segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Em Prova: Dona Maria Touriga Nacional 2013


Provei este vinho na visita que efetuei o ano passado, ao Alentejo de Júlio Bastos, entre tantas outras "coisas" boas provadas. Grande visita! Novamente, provada, agora um ano depois, acompanhou lindamente uma feijoada de casulas, feijão seco característico de trás-os-montes e que a "sogrinha" tão bem produz, na sua horta em Foz Coa. O vinho é um Touriga Nacional, 100%, com um ano de barrica nova. Perfil elegante e frutado, com um aroma perfumado de bergamota, taninos suaves e bom volume de boca, num corpo redondo e de final médio-longo. Um daqueles vinhos que dá prazer a beber a uma qualquer mesa, fresco e gastronómico. PVP: 15€. Disponibilidade: Garrafeiras.

Sérgio Lopes

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Em prova: Vinhas Improváveis Reserva Tinto 2014


Vinho produzido por Raul Riba D'Ave, da Direct Wine, proveniente do Douro Superior, de vinhas novas. O nome provém do facto de estas vinhas novas serem improváveis, na medida em que é pouco explicável que uma primeira colheita de uma vinha dê um vinho pleno de fruta de qualidade e que alie uma surpreendente concentração e potência. Provado às cegas a seguir a um Chriseia 2015, deu luta e surpreendeu todos os presentes. Gastronómico, tem 15º de alcool mas a sua acidez não o faz o sentir. O resto, o tempo vai equilibrar. Desde já, dá um enorme prazer e mostra-se surpreendente. PVP. 13,90€. Disponibilidade: Garrafeiras.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Da minha cave: 2 tintos, duas Tourigas, de António Narciso

          

Recupero, com este post, a memória de dois tintos produzidos pelo enólogo António Narciso, de dois produtores do Dão, que são por ventura menos conhecidos, mas que quem tiver a oportunidade de provar, vai ficar agradavelmente surpreendido. O projecto Fonte de Gonçalvinho, de Paranhos da Beira, foi precocemente interrompido devido a uma tragédia familiar. Este Touriga Nacional, de 2010 é a imagem da produtora, Christelle, que sempre procurou um Touriga Nacional "bonito" e perfumado. Não sendo muito estruturado, é-o qb, capaz de agradar de uma forma geral, com uma complexidade acima da média e cujo lado aromático o torna extremamente apelativo. Está num excelente momento de prova. O Barão de Nelas ainda disponivel no mercado, com colheitas mais recentes, mostra nesta colheita de 2007, uma saúde invejável, cheio de frescura, elegante, com fruta e um toque vegetal e especiado. De corpo médio, porta-se muito bem à mesa e dá muito prazer, mais de 10 anos depois. Dois exemplos de vinhos longevos, de dois vinhos produzidos no Dão, com Touriga Nacional, a preços convidativos e capazes de agradar de uma forma geral. 

Sérgio Lopes

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Em Prova: Anselmo Mendes Parcela Única 2015


Poduzido por Anselmo Mendes, o Sr. Alvarinho, é portanto, um branco 100% feito de alvarinho, proveniente de uma só parcela (com mais de 20 anos de idade), com o objectivo de produzir um vinho, que revele a pureza da casta. Fermenta em barricas novas de carvalho francês, de 400 litros e estagia nas mesmas, durante 9 meses, sobre borras totais.

Aspetos técnicos à parte, dizer que estamos na presença de um vinho branco de nivel mundial. Muito fino e cheio de classe, forte mineralidade, com uma grande estrutura e acidez que lhe conferem uma enorme profundidade. É muito elegante e longo, conjugando a delicadeza sublime com uma boca enorme. Precisa de tempo, mas este 2015 está tão, tão bom, que é difícil resistir desde já. Repito, um vinho de nível mundial, capaz de se bater lá fora de igual para igual. Tem coleccionado menções honrosas cá dentro e lá fora e percebe-se o porquê. A apologia da elegância, com um nervo impressionante. PVP: 24€. Disponibilidade: Garrafeiras.

Sérgio Lopes

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Em prova: Casa de Paços Loureiro 2017

É o primeiro vinho que provo de 2017. Um branco, feito totalmente da casta Loureiro, proveniente da Casa de Paços. Trata-se de um vinho que em Portugal é maioritariamente vendido na restauração e cuja quase totalidade da produção é destinada à exportação, sendo o mercado prioritário o Japão, para onde foi concebido para chegar a tempo do Beaujolais Nouveau e também para o mercado Alemão. 

Em termos de vinficação, a fermentação é interrompida mais cedo, o que corresponde, na prática, quantidade de açúcar residual maior do que o normal. 

O resultado é um vinho onde existe alguma sensação de doçura, mas surpreendentemente balanceado por uma grande acidez, que o torna muito equilibrado. O resto é dado pela casta Loureiro, com os aromas florais, sobretudo de flor de laranjeira, a tornar o vinho extremamente apelativo. Uma curiosidade, muito saborosa! 

PVP: 5€. Disponibilidade: Restauração.

Sérgio Lopes

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Em Prova: Herdade do Cebolal Branco 2016

A Herdade do Cebolal está localizada na costa Alentejana, a 10 km do mar e a 20km da histórica cidade de Santiago do Cacém. Luís Mota Capitão é o enólogo responsável pelo projeto e quando herdou a propriedade, onde já se produzia vinho há cerca de 120 anos, quis honrar a memória do seu avô e retomar a produção do vinho. Os brancos dos anos 90 que orgulhosamente apresenta em provas, mostram a longevidade do projecto e da região. O Herdade do Cebolal 2016 é um branco, produzido de Fernão Fires e Arinto e nas palavras do jovem produtor, pretende ter essa longeviadade Para já mostra-se fresco e floral, ainda muito jovem, com um lado salino que lhe confere uma certa graça. Gastronómico qb, precisa de tempo para as duas castas se casarem. Comprar, beber e ir guardando. Um vinho da costa vicentina, (que curiosamente pertence à região demarcada da Peninsula de Setúbal) com a frescura e maresia característica da zona. Interessante. PVP: 8,90€. Disponibilidade: Garrafeiras.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Em Prova: Vila Rachel Reserva Tinto 2011


A Quinta Vila Rachel é uma propriedade familiar fundada em 1880 pelo famoso escultor Teixeira Lopes, casado com Rachel de Meireles, que dá assim o nome à quinta. Apesar da escrita muito anterior ao acordo ortográfico, lê-se "Raquel". 

A quinta situa-se sobre o Vale do Tua, muito próximo das margens do rio Douro, sendo constituída por 5 vinhas em altitudes diferentes, que produzem uvas, em modo de agricultura biodinâmica. 

Provamos o Vila Rachel Reserva Tinto, de 2011, ano mítico no Douro.

Trata-se de um vinho bem desenhado, com aromas ricos e complexos, onde predominam a fruta vernelha e preta, algum chocolate e um toque leve especiado. A boca é elegante e aveludada, com taninos suaves. Tem corpo e uma belíssima acidez e um certo polimento que o atira para um lado duriense menos extraido e quiçá, mais internacional. Enologia a cargo de Jean-Hugues Gros, num vinho tinto bastante atractivo.

PVP: 13,5€. Disponibilidade: Restauração.

Sérgio Lopes

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Da minha cave: Valdarcos Garrafeira Tinto 1990

As caves Valdarcos são uma instituição, entretanto desaparecida, que na segunda metade do século passado constituiu uma referência na Bairrada, produtor de vinhos, clássicos da região, da casta Baga, é claro. 

Tive a felicidade de provar, há uns dias, o Caves Valdarcos Garrafeira 1990, que me foi oferecido, no meu aniversário. Estamos a falar de um vinho com quase 30 anos... E se há casta que aguenta a passagem do tempo é a Baga. 

O vinho ainda está vivo e pasmem-se, até tem alguma fruta. Decantei-o e com o passar do tempo foi evoluindo rapidamente, como é apanágio dos vinhos com bastante idade. Mas sempre diferente de copo para copo, com as consequentes notas de evolução (couro, algum animal, terroso), contudo elegante e com frescura. 2500 garrafas de um vinho com apenas 12º de alcool.

Foi o melhor vinho que provei? Não. Mas estava em forma e acompanhou muito bem uns grelhadinhos.  Foi uma bela experiência. 

Sérgio Lopes

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Arena de Baco: Prova vertical dos vinhos Sem Igual e Vale dos Ares

Decorreu no passado dia 03 de Fevereiro, uma prova vertical 2012 a 2016, dos vinhos Sem Igual e Vale dos Ares, vinhos de João Camizão e Miguel Queimado, respetivamente. Para quem não conhece, ambos fazem parte dos Vinho Verde Young Projects, grupo constituído por 4 jovens produtores (os restantes dois são Cazas Novas e Quinta de Santiago) que juntam esforços e pretendem demonstrar que a região dos vinhos verdes é uma região, sobretudo, de grandes brancos! E como previsto, esta prova veio confirmar a qualidade de ambos os projectos, com todos os vinhos a darem boa prova, com naturalmente alguns destaques. Os vinhos foram sendo servidos dois a dois, do mais recente para o mais antigo, sempre superiormente harmonizados pela fantástica comida de conforto do restaurante o Brasão, em Felgueiras.



O projecto Sem Igual faz jus ao seu nome, pois produz vinhos verdes diferentes, desde logo a começar pela combinação de castas - Azal e Arinto, que conferem ao vinho uma generosa dose em partes iguais de nervo e corpo, sempre amparados por uma enorme frescura. São vinhos que quando novos apresentam-se até um pouco austeros, mas que com o tempo vão crescendo imenso, demonstrando grande longevidade - capacidade de evolução bem patente na prova vertical que tivemos o privilégio de fazer. Destaco o 2012, com uma evolução deliciosa e que acompanhou perfeitamente a sobremesa, o 2015, que aprecio particularmente pelo lado contido e alguma untuosidade e finalmente o 2016, que está cheio de nervo e força, com uma garra enorme e a prever-se provavelmente como uma das melhores colheitas de sempre. Muito novo, lá está, mas a dar grande prova desde já.

        

 O projecto Vale dos Ares é proveniente da sub-região de Monção e Melgaço, feito 100% de Alvarinho, naturalmente, onde tem a sua expressão máxima. Embora num registo um pouco mais frutado que o Sem Igual, são Alvarinhos sérios, fiéis à casta, procurando ser mais frescos e minerais, vinhos com nervo e personalidade. Da prova vertical, percebeu-se a influência do ano em ambos os projectos e a procura da definição do perfil, em particular no Vale dos Ares. Contudo, 2012, a primeira colheita, foi também um dos meus destaques - o exemplo perfeito de um Alvarinho com boa evolução, mas sem perder a frescura. Adorei. Destaco igualmente o 2016, num perfil mais consensual, mas nunca se socorrendo da tropicalidasde fácil. Pelo contrário, é fiel à casta, sério qb, citrino e muito agradável. Finalmente o Vale dos Ares Limited Edition, 2015, único vinho com estágio em barrica. Muito interessante, com a madeira ainda em evidência, mas cheio de nervo. Para guardar mais um par de anos. 

        

Para breve, estão preparadas algumas novidades por parte de ambos os produtores, como um espumante Sem Igual, de bolha muito fina, ainda a ganhar complexidade com o tempo de estágio em cave, e a nova aposta, no Vale dos Ares, por "vinhos de parcela" com estágio em barrica usada. O Single Vineyard que sairá no final deste ano e do qual serão produzidas apenas 600 garrafas está maravilhoso, cheio de classe, entrando directamente para a primeira liga dos Alvarinhos!

Sérgio Lopes

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Em Prova: Casa de Paços Arinto Reserva 2016

Vinho branco 100% composto da casta Arinto, proveniente da Quinta da Cotovia, em Barcelos. Criado em 1999, contudo, só é produzido nos anos em que se reconhece a elevada qualidade da casta. Fermenta e estagia em barrica  nova, por 8 meses, sobre borras finas. Provada a colheita mais recente no mercado, a de 2016, o vinho está ainda bastante jovem. 

Nariz fresco, cítrico e com notória presença da madeira (alguma baunilha). Na boca é untuoso e com uma belíssima acidez que lhe confere frescura, Precisa de tempo para se encontrar em todas as suas componentes, sobretudo na integração da madeira. 

Um vinho verde de registo diferente, com bom corpo e aptidão para a mesa, a um preço competitivo.  Para beber e guardar. PVP: 6,5€. Disponibilidade: Restauração

Sérgio Lopes

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Em Prova: Soalheiro Primeiras Vinhas 2016


Tenho bebido muitos brancos da casta Alvarinho, que é uma casta maravilhosa, e que atinge o seu expoente máximo em Monção e Melgaço. Soalheiro, é seguramente sinónimo de Alvarinho (foi a primeira marca de Alvarinho em Melgaço e um dos primeiros produtores portugueses de Alvarinho) sendo que o Soalheiro Primeiras Vinhas é proveniente das vinhas mais antigas da propriedade (com mais de 40 anos). Honra lhe seja feita à consistência ano após ano e enorme qualidade. Aroma elegante, fino e complexo, corpo untuoso, mineral e fresco, final delicioso, longo e que apetece repetir. Um vinho que evolui muito bem em garrafa. O 2016 está particularmente fresco (fruto do ano) e algo contido, mas já a dar muito prazer. Para ir bebendo. PVP: 15€ Disponibilidade: Garrafeiras.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Em Prova: Muros Antigos Escolha 2016


No passado fim-de-semana, aproveitando a promoção de 25% no hipermercado Continente, voltei a este vinho. Decidi trazer uma garrafa para casa. Não é que o desconheça, pelo contrário, mas as escolhas são tantas que por vezes fica difícil focar em determinados vinhos de qualidade comprovada. É o caso deste vinho, Muros Antigos Escolha 2016 é um "verde" de Anselmo Mendes na sua concepção e de Constantino Ramos na execução. Tem tudo aquilo que esperamos de um vinho para consumo regular, dia-a-dia: Leve, fresco, frutado, equilibrado - com uma leve doçura amparada por uma belíssima acidez, pouco alcool (12º) e ainda é companheiro à mesa, se assim o entendermos. Tudo isto abaixo de 5€. Nice!. PVP: 4,60€. Disponibilidade: Grandes Superfícies.

Sérgio Lopes

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Em Prova: Sem Igual Branco 2016

Não é segredo para ninguém que sou um fã incondicional do trabalho de João Camizão, de quem tenho o privilégio de ser amigo. 

Nova colheita no mercado, a de 2016 do seu vinho Sem Igual (chama-se mesmo assim) embora o produtor ainda esteja a vender a colheita de 2015, pois este vinho precisa de tempo de garrafa para se encontrar.  

Contudo, tenho de destacar a colheita de 2016 que começa agora a mostrar-se, timidamente, é certo, mas prevendo um futuro promissor. 

O tal "mix" de Arinto a contribuir com o corpo e estrutura, e o Azal com a elegância e o nervo está agora a aparecer. 

Provei-o de novo no passado fim-de-semana e está cheio de força, mineral, tenso, longo, muito muito fresco. Vou reforçar o stock, para ir bebendo e guardando. tal como fiz com a colheita de 2015. 

Prevê-se uma colheita de 2016, de facto sem igual! PVP: 13€. Disponibilidade: Garrafeiras

Sérgio Lopes

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Em Prova: Meandro Tinto 2015


O cartão de visita da Quinta do Vale Meão, o Meandro, muitas vezes é secundarizado, face ao vinho emblemático da Quinta, que é um dos mais conceituados quer dentro de portas, quer lá fora. O certo é que o Quinta do Vale Meão tem subido de preço vertiginosamente (fruto dessa qualidade), enquanto o Meandro se continua a posicionar ali a rondar os 10€, mantendo a consistência ano após ano e permitindo uma boa guarda. O 2015 provado este fim-de-semana tem fruta, o calor do Pocinho (Douro Superior), o carácter gastronómico, mas também uma acidez e elegância que o tornam muito apelativo desde já. Desapareceu num ápice. Para comprar, beber e guardar. PVP: 12€. Disponibilidade: Grandes Superfícies.

Sérgio Lopes

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Em Prova: Xisto ilimitado Tinto 2014


Confesso que quando provei este vinho pela primeira vez, passou-me um pouco lado. Mais tarde, numa grande superfície, comprei-o a bom preço e voltei a prová-lo. Desta vez à mesa. Com comida é outra coisa! Produzido por Luís Seabra, o vinho tem o perfil que o enólogo / produtor tanto aprecia - pouco alcool (12,5º), pouca extracção, mas uma boa acidez / corpo e um pendor gastronómico como os bons tintos do Douro apresentam. Os vinhos de Luis Seabra não são vinhos consensuais e representam uma tendência contrária à dos vinhos do Douro dos últimos 20 anos. Eu, deste vinho, gosto, pois é leve, sem ser no mau sentido. E dá grande prazer. PVP:12,5€. Disponibilidade: Garrafeiras.

Sérgio Lopes