue, pela falta de actualização do mesmo, que se deve fundamentalmente a uma mudança súbita de funções a nível profissional, que tem ocupado imenso tempo. Vamos tentar voltar à normalidade, tentando actualizá-lo com maior regularidade.

Regressamos com a nova colheita do vinho Bétula Branco, produzido pela Catarina Montenegro, na Quinta do Torgal, freguesia de Barrô. O enólogo responsável é o talentoso Francisco Montenegro, sendo que este Bétula estagia lado a lado com os famosos Anetos, na mesma adega. Na visita que efectuamos à Sobredos (Anetos), tivemos oportunidade de provar amostras de Viognier em barrica e de Sauvignon em Inox, castas que compõem em partes iguais este vinho e pudemos ter uma ideia do que iria ser o resultado final.

A principal diferença para o Bétula 2009 é o facto de possuir menos um grau de álcool, ou seja, apenas 12,5º, o que o torna ainda mais "fácil" de beber e com potencial de envelhecimento. Mantém o perfil característico, sendo que está ainda mais afinado que o do ano passado.

De cor amarelo palha, o aroma é complexo, muito fresco e elegante, com notas de frutos tropicais, fundo citrino, flores e algum vegetal.  A tosta da madeira está muito bem integrada e quase não se sente. Na boca, confirma-se a frescura e mineralidade, sendo um vinho que apresentando a finesse característica de Francisco Montenegro, é encorpado e bastante aveludado, redondo. Apresenta uma bela acidez que prolonga o final de boca muito agradável e persistente.

Gastronómico e versátil, tudo em perfeita harmonia, como é hábito no Francisco.

Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor.

Classificação Pessoal: 17

Sérgio Lopes

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Kopke Vintage 1985

Ano: 1985

Produtor: C. N. Kopke

Tipo: Vintage

Região: Douro

Castas: Tradicionais do Douro.

Preço Aprox.: 50€

Veredicto: Numa prova organizada na wine o'clock, provamos diversos Portos Kopke, ficando para o final este vintage 1985, do qual adquiri uma garrafa. Por alturas do meu casamento e com convidados em casa, alguns deles franceses, logo destinatários do nosso Vinho do Porto, decidi abrir a garrafa para partilharmos a experiência. A rolha estava um pouco com bolor, o que me assustou um pouco. Mas após decantação cuidada e arejamento devido, servi-o e felizmente estava em forma!

A cor apresentada já não é uma cor ruby carregada, o que indicia estar no período de transição. São cerca de 25 anos dentro de uma garrafa! O aroma continua lá com a fruta ainda bem presente mas apresenta já aromas terciários. Na boca, a sensação continua, mantendo uma frescura invejável, um óptimo volume de boca, encorpado e harmonioso, embora com grande fineza e um final de enorme persistência.

Um vintage cheio de carácter, que se encontra ainda em transformação mas que está pronto a beber com enorme prazer, embora poderá igualmente ser guardado por uns bons anos, oara verificar a sua evolução.

Classificação Pessoal: 17,5

Sérgio Lopes

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Luís Pato Baga Tinto 2007

Ano: 2007

Produtor: Luís Pato.

Tipo:
Tinto

Região: Beiras

Castas: Baga (85%), Touriga Nacional(15%).

Preço Aprox.: 4,5€

Veredicto: Experimentei este vinho num jantar em casa de amigos, harmonizado com umas entradas, nomeadamente patés e queijos e acabou por se prolongar pela refeição, embora não durasse muito... Tivemos que abrir outro vinho, pois só havia uma garrafa. Ao olhar para a frente do rótulo está escrito "baga", mas quando lemos no verso, aparece mencionado que o vinho é produzido a partir de Baga e Touriga Nacional. Fiquei intrigado. Afinal é ou não um monocasta Baga? Contactei o produtor que me explicou o seguinte:  Como sabe a lei europeia permite que um vinho varietal contenha até 15% de outras variedades (nos USA vai até aos 20%). Assim este vinho é varietal BAGA porque contem 85% dessa casta, sendo que os restantes são de uma uva única a Touriga Nacional. Na colheita de 2008 encontrará a indicação de Baga + Touriga Nacional no rotulo frontal porque 60% são de Baga e os restante 40% são desta ultima casta.

Fiquei completamente esclarecido. E sendo um entrada de gama, não tem qualquer passagem por madeira.

De cor ruby de média intensidade, no nariz apresenta aromas a alguns frutos vermelhos e alguma especiaria (talvez chá). Na boca, apresenta um volume médio e final agradável e de média persistência, terminando algo seco. No fundo este vinho, mostra a identidade da Baga, sem ser agreste a nível de taninos, logo muito acessível e que se bebe com agrado.

Luís Pato é considerado o homem que "domou" a Baga, por isso este exemplar é fácil e muito agradável de se beber a um bom preço.

Classificação Pessoal: 15

Sérgio Lopes

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Kopke Tinto 2008

Ano: 2008

Produtor: C. N. Kopke e Cª Lda.

Tipo:
Tinto

Região: Douro

Castas: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca e Tinto Cão.

Preço Aprox.: 4,5€

Veredicto: A versão tinto do colheita Kopke, que para além dos vinhos do Porto, desde 2005 tem apostado em vinhos de mesa, dos quais para além dos colheitas branco, tinto e rosé, comercializa igualmente as versões reserva tinto e branco. Normalmente, os colheita Kopke são vinhos consensuais e acessíveis e este tinto de 2008 não foge à regra.

Trata-se de um vinho de cor ruby. No nariz, apresenta aromas a frutos vermelhos (ameixa e cereja), com notas de cacau e especiarias. Na boca, apresenta-se equilibrado, de média complexidade / estrutura, com taninos suaves, leve toque vegetal, revelando um final de agradável persistência, fresco e harmonioso.

Um vinho consensual, que embora não seja muito complexo, se torna uma escolha possível para o dia a dia.

Classificação Pessoal: 15

Sérgio Lopes