Pedro Nunes é a face que reconhecemos do programa “Imperdiveis”, do Porto Canal, responsável por levar até às nossas casas o que de melhor a gastronomia e o vinho, em Portugal, têm para apresentar. Pedro Miguel dos Santos Nunes, Natural de Sé Nova - Coimbra, licenciado em Jornalismo e Ciências da Comunicação na FLUP, vive no Porto.
Olá Pedro, conta-nos por favor como nasceu a paixão pelo vinho e a ideia de participares em os “imperdíveis”?
Curiosamente a paixão pelo vinho embora desenhada ao longo da minha vida de forma ténue e social desenvolveu-se essencialmente quando há 6 anos comecei a colaborar com a equipa dos Imperdíveis. A partir daí foi uma viagem ao mundo dos vinhos e da gastronomia nacionais e mais do que tudo com as histórias das pessoas que criam os néctares. A relação com a natureza, a transformação em vinho, a sua reserva e a forma de o provar, à mesa e em grupo fez-me ligar muito ao universo do vinho. O resto veio naturalmente.
De tantas visitas por este país fora, durante estes nove anos de “Imperdiveis”, qual a que te marcou mais?
Sou muito “marcado” :) Por todo o país há vinhas incríveis, vinhos estonteantes e pessoas que me fizeram gostar cada vez mais da área. A família Nicolau de Almeida, do Mateus à Mafalda, aos João pai e filho ( sem fazerem a mais pequena ideia de tal facto!!!!) foram os primeiros a fazer-me perceber que a paixão pelo vinho e respeito pela natureza e cultura do mesmo são os valores báquicos fundamentais.
O lado espiritual do vinho é muito importante para mim, por isso tenho de falar do Domingos Soares Franco da José Maria da Fonseca em Setúbal, o Álvaro Castro no Dão, Dirk Niepoort no Douro, o Luís Cerdeira nos Vinhos Verdes e pessoas como o Vasco Avillez por exemplo da CVR de Lisboa, Jorge Alves e Raul Riba D´Ave e muitas mais, marcaram-me profundamente de uma forma mais filosófica se calhar.
Ah… e todos eles me deram a provar vinhos doutro mundo
O que gostas de fazer nos tempos livres?
Viajar, estar com a família e conhecer restaurantes maravilhosos, sempre com boa música, bons vinhos e a fazer a digestão a ver um filme ou uma série se não der para viajar mais :)
Descreve as férias dos teus sonhos, onde vais, por quanto tempo e porquê?
Sou muito existencialista nesse aspecto, gosto de viver o momento, “Carpe Diem”, daí não ser muito “sonhador” nesta área da vida, vou querendo e vou fazendo. Deixo o sonho para a arte e a política.
Qual o teu prato preferido?
Neste momento não sei… mas envolve trufas, cogumelos, carne, algo crocante, muita vivacidade, também cremoso e com muita fantasia :) mas também pode envolver marisco, peixe, ervas aromáticas e um puré delicioso de pastinaca ;) ou então um delírio doce… enfim… são muitos.
Conta-nos uma peripécia que tenhas vivido ao gravar os “Imperdiveis”.
Bom o mais caricato e cansativo foi estar a gravar, eu e a Sónia Balieiro, na Quinta dos Carvalhais no Dão com a Beatriz Cabral de Almeida e na última entrevista as duas baterias que nos restavam estavam viciadas… Era uma peça fundamental da história e tivemos de voltar no dia seguinte, do Porto para Nelas, só para gravar 5 minutos… bastante “perdível” :)
Qual a figura pública com a qual gostarias de fazer uma “prova cega”?
Dirk Niepoort… não sei se conta :)
O que te faz realmente tirar do sério?
Pessoas sonsas ou com falta de civismo… entre outras acções que violam a Declaração Universal dos Direitos do Homem
Momento: refere uma música preferida; local de eleição e companhia; e claro vinho a condizer.
“Uma tarde em Itapuã” de Vinícius de Moraes e Toquinho com a minha mulher - as minhas filhas vinham lá ter no dia seguinte :) - pode ser precisamente em Itapuã e com um espumante espectacular como muitos que há no Mundo… lembro-me de dezenas… mas tipo “Lopo de Freitas” bruto das Caves de São Domingos ou o rosé “Colinas de São Lourenço” para exaltar o produto nacional. Mas podiam ser milhares de combinações !!!!!
Qual o melhor vinho que alguma vez provaste?
Provavelmente o “1900” da Andresen, um vinho do Porto branco incrível… ah… e o “Ne Oblie” da Symington Family Estates outro Porto memorável…. Tenho muitos mais amores, mais “tranquilos” digamos, mas não quero parecer imoral :)
Sérgio Lopes