Passado o Natal, onde suspeito que se abriram grandes vinhos a acompanhar a ceia Natalicia, em família, eis que estamos na reta final do ano. E na sequência do que fizemos para as escolhas de vinhos para o Natal, voltamos a lançar o desafio aos nossos enófilos apaixonados para seleccionarem, desta feita, os melhores vinhos provados no ano 2016. Os vinhos de mesa, generosos e bolhinhas que mais impressionaram os sentidos. Alguns são muito difíceis de encontrar, outros nem tanto, mas uma coisa é certa, são todos grandes, grandes vinhos em qualquer parte do mundo. Aqui ficam as minhas escolhas:
2016 foi um ano em que provei (e bebi) tanta coisa boa... muitos vinhos portugueses de enorme qualidade e a preços nada "pornográficos". Foi também o ano em que bebi mais vinhos brancos e que pela primeira vez tenho na minha garrafeira mais garrafas de brancos do que de tintos. Por outro lado, apaixonei-me por vinhos mais antigos, adquirindo diversos vinhos em leilões e garrafeiras, novamente com destaque para os brancos, (curiosamente ou não) a darem melhor prova que a maior parte dos tintos. Foi por isso impossivel escolher um só vinho, para esta selecção.
Brancos: Se houve região que me tivesse impressionado este ano foi Bucelas com os seus Arintos: Myrtus 2008, Quinta da Murta Clássico 2012, Morgado Santa Catherina 2012, Bucelas da Regência 2004. Brancos com ou sem madeira a rondar os 10€ para guardar e beber com enorme prazer. Alvarinhos: Anselmo Mendes Expressões e Curtimenta, Regueiro, Valados de Melgaço, apenas para mencionar alguns. Do Douro Superior "fartei-me" de beber Permitido 2015, um fabuloso branco mineral do Márcio Lopes. Também do Douro, o projeto Mãos (reserva branco e o códega de larinho) e por exemplo o Aneto grande reserva do Francisco Montenegro são exemplos de brancos superiores. Da Bairrada, o Vinhas Velhas da Niepoort... que maravilha de elegância e personalidade. Mas é do Dão que destaco um dos vinhos mais impressionantes que provei este ano: Porta dos Cavaleiros 1979. Provei outros "igualmente antigos" como o Bons Ares 2001 ou Quinta de Camarate 1999, em excelente forma e a darem enorme prazer, mas não com a garra e a forma deste vinho branco que apresenta maior idade do que eu. E... custa apenas 10€ nas Caves São João!
Brancos: Se houve região que me tivesse impressionado este ano foi Bucelas com os seus Arintos: Myrtus 2008, Quinta da Murta Clássico 2012, Morgado Santa Catherina 2012, Bucelas da Regência 2004. Brancos com ou sem madeira a rondar os 10€ para guardar e beber com enorme prazer. Alvarinhos: Anselmo Mendes Expressões e Curtimenta, Regueiro, Valados de Melgaço, apenas para mencionar alguns. Do Douro Superior "fartei-me" de beber Permitido 2015, um fabuloso branco mineral do Márcio Lopes. Também do Douro, o projeto Mãos (reserva branco e o códega de larinho) e por exemplo o Aneto grande reserva do Francisco Montenegro são exemplos de brancos superiores. Da Bairrada, o Vinhas Velhas da Niepoort... que maravilha de elegância e personalidade. Mas é do Dão que destaco um dos vinhos mais impressionantes que provei este ano: Porta dos Cavaleiros 1979. Provei outros "igualmente antigos" como o Bons Ares 2001 ou Quinta de Camarate 1999, em excelente forma e a darem enorme prazer, mas não com a garra e a forma deste vinho branco que apresenta maior idade do que eu. E... custa apenas 10€ nas Caves São João!
Tintos: estou um pouco saturado dos vinhos com baunilhas e cacaus provenientes do estágio em madeira. Ou de tintos demasiado extraídos e alcoólicos. Procuro num vinho identidade, frescura e autenticidade. E provavelmente encontro mais facilmente o que procuro no Dão e na Bairrada - vinhos frescos e elegantes, mas com corpo. Assim, destaco os Vinhas Velhas e Vinha Barrosa do Luis Pato, o Avô Fausto da Quinta das Bageiras ou os garrafeiras 2011 da Casa de Saima e 2009 de Sidónio de Sousa, por exemplo. Bagas deliciosas, entre o clássico e o moderno. Do Dão, bebi um Quinta dos Roques Touriga Nacional 1999 sublime e um Quinta da Bica Vinhas Velhas 2007 delicioso, entre tantos outros. Mas o meu destaque vai seguramente para (de novo) um vinho das Caves São João, o Frei João Reserva 1963. Não foi o "melhor" vinho que bebi este ano, ou seja, o que mais me deu prazer. Mas foi certamente o que mais me impressionou pela jovialidade apresentada para um vinho com mais de 50 anos...!
Espumantes: Bolhinhas foi "a nossa praia" em 2016. Tantos e tão bons espumantes provados de diversas regiões: Desde a Távora Varosa com os sempre competentes Murganheira ou Terras do Demo e o notável Hehn; De Alijó os magnificos espumantes de Celso Pereira, os Vértice, confirmação de excelência, tantas vezes referenciados pelos nossos winelovers. Depois, um pouco por todo o país se fazem espumantes de qualidade, embora ainda se possa afirmar que estamos numa fase de adolescência no que toca à maturidade desta bebida. Mas é na Bairrada que mais e melhores espumantes se consolidaram. Desde logo através do projeto Baga@Bairrada numa promoção de espumantes da região, feitos apenas com a casta Baga. Neste momento já são 10 referências. Desta região destaco Quinta dos Abibes e Kompassus, mas também o ano em que Mário Sérgio lançou o sempre delicioso Quinta das Bageiras Grande Reserva Bruto Natural 2011. Não é todos os anos que temos o privilégio de o beber. Mas em 2016 destaco uma casa na Bairrada que cresceu em qualidade e afirmação: As Caves do Solar de São Domingos. Começando pelo single-estate Quinta de S. Lourenço bruto 2007, passando pelos Velha Reserva da casa dos quais tive o privilégio de provar o 1999, 2003, 2004, 2005 e 2011. E se o 2011 está muito bom, destaco claramente o São Domingos Velha Reserva Bruto 2003 como o melhor que provei desta referência: Um espumante com mais de 10 anos de cave, cheio de comlpexidade e sabor, fino e "kicking ass" a muitos, mas mesmo muitos "Champagne". Bravo.
Generosos: Seleccionei um Vinho do Porto Branco com mais de 40 anos de média de idades da Vista Alegre. Já é difícil encontrar blends de tawnies de 40 anos. Ora brancos com estas características ainda mais dificil é. E quando o encontramos e o provamos temos uma explosão de frescura e complexidade, simplesmente abismais. Destaco igualmente, este ano, os Late Harvest do Monte da Ravasqueira e do Aneto. Dois colheitas tardias que me encheram as medidas. Finalmente, menção aos vinhos DON PX de Toro Albala. Tratam-se de vinhos de sobremesa, feitos pelo processo da uva desidratada que depois ficam anos e anos a envelhecer em carvalho americano (O Don PX 1965, por exemplo, esteve quase 50 anos em barrica antes de ser engarrafado). O resultado é uma concentração de boca abismal. Vinhos para provar com um "conta-gotas", impróprios para diabéticos e totalmente "fora do baralho".
Sérgio Lopes