quarta-feira, 29 de maio de 2013

II Festival de Vinhos do Douro Superior - Qualidade a rodos

Já está. Terminou a 2ª edição do festival de vinhos do Douro Superior. Foram 3 dias bastante preenchidos, onde estivemos presentes e tentamos usufruir ao máximo de um evento que se está a tornar um caso sério no panorama dos certames vinícolas nacionais. Esplendorosamente produzida e dirigida pea Revista de Vinhos, organizada pela Cãmara de Foz Coa, foram mais de 60 produtores a apresentarem os seus vinhos, que puderam ser provados durante os 3 dias. O momento alto do festival foi a eleição dos melhores vinhos da sub-região, num concurso onde estiveram inscritos 160 vinhos, provados por um júri constituído por 21 especialistas na área vínica, provenientes de vários quadrantes, desde proprietários de garrafeiras, críticos de vinhos, jornalistas especializados,bloggers, entre outros. 


Dos 160 vinhos inscritos, um júri alargado escolheu os três vencedores de cada uma das categorias: brancos, tintos e Vinho do Porto. Quinta da Sequeira Grande Reserva 2011, branco, Quinta do Vale Meão 2010, tinto e Quinta de Ervamoira Vintage 2009, Porto vintage, foram os grandes vencedores da segunda edição do Concurso de Vinhos do Douro Superior. A tarefa não foi nada fácil porque a qualidade média dos vinhos era muito, muito alta! No total foram atribuídas 17 medalhas de Ouro, 18 medalhas de Prata e 30 medalhas de Bronze. Ainda assim foram vários os vinhos que, tendo pontuação para atingir uma medalha, ficaram de fora dos prémios por questões de quota de medalhas face ao total de vinhos.

Confesso que acabamos por não provar tudo o que queríamos, pois estivemos presentes nas 3 provas comentadas (de altíssimo nível) e também nas visitas à CARM e Duorom, que terão o seu merecido destaque, em breve. Relativamente às provas comentadas, destaco o nível qualitativo de todos os vinhos, bem como a excelente condução da prova por parte dos elementos destacados pela revista de vinhos. Resumidamente:

- Brancos de Terroir do Douro Superior: Uma prova com altos e baixos, onde foi possível verificar o incremento de qualidade nos brancos desta sub-regiao, onde a frescura se torna o elemento central.
- Vintages de Quinta do Douro Superior: Prova brilhantemente conduzida por Nuno Oliveira Garcia, onde deu para entender o papel fundamental que cada um dos single quintas provados pode ter no contexto do vintage da casa-mãe. Por outro lado, por si só, não deixam de ser vintages com uma qualidade fantástica, por ventura mais acessíveis. Muito boa esta prova.
- 20 anos de grandes tintos do douro superior: Provados grandes vinhos desde a actualidade até 1986, terminando com o Reserva Especial da Ferreirinha, que podia ter sido Barca Velha... Uma prova memorável, muito didática, uma vez que contou com a presença dos enólogos. Um enorme privilégio. Mais uma vez muito bem conduzida, desta feita por Luís Antunes, que conseguiu criar uma atmosfera de saudável debate à volta dos vinhos provados e da história da sub-região. Obrigado.

Adorei o bom ambiente sentido em todo o evento e a união de todos os produtores em torno da sub-região. O facto de existirem fortes laços históricos familiares e de amizade, seguramente que é uma mais valia. A região é de facto SUPERIOR e tem tudo para se destacar no panorama vinícola português. Ainda muito recente no que toca aos vinhos de mesa (historicamente ligada aos cereais, azeiite e mais tarde Portos) é já um caso sério face à qualidade elevada dos vinhos que estiveram em prova. Com um terroir único onde a altitude e as elevadas amplitudes térmicas são características comuns, é capaz de produzir vinhos onde a potência se alia a uma desconcertante frescura. Vinhos de terroir com longevidade.

Para o final fica a listagem dos medalhados com ouro, na presente edição:

Vinho Branco
Azinhate 2010 - H. Abrantes
Conceito 2011 - Conceito Vinhos
Quinta da Sequeira Grande Reserva 2011 - Mário Jorge Monteiro Cardoso
Valle do Nídeo 2011- H. Abrantes

Vinho Tinto
D. Graça Vinhas Antigas 2009 - Vinilourenço
Duorum Reserva 2009 - Duorum Vinhos
Palato Reserva 2011 - 5 Bagos
Pombal do Vesúvio 2009 - Symington Family Estates
Quinta da Leda 2010 - Sogrape Vinhos
Quinta do Vale Meão 2010 - F. Olazabal
Zom Touriga Nacional 2009 - Barão de Vilar


Sérgio Lopes

domingo, 26 de maio de 2013

Quinta dos Barreiros

Localizada na Mêda, mais propriamente na freguesia de Coriscada, a Quinta dos Barreiros está na posse da familia Reboredo hà vàrias gerações. Aliàs pode-se dizer que o vinho corre no sangue da familia. Basta recordarmos os projectos Carm ou Beyra, por exemplo, conduzidos por membros da família Reboredo. 

À frente do projecto, com a marca Gravato, encontra-se Luis Reboredo que com a sua irreverência e carácter inovador, aposta no regresso ao passado com toques de modernidade. Resgata o "vinho da mêda" outrora tão cobiçado no Porto e seus arredores. Este vinho era sujeito a um grande controle devido às tentativas de contrafacção que acabaram por surgir e, de certo modo acabaram com a boa imagem que tinha o "Vinho da Mêda". Era nada mais nada menos designado de Palhete, que como disse acima, o produtor volta a colocar no mapa vínico nacional.

A Quinta dos Barreiros possui 17he com mais de 33.000 pés de vinha plantada em solos graníticos de extrema mineralidade - com um filão de quartzo, o que confere aos vinhos uma frescura ímpar. A propriedade é de uma beleza idílica, contando com inúmeros vestígios romanos, que se vêem também um pouco por Coriscada e nas regiões adjacentes.


O nome Gravato tem origem numa batalha na qual as tropas anglo-portuguesas saíram vitoriosas, tendo como adversários os franceses que se viram forçados a sair de Portugal. Foi a batalha do Gravato que teve lugar a 3 de Abril de 1811. 


A vinha velha, a 500m de altitude e que dá origem às 3 referências Gravato, com mais de 60 anos possui uvas de castas típicas da região, brancas e tintas, entre as quais o Rufete, Síria Velha, Rabigato, mas também Touriga Nacional, Franca e Tinta Barroca, utilizadas no palhete (55% uvas brancas e 45% uvas tintas). O tinto denominado Gravato Vinhas Velhas é composto por 95% de Rufete e apenas 5% de Síria Velha, tendo sido considerado pela conceituada crítica Julia Harding como um dos 50 melhores vinhos portugueses para beber no Reino Unido. Ambos, tanto o palhete como o Vinhas Velhas, são vinhos para beber frescos (12º a 14º) e deixá-los ir aumentando a temperatura naturalmente para apreciar a sua alteração. O topo de gama é um vinho produzido 100% de Touriga Nacional, designado simplesmente Gravato Tinto, e o único que tem passagem por madeira. É o vinho mais clássico produzido na Quinta dos Barreiros. Todos os vinhos são produzidos na adega da quinta.




Luís Reboredo é um comunicador nato. Homem extremamente afável e apaixonado pelo seu projecto no qual tenta ter um carácter diferenciador e está a consegui-lo, nomeadamente, pelo reconhecimento merecido que vai obtendo, quer nacional quer internacionalmente. Foi uma visita e prova onde nos sentimos verdadeiramente em casa, em agradáveis conversas, à volta de bom vinho. Chegamos ao início da tarde, saímos já noite... É assim com Luís Reboredo. Os seus vinhos são de facto diferentes e "orgulhosamente da Beira Interior". Urge conhecê-los e nada melhor que o Verão para apostar neles, embora Luís refira "o meu palhete vai bem com tudo, em qualquer altura do ano". É verdade. 

Para breve está o lançamento do primeiro Garrafeira. É com enorme expectativa que o aguardamos. O nosso sincero agradecimento ao Luís Reboredo pela excelente tarde passada e um bem haja. "Tchim Tchim".


Quinta dos Barreiros
Mêda
6430-051 Coriscada
Telf. +351 919110502
Email: gravatoqb@hotmail.com



Sérgio Lopes



sexta-feira, 24 de maio de 2013

Quinta dos Termos "Escolha de Virgilio Loureiro" 2006

Ano: 2006


Produtor: Quinta dos Termos

Tipo: Tinto

Região: Beira Interior

Castas: Tinto Cão

Preço Aprox.: 20€

Veredicto: Localizada em Belmonte, de costas viradas para a Serra da Estrela, com exposição sul em declive meio acentuado e resguardada a norte pela montanha que a delimita, está a Quinta dos Termos. Ali se cultivam as castas tradicionais da Beira Interior - Rufete, Marufo, Tinto Cão, Siria ou Fonte Cal, entre outras,  e ainda algumas internacionais, tais como, Syrah, Petit Verdot e Sangiovese.

Com enologia a cargo do professor Virgílio Loureiro, o tinto 2006, denominado como a sua escolha é um vinho 100% produzido da casta Tinto Cão.

De cor violácea, no nariz apresenta um aroma complexo e com profundidade, onde aparecem notas fumadas e especiadas, conjugadas com fruta fresca. Tudo está muitíssimo bem integrado. Na boca, grande corpo, com taninos redondos, mas sem perder uma certa elegância de conjunto e enorme frescura. Termina longo, com requinte e persistente, com cariz gastronómico.

Num fim-de-semana de provas de vinhos de várias regiões, foi sem dúvida o vinho que mais agradou e surpreendeu. Num grande momento, com todos os componentes totalmente integrados a permitir uma prova no mínimo brilhante. Excelente evolução para a casta Tinto Cão, tantas vezes conotada como produtora de vinhos "duros".

Classificação: 17

Sérgio Lopes

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Porto restaurant week 2013

Decorre a partir de hoje e até ao próximo dia 2 de Junho, mais uma edição do Porto Restaurant Week. Os restaurantes aderentes apresentam um menu específico a um preço convidativo (20€, dos quais 1€ reverte a favor de instituições de responsabilidade social). Para além do menu de 20€ (Entrada + Prato Principal + Sobremesa), o evento apresenta agora também um menu de bebidas por 5€, dos quais 0,25€ reverte a favor das causas sociais.


Para informações mais detalahadas acerca do certame, bem como a lista dos restaurantes aderentes, clique na foto à esquerda.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Anselmo Mendes Contacto 2012


Ano: 2012

Produtor: Anselmo Mendes

Tipo: Branco

Região: Vinhos Verdes (Sub-região de Monção e Melgaço)

Castas: Alvarinho

Preço Aprox.: 9€

Veredicto: Produzido por Anselmo Mendes, o 100% Alvarinho Contacto estagia em borras finas durante 4 meses.

De cor citrina, apresenta aromas típicos da casta, nomeadamente frutos citrinos e um leve floral. No primeiro impacto surge Toranja e Maracujá, mas logo estabiliza em aromas mais familiares. Na boca é muito fresco e mineral, com elegância e suavidade. Termina médio-longo e muito agradável.

Um vinho alvarinho que mostra a casta tal como ela é. Mineralidade, frescura e nuances de fruta citrina, num branco seco, suave e versátil. Consensual.

Classificação: 16

Sérgio Lopes

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Quinta do Vale da Raposa Touriga Nacional 2008


Ano: 2008

Produtor: Domingos Alves de Sousa

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Touriga Nacional

Preço Aprox.: 17€

Veredicto: A Quinta do Vale da Raposa é outra das propriedades de Domingos Alves de Sousa, não tão emblemática como a Quinta da Gaivosa, mas igualmente capaz de produzir vinhos de qualidade. São 12 hectares de vinha com idade superior a 60 anos e 6 hectares de vinha com idade inferior a 20 anos. É desta última parcela que é produzido este vinho 100% Touriga Nacional, que estagia em madeira de 2º ano, durante um período de 12 meses, antes de saír para o mercado.

Cor ruby, bem marcada. No aroma, tipicamente Douro, com notas de fruta preta compotada, chocolate, toques vegetais, leve floral e nuances balsãmicas. Muito complexo e apelativo ao primeiro impacto. Na boca, corpo médio, taninos finos, acidez, final persistente e com requinte.

Um vinho claramente bem conseguido, equilibrado e de fácil apreço. Confesso que não o identificaria como 100% Touriga Nacional em prova cega. Talvez seja esse o "defeito" que identifique no vinho e que não me leva a dar uma pontuação mais elevada. Contudo, poderei estar a ser injusto dada a juventude do mesmo. É no entanto, um belo vinho do Douro que se bebe com prazer e será um excelente companheiro à mesa, principalmente acompanhando carnes vermelhas grelhadas, um polvo ou um assado, por exemplo.


Classificação: 16

Sérgio Lopes

sábado, 18 de maio de 2013

Herdade do Arrepiado Velho 2010


Ano: 2010

Produtor: Herdade do Arrepiado Velho

Tipo: Tinto

Região: Alentejo

Castas: Touriga Nacional

Preço Aprox.: 8€

Veredicto: Localizada em Sousel, a 40Km de Portalegre, portanto no Alto Alentejo, a Herdade do Arrepiado Velho é uma propriedade com uma área total de cerca de 100 hectares, integrando a Rota de São Mamede - um dos três caminhos da rota dos vinhos do Alentejo. Em 2002 a actual vinha foi plantada de raíz. São 33 hectares com o objectivo de produzir vinhos de qualidade. A enologia está a cargo de António Maçanita. Destaque para a beleza e carácter invulgar e moderno dos rótulos do portfolio da casa. No mínimo, originais!

O Herdade do Arrepiado Velho Tinto 2010 é produzido 100% da casta Touriga Nacional, tendo sido parcialmente envelhecido em barricas de carvalho francês.

De cor violeta, o nariz é bem agradável com notas de frutos pretos, ligeiras nuances florais. Na boca, bom corpo, taninos redondos, frescura de conjunto invulgar para um tinto alentejano, terminando de boa persistência.

Bem conseguido, fresco e com cariz gastronómico, a um preço acertado, versátil qb. Acompanhou muito bem carne maronesa grelhada, bem como a sobremesa à base de queijo de cabra.

Classificação: 16

Sérgio Lopes

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Aneto Pinot Noir 2010


Ano: 2010

Produtor: Sobredos

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Pinot Noir

Preço Aprox.: 18€

Veredicto: Pinot Noir plantado no Douro, a mais de 500 metros de altitude, com 12 meses de estágio em barricas usadas de carvalho francês. É assim o ensaio de Francisco Montenegro, que procura perceber como se comporta no Douro esta casta rainha da Borgonha, capaz de produzir dos espumantes e vinhos mais complexos e reconhecidos mundialmente. E nada melhor do que um enólogo (neste caso também produtor) cuja assinatura é reconhecidamente a elegância e finura que caracterizam todos os seus vinhos, para o fazer.

O vinho foi provado em dois momentos. A prova começou curiosa logo de início pela cor apresentada, quase clarete, mas muito viva. No aroma, fruta fresca silvestre, leve abaunilhado da madeira, especiaria, frescura e elegância. Na boca, confirma a finesse tão característica de Francisco Montenegro, com taninos sedosos, corpo médio e final muito saboroso e requintado. Provado 2 dias depois, ganhou algum corpo adicional e ainda uma maior estabilização de conjunto. Muito bem.

Embora eu seja defensor em primeira instância das nossas castas autóctones, que tão bem se comportam no Douro (e noutras regiões) não posso deixar de saudar este ensaio 100% Pinot Noir, extremamente bem conseguido. Com menos alcool (14º) do que a colheita do ano anterior (15º) e um maior equilíbrio de conjunto (talvez fruto da constante afinação no processo e consistência da vinha) trata-se de um vinho gastronómico mas simultaneamente requintado e por isso versátil. Original e recomendado!


Classificação: 17

Sérgio Lopes

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Porto Barros, Edição Especial 100º Aniversário

Fundada em 1913, a Barros é uma marca de referência do sector do vinho do Porto, distinguindo-se pela sua história e perfil vincadamente português. Para comemorar o seu 100º aniversário, acaba de lançar uma edição comemorativa muito limitada, que resulta de um blend de vinhos muito velhos, numa retrospetiva histórica sobre os grandes néctares desta prestigiada Casa. 

Para esta edição exclusiva, o enólogo Pedro Sá e a sua equipa selecionaram criteriosamente os melhores vinhos de cada década de existência da casa. Esta combinação de vinhos muito antigos gerou um blend com uma média de idade de 65 anos. Estes vinhos envelheceram ao longo de décadas em pequenos cascos de carvalho de 225 litros e evoluíram, nos armazéns da Barros, em Vila Nova de Gaia, onde a influência do Oceano Atlântico beneficia a sua qualidade, frescura e elegância.

Esta é uma edição muito exclusiva, limitada a 1913 garrafas, número que representa o ano de fundação da Barros, com um P.V.P. recomendado de 260€ por garrafa (750ml).


Sérgio Lopes

segunda-feira, 13 de maio de 2013

2.º Festival do Vinho do Douro Superior

É já nos dias 24, 25 e 26 de Maio que Vila Nova de Foz Côa acolhe a 2.ª edição do ‘Festival do Vinho do Douro Superior’, um evento multifacetado que vai decorrer no ExpoCôa - Pavilhão de Exposições e Feiras.  No certame, estarão presentes mais de 60 produtores desta sub-região do Douro, representando 6 concelhos vinícolas (Vila Nova de Foz Côa, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo, Figueira de Castelo Rodrigo, São João da Pesqueira, Carrazeda de Ansiães e Mêda), somando mais de 200 marcas de vinhos expostas e servidas!

À feira (exposição e prova) de vinhos e sabores da região – onde se vai poder degustar e comprar vinhos, azeites, amêndoas, doces, queijos e enchidos a preços especiais – juntam-se a segunda edição do ‘Concurso de Vinhos do Douro Superior’; um colóquio para profissionais; provas de vinhos e azeite do Douro Superior comentadas por especialistas; e visitas a quintas produtoras de vinho. Integrado também no programa do festival, está agendada uma ação de formação do IVDP para promover o serviço de vinho do Porto – “Saber servir; vender melhor” – destinada a profissionais do canal horeca e agentes turísticos.

O 2.º ‘Festival do Vinho do Douro Superior’ tem entrada gratuita. À disposição dos visitantes, para que possam provar os vinhos em exposição, a organização disponibiliza um copo no valor de € 2,00.

A Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa é a entidade organizadora do Festival. A produção e direcção deste certame, que este ano conta com o apoio do IVDP, está a cargo da Revista de Vinhos.

Programa do Festival:



Sérgio Lopes

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Alves de Sousa Vintage 2009


Ano: 2009

Produtor: Domingos Alves de Sousa

Tipo: Porto Vintage

Região: Douro

Castas: Várias

Preço Aprox.: 35€

Veredicto: Domingos Alves de Sousa é sobretudo reconhecido pelo seus excelentes vinhos do Douro, é um facto. Chega o momento de apostar igualmente nos vinhos do Porto, tal como nos informou o enólogo Tiago Alves de Sousa. Parece-me lógico. Este vintage 2009 é pois o primeiro da gama "Alves de Sousa" a que se pretende dar continuidade, juntamente com o natural surgimento dos tawnie com indicação de idade.

Relativamente ao vintage 2009, trata-se de um vinho de cor retinta. No nariz, aroma complexo, mas algo contido, com a natural presença da fruta vermelha e preta bem madura que se sente muito mais na boca. Apresenta uma boa estrutura, terminando longo e apetecível.

Mais consensual na boca do que no nariz, trata-se de um vintage bem conseguido, diferente. Diferente, pois Tiago Alves de Sousa utiliza uvas da Gaivosa e também das zonas mais quentes (Quinta das Caldas; Quinta da Estação). Assim temos um nariz a lembrar o universo Gaivosa - menos exuberante e mais terroso e uma boca mais próxima do perfil clássico de um Vintage.

Classificação: 16

Sérgio Lopes

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Pingo Doce, vinhos anti-crise



Ligamos a televisão e é só austeridade e mais austeridade... Folheamos os jornais ou navegamos na internet e a crise está sempre no topo das notícias. E por isso, decidi partilhar algumas opções, vinhos verdadeiramente anti-crise. São 3 vinhos distintos, sob a chancela da marca Pingo Doce, dois brancos, um do Dão, outro da região dos vinhos verdes, ambos abaixo dos 2€ e ainda um espumante rosé, bairradino, pois claro, abaixo dos 3€. Nice! A cadeia do grupo Jerónimo Martins inteligentemente juntou esforços com alguns dos produtores em larga escala, de cada região, produzindo assim vinhos acessíveis a todas as bolsas. E atenção, tratam-se de vinhos bem feitos e capazes de agradar.

Do Dão, o branco, que ilustra a figura acima, tem enologia de Osvaldo Amado, enólogo da Dão Sul (Cabriz, Santar) e é engarrafado pela empresa em exclusivo para o Pingo Doce. Produzido das castas brancas da região, nomeadamente encruzado, malvasia fina, bical e cerceal branco, trata-se de um vinho onde no nariz predomina um conjunto de notas frutadas (citrinas e tropicais) e florais, típicas da mistura de castas, num conjunto aromático bem agradável. Na boca, a frescura é o mote. Embora o corpo e o final de boca sejam obviamente algo curtos, termina com uma acidez interessante (quiçá um pouco marcante - não nos podendo esquecer que o vinho custa menos que 2€) que lhe confere um carácter gastronómico interessante.

Da Bairrada, um espumante bruto rosé, produzido pelas Caves da Montanha em exclusivo para o Pingo Doce. Embora de Rosé tenha pouco, aromaticamente falando (falta fruta), o conjunto funciona globalmente bem, graças a uma bolha fina e uma acidez correcta, traduzindo-se num vinho borbulhoso bem conseguido, gastronómico qb.

Finalmente resgato aqui o vinho verde, 100% Loureiro, produzido pela Quinta da Lixa em exclusivo para o Pingo Doce. Apesar de existir igualmente um branco blend eu prefiro este Loureiro. Apresenta alguma agulha típica dos "verdes" ao primeiro vislumbre. Fresco, floral, citrino e suave. Simples, mas bastante bem conseguido, terminando curto mas agradável.

Todos os vinhos têm a marca Pingo Doce e podem ser opções viáveis como verdadeiras bombas anti-crise!



Sérgio Lopes

segunda-feira, 6 de maio de 2013

1 branco e 1 rosé, para o Verão.

Periquita Branco 2012
Monte da Ravasqueira Rosé 2012

Está a chegar o verão... timidamente é certo, uma vez que no momento em que escrevo este texto, está a chover, embora já se sinta uma temperatura bem mais primaveril. Mas, anntecipando os dias de calor que aí vêm e o aumento substancial no consumo de vinhos brancos e também de rosés, venho vos falar de dois exemplares que serão escolhas acertadas para a estação quente (assim se espera). Dois vinhos - um branco e um rosé- que se encontram com facilidade nas grandes superfícies, ambos com uma relação qualidade-preço bastante acertada.

O branco. Periquita, emblemática marca da José Maria da Fonseca (Península de Setúbal), aqui na versão branca, produzido das castas 53% de Verdelho, 25% de Viosinho, 20% de Viognier e apenas 2%, Moscatel de Setúbal. Aqui reside a grande diferença relativamente ao lote do ano passado, onde o Moscatel tinha um peso de cerca de 30% no lote. O resultado, relativamente ao 2011 é por isso um pouco diferente, notando-se uma componente aromática menos acentuada na versão de 2012. No geral, temos um vinho, equilibrado, com notas limonadas, algumas flores e frutas de caroço, talvez com maior leveza e um pouco mais fino que o 2011. Perde-se a exuberância aromática, mas acresce uma maior leveza de conjunto, num perfil mais versátil. Simples e bem feito, capaz de dar prazer. PVP 3,99€ 

Classificação: 15


O Rosé. Monte da Ravasqueira, do produtor alentejano com o mesmo nome. Feito de 55% Touriga Nacional e 45% Syrah, foi galardoado muito recentemente com a medalha de prata no concurso internacional de Bordéus. Trata-se de um Rosé muito fresco e apelativo, com fruta fresca mas também algumas nuances de rebuçado. Na boca, confirma o registo de frescura e fruta fresca apresentados no nariz. Com bom volume de boca, termina seco e bem agradável. PVP 5,49€ 

Classificação: 15


Nota: Amostras gentilmente cedidas pelos produtores, ao quais agradecemos.


Sérgio Lopes

domingo, 5 de maio de 2013

Herdade Grande Tinto 2008

Ano: 2008

Produtor: António M. Lança

Tipo: Tinto

Região: Alentejo

Castas: Touriga Nacional, Aragonês, Touriga Franca

Preço Aprox.: 7,5€

Veredicto: Herdade Grande é uma propriedade agrícola localizada a cerca de 5Km de Vidigueira/Alentejo, com área total de 350 hectares dos quais 60 hectares de vinha, 40 de olival e o restante destinado ao pastoreio de ovinos. Na pertença da mesma familia desde 1920, o projecto vitivinícola iniciou-se com a instalação de vinhas em 1980 e a vinificação em 1997, pretendendo-se produzir e comercializar 350.000 a 400.000 garrafas de vinho, das quais 30% Branco e 70% Tinto.

Comprado no hipermercado Continente, este vinho estava há já algum tempo meio esquecido na garrafeira...

Com 9 meses de estágio em barricas de carvalho francês e americano, apresenta uma cor ruby carregada com rebordo violáceo. No nariz, notas de fruta compotada e leve especiaria. Bom volume de boca, taninos redondos, equilíbrio de conjunto com madeira bem integrada. Termina de agradável persistência, sentindo-se o calor do terroir alentejano (14,5º de álcool), mas sem ser maçador.

Tipicamente Alentejano, gastronómico, acompanhou curiosamente e na perfeição, uma bela carne de porco...à alentejana, tendo sido de agrado geral.


Classificação: 15,5



Sérgio Lopes

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Hexagon 2008


Ano: 2008

Produtor: José Maria da Fonseca.

Tipo: Tinto

Região: Setúbal

Castas: Touriga Nacional, Syrah, Trincadeira, Tinto Cão, Touriga Franca e Tannat

Preço Aprox.: 40€

Veredicto: Topo de gama do produtor, produzido apenas em anos de qualidade excepcional, o hexágono (hexagon) presta homenagem às 6 gerações da família Soares Franco. Por outro lado o vinho é também composto por 6 castas seleccionadas: Touriga Nacional, Syrah, Trincadeira, Tinto Cão, Touriga Franca e Tannat. Este mesmo vinho foi considerado o 8º melhor vinho tinto do ano, pela revista Wine. Foi por isso, com enorme curiosidade que tive o privilégio de o provar.

Quando provamos um vinho de topo, distinguido, há sempre aquela sensação: Será que realmente vai cumprir ou até superar as expectativas criadas? Por vezes tratam-se de vinhos um pouco fechados, a necessitarem de garrafa e em que os sentidos na prova têm de estar astutamente alerta para entender o que ali se prova. Contudo, não nos podemos esquecer que o enólogo é apenas Sir Domingos Soares Franco... enólogo brilhante que empresta uma identidade bem marcada a qualquer vinho produzido do enorme portfolio da José Maria da Fonseca.

E o vinho foi de facto um deleite para os sentidos. Extremamente complexo, elegante e de final interminável.

De cor granada, bem opaca, no nariz começou por mostrar fruta madura e especiaria de qualidade. Foi abrindo, surgindo chocolate, um toque mentolado, flores, enfim, grande complexidade aromática, apoiada sempre numa grande elegância. Na boca, madeira integrada de primeiríssima qualidade, carácter vegetal, taninos bem redondos, muita frescura, num final extraordinariamente fino e longo.

Longevidade prevista de 16 anos. Não dá para aguentar esse tempo...!

Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor.

Classificação Pessoal: 18

Sérgio Lopes

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Quinta da Gaivosa Vinha de Lordelo 2009


Ano: 2009

Produtor: Domingos Alves de Sousa

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Sousão, 10% Tinta Amarela, 10% Touriga Nacional, 20% Tinta Roriz 30% e outras 30%

Preço Aprox.: 40€

Veredicto: Esta pequena pérola nasceu da vontade de Tiago Alves de Sousa em vinificar a parte pelo todo. Passo a explicar: A Vinha de Lordelo da emblemática Quinta da Gaivosa é a mais velha das vinhas. Vinha quase centenária que faz parte do Quinta da Gaivosa, icon apenas vinificado em anos de colheita excepcional. Tiago pretendeu assim partilhar a particularidade de tal vinha tão importante no contexto global da Gaivosa.

A colheita de 2009 é de uma extraordinária harmonia de conjunto e facilidade de prova que nos desarma por completo.

De cor ruby, o aroma é extremamente complexo, com notas de frutos pretos, especiado e algo balsámico. Tudo está com uma elegância e finesse abismais. Na boca, o mesmo registo elegante e fresco, com taninos completamente domados. Termina muito longo e extremamente persistente.

Um grande vinho em qualquer parte do mundo. Um Douro fino e elegante. Viciante.


Classificação: 17,5

Sérgio Lopes