quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Em Prova: Casa de Paços Loureiro & Arinto 2017

Proveniente de Barcelos, trata-se de um vinho verde blend de Loureiro e Arinto, que conjuga fruta, o lado floral do Loureiro e a acidez do Arinto, num registo de grande tensão. Só para terem uma ideia, este ano de 2019 bebi literalmente às caixas a edição deste vinho de 2016, que estava top. No mercado já se encontra a edição 2018, mas sugiro comprar a de 2017, que ainda se encontra à venda e começa agora a dar boa prova, estando bem mais macio que o 2016. Um branco com textura, seco e muito refrescante, a bom preço, que pede algo para acompanhar à mesa. PVP: 4,5€. El Corte Ingles.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Radar do Vinho: Chão de São Francisco

O projeto Chão de São Francisco é um projeto familiar iniciado em 1996. No entanto, apenas nos últimos anos tem tido maior projeção. Produz vinhos DOP Dão provenientes da Quinta Chão de São Francisco, a 5kms da cidade de Viseu com cerca de 8 hectares de vinha, que foi totalmente renovada em 1996 com vinhas novas com castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen,  Desta quinta são produzidos os vinhos DOP Dão Chão da Quinta mas também das vinhas de Lafões, da Quinta da Colemia são produzidos os vinhos Chão do Vale, com o desafio de  de manter e atualizar um vinho com tanta história, trazendo para a modernidade do séc. XXI. Provamos alguns vinhos deste projeto.

O Chão da Quinta colheita Tinto 2015 é feito de Touriga Nacional e Tinta Roriz e é um Dão robusto e bem acima do que estamos à espera de um colheita, com estrutura e boa fruta, num conjunto equilibrado e a precisar de algum tempo de garrafa (o que é bom). 7€. 
O Chão da Quinta Reserva 2015 é feito de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen, sendo naturalmente mais complexo que o colheita. Gostei do conjunto, apesar de a madeira o mascarar um pouco e torna-lo um vinho mais comercial e internacional, retirando a tipicidade do Dão na minha opinião. 10€. O  Chão da Quinta Premium Touriga Nacional 2016 é um tinto mais sedoso, cheio e redondo, com taninos civilizados. Contudo, para mim a madeira continua a retirar-lhe um pouco da tipicidade Touriga Nacional. Gostava de ver este vinho com menos madeira, porque o potencial está lá. 13€
O topo de gama Chão da Quinta Signature 2015 revelou-se um grande vinho. Aqui temos um 100% Touriga Nacional a fazer jus à casta e região. Complexo, cheio de fruta preta e violeta, especiaria, num aroma muito bonito. Curiosamente, na boca a madeira aparece muito subtil, a conferir dimensão ao vinho. Bons taninos, sedoso, fruta bonita, conjunto harmonioso e final longo. Muito fresco, apesar dos seu 14 graus de alcool, que não se notam, mostrando-se perfeito para a mesa. 25€.
Finalmente o branco da região de Lafões, Chão do Vale Vinhas Velhas 2017, o que mais gostei juntamente com o "signature" tinto. Vinho contido no nariz, numa primeira fase, com bastante mineralidade e um lado citrino. Alguma austeridade até. Boca com estrutura e muita tensão, apesar da sua elegância. Um vinho com uma excelente acidez e final longo e refrescante. Mais um daqueles casos de excelente companheiro à mesa, até para harmonizações mais arriscadas. Uma interpretação fiel do terroir! Muito bem!10€

Sérgio Lopes

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Fora do Baralho: Senhor Doutor Field Blend Branco 2018

Estava em Lisboa, em trabalho, quando visitando uma garrafeira em Moscavide, me foi sugerido comprar este vinho. Chama-se Senhor Doutor field blend 2018 e é um branco alentejano proveniente da Herdade da Maroteira, cujos tintos  Mil Reis, Cem Reis e Dez Tostões são altamente reconhecidos e cobiçados. Este field blend é a representação do que a vinha produz no ano de 2018, um lote de Arinto, Verdelho, Antão Vaz e Siria em partes iguais, cujas uvas são colhidas com tempos de maturação distintos. 20% do lote fermenta em barrica. Confesso que fiquei imediatamente com curiosidade de o provar, pois não o conhecia e sou fã do projecto, tendo feito uma visita há uns 3 anos, onde o Anthony Doody nos tratou muito bem!

É um vinho muito original, com notas de fruta tropical e citrinos maduros, quase a lembrar a fruta cristalizada. Por isso, o nariz aponta imediatamente para uma sensação de doçura. Encontramos também notas terrosas e algum herbáceo. A boca é untuosa e amanteigada, mas elegante. Não é um vinho pesado nem gordo. Tem no entanto estrutura e uma acidez que balanceia muito bem o conjunto, equilibrando-o. Termina sentindo-se leve açúcar residual, mas que com a sua frescura o torna um vinho altamente comercial. Especialmente para pratos gordos como bacalhau ou uma carne no forno. Um vinho alentejano, fora da caixa. PVP: 10€. Garrafeiras.

Sérgio Lopes 

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Em Prova: 500 Loureiro & Alvarinho Reserva

Há 500 anos Fernão Magalhães, explorador português, circum-navegou o mundo pela primeira vez. Para comemorar esse feito, a Adega de Ponte da Barca – terra associada à sua origem criou este vinho feito de Loureiro do vale do Lima e Alvarinho do vale do Lima. Em termos de vinificação, 40 % do Loureiro termina a fermentação em cascos de carvalho francês, novos e usados (250 e 600 L), permanecendo aí por 3 meses. Os restantes 60 % do Loureiro e o Alvarinho fazem toda a fermentação em inox onde permanecem em bâtonnage. Ao fim dos 3 meses, foi feito o lote do Loureiro com o Alvarinho, permanecendo em borras finas até ao momento do engarrafamento.

O resultado é um vinho muito interessante que é vendido numa caixa individual também muito bonita e moderna. Nariz com notas citrinas maduras e algum floral, bem como ligeira especiaria do contacto com a madeira. Ao primeiro impacto é super apelativo com a fruta muito bonita ate a induzir que o vinho pode ser algo doce. Mas na boca é precisamente o contrário, ou seja, é seco e muito fresco, tem um bom volume, nervo e termina muito bem, com acidez salivante. Ainda muito jovem, com elevado potencial de evolução e a provar que uma adega cooperativa pode e consegue fazer vinhos premium de grande qualidade. Muito bem. PVP: 16,99€. Comprar AQUI.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Em Prova: Identidade OM. Edição Limitada 2018

Os vinhos "Identidade" são vinhos de boutique criados pelo Modelo e Sommelier Pedro Martin, inspirados no carácter dos seus dois filhos. O Identidade OM Edição Limitada 2018 é a segunda edição de um vinho desenhado em homenagem ao seu filho Oliver Martin. Talvez porque passou um ano e o pequeno Oliver está mais crescido, esta edição altera a composição do lote, quiçá para reflectir a sua personalidade. Será? Se no ano passado tínhamos 85% Arinto e o restante Chardonnay, em 2018 o lote muda radicalmente para Chardonnay (65%), Bical (30%) e Arinto (5%), de solos argilo-calcários, feito na Quinta do Poço do Lobo, na Bairrada, mantendo a enologia a cargo das Caves S. João e o lote final concebido pelo próprio Pedro Martin.

Está um vinho diferente da edição ano passado, mas também está muito novo. Todo ele está super contido, a começar pelo nariz onde tímidas notas minerais e de fruta de caroço vão aparecendo. Foi mais evidente no dia seguinte esse carácter frutado mais marcado que o da edição de 2017. A boca confirma o lado calcário, mineral e fresco que tanto gozo me deu no ano passado. Seco e com um bom volume, apenas me parece menos crocante e com um pouco menos de nervo, apesar da elevada acidez que possui e que o fará evoluir muito bem em garrafa. A provar de novo dentro de uns meses para aferir a sua evolução. De novo um belo vinho conseguido por Pedro Martin, talvez com mais volume de boca e um pouco mais sério que a edição anterior mas menos impactante (a meu ver). PVP: 14€. Comprar AQUI.

Sérgio Lopes

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Radar do Vinho: Pinhal da Torre

Pinhal da Torre é uma empresa familiar cujo objetivo é o de produzir vinhos Premium que obtenham reconhecimento além fronteiras. Localizada na cidade de Alpiarça, possui três propriedades contíguas: Alqueve, Quinta São João e Águas Vivas, totalizando uma área de 43 hectares. O Pinhal da Torre difere da maioria dos outros produtores da região do Tejo usando apenas as suas próprias uvas. Todos os vinhos são produções limitadas, procurando produzir os melhores vinhos com as melhores uvas das melhores castas. As castas plantadas são maioritariamente nacionais (mais de 20), mas também algumas internacionais, tais como,  Syrah, Grenache, Chardonnay ou Alicante Bouschet, entre outras. Os vinhos procuram reflectir e compreender a singularidade de cada variedade, limitando a produção e respeitando a natureza e a fruta, produzindo assim vinhos de elevada qualidade e com muita identidade. A enologia está a cargo de Mário Andrade. São várias as referências que provamos.
A gama 2 Worlds é sempre um blend de castas portuguesas e internacionais, dai o nome sugestivo - 2 mundos. O Pinhal da Torre 2 Worlds branco 2015 leva Chardonnay, Fernão Pires e Arinto, sendo um vinho bastante equilibrado e prazeroso. É na realidade o único branco do projecto, creio. Um branco de 2015 ainda cheio de vida! O Pinhal da Torre 2 Worlds tinto 2013 é composto por Syrah, Touriga Nacional e Tinta Roriz. Infelizmente tinha um pouco de Brett e não deu uma prova interessante. Ambos os vinhos rondam os 10€
O Pinhal da Torre Resoluto 2015 é um vinho tinto composto por Touriga Franca, Alicante Bouschet e Trincadeira. A seguir à gama 2 Worlds é o "primeiro" vinho da gama Premium. Nariz bastante complexo, com foco na fruta vermelha fresca, secundado por especiarias e leve balsâmico. Na boca os taninos são macios, mas firmes, mostrando-se elegante e de final longo. Muito interessante. Excelente rqp na minha opinião. PVP: 15€. O Pinhal da Torre "The Syrah" 2013 bem pode se considerar "The Syrah" pois é um vinho que impressiona, desde logo pela explosão de fruta preta e vermelha fresca, nada sobrematurada. Fruta boa, apetecível, mastigável, numa boca volumosa e sedosa, cheia de frescura. Termina tenso, sumarento e com muito sabor, mas sempre com a marca da elegância típica da casa. Um dos melhores exemplares da casta que bebi, em Portugal. PVP: 25€
A dupla que se segue é um caso sério (também). O Pinhal da Torre Antagonista 2013 é um vinho cheio de finesse, combinando a fruta do Syrah e lado especiado da casta, com as notas elegantes da Grenache. Super complexo no nariz e com uns taninos super finos, mas intensos, num final de boca muito longo. Que grande vinho! O Pinhal da Torre Protagonista 2013 é composto por Touriga Franca, Alicante Bouschet e Syrah. É um vinho de enorme classe, conjugando elegância com uma enorme potência. um bouquet fruta variado, madeira de qualidade superiormente integrada, muita tensão de boca e um final interminável. Enorme. Ambos com um PVP: 42€.

Um projeto da região do Tejo que exporta mais de 90% da produção e que por isso é muito difícil de encontrar em Portugal. São vinhos de grande classe, de perfil internacional.

Sérgio Lopes

sábado, 19 de outubro de 2019

Em Prova: Malo Diamond Tinto 2015

Confesso ser raro comprar ou beber vinhos da Península de Setúbal, talvez porque associo a região a vinhos com fruta mais madura, fugindo um pouco do meu perfil. Contudo, nos vinhos somos surpreendidos constantemente. E foi o que aconteceu com este Malo Diamond, feito de Alicante Bouschet, Syrah e Cabernet Suavignon que se mostrou um vinho super equilibrado. Nariz com  notas de fruta preta e um lado mentolado muito giro a conferir frescura logo no primeiro impacto, Boca com taninos macios, corpo médio e final de boca a pedir algo para mastigar. Sem sobre maturações e num perfeito equilibrio doçura - acidez. Foi o parceiro ideal de uma carne de porco estufada. E ligou lindamente. PVP: 6€. 

Sérgio Lopes

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Em Prova: Herdade do Rocim Branco 2018

O alentejano Herdade do Rocim Branco 2018 é elaborado com as castas Antão Vaz, Arinto e Viosinho, plantadas em terrenos pouco produtivos, de origem granítica e xistosa. É um vinho que me surpreendeu grandemente pela positiva. Nariz contido, de pendor mineral e levemente floral / citrino. Tudo muito delicado. Na boca é fresco, e seco confirmando a mineralidade, com alguns apontamentos vegetais. Com apenas 12,5 graus de álcool, apresenta um bom volume de boca e nervo suficiente para se revelar muito versátil à mesa. Acompanhou de forma perfeita uns filetes de peixe espada fritos com arroz de legumes ao almoço; e ao jantar uma massa com frango, queijo e cogumelos. Que bela surpresa. PVP: 8€. Garrafeiras.

Sèrgio Lopes

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Em Prova: Deu la Deu Alvarinho 2018

Nova edição deste vinho, amplamente acessível nas grandes superfícies. Proveniente da Adega de Monção, onde há um par de anos fiz uma prova vertical. E se dúvidas houvesse, provou-se a qualidade e longevidade desta referência. O Deu la Deu 2018 é um alvarinho que aparece nesta edição com um nariz mais contido do que habitual e também bastante complexo, entre notas tropicais suaves, predominância do citrino puro e alguma fruta de caroço. Tudo muito apetecível e sem exageros. A boca mostra uma boa acidez, apresentando-se bastante fresco e com bom volume, equilibrado e a dar muito prazer copo após copo. Um vinho que ronda os 6€, mas que por vezes no Pingo Doce se consegue comprar abaixo de 5€. É aproveitar e ir desfrutando. Acompanhou lindamente uma carne de porco rugida, feita como só a minha mãe a sabe cozinhar. Eu e o meu pai, demos conta desta garrafinha... PVP:6€. Grandes Superficies.

Sérgio Lopes

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Em Prova: Malo Moscatel 5 Anos

Já há algum tempo que não bebia um Moscatel de Setúbal. Estava com saudades. Escolhi experimentar o Malo Moscatel 5 anos, que não conhecia. Trata-se, na realidade, de um lote de vinhos entre 2006 e 2013, perfazendo o perfil 5 anos. A vinificação é efetuada em Cuba, com adição de aguardente de armagnac, com as uvas a macerar 4 meses com a aguardente. Posteriormente estagia em barrica por um período de 5 anos. (Se fosse pela legislação do vinho do Porto seria quase um 10 anos. mas sendo moscatel define-se pela idade do moscatel mais novo) 

O resultado é um moscatel muito interessante para a sua gama de preço, com uma excelente acidez, textura aveludada e muita frescura, As notas de casca de laranja cristalizada e o fruto seco, estão lá, mas é no equilíbrio que surpreende. Com um bom volume de boca, fui bebendo um pouquinho durante a semana e ao fim de vários dias tinha "evaporado" (Nem tirei foto da garrafa!). Bom sinal, não? Excelente rqp, numa belíssima surpresa da Malo Tojo. PVP: 13,90€. Loja Online.

PS: Este vinho foi galardoado com a Grande Medalha de Ouro e vinho mais pontuado na 17ª edição do concurso vínico Selezione del Sindaco.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Fora do Baralho: Vinhos Antítese

Os vinhos Antítese são um projecto pessoal de dois amigos enólogos, que decidiram juntar duas castas aparentemente difíceis de resultar em blend, daí a designação "antítese". São eles Ricardo Santos - Malo Tojo (Setúbal) / Mestre Daniel (Vinho de talha no Alentejo) e Gilberto Marques (Quinta de Pancas). Existem duas referências atualmente no mercado ambas de 2016, ambas com alguma estrutura, com barrica e um ano em garrafa e vinificadas pelos dois amigos. O Antítese Pinot Grigio / Arinto é de uvas provenientes da Quinta do Carneiro (Alenquer) e mostra-se um vinho fresco, equilibrado, com um aroma muito sui-generis, provavelmente do Pinot Grigio, com notas de pêssego e mel, apoiado pela acidez de um Arinto que segura o conjunto. O Antítese Fernão Pires / Chardonnay, é feito com uvas provenientes da Quinta de Catralvos (Setúbal). É um vinho com madeira mais notória e também um pouco mais de álcool, o que o torna mais volumoso e menos fresco que o anterior, ou seja um branco de perfil mais maduro. Duas curiosidades do mundo do vinho, fruto da amizade destes dois enólogos, ainda disponíveis para quem quiser provar. PVP : 6€. Disponibilidade Reduzida.

Sérgio Lopes

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Em Prova: Herdade do Rocim Touriga Nacional 2017

O Herdade do Rocim Touriga Nacional é um tinto Alentejano lançado juntamente com o Herdade do Rocim Alicante Bouschet e o Herdade do Rocim Reserva. Apesar de todos serem naturalmente diferentes entre si, têm em comum a imagem cravada no rótulo de um pássaro (apenas muda a cor consoante o vinho) como referência à apologia da biodiversidade e à missão de não deixar extinguir a planta linaria, que se encontra na propriedade. Este vinho é, claro está, produzido 100% de Touriga Nacional, fermentando e estagiando em barrica de carvalho francês, por 11 meses. Está um vinho ainda bastante jovem, marcado no nariz pelas notas florais características da casta e pela presença forte de especiarias, do contacto com a barrica. Na boca apresenta- se equilibrado, de taninos macios mas firmes, fresco e com uma boa estrutura, com a presença especiada a fazer-se sentir bem, nesta fase, a necessitar de algum tempo para amaciar. Um exemplar bem conseguido do que a casta pode aportar no terroir Alentejano. PVP: 10€. Grandes Superfícies/ Garrafeiras.

Sérgio Lopes

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Em Prova: Quinta da Murta Clássico 2015

A Quinta da Murta situa-se em Bucelas, às portas de Lisboa, "coração" da casta Atinto e tem enologia de Hugo Mendes, que até acaba por ser curiosamente a única figura a que identificamos o projeto. Laboratório para a casta Arinto há mais de 10 anos, Hugo tem tentando aperfeiçoar o perfil e estilo que esta casta consegue aportar no terroir tão particular de Bucelas e em particular na localização idílica da própria Quinta da Murta (vale a pena visitar - fez-me lembrar Constância). A menção clássico apenas ocorre em anos onde as condições assim o permitem. Foi assim em 2009, 2012 e 2013 e volta a sê-lo em 2015. 

O vinho está delicioso, sendo provavelmente o melhor Murta clássico até à data. Tem um equilíbrio notável e é cheio de nuances que lhe conferem complexidade, desde logo a começar pelo nariz com notas citrinas inebriantes, casadas com uma madeira de qualidade , totalmente integrada (como Hugo gosta), mas que lhe dá um lado sedutor. A boca é cheia, redonda, untuoso e de novo super equilibrada, no binómio fruta-acidez. Com bom volume, termina crocante e de final longo, a dizer-nos que ainda irá crescer mais em garrafa, apesar dos seus 4 aninhos de vida. Sim, um branco com 4 anos de vida, que agora, só agora se começa a mostrar...Que belo vinho. PVP: 15€. Disponibilidade Muito Reduzida.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Em Prova: Herdade das Servas Colheita Seleccionada Branco 2018

Projeto da família Serrano Mira, do Alentejo, que foi ganhando o seu espaço e hoje se encontra consolidado, com várias referências no Mercado. Os vinhos de entrada são da gama Monte das Servas. No patamar a seguir surge o Herdade Das Servas Colheita Seleccionada, cujo branco tive a oportunidade de apreciar à mesa, com uma posta de garoupa na brasa. É um vinho muito competente e interessante, blend de 4 castas - normalmente Roupeiro, Viognier, Verdelho e Alvarinho e que fruto de algum trabalho de batonnage ganha uma estrutura e gordura de boca muito interessantes. Nunca fugindo à sua origem Alentejana, mostra-se contudo, fresco e equilibrado, de corpo e final de boca médios, tendo sido o pairing perfeito para o peixinho na brasa. PVP: 8,5€. Garrafeiras.

Sérgio Lopes