sábado, 2 de novembro de 2019

Radar do Vinho: Encostas do Sonim (Os tintos)

Encostas de Sonim produz vinhos da região de Trás-os-Montes. Os rostos por trás do projeto chamam-se Dina Pessoa e Hélder Martins, que retomam a tradição do cultivo da vinha e fabrico da vinha que remonta à ocupação romana. Fernando Pessoa, seu pai, herdou as vinhas que eram do pai, avô e do bisavô. Hélder formado em Engenharia Civil e Dina, professora de Música nos Açores, decidem mudar de vida, e com base na tradição familiar, lançar-se para a produção de vinho de forma profissional e como atividade principal. Reestruturam o projeco, criando uma zona para receber as pessoas e dar provas, uma sala de visitas e uma nova adega com tecnologia de ponta para elaboração de vinhos de extrema qualidade. Hoje a vinha de 17 hectares plantada em solo granítico, ainda que sustente uma produção de menor dimensão, procura atingir o potencial máximo da sua qualidade. A enologia está a cargo de Francisco Montenegro (Aneto, Quinta do Arcossó). Provamos os tintos e adoramos!
O Encostas de Sonim Reserva 2017 é feito de Touriga Nacional, Tinta Amarela e Tinta Roriz, com estágio de um ano em barrica de carvalho francês. Trata-se de um excelente exemplar da região transmontana, com um grande equilíbrio - taninos suaves, fruta boa, especiaria e a rusticidade característica, num conjunto super versátil para a mesa. Excelente RQP. 7,5€. 
O Encostas de Sonim Grande Reserva Vinhas Velhas 2014 é feito em lagar. O perfil resulta opulento, da complexidade das vinhas velhas e do estágio de 18 meses em barrica. Talvez seja o vinho de perfil mais clássico dos três, com uma boca a demonstrar de onde vem, cheio de volume, taninos firmes e muita complexidade. É um vinho tenso e potente, com boa acidez, a precisar da comida certa para brilhar. E de tempo para degustar. 15€

Finalmente, o meu favorito, o Encostas de Sonim Grande Reserva Touriga Nacional 2015. Impressionou-me a finura dos taninos e a elegância do conjunto. Sem virar às costas à região quente de onde provém apresentou-e super complexo, muito fino e com uma fruta muito bonita e apetecível, com a madeira a dar-lhe dimensão de boca, complexidade e um final de boca longo e incisivo. Um grande vinho de Trás-os-Montes cheio de frescura! 20€.

Sérgio Lopes

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