quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Wine Spectator dá 98 pontos ao Pintas 2011!

A mais conhecida revista americana acabou de dar a mais alta pontuação de sempre a um vinho não-generoso português. O duriense Pintas 2011 detém neste momento o recorde, com 98 pontos!

Esta pontuação é a mais alta dada por esta revista a um vinho não-generoso português. O anterior máximo estava na posse do Quinta do Vale Meão 2004, com 97 pontos igualada pela Meão e pelo Chryseia de 2011, todos tintos do Douro. O Quinta do Vallado Field Blend Reserva ficou logo atrás, com 96 pontos.

Para termos uma ideia da magnitude desta pontuação, recorde-se que nos últimos 12 meses, apenas 33 vinhos conseguiram esta pontuação (98/100) ou superior, de TODOS os vinhos provados pela conceituada publicação.

Mais uma prova da excelência do ano de 2011, atestada pelos vintages do ano e comprovada pelos tintos.

Muitos parabéns!


Sérgio Lopes


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Provas dos vinhos H.O.- Horta Osório

Eis um produtor Duriense, recente no mercado, com os primeiros vinhos a serem lançados em 2012. Tomei contacto com os seus vinhos no Angola Wine Festival do ano passado e gostei muito do que provei. A Quinta dos Osórios, é a fonte de onde saem todos os vinhos Horta Osório. Apesar de se encontrar na posse da família há 3 séculos, só agora houve a decisão de lançar no mercado o projecto com as marcas H.O. Achado, Colheita e Reserva. Todos tintos. Fica localizada na Cumieira, coladinha às vinhas de... Alves de Sousa. A consultadoria é do enólogo João Brito e Cunha. Aqui ficam as notas de prova:


H.O Achado 2011

Ano: 2011

Produtor: Horta Osório Wines

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Touriga Nacional, Sousão, Vinhas Velhas

Preço Aprox.: 5€

Veredicto: Um verdadeiro achado, como o nome indica. Sem passagem por madeira, trata-se de um vinho predominantemente fresco, com uma lado floral bem evidente. Bom corpo, taninos redondos, final extremamente agradável. O toque de vinhas velhas dá-lhe quiçá uma complexidade pouco normal para um vinho "entrada de gama". Grande relação qualidade-preço. Muito bem!

Classificação: 16

H.O Colheita 2010

Ano: 2010

Produtor: Horta Osório Wines

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Touriga Nacional, Sousão, Touriga Franca

Preço Aprox.: 10€

Veredicto: 10 meses de estágio em barricas de carvalho francês. Cor intensa. Aroma complexo, com fruta madura, alguma especiaria do contacto com a madeira, notas de cacau. Boca muito fresca e fina, com bom volume e final longo e sumarento. Deveria se designar talvez reserva... Como não é, trata-se de mais uma excelente RQP!

Classificação: 16,5


H.O Colheita 2011

Ano: 2011

Produtor: Horta Osório Wines

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Sousão, Touriga Franca

Preço Aprox.: 10€

Veredicto: Em relação ao 2010, desaparece a Touriga Nacional, ficando apenas o Sousão e a Touriga Franca. O estágio é também superior, ou seja, 15 meses em barricas de carvalho francês. Registo semelhante ao 2010, embora com algumas nuances que o tornam ligeiramente menos complexo, à primeira vista. Um pouco mais fechado do que o 2010, como seria de esperar e talvez a beneficiar de mais algum tempo em garrafa. De novo, excelente RQP.

Classificação: 16,5


H.O Reserva 2011

Ano: 2011

Produtor: Horta Osório Wines

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Vinhas Velhas

Preço Aprox.: 20€

Veredicto: Ai as vinhas velhas... Este vinho é produzido exclusivamente de vinhas velhas com mais de 80 anos de idade. Trata-se de um vinho de um aroma extremamente complexo e profundo. Difícil de descrever. Tudo o que foi dito para o colheita 2010, talvez exponenciado. Um vinho distinto e com enorme potencial de guarda. Fino, complexo, fresco e gastronómico. Um caso sério.

Classificação: 17

De uma forma geral estamos na presença de um projecto que tem tudo para se afirmar. Numa fase de afinação, já surpreende e muito. O potencial está lá e dará muito que falar. Para acompanhar muito de perto!


Nota: Amostras gentilmente cedidas pelo produtor ao qual agradecemos.


Sérgio Lopes

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Bain's Way Pinotage 2011

Ano: 2011

Produtor: Wamakersvallei

Tipo: Tinto

Região: África do Sul

Castas: Pinotage

Preço Aprox.: 6-8€

Veredicto: Antes de mais um esclarecimento retirado da Wikipedia: Pinotage é uma casta tinta surgida em 1925, do cruzamento das francesas Pinot Noir e Cinsault na África do Sul (na África do Sul, a Cinsault é conhecida por "hermitage", daí a palavra "pinotage", combinação de PINOt + hermiTAGE. É muito utilizada na produção de vinho na África do Sul e é considerada uma casta nobre.

Este 100% varietal Sul Africano estagiou por 9 a 12 meses em barricas de carvalho de 2º e 3º ano.

Como tal, é um vinho não marcado pela madeira, apenas arredondado.

Na prova mostrou-se um vinho delicado e fresco, com taninos redondos, frutado mas sem exageros, com bom volume de boca e final cheio e sumarento. Gostei do que provei. Mostrou elegância e boa frescura. Aprovado

Classificação Pessoal: 16


Sérgio Lopes

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Montes Ermos Colheita Tinto 2011

Ano: 2011

Produtor: Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta

Tipo: Tinto

Região: Douro Superior

Castas: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca

Preço Aprox.: 3.5€

Veredicto: Continuando no Douro Superior eis que atestamos a qualidade mais que comprovada da região, com bons vinhos para todos os segmentos de preço, mas também salientar o incremento de qualidade das adegas cooperativas em portugal.

Este Montes Ermos colheita é produzido pela Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta..

Trata-se de um vinho composto pelos 3 'Ts' (Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca). O perfil é de um vinho jovem e frutado, com ligeira passagem por madeira. Apresenta notas de especiaria conjugadas com fruta e cacau, boa estrutura, acidez no ponto e final bem agradável, num conjunto fresco e gastronómico.

Um digno representante do Douro Superior e do terroir de Freixo de Espada à Cinta, onde frescura e potência se conjugam em harmonia. Belo entrada de gama a um preço de arromba!

Classificação Pessoal: 15,5


Sérgio Lopes

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Prova dos vinhos Cassa



Produzidos pela VDS - Vinhos do Douro Superior, do enólogo Rui Roboredo Madeira, ambos são provenientes da Quinta da Cassa, propriedade situada a 150 metros de altitude, com exposição a Norte.

Ambos os vinhos não passam por madeira. São sobretudo vinhos jovens, de cariz gastronómico, que se caracterizam pela frescura e equilíbrio de conjunto. 

Mas mais do que falar de notas de prova, é mesmo afirmar que se trata de um bom cartão de visita da Quinta da Cassa, a um preço convidativo (3,99€) e acessível na grande distribuição.

Uma compra segura.

Sérgio Lopes

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

João Portugal Ramos Estremus Tinto 2011

Ano: 2011

Produtor: J. Portugal Ramos

Tipo: Tinto

Região: Alentejo

Castas: Trincadeira, Alicante Bouschet

Preço Aprox.: 70

Veredicto: João Portugal Ramos lançou recentemente uma colecção de vinhos super premium, Estremus (alentejo),  Duorom Reserva O.Leucura Cota 200 e Duorom Reserva O.Leucura Cota 400 (Douro Superior), que podem ser adquiridos no site do produtor Grandes Vinhos. Tratam-se de referências muito especiais que pretendem mostrar a identidade da região e do terroir de origem.

O João Portugal Ramos Estremus 2011 é um vinho com 50% de Alicante Bouschet e 50% Trincadeira, provenientes de uma pequena parcela de vinha, São Lázaro, junto ao Castelo de Estremoz, com solo calcário com pedra-mármore à superfície. A uvas são pisadas a pé em lagar também ele de mármore , sofrendo estágio em barricas novas de carvalho francês durante 12 meses.

Apresenta cor granada opaca, quase como um "bloco". O aroma é deveras invulgar... Muito complexo, atractivo e fino, mas de difícil identificação - muito diferente. Profundo, austero. Boca com taninos macios, estruturado, concentrado, potente, mas delicado, terminando muito longo e persistente.

Um vinho ainda marcado obviamente pela juventude. Promete seguramente um futuro risonho, podendo mesmo vir a ser um dos grandes icons do Alentejo. O crítico Mark Squires, da prestigiada revista “The Wine Advocate” acaba de o destacar com uns apreciáveis 94 pontos!

Um vinho singular, original e uma bela homenagem ao Alentejo. Excelente.

Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor ao qual agradecemos tamanho privilégio.

Classificação Pessoal: 18


Sérgio Lopes

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Valle do Nideo Sauvignon Blanc 2011

Ano: 2011

Produtor: H. Abrantes

Tipo: Branco

Região: Regional Douro

Castas: Sauvignon Blanc

Preço Aprox.: 9,75

Veredicto: Sauvignon Blanc plantado no Douro Superior proveniente de duas quintas a 450m de altitude, em Vale de Mendiz e V.N. Foz Coa. Produzido pelo promissor enólogo Miguel Abrantes que acredito muito dará que falar em breve.

Vinho de cor dourada. Aroma com perfil algo evoluído, onde se identificam as notas de espargo verdes características da casta, mas com a presença de uma fruta branca sobre madura, tipo melão, ou a tropical manga. Uma tropicalidade algo modificada. Boca de corpo cheio, acidez no ponto, final bem interessante e fresco.

Um perfil claramente distinto de Sauvignon Blanc, um pouco mais maduro e gastronómico, longe do perfil Novo Mundo. Vale a pena descobrir.


Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor a quem agradecemos.


Classificação Pessoal: 16


Sérgio Lopes

sábado, 11 de janeiro de 2014

Quinta dos Carvalhais Touriga Nacional 2010

Ano: 2010

Produtor: Sogrape

Tipo: Tinto

Região: Dão

Castas: Touriga Nacional

Preço Aprox.: 15

Veredicto: Já é sabido. O berço da Touriga Nacional é no Dão. É a casta rainha da região. Por isso, normalmente é ou o topot do gama do produtor, ou algo especial e próximo disso. Esta Touriga Nacional provada é proveniente da Quinta dos Carvalhais, gerida pela Sogrape, vinho produzido pelas mãos do experiente enólogo Manuel Vieira.

Apresenta cor ruby intensa. O aroma característico da Touriga Nacional do Dão com aroma intenso a fruta vermelha, leve floral, tudo num registo muito suave. Boca elegante e sedosa, corpo médio, denotando muita juventude, ainda algo inquieto. Boa acidez, termina com final longo.

Um Touriga Nacional fiel à casta, mas ainda muito jovem e com elevado potencial.

Classificação Pessoal: 16


Sérgio Lopes

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Prova dos Vinhos Pasmados



A José Maria da Fonseca, não me canso de afirmar, pelas mãos de Domingos Soares Franco só sabe produzir belos vinhos. E para todos os gostos. Acho que é capaz de agradar desde o simples iniciante até ao mais exigente enófilo, dada a extensa e cheia de qualidade gama de vinhos que possui e a que todos os anos vai acrescentando novas e sempre interessantes referências. 

A gama Pasmados provém da vinha com o mesmo nome, com cerca de 18 hectares, que está inserida numa das propriedades da família Soares Francos, em plena Serra da Arrábida, na Península de Setúbal. Não é pois uma nova referência, mas sim nova roupagem para a gama tinta e branca do vinho Pasmados.

O Pasmados tinto 2011 (8,99€), é produzido a partir da castas Syrah (49%), Touriga Nacional (37%) e Castelão (14%), sofrendo estágio de nove meses em carvalho francês. Cor retinta, aroma fresco e mineral, com notas de fruta vermelha e algum cacau. Boca elegante, com taninos domados, estrutura média, final de média intensidade. Muito agradável. Nota: 16

O Pasmados branco 2009 (PVP: 7,49€) resulta de um lote das castas Viosinho (50%), Arinto (30%) e Viognier(20%), tendo estagiado seis meses 50% em barricas de carvalho francês, 50% inox, com battonage. Vinho com a particularidade de se apresentar no mercado apenas 2 anos depois de engarrafado, apresentando por isso um perfil de "branco velho". Cor dourada. Aroma delicioso, com notas florais evidentes, meladas e de fruta em calda. Boca com uma frescura invejável, que apoia na dose certa uma certa doçura quase de flores mastigáveis que se encontra bem presente. Termina longo, seco e muito apetecível. Singular e com uma relação qualidade preço invejável, bem como um perfil diferente. Nota: 17

Vinhos em que se sente claramente a frescura da Serra da Arrábida. Destaque especial para o singular Pasmados Branco 2009, um branco que é diferente e delicioso, um topo de gama do produtor por apenas 7,49€!


Nota: Amostras gentilmente cedidas pelo produtor a quem agradecemos.


Sérgio Lopes

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

DSF Colecção Privada Espumante Moscatel Roxo Rosé 2012

Ano: 2012

Produtor: José Maria da Fonseca

Tipo: Espumante Seco Rosé

Região: Setúbal

Castas: Moscatel Roxo

Preço Aprox.: 14

Veredicto: A José Maria da Fonseca (JMF) lançou recentemente o seu primeiro espumante premium, o Colecção Privada Domingos Soares Franco Espumante Moscatel Roxo Rosé 2012. Mais uma novidade para a colecção de vinhos assinada com o nome do enólogo, Domingos Soares Franco.

É elaborado 100% da casta Moscatel Roxo, num total de produção de 13.000 litros, tratando-se de um espumante seco.

Eu confesso ser um apaixonado pelo vinho rosé desta casta e da colecção privada DSF... Por outro lado, apenas aprecio verdadeiramente espumantes Brutos, de preferência Brutos Naturais, mas não "Brutamontes". Por isso, sendo este espumante "seco", fiquei logo desconfiado que não me entrasse à primeira.

Cor salmão, aroma exótco com predominância do lado floral e frutado da casta - rosa; lichias. Boca com bolha fina e delicada, final bastante interessante.

Com a refeição ainda que leve, não encaixou de forma perfeita, pois é algo doce (categoria seco). Mas com a sobremesa, bolo rei de chocolate, a combinação foi sublime...!

De qualquer das formas, acho que é daqueles vinhos que se estranham à primeira, mas vão-se entranhando... Embora me pareça estar ainda no seu processo de afinação. O próximo ano seguramente trará a confirmação de um espumante singular, mas agora, por vezes difícil de entender.


Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor a quem agradecemos.


Classificação Pessoal: 16


Sérgio Lopes