domingo, 30 de maio de 2021

Em Prova: António Madeira Rosé 2018


António Madeira é um dos grandes vignerons de Portugal e do Dão. Pouca intervenção e respeito total pelo terroir, com doses mínimas de sulfuroso, fazem dele um caso sério e quiçá único na região. Na última edição do simplesmente... vinho fiquei também simplesmente... rendido aos seus vinhos. Frescos, minerais, honestos, de um homem que trabalha em prole da região

Este rosé é um field blend de vinhas com mais de 50 anos. Sem adição de sulfuroso na fermentação. É mais parecido com um tinto leve do que com um rosé - nada contra, antes pelo contrário. Um perfil mineral, super fresco, com a fruta amparada por notas de fermentação e um gozo enorme a beber. Para a mesa e para se acabar a garrafa até ao fim. De 2018 e está aí para as curvas... pvp 13eur.


Sérgio Costa Lopes

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Em Prova: Quanta Terra Branco 2017

 
Quanta Terra é sinónimo da gama alta do projecto duriense encabeçado pela dupla Celso Pereira / Jorge Alves . Uma referência incontornável no panorama vinico português.
 
O Quanta Terra Branco 2017 é feito de Viosinho e Gouveio, de vinhas de altitude, do Planalto de Alijó. 12 meses de estágio em barrica. O resultado é um vinho contido de aroma, mas muito complexo com notas levemente citrinas, minerais e fumadas. A boca apresenta um otimo corpo, com cremosidade, alguma gordura, barrica bem integrada, terminando elegante e longo. Um clássico duriense que evolui muito bem em garrafa. PVP: 25€


Sérgio Costa Lopes

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Em Prova: Quanta Terra Grande Reserva Tinto 2015

 
Quanta Terra é sinónimo da gama alta do projecto duriense encabeçado pela dupla Celso Pereira / Jorge Alevs . Uma referência incontornável no panorama vinico português.
 
O Quanta Terra Grande Reserva Tinto 2015 é feito de Touriga Nacional, Sousão e Touriga Franca, provenientes do Vale do Tua. 18 meses em barrica. Um belíssimo tinto Duriense com muitos anos pela frente. O perfil é algo clássico com fruta madura no nariz e a mostrar o calor da terra de onde provém. Porém, na boca a fruta assume uma expressão deliciosa, apresentando-se potente, com taninos firmes mas finos e um final bem longo e a pedir comida, sem imposição da barrica ou qualquer sobrematuração. Para ir bebendo e guardando. Muito bem. PVP:25€.

Sérgio Costa Lopes

terça-feira, 25 de maio de 2021

Em Prova: Paxá Sauvignon Blanc 2019

Vinho algarvio feito com a casta francesa Sauvignon Blanc. Bebido no restaurante O Horta em Olhão por sugestão do funcionário. E é tão bom quando para variar te sugerem vinho local para acompanhar a tua refeição... devia ser assim.

Quanto ao vinho, apresenta marcadores da casta, nomeadamente alguma fruta tropical e relva cortada. Mas não em exagero. A boca mostra um perfil com frescura qb e um final com travo de fruta "doce" equilibrado por uma acidez competente. 

Cumpriu bem o seu papel à mesa, com as ameijoas e o lingueirão (melhor) e continuou bem para a deliciosa espetada de tamboril.

Um vinho apelativo, bem desenhado e capaz de agradar seguramente um público alargado. Boa surpresa. Pvp 7,5eur.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Em Prova: Herdade Aldeia de Cima Garrafeira Branco 2019

 

Garrafeira é um termo bastante antigo, que em Portugal nasceu no Dão e na Bairrada, utilizado para vinhos mais especiais, aqueles que eram para serem envelhecidos em garrafa. Os Garrafeira passaram, depois, a integrar a legislação de alguns vinhos em Portugal, sendo uma menção apenas reservada aos vinhos de topo. No Alentejo um garrafeira deve obedecer a um estágio mínimo de 12 meses para os brancos - dos quais pelo menos seis em garrafa de vidro - e, no caso dos tintos, um estágio mínimo de 30 meses - dos quais pelo menos 12 meses em garrafa de vidro.

Este Herdade da @aldeiadecima garrafeira branco é pois uma elevação dessa categoria, (ainda) com pouca expressão no Alentejo.

Feito com 70% Antão Vaz, 25% Arinto e 5% Alvarinho, fermentados e estagiados em Balseiro (tonel) novo de Carvalho Francês de 3000l durante 9 meses,seguidos de mais 10 meses em garrafa.

O resultado é um grande vinho branco, de presente, mas sobretudo de futuro. A opção por Balseiro marca muito menos o vinho no que à madeira diz respeito, conferindo tensão e cremosidade. O tempo em garrafa dá-lhe profundidade e mostra-se já apto a beber, embora se preveja uma otima evolução. A um nariz muito delicado mas profundo, segue-se um boca volumosa e com uma excelente acidez, terminando longo. Um branco de classicismo alentejano mas com uma elevada dose de sofisticação. Pvp 42eur

Parabéns aos enólogos @jorge_alves_wine
e @Antoniomiguelcavalheiro

Um projeto pensado de raiz pela @luisa_amorim1973 com um presente e futuro radiantes.


Sérgio Costa Lopes

domingo, 23 de maio de 2021

Em Prova: Herdade Aldeia de Cima Reserva Branco 2019

 
Novíssima edição deste vinho proveniente da Vidigueira, produzido integralmente pela primeira vez na adega da Herdade @aldeiadecima . É muito provavelmente a melhor edição até agora desta referência.

Elaborado a partir das castas Antão Vaz 45%, Arinto 45% e Alvarinho 10%, o lote Arinto- Alvarinho foi colocado a fermentar em cubas de cimento Nico Velo. Paralelamente, o mesmo processo era levado a cabo para o Antão Vaz em barrica de carvalho francês de segundo uso de 500l. A assemblage foi feita um mês mais tarde nas Nico Velo n.º 14 e 15.

Nariz complexo com notas florais, cítricas e de fruta madura - aportadas pelas castas e alguma mineralidade. Boca cheia, com densidade e largura, mas sempre em elegância e com algum requinte. Redondo, termina longo, com acidez equilibrada, resultando num bom companheiro à mesa. Pvp bem justo a rondar os 15eur. Considero até que oferece bem mais do que outros brancos do mesmo nível de preço. Muito bem.


Sérgio Costa Lopes

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Em Prova: Herdade da Lisboa Trincadeira 2019

Situada nas proximidades da Vidigueira, a @herdadedalisboavidigueira foi adquirida pela família Cardoso em 2011 e desde então tem vindo a ser objeto de elevados investimentos. A marca principal é bem conhecida - Paço dos Infantes, que é agora resgatada. A enologia está a cargo de @ricxarepe.
Surge também uma nova gama, de topo, com o mesmo nome da propriedade, assumindo-se como uma coleção premium de vinhos varietais, edições limitadas e exclusivas do melhor de cada casta, em cada ano.
Para a estreia da gama, a Herdade da Lisboa apresenta o branco Viognier 2019 e o tinto Trincadeira 2019. Os dois vinhos são vendidos num conjunto com uma caixa muito apelativa e bonita, a um pvp global de 56eur.
O Herdade da Lisboa Trincadeira 2019 está delicioso. Fermentação e estágio em barricas novas de carvalho francês por 12 meses. O registo é o de fruta fresca muito limpa, viva e bonita em paralelo com notas vegetais. Na boca resultam taninos aveludados, muita frescura, barrica bem integrada, corpo médio, elegante e um final sumarento e muito guloso, que o torna irresistível. Os 14 graus que estão bem integrados, tornam-o bem "perigoso". Um grande vinho!
Bem gastronómico e belo exemplar da expressão da casta, de forma surpreendente. Muito bem.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Em Prova: Herdade da Lisboa Viognier 2019

Situada nas proximidades da Vidigueira, a @herdadedalisboavidigueira foi adquirida pela família Cardoso em 2011 e desde então tem vindo a ser objeto de elevados investimentos. A marca principal é bem conhecida - Paço dos Infantes, que é agora resgatada. A enologia está a cargo de @ricxarepe.
Surge também uma nova gama, de topo, com o mesmo nome da propriedade, assumindo-se como uma coleção premium de vinhos varietais, edições limitadas e exclusivas do melhor de cada casta, em cada ano.
Para a estreia da gama, a Herdade da Lisboa apresenta o branco Viognier 2019 e o tinto Trincadeira 2019. Os dois vinhos são vendidos num conjunto com uma caixa muito apelativa e bonita, a um pvp global de 56eur.
O Herdade da Lisboa Viognier 2019 é um vinho surpreendente. Fermentado em barrica nova e com estágio de 6 meses é tudo menos o que estaríamos à espera de um viognier no Alentejo (zona quente). Longe do lado pesado e meloso, este vinho posiciona-se no extremo oposto, num registo mineral, fresco e com um equilíbrio notável. Nariz com lado floral e de fruta branca (melão/meloa). Boca com ligeira untuosidade, barrica bem integrada, acidez presente mas equilibrada, final longo e muito saboroso. Que grande estreia. Provavelmente o melhor Viognier português.
Bem gastronómico e belo exemplar da expressão da casta, de forma surpreendente. Muito bem.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Em Prova: Lilipop Branco 2020

Nova edição de um vinho branco que merece todo o destaque. Proveniente da @quintadetourais .

Composto por Viosinho que fermentou em ânfora de barro, com maceração de uma semana. Os outros 50% fermentaram e estagiaram 6 meses em barrica de carvalho (Rabigato, Gouveio e Esgana Cão)

Está um vinho super jovem mas muito giro, diferenciador e cheio de carácter. Sente- se simultaneamente a talha e a barrica, ambas sem se impor. Até acho que a talha está um pouco por cima nesta fase, com algumas notas terrosas, amparadas por notas florais e de fruta branca. A boca é super fresca, ligeiramente untuosa, com cremosidade e persistência. Precisa de algum tempo para se mostrar na sua plenitude. Muito gastronómico e a dar grande prazer. Pvp 24eur.

Muito bem @fzcoelho e @lilianateofilo ! Ainda melhor que a edição anterior na minha opinião. Um grande branco.

Contrarotulo.blogspot.com
Facebook.com/contrarotulo

Sérgio Costa Lopes 

terça-feira, 18 de maio de 2021

Em Prova: Herdade do Rocim, Branco e Rosé, 2020

Faz hoje exatamente 14 anos que o projecto @herdadedorocim nasceu. Muitos parabéns à @catarocim e ao @pedro_ribeiro1979 !
A evolução do projeto tem sido muito bonita, com o surgimento de novas referências, consolidação da marca e um standard de qualidade inegável em todas as gamas.
O Pedro e a Catarina se calhar nem se lembram quando estivemos coincidentemente por Angola e por lá bebemos Rocim ao som de um Matias Damásio então pouco conhecido por cá... A convite do meu mano @hilderico_coutinho
Memórias de um projecto que entretanto deu um salto valente.
Aproveito a data para falar dos vinhos Herdade do Rocim Branco 2020 e Herdade do Rocim Rosé 2020, acabados de sair para o mercado, ambos reflexo da tal consistência de qualidade. "Colheitas" num registo fresco, seco e com pouco alcool (o rosé delicado até) perfeitos para destilar no Verão. A um preço abaixo dos 10eur e que se podem comprar facilmente, inclusive na loja online do produtor.
Sobre os olho de mocho reserva, stay tuned...

Sérgio Costa Lopes

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Em Prova: Quinta Vale D´Aldeia Grande Reserva Tinto 2018

A Quinta Vale D’Aldeia tem cerca de 200 hectares – sendo 120ha de vinha, 40ha de olival e 10ha de amendoal, na freguesia de Longroiva, na Meda, e a produção atual ronda os 700 a 800 mil litros. O projeto, que tem hoje 21 colaboradores, nasce em 2004 quando os irmãos José e João Amado, apaixonados pela agricultura e com vontade de investirem na sua terra, decidem comprar um hectare de terreno com vinha. A partir daí entusiasmaram-se, foram comprando mais terrenos à volta e investindo na plantação de vinha, olival e amendoal. Em 2009, apostaram na construção de uma moderna adega, com capacidade para cerca de um milhão de litros. O portfolio é vasto e assenta na premissa de vinhos de qualidade, provenientes de um Douro Superior, de vinhas de altitude.

Com enologia de @jose.reverendo ,trata-se do topo de gama da casa e que acabou de sair para o mercado.

Feito de 55% Touriga Franca, 30% Touriga Nacional, 5% Tinta Roriz, 5% Sousão e 5% Tinta Amarela, tem passagem por madeira nova por 18 meses. Trata-se de um vinho de grande potência e complexidade. Um vinho para guarda. Apresenta contudo uma frescura que se assinala, bem ao estilo dos vinhos da Meda.

Um vinho com corpo, opulento, taninos presentes, boa fruta duriense e a madeira a sentir se mas sem imposição e sem pinta de sobrematuração. Os 14.5 graus de álcool não se fazem notar, nunca perdendo o equilíbrio de conjunto. Até o considero bem mais pronto a beber em jovem do que anteriores edições (como por exemplo 2014). Pvp 35eur.

Um brinde ao meu amigo @jose.reverendo . Saúde 
🍷🍷🍷


Sérgio Lopes 

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Radar do Vinho: Ládano

O projecto @ladanowines nasce em 2018, pelas mãos de Daniel Carvalho Costa, oriundo de vinhas quase centenárias, situadas em Freixo de Espada à Cinta. O mote é o de expressar o terroir do Douro Superior e da vinha velha, resultando em vinhos distintos, com pouca intervenção e com fermentação espontânea. O nome advém da resina que provém da planta esteva, planta tão característica nos descritores senhoriais durienses.
Ládano Pet Nat 2020. Primeira edição. Viosinho e Síria em partes iguais. Muito refrescante! Apesar dos 7 de acidez, a fermentação malolatica (palavrão enochato) tornou-o mais civilizado e por isso com uma mousse mais suave e muito fácil de beber. Talvez lhe falte apenas um pouco mais de "kick" final. Por outro lado, é preciso ter cuidado para não se esvaziar a garrafa rapidamente de tão agradável que é...! 14eur
Da gama unoaked, são produzidos um branco, um rosé e um tinto. Ladano Unoaked Tinto 2018 - Equilibrado, com tanino vivo, fruta vermelha algum toque vegetal, bem conseguido no geral. Ladano Unoaked branco 2020 - foi o meu preferido de todos os vinhos provados. Impressiona a sua frescura e facilidade de prova. Citrino, mineral, com uma acidez incrivelmente equilibrada que nunca magoa (mesmo sendo um vinho de 2020). O final é médio mas dá imenso gozo a beber. Pvp desta gama 9eur.
Da gama reserva, tinto e branco, estiveram "taco a taco", com o branco ligeiramente acima. Ládano reserva tinto 2017, vinhas com 70 anos, 12 meses de estágio em barrica velha. Um tinto com boa presença e complexidade, taninos aveludados, fruta em bom plano, claramente para a mesa, sempre com enorme frescura. O Ládano reserva branco 2019 muito giro! Um branco original. 90% rabigato e 10% de arinto. A mineralidade do rabigato e a untuosidade e fruta madura fresca tipo cristalizada conferida pelo contacto com a madeira, torna-o bem atraente. Cremoso e muito fresco, sempre equilibrado e muito prazeroso. Gostei muito.Pvp de ambos 14.5eur.
Vinhos com um perfil muito fresco e sem extração, que mostra um caminho do Douro que se saúda! Parabéns.

 Sérgio Costa Lopes

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Em Prova: Quinta do Valdoeiro Branco e Reserva 2019

O Quinta do Valdoeiro é um clássico da @cavesmessias . Da sua propriedade, com o mesmo nome, na região da bairrada.

Há 3 ou 4 anos atrás bebi um dos melhores brancos seguramente, precisamente um quinta do valdoeiro de 1995, que por sorte consegui comprar na visita que fiz à Messias.

O colheita 2019 é um vinho direto, fresco, equilibrado e pronto para o consumo do dia a dia. Pvp 5eur. 

O reserva 2019, base desse 1995 provado e também por exemplo do famoso Messias Clássico 2012, já apresenta outra complexidade. Está muito jovem agora e carregado de acidez. Muito cítrico e com alguma untuosidade da pasagem por barrica, bem integrada. Para a mesa, mas precisa de mais algum tempo de garrafa para acalmar. Veremos se chega tão longe quanto os homonimos descritos nesta cronica. Pvp 10eur.

Sérgio Costa Lopes 

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Em Prova: Criatura Private Selection Tinto 2019

Ora aí está uma bela surpresa da região de Lisboa e ainda para mais um tinto. Sendo esta uma região com uma diversidade de sub-regiões, onde procuro sobretudo brancos, é bom encontrar um tinto tão porreiro e sobretudo diferenciador. E bom!
Produzido a partir de uma vinha com mais de 50 anos, da zona de Alenquer, onde está presente maioritariamente Tinta Miúda e algum Jaen e Castelao. Estagiou em barrica usada e cubas de cimento.
O resultado é um tinto muito fresco e bem complexo com boa profundidade. Algo fechado nesta fase, com um nariz com notas vegetais em primeiro plano, especiaria, notas terrosas e fruta madura bem definida em pano de fundo. Boca de volume médio, seco, taninos firmes a puxar o lado vegetal, final longo, especiado com travo de fruta.
Deu muito gozo a beber. Para a mesa, completamente - para assados ou uma carne vermelha, dado o seu caráter vegetal. Pvp 15eur.
É o topo de gama do produtor e enólogo @franciscoamacieira cujos vinhos Barca do Inferno serão provavelmente as referências mais conhecidas.

 Sérgio Lopes