sábado, 30 de novembro de 2019

Fora do Baralho: Serra Oca Castelão 2018

A Quinta do Olival da Murta é um projeto de natureza familiar, que vai na sua quarta geração. Situada na Estremadura, a 80 Km da cidade de Lisboa, possui terrenos de grande influencia Atlântica e um micro clima da vertente norte da Serra de Montejunto, caracterizado pela grande amplitude térmica. Pertence à Sub região de Óbidos.

Para além dos famosos brancos de curtimenta que produz, este ano lançou um novo vinho tinto, o Serra Oca Castelão 2018. Como seria de esperar é um vinho "fora da caixa", desde logo apresentando uma vertente desta casta com pouca extração a começar pela cor pouco carregada. Depois, é claramente "bio" no primeiro impacto olfativo, com notas evidentes de redução no nariz e a fazer lembrar o lagar. Na boca é surpreendentemente fresco e fácil de beber, de corpo médio, com uma acidez acutilante e apenas 12,5 graus de alcool, para acompanhar pratos não muito fortes, ou condimentados mas leves, ou simplesmente a conversar entre amigos. Um vinho muito diferente e que seguramente não será para todos os gostos. Cerca de 1220 garrafas produzidas.

Sérgio Lopes

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Radar do Vinho: Quinta da Bulfata

A Quinta da Bulfata é um projeto agrícola pertencente à Família Rabaçal, com uma área total de 35ha e situa-se na pequena Aldeia de Pinhal do Douro, no Concelho de Carrazeda de Ansiães. Na sua vasta amplitude de Altitude, que varia entre os 300 e os 600 metros, possui solos Xistosos, de transição entre granito e Xisto e ainda solos Arenosos (esta última desanexada das restantes). Com a Viticultura e a Enologia a cargo de Victor Rabaçal, a quinta possui hoje 10ha de vinha. Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Amarela, Sousão, Tinta Barroca, Fernão Pires, Rabigato, Gouveio, Viosinho e Alvarinho perfazem o leque de castas plantadas e cada uma está localizada consoante o tipo de solo, altitude e exposição solar. Provamos as três referências atualmente no mercado.

O Quinta da Bulfata Tinto 2015 é um vinho feito de Touriga Nacional e Touriga Franca com estágio parcial em barricas usadas e uma parte em aduelas de longa extração, o que lhe confere um lado mais "doce" no conjunto, tornando-o mais comercial e uma porta de entrada para o projeto. PVP: 8€.
O Quinta da Bulfata Reserva Branco 2015 é feito com Gouveio, Viosinho e Alvarinho. Não é normal um branco duriense no mercado ser de 2015, quando estamos pleno final de 2019, o que se saúda. O resultado é vinho fora do comum com algumas notas oxidativas, mas muita frescura e aptidão gastronómica. Fruta citrina, notas herbáceas e alguma mineralidade, conplementadas com uma excelente acidez, fazem deste vinho uma pérola escondida da região. Gostei muito.  PVP: 14,55€
Finalmente, também de 2015, o Quinta da Bulfata Reserva Touriga Nacional. Aqui estamos na presença de um vinho que tenta expressar a casta no Douro Superior, no sub-terroir de Carrazeda de Ansiães. Apresenta bonitas notas florais, de violeta tão características da Touriga Nacional e alguma especiaria. Na boca apresenta taninos sedosos e envolventes, com bom volume de boca e a madeira a conferir ao conjunto um certo lado guloso que vai muito bem à mesa com a nossa gastronomia portuguesa. Porreiro. PVP:19,5€

Vinhos muito interessantes, a descobrir no fabuloso terroir do Douro Superior.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Radar do Vinho: Morvalley

A Quinta da Capela, localizada em Marvão, Loureiro, Peso da Régua, está na família Monteiro Pinto há mais de 70 anos. José Carlos Pinto, 4ª geração, decidiu avançar com o projeto de vinhos nos últimos 20 anos. São 10 hectares de vinha sob a marca MorValley, com enologia  do próprio José Carlos Pinto, com a colaboração do enólogo Luís Rodrigues. 

A marca Vallis Dulcis é a gama de entrada do projeto. São vinhos que não sofrem qualquer estágio em barrica e cujas uvas são provenientes também de produtores criteriosamente selecionados. São vinhos muito frescos e com uma enorme facilidade de prova, todos eles, pautando-se por uma excelente relação qualidade preço. Valem bem a pena, a um PVP recomendado de 7,5€ cada. 
O Morvalley Reserva Branco 2017 foi provavelmente o meu preferido de todos os vinhos provados, com belas notas florais e citrinas, num fundo de barrica bem integrada a dar complexidade ao conjunto e alguma untuosidade de boca. Um branco bem gastronómico, para quem gostar de um perfil com um pouquinho de madeira, sem aborrecer. O Morvalley Reserva Tinto 2015, segue a mesma receita do branco, com um pouquinho de madeira a amparar a fruta vermelha bem característica Duriense. Boca com taninos macios e uma boa acidez a conferir aptidão para a mesa. Ambos os reserva a um PVP Recomendado de 9,5€. 
O Morvalley Touriga Nacional 2015 foi provavelmente o meu preferido dos tintos provados. Mostrou-se bastante complexo, cheio de fruta madura, algumas notas florais e um lado balsãmico, muito porreiro. Na boca é denso e com taninos vivos, de novo, optimo para a mesa. PVP 17,5€. 
Finalmente, os Grande Reserva. O Morvalley Grande Reserva Branco 2017 estagia 9 meses em barrica de carvalho francês. É um branco muito delicado, amanteigado e cremoso, num perfil onde a madeira nesta fase está ainda um pouco a sobrepor-se , apesar da boa acidez que equilibra o conjunto. Um belo branco duriense. O MOrvalley Grande Reserva Tinto 2015 estagia 11 meses em barricas de carvalho francês e americano. Não sou propriamente fã do Carvalho americano que marca sempre um pouco o vinho., tornando-o mais "doce", o que é caso, Contudo é um tinto muito complexo, com fruta, especiarias e algum abaunilhado que precisa de comida para brilhar. Um tinto focado um pouco na madeira que beneficiará de mais uns anos em garrafa provavelmente. PVP: 37,95€

Em suma, um projecto em ascensão com vinhos muito apelativos. Na minha opinião pessoal, apenas moderava um pouco mas o uso da madeira, sobretudo nos Grande Reserva. Mas é apenas a minha opinião pessoal...

Comprar AQUI.

Sérgio Lopes

sábado, 23 de novembro de 2019

Em Prova: Ensemble Tinto 2015

Vinho produzido no Douro Superior com 85% de Sousão e 15% de vinhas velhas, sendo o projecto pessoal de dois enólogos, Victor Rabaçal (Quinta do Couquinho / Quinta da Bulfata) e Pedro Ribeiro (Quinta da Terrincha).

Chama-se Ensemble e é de 2015. 

Fruta vermelha e preta carnuda no nariz a denunciar imediatamente de onde vem, com notas especiadas e da madeira ainda um bocadinho evidentes. A boca é potente, atirando-nos de imediato para o Douro Superior. Contudo há frescura a equilibrar o conjunto Os taninos são firmes, a conferir tensão ao vinho. Termina longo e muito gastronómico.

Um vinho que precisa de mais tempo de garrafa, mas que à mesa dá já um enorme prazer.

Acompanhou uma carne grelhada maturada de forma muito competente.

PVP:30€

Sérgio Lopes

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Em Prova: Esporão Reserva Branco 2018

Nova colheita de um vinho que se encontra facilmente nas grandes superfícies e que ostenta o selo de inegável qualidade ano após ano. Perfeito para quem gosta de vinhos brancos com um pouquinho de madeira, sem marcar. Esporão Reserva Branco é composto por Antão Vaz, Arinto e Roupeiro, fermenta e estagia, parte em inox, parte em madeira, sobre borras finas. Provei o 2018 esta semana e considero-o super afinado, equilibrado e muito fresco. Fruta citrina boa, leve toque especiado com madeira discreta presente e uma boca muito cremosa, mas elegante, com final longo. Ligou de forma perfeita com uma Corvina com arroz de lingueirão, como as fotos documentam. Foi um pairing de sonho. Uma escolha segura na prateleira do hipermercado, de uma marca iconica do Alentejo - Esporão, capaz de juntar qualidade a uma produção de grande escala. PVP 12,5€.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Em Prova: os Tintos da Quinta da Gricha

A Churchill´s foi fundada em 1981 por John Graham, representando a 5ª geração da sua família a fazer vinho no Douro. Foi a primeira empresa de vinho do Porto a ser fundada em mais de 50 anos e mantém-se atualmente como um produtor familiar e independente. Dedicada inicialmente só aos vinhos do Porto, desde a aquisição da Quinta da Gricha em 1999, a Churchill’s também produz vinhos DOC Douro, além de vinhos do Porto e tranquilos de qualidade premium unicamente desta propriedade.

De uvas exclusivas da Quinta da Gricha, são produzidos três vinhos tintos: o Gricha 2017 é feito através de um lagar robótico e pretende preservar os aromas primários das uvas, promovendo uma menor extração. O resultado é um vinho cheio de fruta fresca - bonita, com destaque para mirtilos e ameixa. Bem perfumado - apetece logo provar. A boca apresenta a madeira bem integrada, corpo médio, notas minerais, bom volume e final vibrante e texturado. Elegante e seco, num registo de menor corpo, mas muito sabor. PVP: 30€. O Quinta da Gricha Touriga Nacional Talhão 8 é produzido exclusivamente de uvas plantadas de Touriga Nacional no talhão 8, no ano 2000. Trata-se de um excelente exemplar da casta, com um nariz muito floral, cheio de violeta e algumas notas especiadas. Tudo num registo limpo e fresco, de grande finesse. Na boca apresenta-se sedoso e envolvente, com taninos suaves, terminando longo e com grande tensão. Um belo exemplar da casta no Douro. PVP: 40€. Finalmente, o Quinta da Gricha 2017 é vinificado em lagar, de forma tradicional, sendo essa a principal diferença para o Gricha. Trata-se de um vinho que precisa de tempo em garrafa, mas que já mostra todos os atributos de um grande vinho: Complexidade aromática, com notas especiadas, florais e de fruta vermelha e preta. Na boca, mostra-se denso e carnudo, mas sempre num registo de elegância de conjunto. Termina longo e muito tenso, focado numa fruta deliciosamente apetitosa. Adorei. PVP: 55€.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Em Prova: Bojador Vinhos de Talha

Bojador é um projeto pessoal de Pedro Ribeiro (Herdade do Rocim) que materializa um sonho antigo - transformar em vinho a ligação que tem ao Alentejo. Começou a dar os primeiros passos em 2010, tendo seleccionado a Vidigueuu mjiraa para o fazer, com o objetivo de produzir vinhos que transportem a alma do Baixo Alentejo, desenhados a partir de vinhas velhas selecionadas e acompanhadas ao pormenor. Do portfolio constam as seguintes referências: Bojador Colheita Branco, Tinto e Rosé; Bojador Tinto Reserva, Bojador Espumante Brut, Bojador Vinho de Talha Branco, e Bojador Vinho de Talha Tinto. Os vinhos de talha têm tido um protagonismo mais evidente neste projecto embora representem apenas 10% do volume produzido. Foram precisamente os Bojador feitos na talha que provamos com muita atenção nos últimos dias e que nos impressionaram os sentidos. 

São vinhos que respeitam a forma ancestral de fazer vinho da talha, vinificados pelo processo tradicional, em talhas de barro e sem controlo de temperatura, com a fermentação através leveduras indígenas da região e sem qualquer adição ou correção dos mostos. O Bojador vinho de talha tinto 2018 é composto pelas castas Trincadeira, Moreto e Tinta Grossa. É um vinho com um nariz sedutor, cheio de notas de fruta vermelha fresca, com destaque para a ameixa e cereja. A boca tem alguma rugosidade, um toque mineral, mostrando-se muito fresco e que dá grande gozo a beber. Leve, com grande equilíbrio, inebriante, provavelmente o melhor tinto em talha que provei. Um vinho que não cansa.  O Bojador vinho de talha branco 2018 é composto das castas Perrum, Roupeiro, Rabo de Ovelha e e Manteúdo. Neste momento, acredito que os brancos em talha brilham mais do que os tintos. E confirma-se - adorei este branco. De cor dourada, o nariz apresenta notas meladas e resinosas, forte pendor mineral e leve toque vegetal. A boca é super fresca e delicada, texturada, apresentando um bom volume e final crocante e a pedir novo copo. Provavelmente o vinho branco de talha com mais classe que provei. Belíssimo. PVP de ambos 42€. Garrafeiras.

Sérgio Lopes

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Novas colheitas dos vinhos Giz, com as estreias absolutas do Rosé e do Espumante!

Giz de Luís Gomes, trata-se de um projeto muito recente, na Bairrada, que assenta na recuperação de vinhas velhas centenárias, repletas de castas autóctones, onde predominam a Baga e a Maria Gomes. Os vinhedos estão plantados em solos pobres de natureza calcária e proporcionam a construção de vinhos únicos e inconfundíveis que vão na sua quarta edição. O nome Giz, é muito feliz, pois tem tudo a ver com esse lado calcário presente e o projeto é altamente moderno em termos de imagem e com um perfil de vinhos com muita elegância e finesse. Provamos as mais recentes novidades incluindo o novo branco de 2018, um rosé desconcertante também de 2018 e o seu primeiro espumante, de 2016.

O Giz Vinhas Velhas Branco 2018 recupera o perfil do branco de 2016, com um aroma subtil e extremamente "chalky", repleto de salinidade, com um fruta muito delicada e contida. A boca é elegante e cheia de acidez, com a madeira superiormente integrada, num equilíbrio perfeito o que torna este branco, fino e de final longo,  viciante e perfeito para a mesa ou simplesmente apreciar a solo, de tão bom que é.. PVP:21€.

O Giz Vinhas Velhas Rosé 2018 é feito 100% de Baga e ao contrário do que acontece com os Rosés, que normalmente são lançados no verão, este foi lançado... no Inverno. E percebe-se porquê, pois é nada convencional. Muito contido de aroma, com destaque para o floral e alguma framboesa. Tudo num registo delicado a que acresce algum calcário. Na boca é elegante e super seco, com taninos firmes que lhe conferem uma aptidão gastronómica incrível. Termina longo e com apenas 11,5 graus de alcool a dar um enorme prazer. Um grande vinho, que talvez em cega, pudesse ser confundido com um tinto... Excelente. PVP: 23€

Finalmente a estreia do Espumante Cuvée de Noirs 2016, 100% Baga, com apenas 1600 garrafas produzidas, das quais Luís Gomes lançou apenas metade deixando as restantes a evoluir em cave e assim poder lança-las mais tarde, dentro de 3 a 4 anos. Um espumante de nariz onde se nota alguma evolução, com notas de brioche e panificação e leve floral. A boca tem boa mousse e bolha fina, num registo envolvente e não tanto de tensão. Um espumante com 28 meses de estágio muito diferente do que se faz na região, mais em finesse e delicadeza e menos "crispie".PVP: 35€.

Novidades a juntar aos Giz Vinhas Velhas Tinto e Giz Vinha das Cavaleiras Tinto, que se encontram no mercado, a confirmação do trabalho ímpar que Luís Gomes se encontra a fazer na Bairrada.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Em Prova: Morgado do Perdigão Alvarinho & Loureiro 2018

Sim, a foto do vinho é de 2013, pois é o que eu ando a beber em 2019 e demonstra o quão este vinho evolui tão bem. O Morgado do Perdigão é produzido pela Quinta de Paços (Casa de Paços / Casa do Capitão-Mor) e junta precisamente castas das duas propriedades, nomeadamente Alvarinho de Monção e Loureiro de Barcelos. O resultado é um vinho com um bom equilíbrio ácido coma as componentes citrinas e florais como que "ao desafio" e mais focado um pouco na fruta, do que por exemplo o Casa de Paços Loureiro - Arinto. Um vinho muito correto, fresco e agradável e que, repito, evolui lindamente sendo muito melhor apreciado com alguns anos de garrafa, na minha opinião. PVP: 6€. Garrafeiras.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Da Minha Cave: Mirabilis Grande Reserva Tinto 2015

Os vinhos Mirabilis nascem na vindima de 2011 no “Atelier do Vinho”, uma pequena adega com capacidade para 17.800 litros. “No ‘Atelier do Vinho’ a produção é 100% manual e vinificamos pequenas parcelas e subparcelas da quinta que se mostram excecionais, ensaiando diferentes sistemas de maceração e maturação, com o objetivo de alcançar vinhos de detalhe, com uma filosofia de interpretação territorial e com uma profundidade única e fora de série” Por Luisa Amorim.

De facto a descrição acima assenta que nem uma luva ao perfil do Mirabilis Grande Reserva Tinto 2015, provado e claro, bebido com enorme prazer no restaurante Vilamar. Trata-se realmente de um vinho repleto de classe, com aroma muito fino, centrado na fruta duriense, mas muito delicado e profundo. A boca é de uma elegância suprema, com a barrica super integrada nesta fase, taninos macios e muita frescura e um final longuíssimo. Daqueles vinhos cheios de precisão, mas com intensidade, acidez e textura no ponto. Que grande vinho, que dá grande prazer a beber já, mas vai ainda melhorar com o tempo em garrafa! PVP:90€

Sérgio Lopes

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Em Prova: Adega Ponte da Barca Reserva de Sócios Loureiro 2017

Para comemorar os 50 anos de atividade, a Adega Cooperativa de Ponte da Barca decidiu lançar este Loureiro Reserva de Sócios, de 2017, o primeiro vinho da adega, de categoria premium, com envelhecimento em casco de carvalho. O nariz é muito bonito, com notas florais, alguma maçã verde e notas fumadas e de leve fruto seco, do contacto com a barrica. A boca é vibrante, untuosa, com a madeira superiormente integrada para um vinho tão jovem e de uma casta, que raramente leva madeira (salvo algumas honrosas exceções). Um vinho muito bem conseguido, complexo e equilibrado e que demonstra bem o poder e elasticidade da casta Loureiro. Com nervo e estrutura suficiente para envelhecer bem e ser altamente versátil à mesa, aguentando até pratos fortes da nossa gastronomia portuguesa. Muito bem. PVP: 15€. Comprar AQUI.

Sérgio Lopes

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Novidade: Retrovisor Tinto 2017

Carolina GRAVIna e Paulo TrinDADE são os rostos por trás do projeto Gravidade, cujo tinto com o mesmo nome tem sido muito falado entre a comunidade enófila. O Retrovisor 2017 é o novíssimo vinho, lançado pelo casal, feito de vinhas velhas com mais de 80 anos, junto ao Rio Douro. De aroma muito complexo, com destaque para fruta preta e vermelha, especiarias e chocolate, mas tudo num registo fino e contido. Na boca apresenta-se muito fresco, com taninos firmes mas elegantes, mostrando-se aveludado e surpreendentemente muito mineral. Termina longo e sumarento. Um vinhas velhas muito interessante, que apenas se tem de ter algum cuidado quando sobe a temperatura, pois os seus 14,5 levam-no-no para um lado mais apelativo e comercial e menos mineral. 1333 garrafas a um PVP de 19,95€, disponível nas melhores garrafeiras do país- 

Sérgio Lopes

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Da Minha Cave: Primus 2011

Ser convidado, com o mote de provar, entre outros vinhos, um branco do melhor que se faz em Portugal, ainda por cima, de 2011, num restaurante delicioso, como o Vilamar, em Vila Nova de Gaia... O que é que se pode pedir mais? O vinho - Primus 2011 que significa "primeiro", trata-se de um branco, do Dão, feito por Álvaro de Castro (Quinta de Saes / Pellada), sob predominância da casta Encruzado, entre várias outras castas plantadas na vinha velha da Pellada, fermentou parcialmente em barricas, seguindo-se batonage de 3 meses e engarrafamento. Com 8 aninhos mostrou-se de aroma contido, mas muito complexo, com evidência de notas minerais, citrinas e algum floral. A boca estava espantosa, cheia de frescura e tensão - vibrante, parecendo um vinho até mais novo do que 2011. Termina longo e com uma acidez salivante que acompanhou na perfeição o prato preparado pelo George Carvalho. Um dos melhores brancos nacionais, sem sombra de dúvida, num momento de prova extraordinário, mas ainda com muitos anos pela frente. A garrafa foi toda,  naturalmente, entre os convivas presentes... PVP: 30€.

Sérgio Lopes

sábado, 2 de novembro de 2019

Radar do Vinho: Encostas do Sonim (Os tintos)

Encostas de Sonim produz vinhos da região de Trás-os-Montes. Os rostos por trás do projeto chamam-se Dina Pessoa e Hélder Martins, que retomam a tradição do cultivo da vinha e fabrico da vinha que remonta à ocupação romana. Fernando Pessoa, seu pai, herdou as vinhas que eram do pai, avô e do bisavô. Hélder formado em Engenharia Civil e Dina, professora de Música nos Açores, decidem mudar de vida, e com base na tradição familiar, lançar-se para a produção de vinho de forma profissional e como atividade principal. Reestruturam o projeco, criando uma zona para receber as pessoas e dar provas, uma sala de visitas e uma nova adega com tecnologia de ponta para elaboração de vinhos de extrema qualidade. Hoje a vinha de 17 hectares plantada em solo granítico, ainda que sustente uma produção de menor dimensão, procura atingir o potencial máximo da sua qualidade. A enologia está a cargo de Francisco Montenegro (Aneto, Quinta do Arcossó). Provamos os tintos e adoramos!
O Encostas de Sonim Reserva 2017 é feito de Touriga Nacional, Tinta Amarela e Tinta Roriz, com estágio de um ano em barrica de carvalho francês. Trata-se de um excelente exemplar da região transmontana, com um grande equilíbrio - taninos suaves, fruta boa, especiaria e a rusticidade característica, num conjunto super versátil para a mesa. Excelente RQP. 7,5€. 
O Encostas de Sonim Grande Reserva Vinhas Velhas 2014 é feito em lagar. O perfil resulta opulento, da complexidade das vinhas velhas e do estágio de 18 meses em barrica. Talvez seja o vinho de perfil mais clássico dos três, com uma boca a demonstrar de onde vem, cheio de volume, taninos firmes e muita complexidade. É um vinho tenso e potente, com boa acidez, a precisar da comida certa para brilhar. E de tempo para degustar. 15€

Finalmente, o meu favorito, o Encostas de Sonim Grande Reserva Touriga Nacional 2015. Impressionou-me a finura dos taninos e a elegância do conjunto. Sem virar às costas à região quente de onde provém apresentou-e super complexo, muito fino e com uma fruta muito bonita e apetecível, com a madeira a dar-lhe dimensão de boca, complexidade e um final de boca longo e incisivo. Um grande vinho de Trás-os-Montes cheio de frescura! 20€.

Sérgio Lopes