Passado o Natal, onde suspeito que se abriram grandes vinhos a acompanhar a ceia Natalicia, em família, eis que estamos na reta final do ano. E na sequência do que fizemos para as escolhas de vinhos para o Natal, voltamos a lançar o desafio aos nossos enófilos apaixonados para seleccionarem, desta feita, os melhores vinhos provados no ano 2016. Os vinhos de mesa, generosos e bolhinhas que mais impressionaram os sentidos. Alguns são muito difíceis de encontrar, outros nem tanto, mas uma coisa é certa, são todos grandes, grandes vinhos em qualquer parte do mundo. Aqui ficam as escolhas de Carlos Ramos (Cegos Por Provas):
2016 foi um ano cheio de provas e de grandes vinhos. Tantos
e, alguns, tão bons, que se torna dificílimo eleger o melhor em cada categoria.
Mesmo assim, vou tentar (não vou conseguir eleger apenas um, obviamente):
Espumante: Vértice Gouveio 2007 (PVP: 25€), Talvez o melhor espumante
nacional, acompanhado de perto pelo seu irmão, o Vértice Pinot Noir 2006. Cheio de
vida, mas de bolha pequena, sem agredir, com notas de maçã e citrinos, a mousse é perfeita e o final longo.
Branco: Teixuga 2013 (Dão - 30€), Quinta das Maias Barcelo 2015 (Dão - 10€) e Viúva
Quintas 2014 (Bucelas - 12€) – O 1º (100% encruzado) é um vinho de enorme potencial, ainda com alguma madeira a
mais, mas já bastante integrada; tem vindo a evoluir e ameaça tornar-se numa
das referências nacionais; notas de fumo casadas com alguma fruta branca, bela
acidez, grande dimensão e complexidade. Os 2º (da casta Bacelo) e 3º (da casta Arinto) foram das maiores surpresas
do ano; dois vinhos a preços bem acessíveis para a qualidade que têm; frescura
e acidez a rodos que nos fazem sempre querer continuar a provar. Curiosamente, tratam-se de 3 brancos monocastas!
Tinto: VZ 15 Gerações 2013 (PVP 45€) e Quinta da Pellada Carrocel 2011 (PVP 60€) – Estes são dois vinhos extraordinários! Um do Douro, uma edição limitada de 1000 garrafas, numeradas, de um vinho feito a partir de lotes escolhidos por Cristiano van Zeller e os seus filhos, com a mão de enologia de Joana Pinhão, um vinho cheio de poder e músculo, com fruta madura de qualidade, taninos firmes e domados, de grande volume e longo final. O outro do Dão, de Sir Álvaro de Castro, mais elegante e fresco, mas bastante complexo e com grande estrutura; um vinho enorme!
Fortificado: Ramos Pinto Vintage 1924 (PVP 960€), Quinta da Devesa +40
Anos (PVP 100€) e MBV Boal 1863 (Colecção Particular - Barbeito) – O 1º, juntamente com o
1927, também da Ramos Pinto, foi provavelmente o melhor Vintage que alguma vez
provei; é quase impossível explicar tamanha complexidade que vai mudando a cada
minuto que passa… podemos estar horas de copo em riste a tentar descobrir novas
sensações; é absolutamente fantástico! O 2º é o meu “40 Anos” (a média do lote
tem bem mais que isso) favorito; frutos secos e passas com um vinagrinho
ligeiro a temperar e um final a não acabar. O 3º… não existe! Ou melhor, existe
e de que maneira! Vai existir sempre na memória de quem teve a sorte de o
provar; este vinho prova (como se isso fosse necessário) que os Madeira são
indestructíveis; caramelo, passas, enorme estrutura, volume descomunal e um
final de boca que dura… para sempre!
Destilado: Caves de São João Aguardente Velhissima 94 Anos de História 1965 (PVP 250€)– De
linda cor topázio, esta maravilha da destilação tem notas de baunilha, frutos secos,
fruta exótica e especiarias; é de uma macieza e de um aveludado impressionantes
e persiste, persiste, persiste…
Que venha 2017, com pelo menos tanta coisa boa para provar!
Carlos Ramos
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