quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Dão Winelovers Meeting @ Casa da Passarella

Está oficialmente iniciado 2013; Com um evento que certamente tem todas as condições de ser replicado por outras regiões. Mas o primeiro é sempre o primeiro.. e assim foi homenageada a região do Dão, na Casa da Passarella, que foi o digno anfitrião do Dão Winelovers Meeting

O evento começou a tomar forma nas redes sociais à uns meses atrás, criado e organizado pelos bloggers Miguel Pereira (Pingamor) e Rui Massa (a.k.a. Pingus Vinicus). O mote seria  " Um momento para viver o Dão, em pleno Dão. Um encontro para produtores, enólogos e consumidores. Para quem aprecia o vinho do Dão! ".

E tudo isto foi conseguido e até superado, tendo o evento (festa) decorrido de uma forma informal, descontraída e cheia de boa disposição. Afinal estávamos ali todos para prestar homenagem à região do Dão que produz seguramente dos melhores e com mais longevidade vinhos portugueses.

Chegamos a Lagarinhos (Gouveia), à Casa da Passarella, pouco passava das 10h. O nosso companheiro de viagem foi o Ricardo Oliveira (Magna Casta). Efectuado o check-in (com direito a t-shirt alusiva ao evento e claro o... copo) entregamos as nossas garrafas de vinho do Dão na entrada. Cada participante tinha de  levar pelo menos uma garrafa do Dão, apenas e só isso, para entrar no evento. Só o conjunto de garrafas entregues pelos presentes daria por si só um post... Foi uma desgustação interessante enquanto nos preparávamos, para a grande prova da CEV Dão, constituída por vinhos antigos.

A prova foi composta por por três brancos (64, 74 e 92) e quatro tintos (71, 87, Touriga Nacional 96 e Touriga Nacional 98). Os brancos, dominados pela casta Encruzado mostraram-se muito harmoniosos na prova, com uma linha condutora constante, destacando-se a desconcertante frescura e o longo final, como os factores principais e que demonstram (como se fosse necessário provar) o potencial da região. Então o branco de 64 é simplesmente indescritível, tal a complexidade e frescura apresentadas! Os tintos estiveram igualmente em grande plano, mas numa prova mais oscilante, embora confirmassem o enorme potencial de envelhecimento da região. Alguns deles, estão ainda extremamente taninosos o que sugere, longa vida pela frente! A prova foi comentada pelo Engenheiro Brites da CEV Dão que com a sua sabedoria e experiência, enriqueceu a prova com dados muito interessantes sobre a história de cada vinho.




Finda a prova, retornamos à zona de exposição, junto às cubas de Inox da Passarella (bela ideia), onde estavam mais de 100 vinhos em prova...! Foi nesse ambiente informal e de puro convívio à volta do vinho que fomos vendo e revendo amigos - produtores, enólogos, pessoas em geral ligadas ao mundo do vinho, consumidores, bloggers... toda a gente com um único propósito - homenagear a região do Dão. 


Destaque igualmente para o almoço, composto um belo  borrego assado em forno a Lenha e para as sobremesas típicas da Serra da Estrela - Pão-de-ló, Queijo e Doce de abóbora...! Esta gente da Casa da Passarella tratou-nos realmente bem! Nesse almoço, tivemos a companhia do jornalista Gabriel Alves, também ele um apaixonado por vinho e um aficionado do Dão.

Em suma, foi o grande evento do ano até agora. Um evento diferenciador e no qual temos que dar os parabéns a toda a organização pela forma como decorreu, superando ainda mais as já de si boas expectativas criadas. Uma palavra muito especial à Casa da Passarella pela disponibilidade em organizar o evento e pela inteligência em convidar diversos produtores para "na sua casa" celebrarem o Dão. Atitudes como esta são de louvar. Uma palavra adicional de agradecimento obviamente para o Miguel, o Rui, a CVE Dão e todos os que contribuiram para a realização deste magnífico evento.

O Dão está vivo e recomeda-se!

Clique na foto abaixo para uma compilação de fotos criadas por Miguel Pereira e Pingus Vinicus.



Sérgio Lopes


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

TORRE 2007 do Esporão obtém 95 pontos por Robert Parker

Produzido apenas em anos excepcionais e lançado no final de 2012, o Torre 2007 é apenas a segunda colheita deste vinho de topo do Esporão, produzido a partir de vinhas com uma média de 20 anos. Combinando castas tradicionais alentejanas, como o Aragonez e o Alicante Bouschet, e ainda Touriga Nacional e Syrah, este vinho estagiou 18 meses em barricas de carvalho francês e mais 3 anos em garrafa. Da colheita de 2007 do TORRE foram produzidos 3 mil litros.

Mark Squires, provador de Robert Parker para Portugal, considera o Torre 2007 um vinho com “grande estrutura e complexidade, com taninos bem presentes, demonstrando alto potencial de envelhecimento”. O crítico destaca o seu longo estágio em barrica e garrafa, que lhe permite apresentar “paladar e aromas maduros”, com uma “elegância e persistência notáveis”, equiparando o seu perfil aos melhores vinhos de Bordeaux (França) e Ribera del Duero (Espanha).

Mais uma bela distinção, para um vinho, contudo, com um preço inacessível para a maior parte das bolsas portuguesas - 100€, ainda que pelas comparações com os vinhos de Bordeaux e Ribera Del Duero efectuadas pelo crítico norte americano, saia claramente a ganhar neste aspecto. 

Sérgio Lopes

domingo, 27 de janeiro de 2013

Lucinda Todo-Bom


Situado no Douro Superior, concelho de Mêda, distrito da Guarda, Poço do Canto, a produtora Maria Lucinda Todo Bom é natural da terra, tendo a família iniciado a produção de vinho nos anos 30 e que, dando continuidade à tradição, iniciou novamente a produção de vinho em 1990 nas vinhas herdadas da sua família. Com uma área de 15ha, as vinhas do Poço do Canto, plantadas no solo xistoso característico da região, têm uma exposição solar excelente, nomeadamente a Sul, a uma altitude de 600m. A vinha é composta por diferentes castas autóctones, com destaque para a Touriga Nacional; podemos encontrar também Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca. A vindima é manual, conforme a tradição, e é na adega do Poço do Canto que os vinhos de Lucinda Todo Bom começam a ganhar forma, produzidos através dos métodos tradicionais de produção integrada. A vinificação é feita em cubas de inox com controlo de temperatura e estagia em madeira até ao engarrafamento. Desde 2003, conta com a enologia de Mateus Nicolau de Almeida.


À frente do projecto, encontra-se José Cardoso, que nos recebeu na adega e nos conduziu pela visita à mesma, emquanto nos ia explicando o trajecto percorrido até então. Este é um terroir muito específico, com um microclima muito particular que permite criar vinhos, à semelhança do que acontece no Dão, com uma elegância ímpar e que podem atingir uma longevidade de 15 anos. Nesse dia eu estava com uma gripe fortíssima, pelo que não foi possível provar qualquer vinho na adega, inclusivamente alguns ensaios, como por exemplo um Tinta Roriz que se encontra a repousar em garrafa ou um apetecível Vinhas Velhas que está para ser engarrafado ainda este ano... Contudo, foi possível provar mais tarde e com o devido rigor, a gama completa dos vinhos Lucinda Todo-Bom, cujo expoente máximo e talvez mais conceituado é o vinho Reserva Quinta dos Romanos. Aqui ficam as nossas considerações sobre os vinhos Lucinda Todo-Bom:



Fonte de Cordeiro Tinto 2008

Ano: 2008

Produtor: Lucinda Todo-Bom

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Tinta Barroca, Tinta Roriz, Touriga Franca

Preço Aprox.: 2,99€

Veredicto: Produzido das castas Tinta Barroca, Tinta Roriz, Touriga Franca, trata-se da referência de entrada de gama do produtor, passando apenas por Inox. É o único vinho tinto que não sofre qualquer estágio em madeira.  Trata-se de um vinho de cor ruby, muito vivo no copo. Resulta sobretudo num vinho focado na fruta, num conjunto fresco, de corpo médio e com final agradável, levemente especiado. Excelente escolha para o dia-a-dia, a um preço simpático.

Classificação: 14,5



Fraga Alta Rosé 2010

Ano: 2010

Produtor: Lucinda Todo-Bom

Tipo: Rosé

Região: Douro

Castas: Tinta Barroca

Preço Aprox.: 5,99€

Veredicto: 100% Tinta Barroca. Destaque para o rótulo, bastante distinto e para a bela cor salmão, a fugir à tradicional cor rosada. No nariz, apresenta um aroma levemente floral, evidente mineralidade e uma frescura no primeiro impacto. Na boca apresenta corpo médio, terminando seco e agradável. Um Rosé gastronómico, bem conseguido. Diferente.

Classificação: 15



Fraga Alta Branco 2010

Ano: 2010

Produtor: Lucinda Todo-Bom

Tipo: Branco

Região: Douro

Castas: Gouveio, Rabigato e Viosinho.

Preço Aprox.: 5,99€

Veredicto: Cor palha. As castas dominantes Gouveio, Rabigato e Viosinho conferem-lhe uma mescla de notas florais e fruta branca, amparadas por uma acidez em harmonia. Na boca é muito redondo, fresco, com final extremamente agradável. Mais um vinho de pendor gastronómico. A descobrir.

Classificação: 15




Fraga Alta Tinto 2004

Ano: 2004

Produtor: Lucinda Todo-Bom

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca

Preço Aprox.: 5,99€

Veredicto: Produzido das castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca sofre um estágio de 15 meses em barricas de carvalho e posteriormente em cubas de inox, antes do engarrafamento. De cor ruby intensa, no nariz revela aromas florais e a fruta vermelha madura, com suaves notas de especiaria e tosta da madeira. Na boca mostra-se elegante, macio e redondo, com uma bela acidez, terminando com um final bem agradável. Belo vinho de... 2004 (!) e ainda com muitos anos pela frente.

Classificação: 15,5



Fraga Alta Tinto 2005

Ano: 2005

Produtor: Lucinda Todo-Bom

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca

Preço Aprox.: 5,99€

Veredicto: Produzido exactamente das mesmas castas e utilizando o mesmo processo de vinificação. Trata-se de um vinho na linha do ano anterior, onde se mostram todas as qualidades evidenciadas acima. Contudo, achei-o não tão conseguido quanto o seu antecessor, nomeadamente na estrutura (mais delgada) e num final de persistência algo curto, o que reflecte a nota apresentada abaixo.

Classificação: 14


Fraga Alta Reserva Tinto 2006

Ano: 2006

Produtor: Lucinda Todo-Bom

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca e Sousão.

Preço Aprox.: 8,99€

Veredicto: Em 2006, José Cardoso e o enólogo Mateus Nicolau de Almeida decidem mudar um pouco o perfil do vinho Fraga Alta, passando a denominar-se reserva. Não que o anterior não o fosse, mas este é deliberadamente referenciado como tal. O blend passa a ser composto pelas castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Sousão. E é também criada uma nova imagem, ou seja, rótulo para marcar a diferença com os anos anteriores. O estágio continua a ser de 15 meses em barricas de carvalho francês e posteriormente em Inox.

De cor ruby escura, o aroma é bastante complexo, com frutos silvestres, notas de cacau e especiarias. Na boca apresenta um grande volume de boca, mas em simultâneo trata-se de um vinho extremamente elegante, com taninos bem redondos, com final persistente e a pedir por mais. Muito bem conseguido.

Classificação: 16


Fraga Alta Reserva Tinto 2007


Ano: 2007

Produtor: Lucinda Todo-Bom

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca e Sousão.

Preço Aprox.: 8,99€

Veredicto: Seguindo a linha do 2006, que se apresentou belíssimo, o 2007 aparece ainda mais afinado em harmonia de conjunto, pautando-se por um vinho quiçá menos quente que o 2006. Fica ao critério do consumidor escolher qual o perfil que prefere.

Sem dúvida que a decisão da passagem do Fraga Alta para Reserva, resultou num salto qualitativo bem evidente e sobretudo numa garantia de que não há oscilações de qualidade dentro das gamas de vinhos comercializadas, de ano para ano.

Classificação: 16


Quinta dos Romanos Tinto 2006


Ano: 2006

Produtor: Lucinda Todo-Bom

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Touriga Nacional, Sousão, Touriga Franca

Preço Aprox.: 17,95€

Veredicto: 80% de Touriga Nacional, 10% de Sousão, 10% de Touriga Franca. 15 meses de estágio em barricas novas de carvalho francês. o Icon da casa. Poderia ser denominado "O grande Reserva da casa", uma vez que é um vinho que se tem de ter paciência... Prova disso é que o produtor apenas está a comercializar o Quinta dos Romanos de 2006... O 2007 está ainda a aguardar que possa saír para o mercado nas melhores condições de harmonia para ser devidamente apreciado. Precisa de garrafa. É uma estratégia comercial que seguramente será difícil de implementar por muitos produtores, mas que naturalmente se aplaude.

Quanto ao vinho, tem aquilo que um topo de gama deve ter. Seguindo a mesma linha condutora, a predominância da Touriga Nacional evidencia aromas bem vincados a fruta vermelha e um perfume muito fino. Na boca é de uma elegância e finura acentuadas, sem descurar a potência e acidez que o torna apetecível copo após copo. Termina de forma muito persistente Um daqueles vinhos para apreciar verdadeiramente por si só. Por exemplo, para terminar a noite em grande.

Classificação: 17


De uma forma geral os vinhos produzidos por José Cordeiro têm uma linha condutora bastante evidente - Elegância, frescura e longevidade. O trabalho de Mateus Nicolau de Almeida que entrou para a empresa apenas em 2003 dá agora os seus frutos e o produtor tem finalmente perfeitamente identificados o perfil e gama dos vinhos que quer comercializar. São de facto vinhos distintos numa região do Douro Superior a paredes meias com o Dão. 



Sérgio Lopes

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Quinta da Vegia Rosé 2010



Ano: 2010

Produtor: Quinta da Vegia

Tipo: Rosé

Região: Dão

Castas: Touriga Nacional, Aragonês.

Preço Aprox.: 5,5€

Veredicto: A Quinta da Vegia, propriedade do Dão, de João Pedro D'Araújo pertence à associação Independent Winegrowers Association, do qual fazem parte os ilustres Alves de Sousa (Douro), Luís Pato (Bairrada) e Quinta do Ameal (Verdes) -  4 produtores de excelecência de 4 distintas regiões do nosso país. Para além da Quinta da Vegia no Dão, o produtor possui também a Casa de Cello na região dos vinhos verdes.

Este Rosé, que bebi, acompanhando um grão-de-bico (!) pautou-se como uma enorme surpresa, pela qualidade geral apresentada, pelo factor de diferenciação face aos demais (algo habitual nos vinhos da Quinta da Vegia) e pelo irrisório preço para aquilo que encontramos dentro da garrafa.

De cor vermelha viva, bastante intensa, no nariz o primeiro impacto é um ataque de frescura, sobressaindo de seguida a fruta fresca (morango, amora silvestre) e um leve floral. Na boca, tem um volume de boca enorme para um Rosé (aliás algo que se prevê quando se olha para o vinho numa primeira instância). Seco e com um toque vegetal, sente-se igualmente a fruta vermelha (o tal morango), mas o que surpreende é a frescura e o final de grande nível, com um comprimento enorme.

Um grande Rosé, a um preço abaixo dos 6€...! Como diria um ilustre blogue desta praça, o Pingus Vinicus: "Quase parece um tinto de Verão!" Totalmente de acordo. Mas atenção que este Rosé não é para todos os gostos... Extremamente gastronómico, será um companheiro fiel à mesa para uma grande variedade de pratos.

Classificação: 16,5

Sérgio Lopes

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Quinta do Soque Tinto 2008


Ano: 2008

Produtor: Quinta do Soque

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Touriga Franca, Tinta Roriz, Touriga Nacional e Tinta Barroca

Preço Aprox.: 7€

Veredicto: Situada na margem esquerda do Rio Torto, no concelho de São João da Pesqueira, a Quinta do Soque, é uma propriedade com cerca de 20 hectares, dos quais, 17 são ocupados por vinhas. É uma das quatro quintas que fazem parte da DFE- Douro Family Estates, uma associação, criada em 2007, formada por quatro famílias produtoras de vinhos de quinta, no Douro - Quinta dos Poços, Quinta do Soque, Quinta das Bajancas e Brites Aguiar.

O Quinta do Soque 2008 é um típico Duriense da região Cima-Corgo, onde está bem patente o terroir quente. Contudo, o vinho é tudo menos "chato" de se beber. Tem uma excelente acidez!

De cor ruby, os aromas predominantes são os frutos vermelhos e alguma especiaria de qualidade. Na boca, o carácter frutado mantém-se, mostrando-se bastante redondo e guloso, com bom volume de boca, terminando de forma agradável.

Um bom exemplar da região, que se aprecia com agrado.

Classificação: 16

Sérgio Lopes

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Dão winelover meeting


Já faltam poucos dias para o grande dia de celebração da região do Dão. Será no próximo sábado dia 26 de Janeiro e irá decorrer na Casa da Passarela, em Gouveia. A ideia partiu de dois bloggers, que partilham, tal como eu, uma enorme paixão pelos vinhos do Dão: Miguel Pereira do blogue Pingamor e o Rui Massa, mais conhecido na "praça" por Pingus Vinicus, do blogue Pingas no Copo. O evento celebra igualmente a criação do grupo fundado pelos dois bloggers, #Dão Winelover, cujo nome dispensa explicações.

O evento, nas palavras dos próprios, consiste no seguinte: " Um momento para viver o Dão, em pleno Dão. Um encontro para produtores, enólogos e consumidores. Para quem aprecia o vinho do Dão! ".

Será uma grande festa, onde seguramente estaremos presentes e daremos todo o feedback. Obrigado ao Miguel e ao Rui pela excelente iniciativa!


Sérgio Lopes

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Prova dos vinhos Quinta do Francês




Situada no Concelho de Silves perto da Ribeira de Odelouca encontra-se a adega Quinta do Françês. As variedades dominantes são Trincadeira, Aragonês, Cabernet Sauvignon e Syrah, plantadas em 2002, resultando num total de 8,5he de vinha. O clima quente e seco nesta zona do Algarve permite a maturação da uva ao mesmo tempo que a brisa maritima proveniente do Atlantico impede a sua sobre-maturação. Por outro lado, os solos barrosos e xistosos limitam a aborção de agua criando as condições ideias para óptimas concentrações nas uvas, permitindo-nos assim a produção de vinhos. Sim, nem só de praias vive o Algarve. Também temos vinho! Vamos ver como se comportaram os néctares provados:

Encostas de Odelouca Rosé 2011


Ano: 2011

Produtor: Quinta do Francês

Tipo: Rosé

Região: Algarve

Castas: Cabernet Sauvignon, Syrah

Preço Aprox.: 4,50€

Veredicto: Rosé produzido à base de duas castas estrangeiras - francesas - Cabernet Sauvignon e Syrah, tal nunca provado antes. De cor bem rosada, no primeiro impacto sente-se uma frecura bem agradável no nariz, secundada por notas florais e fruta vermelha típica, com principal incidência para o morango. Na boca, possui uma boa estrutura e uma acidez que o equilibra, tornando-o num Rosé versátil e muito interessante.

Classificação: 14,5


Odelouca Tinto 2010


Ano: 2010

Produtor: Quinta do Francês

Tipo: Tinto

Região: Algarve

Castas: Trincadeira, Aragonês, Cabernet Sauvignon e Syrah

Preço Aprox.: 7,50€

Veredicto: Vinho tinto produzido das 4 castas plantadas na propriedade (em anos anteriores não foi assim). Não passa por madeira. Trata-se de um vinho de cor ruby intensa. No nariz, fruta compotada, com notas vegetais e especiadas. Na boca confirmam-se os aromas experimentados, mostrando-se um vinho guloso e elegante, terminando quase que com uma sensação de travo doce, enganadora, pois a acidez contrapõe na perfeição essa doçura. Um tinto com perfil moderno e apelativo, que seguramente vai agradar a muitos consumidores. Eu aposto no domínio do Syrah, neste vinho. Será?

Classificação: 15,5



Quinta do Francês Odelouca River Valley Tinto 2009


Ano: 2009

Produtor: Quinta do Francês

Tipo: Tinto

Região: Algarve

Castas: Trincadeira, Aragonês, Cabernet Sauvignon e Syrah

Preço Aprox.: 15,99€

Veredicto: O topo de gama do produtor, produzido igualmente com as quatro variedades plantadas na quinta - Trincadeira, Aragonês, Cabernet Sauvignon e Syrah, sofrendo um estágio de cerca de 14 meses em barrica nova de carvalho francês. De cor ruby intensa, trata-se de um vinho muito aromático, com notas evidentes de fruta preta madura, algum químico, flores, especiarias, enfim extremamente complexo. Na boca, apesar de ser ainda uma criança, mostra-se já fino e muito elegante, fresco, com taninos bem redondos, embora me pareça que vá crescer ainda mais em garrafa. O final é longo e persistente. Muito bom.

Classificação: 16,5

Claramente nota positiva para o trabalho de Patrick Agostini que mostra que o Algarve pode e deve fazer (bons) vinhos. Parabéns.

Nota: Amostras gentilmente cedidas pelo produtor.



Sérgio Lopes

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

W-Awards 2012 - Gala Online


Analisando o que de melhor se faz nas várias áreas do sector vitivinícola nacional, semanalmente, o enólogo e crítico Aníbal Coutinho propôs aos leitores da newsletter LíquidosW – indexada ao seu website pessoal www.w-anibal.com – uma selecção das 10 melhores referências relativas a um determinado tema do mundo dos vinhos. Um conjunto de 19 categorias, entre elas o Melhor Vinho, Enoturismo, Serviço de Vinhos em Restaurante, Produtor, e a novidade desta edição, o Blog do Ano, culminarão no dia 20 de Janeiro de 2013, pelas 19h, numa gala Online no portal do crítico, em que Aníbal irá divulgar os 19 vencedores que se destacaram pela qualidade dos seus produtos e actos durante o ano de 2012.

O blogue "O Enófilo Principiante" é um dos nomeados na categoria de blogue vinícola do ano.

Os Prémios W, que contam desde já com cinco edições,  foram, nas edições de 2008 e 2009, publicados na Revista NS (Notícias Sábado) e passaram nas últimas três edições para o online.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Periquita Reserva Tinto 2010


Ano: 2010

Produtor: José Maria da Fonseca

Tipo: Tinto

Região: Península de Setúbal

Castas: Castelão, Touriga Nacional, Touriga Franca

Preço Aprox.: 7,99€

Veredicto: O célebre "Periquita" em versão Reserva, composto em maior percentagem da casta Castelão (vulgarmente conhecida como Periquita) e com a adição das castas Touriga Nacional e Touriga Franca. O blend passa por madeira nova e usada por um período de 8 meses.

De cor ruby carregada, trata-se de um vinho moderno e apelativo, correcto e com complexidade qb. daqueles que se traduzem numa boa escolha, versátil, para acompanhar um jantar, dado o seu cariz gastronómico. Se formos jantar a casa de amigos e familiares e tivermos dúvidas sobre o que levar, este vinho não nos deixará ficar mal.

Tem todos os ingredientes que o tornem um vinho agradável: Aroma a frutos pretos maduros, frescura, especiaria que lhe confere um toque muito especial, volume de boca bem agradável e final bastante apetecível.

Disponível nas grandes superfícies, a um preço acertado.

Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor, a quem agradecemos a amabilidade.

Classificação: 16

Sérgio Lopes

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Herdade do Pinheiro Branco 2011

Ano: 2011


Produtor: Herdade do Pinheiro.

Tipo: Branco

Região: Alentejo

Castas: Antão Vaz, Arinto

Preço Aprox.: 3,60€

Veredicto: Vinho branco alentejano, produzido das castas Arinto e Antão Vaz, em percentagens iguais. Adquirido no Jumbo, onde estava com uma suposta promoção de desconto imediato de 60%, ou seja. adquiri-o por 2,5€, contra o "habitual preço" de 4,60€... No site do produtor, está à venda por cerca de 3,60€. Enfim, não entendo este marketing enganador...!

Mas vamos ao néctar, propriamente dito: um vinho de cor citrina com leves aromas tropicais e alguma fruta branca, bem como alguma mineralidade. Não passa por madeira, mas na boca pareceu ter alguma untuosidade. Será que teve a adição de aparas? hmmm... A estrutura de boca é mediana e o final de boca demasiado curto.

Não achei um vinho muito equilibrado, até porque no dia seguinte, mesmo com rolha de vácuo, estava imbebível... Parece-me uma opção aceitável, por 2,5€, para beber no imediato. De resto, não tem muito mais para contar.

Classificação: 14

Sérgio Lopes

sábado, 12 de janeiro de 2013

95 pontos para Foz de Arouce Vinhas Velhas de Santa Maria 2007


O vinho Foz de Arouce Vinhas Velhas de Santa Maria 2007 foi classificado como um dos melhores de Portugal e do mundo,com 95 pontos (num escala de 100) pelo reconhecido crítico Mark Squires, da mais influente revista de vinhos americana Wine Advocate.

O crítico não poupa elogios ao vinho: “rico e profundo (…) concentrado e elegante. Um vinho que já há vários anos apresenta características semelhantes sendo que esta colheita está mais marcada e expressiva pela sua fruta conseguindo um equilíbrio perfeito. Um vinho vibrante e concentrado. Uma das características que eu sempre apreciei neste vinho. Agora parece uma super estrela!”

Mais um vinho sob a chancela de João Portugal Ramos, a ter a notoriedade internacional merecida. Parabéns!

Sérgio Lopes

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Conde de Vimioso Espumante Extra Bruto 2009


Ano: 2009

Produtor: Falua

Tipo: Espumante

Região: Tejo

Castas: Touriga Nacional, Chardonnay

Preço Aprox.: 8,90€

Veredicto: Cada vez se produzem mais e melhores espumantes portugueses e não só nas regiões mais conceituadas para a sua origem, como a Bairrada ou a Távora-Varosa, entre outras. Este espumante extra-bruto, que nos chegou nos finais de 2012 é produzido na região do Tejo pela Falua. A combinaçao de castas é singular - Touriga Nacional e Chardonnay - estagiando em madeira antes de seguir para espumante. 

Apresenta-se no copo com uma bolha fina e uma cor muito agradável. A combinação das castas, bem como o estágio anterior em madeira conferem-lhe um misto de toques florais., com tostados e algumas notas meladas, embora tudo muito leve. 

O resultado é um espumante despreocupado e interessante, com cariz gastronómico e que pode ser apreciado ao longo do ano. Mais uma referência Conde de Vimioso que confirma a boa relação qualidade-preço comum a toda a gama. 

Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor, ao qual agradecemos.

Classificação: 15

Sérgio Lopes

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sogrape Dão Reserva Tinto 1999


Ano: 1999

Produtor: Sogrape

Tipo: Tinto

Região: Dão

Castas: Jaen, Tinta Roriz, Touriga Nacional

Preço Aprox.: 9,50€

Veredicto: Ao que parece este reserva Dão da Sogrape foi o ensaio que mais tarde deu origem ao Quinta dos Carvalhais, actualmente referência emblemática da região para a empresa. Feito com as castas autóctones da região, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen, sofreu um estágio em barrica nova, por um período de 12 meses.

Na prova, sendo um vinho com 13 anos de idade, apresenta uma cor encarnada, mas já com traços acastanhados naturais da sua evolução em garrafa. Mostrou-se em muito boa forma com uma frescura e elegância imaculadas, típicos do envelhecimento dos vinhos do Dão. À medida que foi abrindo, foi aumentando a sua complexidade, com notas de licorice, especiarias, chocolate negro e algum vegetal. Bastante complexo, mas com os taninos bem arredondados e um final longo, mas elegante.

É surpreendente a vitalidade dos vinhos do Dão. Creio no entanto ser o momento ideal para beber este vinho, não prevendo que vá evoluir mais positivamente em garrafa. Para quem quiser experimentar, pode ainda ser adquirido na garrafeira Tio Pepe, no Porto, a um preço bastante convidativo.


Classificação: 16,5

Sérgio Lopes

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

2º Aniversário!



Faz precisamente hoje 2 anos que publiquei o primeiro post. Eu queria aprender mais, conhecer mais, beber melhor e tenho-o conseguido, ao longo destes últimos dois anos, ainda por cima, com o acréscimo de que este mundo dos vinhos é feito de pessoas apaixonadas e apaixonantes, logo o prazer é redobrado. Quero agradecer a todos os que permitem que este blogue continue activo. Sim, escrevo porque gosto e pelo motivo do vinho português merecer a devida divulgação pelo produto nacional de eleição que representa. Mas toda a gente que escreve, espera que seja lido e por isso aqui ficam os sinceros agradecimentos a todos os leitores deste blogue, para quem endereço um forte abraço!


Sérgio Lopes

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Novidades 2013


Antes de mais, ainda que um pouco atrasado, desejo um excelente ano de 2013 para todos os leitores deste blogue. Este parece ser um ano que se perspectiva mais difícil que o anterior, dizem os entendidos...No entanto, entrei em 2013 com um feeling muito positivo. No primeiro dia do ano, estava um lindo dia de Sol e acho que vamos ter um 2013 melhor que o ano de 2012. Sinceramente é o que eu espero e também o que sinto.

Com o novo ano e o cimentar deste singelo projecto que é o "Enófilo Principiante" novidades vão surgir, dando seguimento à consolidação do mesmo. Novas rubricas irão ser criadas e mais informação se espera que venha a ser publicada. Aqui ficam as intenções de escrita para 2013:

- EnoVisitas - Continuaremos a informar os leitores sobre as nossas visitas efectuadas, tentando efectuar a radiografia do produtor - o que faz, como faz, o que o motiva - enfim, mostrar tudo desde a história até ao resultado final, que é o culminar da garrafa que vemos em qualquer estabelecimento comercial.

- Novas tendências - Tentaremos  mostrar vinhos de regiões que despontam no panorama vinícola, como as Beiras, ou o Algarve, por exemplo, entre outras.

- Opinião - Artigos de opinião que gerem o debate e suscitem o interesse de quem lê o blogue.

- "Á conversa com..." - Uma rubrica onde vamos dar a palavra aos intervenientes do mundo vinícola - O produtor, o enólogo, a garrafeira - entrevistas (ou será melhor dizer conversas) que procurem dar a conhecer o trabalho e opinião de quem muitas vezes está por trás de um grande vinho / projecto.

E claro, comentar e divulgar os vinhos que formos provando ao longo do ano, com toda a isenção, rigor e porque não dizê-lo, prazer!

Votos de um excelente 2013, bebendo bons vinhos...!


Sérgio Lopes

sábado, 5 de janeiro de 2013

O Enófilo Principiante entre os 10 nomeados por Aníbal Coutinho!


O blogue "O Enófilo Principiante" acaba de ser nomeado entre os 10 melhores blogues portugueses, relacionados com a temática do vinho, pelo conceituado jornalista, crítico e formador Aníbal Coutinho, autor entres outras publicações, dos guias anuais dos melhores vinhos que se podem encontrar nas grandes superfícies. Em Janeiro de 2013, se saberá quem será o vencedor no portal de Aníbal Coutinho http://w-anibal.com/. 

A nomeação por si só constitui desde já um enorme orgulho, pois espelha o reconhecimento de um projecto que leva apenas 2 anos de existência, mas que é redigido com imensa dedicação, rigor e isenção. Não tenho por isso palavras para comentar tamanha distinção!

Aqui fica a lista dos 10 nomeados para melhor blogue de vinhos de 2012:



Sérgio Lopes