segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Em Prova: Valados de Melgaço Branco 2015


17/20. Provei este vinho pela primeira vez, no evento "vinho verde wine fest" e simplesmente adorei. Trata-se de um produtor dos mais recentes a entrar no mercado, proveniente de Melgaço, berço da casta Alvarinho. E devo dizer que entra desde logo para a elite dos produtores que elevam a casta ao seu expoente máximo. Um alvarinho extremamente mineral, fiel à casta nas suas notas citrinas e com traços herbáceos muito interessantes a dar-lhe uma grande complexidade. É crocante, fresco e com bom volume de boca. Muito fino e gastronómico. Enfim, um exemplo do que é a expressão do Alvarinho na sua região de origem. E melhora a cada dia.... Muito bem! PVP: 10€. Disponibilidade: Garrafeiras Seleccionadas.

Sérgio Lopes

domingo, 30 de outubro de 2016

Imperdiveis - 6ª temporada

Estreia já amanhã, segunda-feira, dia 31 de Outubro, pelas 22h30, a sexta temporada do programa IMPERDIVEIS, programa do Porto Canal, dedicado ao vinho. 

Destaque esta semana para o aniversário dos 30 anos da Garrafeira Tio Pepe no Porto!

Destaque igualmente para uma nova rubrica intitulada "às cegas" onde personalidades nortenhas bem conhecidas, juntamente com  personalidades enófilas da região (não menos conhecidas), são desafiadas a provar alguns vinhos em prova cega, justamente na mítica garrafeira Tio Pepe. A não perder!

Aqui fica a promo do programa, disponivel no canal do You Tube dos Imperdiveis:



Sérgio Lopes

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Em Prova: Argilla Branco 2014


15/20. O vinho argilla é produzido na Herdade da Anta de Cima, localizada na Serra de Montargil, concelho de Ponte de Sor, propriedade da família Tenreiro. As últimas vinhas datam de 1950, quando foram arrancads. Em 2010 ressurgiu a vinha na Serra de Montargil e em 2012 produziram-se os primeiros vinhos argilla branco e tinto. Provamos então o branco de 2014 feito de Alvarinho, Verdelho e Viosinho. Trata-se de um vinho de perfil mineral e frutado a mostrar bem a frescura do Alto Alentejo e do terroir particular de Montargil. Não sendo impressionante, cumpre o seu propósito, sendo atipicamente alentejano, embora pelo mesmo preço se encontrem outras opções no mercado, com maior complexidade e diferente identidade.  PVP:8€; Disponibilidade: Garage Wines.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Mercado de Vinhos do Campo Pequeno está de volta

O Mercado de Vinhos do Campo Pequeno está de volta e com mais novidades. De 28 a 30 de Outubro, a mítica praça lisboeta vai receber mais de 100 produtores de vinhos de qualidade de várias regiões do país. 

Durante três dias, os 10 mil visitantes esperados poderão provar e comprar uma vasta selecção dos melhores vinhos portugueses, além de terem a possibilidade de participar em provas, workshops e iniciativas, levadas a cabo por alguns dos mais conceituados produtores, enólogos e escanções do país.

E para aqueles que não dispensam um petisco para acompanhar o vinho, o Campo Pequeno vai reunir 20 reconhecidos produtores de iguarias típicas portuguesas, como queijos, enchidos, presuntos, pão e azeites, entre outros produtos de excelência que resultam da utilização das mais ancestrais técnicas de fabrico e que revivem o gosto dos nossos avós trazendo os paladares antigos ao consumidor actual. A entrada tem o valor de 6€ e inclui copo para prova.

Para mais informações:
www.facebook.com/MercadodeVinhos

Sérgio Lopes

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Em Prova: Vinhas de Pegões Syrah 2015

15,5/20. Produzido pela Adega de Pegões, em exclusivo para a cadeia de supermercados Pingo Doce, chega à nossa mesa este Vinhas de Pegões 100% Syrah 2015. Confesso não ser um fã habitual de Syrah, mas o Francisco Trindade (www.blogdosyrah.pt) lançou-me o desafio e ofereceu-me duas garrafas de vinhos Syrah, uma delas desta referencia. O enólogo é o conceituado Jaime Quendera que afirma ter sido um grande ano em Pegões e não apenas para a casta Syrah. Quanto ao vinho, mostra-se muito equilibrado, com fruta vermelha e preta levemente compotada e final especiado, bom volume de boca e pendor gastronómico, sem se notar os 14º de alcool - fresco, nunca se tornando chato a cada copo. A este preço torna-se uma proposta muitissimo interessante capaz de se destacar de muitas outras propostas que pelo mesmo valor não dão o mínimo de prazer a beber. Foi de agrado geral acompanhando um rolo de carne no forno. PVP: 2,49€. Disponibilidade: Pingo Doce (Exclusivo).

Sérgio Lopes

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Radar do Vinho: Vindimas na Bairrada - Parte 3


Agosto e Setembro trazem consigo a azáfama das vindimas na Bairrada, uma época onde os produtores jogam todas as fichas dum ano de laborioso trabalho e procuram na colheita obter a boa fortuna da qualidades dos seus vinhos. Das vindimas de 2016, acompanhámos algumas colheitas realizados pela Quinta do Poço do Lobo e Filipa Pato..

Quinta do Poço do Lobo - Caves São João



A penúltima aventura neste mundo das vindimas levou-me até à Pocariça, em pleno concelho de Cantanhede, local onde se situa a Quinta do Poço do Lobo, propriedade adquirida em 1971 pela mais antiga empresa vitivinícola em actividade na Bairrada, as Caves São João, uma Sociedade dos Irmãos Unidos, fundado no já longínquo ano de 1920.  Neste dia previa-se que a chuva se fizesse anunciar ao fim do dia, o que obrigava os muitos vindimadores – mais de duas dezenas - a adoptar um ritmo muito elevado, sob o comando de José Rumor,, comandante das tropas no terreno e um dos principais responsáveis pela qualidade das vinhas da Quinta do Poço do Lobo.

O Cabernet Sauvignon é uma uva que surge na Quinta do Poço do Lobo já nos anos 80 por força da visão mundialista dos mentores das Caves São João e da vontade de experimentar diversas castas nacionais e internacionais, devidamente parceladas. O primeiro vinho a sair desta propriedade foi o Quinta do Poço do Lobo Cabernet Sauvignon 1985 que, segundo Celia Alves , gerente das Caves São João, encontra-se ainda numa belíssima forma. A encantadora Quinta do Poço do Lobo estende-se por 37 hectares, dos quais 25 com vinhas plantadas, a que acrescem mais 7 hectares plantados já no corrente ano. Em parcelas bem definidas, encontram-se plantadas na Quinta, para além do Cabernet Sauvignon, as tintas Touriga Nacional, Syrah, Merlot, Sousão, e nos brancos Arinto, Chardonnay e Semillon. Nas novas parcelas plantadas já despontam o Pinot Noir, Petit Verdot, Alicante Bouschet e Baga, para além de novas parcelas de Semillon para dar continuidade à produção do Colheita Tardia Apartado 1, que no futuro, à semelhança da prática de Sauternes, será a casta exclusiva daquele vinho de podridão nobre.

Sendo o Cabernet Sauvignon uma casta mais tardia, de maturação mais lenta e película mais rígida, é normalmente a última vindima a realizar na Quinta do Poço do Lobo. As Caves São João não foram excepção e, à semelhança da maioria das empresas com produção vitícola, também sofreram perdas na vindima de brancos, tendo, no entanto, mantido e até aumentado a produção nas uvas tintas. Num ano de condições climatéricas difíceis, as vinhas da Quinta também não não escaparam ao rigor dos tratamentos fitosanitários. O controlo de maturação é também aqui feito, semanalmente, na sua forma tradicional, através da prova da matéria-prima que dá origem aos vinhos de qualidade reconhecida desta Quinta. Não se descurando também o controlo analítico final, que permitia que, neste dia, se vindimasse o Cabernet Sauvignon com uma previsão de 13,0% de teor alcóolico e 6,5% de acidez.
Finda a vindima da Quinta do Poço do Lobo, uma propriedade que cria vinhos para o Mundo, com castas do Mundo e locais, resta-nos desejar um bom trabalho na adega para que possamos brevemente provar os néctares das Caves São João.


Filipa Pato



A última vindima de Baga do corrente ano, levou A LEI DO VINHO até Óis do Barro, com uma visita à nova Adega de Filipa Pato, um espaço que alberga não só uma parte dos seus tesouros, em barrica e ânfora, mas também acolhe o lar da família. Filipa Pato que desde sempre negou a entrada de produtos químicos nas suas vinhas, é, actualmente, uma defensora da biodinâmica na produção de vinhos, bebendo inspiração nos princípios enunciados pelo austríaco Rudolf Steiner que, a partir dos anos 20 do século passado criou os princípios da agricultura orgânica, mais tarde transposta para a produção de vinhos por reputados produtores internacionais.

Numa vinha perfeita para brancos – o Nossa Calcário nasce nesta vinha de Óis do Bairro – Filipa lamentou a quebra de produtividade que se registou este ano, facto que segue a tendência da Bairrada, sentindo-se, também aqui, maiores perdas nos brancos que nos tintos. E também em virtude de se trabalhar em biodinâmica, o que impede qualquer uso de produtos químicos na vinha, essas quebras tornam-se ainda mais acentuadas quando o tratamento preventivo na vinha não é feito no tempo certo.
Filipa Pato é uma das mais fervorosas adeptas das castas autóctones. E a sua aposta centra-se nas castas Bical, Maria Gomes, Cerceal e Baga, distribuídas pelos cerca de 15 hectares de vinhas próprias em produção biodinâmica. A produtora bairradina tem hoje um papel importante também na sensibilização dos pequenos produtores para esta forma de agricultura sustentável, apostando numa mensagem ambiental e de preservação do terroir para o futuro, e para a rejeição dos fitófarmacos industriais nas vinhas.

Consigo tem uma equipa multifacetada que a acompanha todo ano, não sentindo dificuldades na época da vindima em ter trabalhadores. No dia em que acompanhámos a vindima, vindimava-se Baga, apresentando as uvas um estado de maturação e sanitário ideal. O controlo da maturação faz-se diariamente da forma mais artesanal possível, através da prova das uvas, mascando películas e grainhas. Usufruindo das boas condições climatéricas que se têm sentido, as análises finais ao estado das uvas que se vindimavam em vinhas velhas faziam esta casta atingir os 12,5% de teor alcóolico e um nível de acidez de 6,5% a 7,0%.. A manhã de vindima terminou em grande com um repasto em família preparado pelo grande Chef William Wouters, harmonizado com um dos mais brilhantes brancos nacionais – Nossa Calcário 2010.

https://www.facebook.com/aleidovinho2015/

Miguel Ferreira (A Lei do Vinho)

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

30 anos da Garrafeira Tio Pepe!

Comemorou-se no passado sábado o 30º aniversário da Garrafeira Tio Pepe, no Porto. Foi uma verdadeira festa à volta do vinho com muita animação, entregas de prémios e provas de vinhos muito especiais. Quem conhece o Tio Pepe sabe que encontra no proprietário, Luís Cândido, um enorme anfitrião, sempre disponível para sugerir o melhor vinho para a ocasião, para que o cliente usufura de um grande momento. Adicionalmente, Luis Cãndido tem na sua equipa provavelmente as duas meninas mais bonitas e simpáticas do meio, a Isa e a Ana que completam assim um dinamyc trio de sucesso. O Contra Rótulo agradece o convite e deseja os votos de um excelente aniversário. Um brinde a mais 30 anos de Tio Pepe! 

Aqui ficam as fotos do evento - as pessoas, os momentos e claro está, os... vinhos:
  
      
   
   

                                   


Sérgio Lopes

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Fora do Baralho: Vicentino Sauvignon Blanc 2014

16/20. 

Sauvignon Blanc feito no Alentejo. Hmmm, não é propriamente óbvio, antes pelo contrário. É certo que existem outros exemplares na região feitos da casta francesa, como por exemplo, Cortes de Cima ou Comenda Grande, que não sendo brilhantes, são bons ensaios. 

Foi por isso, com curiosidade, que comprei este vinho até por causa de algum hype à volta do mesmo, nomeadamente pela proximidade maritima das uvas, com a vinha plantada às portas da Zambujeira do Mar...

É sobretudo um sauvignon blanc marcado muito mesmo pelo lado vegetal da casta. As notas de espargo características estão lá em primeirissima linha, junto com muito leve fruto tropical. Na boca é fresco e com um toque a lembrar o salino, talvez da tal proximidade maritima? Termina com boa persistência.

Acho que provavelmente não é vinho para todos os palatos, mas que é agradável, não há dúvidas. PVP: 10€. Comprado na Garage Wines.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Da minha Cave: Bucelas da Regência 2004

16,5/20.

Confesso que estou cada vez mais fascinado com os brancos portugueses e algumas castas em particular. Falo do Alvarinho, Encruzado e o Arinto que com alguns anos de garrafa é simplesmente delicioso. Principalmente quando proveniente da região auto intitulada berço da casta, nomeadamente Bucelas.

Este Bucelas da Regência 2004 foi comprado num leilão. Garrafa única. Não sei muito mais sobre o vinho a não ser que foi feito pelas caves Dom Teodósio, penso que agora Enoport?

Vinho com cor de laivos dourados. Aroma de evolução do Arinto com notas de laranja caramelizada e florais. Tudo num registo fresco. Boca com bom volume. Final longo e viciante.

O que dizer mais dos vinhos brancos de Bucelas?

Sérgio Lopes

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Em Prova: Poças Reserva Branco 2014


16/20. A Poças é provavelmente a única empresa ainda 100% portuguesa de vinhos do Porto (talvez juntamente com a Messias?) e foi numa visita à cave "viva" onde se vê todo o processo de produção dos vinhos, recém aberta ao público que provamos umas coisas "jeitosas" e comprei este branco reeserva de 2014. Feito com as castas tradicionais do Douro e com fermentação em madeira de carvalho francês e americano é sobretudo um vinho onde a elegância domina. Leve, com uam notável harmonia de conjunto entre fruta, ligeiras notas de fumados, muito frescura / mineralidade e alguma finesse. Um vinho "falsamente" curto, pois na realidade é delicado. Gostei muito. PVP: 7,5€. Dipsonibilidade: Garrafeiras.

Sérgio Lopes

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Em Prova: Reguengos Garrafeira dos Sócios Tinto 2011

16,5/20. Garrafeira dos Sócios Reguengos Tinto é um vinho produzido pela CARMIM, um verdadeiro clássico alentejano que começou por nascer como um vinho que representasse o melhor de cada ano. Um prelúdio de um Garrafeira Alentejano. O vinho estagia em depósitos durante um ano. Durante este período o vinho é submetido a provas regulares, sendo os melhores depósitos devidamente identificados e separados. Destes resultam dois lotes; o melhor dará origem ao“Garrafeira dos Sócios” e segundo, ao “Reserva”. O “Garrafeira dos Sócios” estagia cerca de oito a doze meses, dependendo da prova, em meias pipas de Carvalho Francês. Após estágio em madeira, o vinho é engarrafado e vai repousar. Provamos este 2011 no restaurante Grand'Elias em Lisboa. Que bela surpresa. Cor rubi, aroma profundo com notas de cacau, especiarias e muita frescura que se confirma na boca. Ou seja, temos a potência do Alentejo, mas com taninos de veludo. Elegante, harmonioso e robusto. Gastronómico, sim, Uma delicia. PVP: 17€. Disponibilidade: Garrafeiras.

Sérgio Lopes

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Opinião: Aprendendo e Partilhando - RIOJA



Espanha é o terceiro maior produtor de vinho do mundo, logo a seguir à França e à Itália e aquele que tem a maior área de vinha plantada. Pode parecer um paradoxo mas não é uma vez que a densidade e a quantidade de uva produzida em média por videira podem tudo explicar.

Um país que produz tanto vinho como este tem obrigatoriamente de ter belos e diferentes tipos de vinhos e este não é exceção. De todas as regiões deste país a mais reconhecida internacionalmente é sem dúvida Rioja e durante algum tempo não percebi o fascínio que causava em alguns amigos meus. O motivo, sei-o hoje, tem um nome um pouco esotérico: Brettanomyces. Esta levedura, é disso que se trata, é um dos famosos bichinhos que transformam o açúcar em álcool e deixa durante o processo um aroma no vinho nada agradável para o meu sensível nariz mas que o é para muito boa gente: suor de cavalo. Como então? Suor de cavalo? Pois é, por mais incrível que vos possa parecer, este era o aroma dominante e mais comum em quase todos os vinhos riojanos até ao final do século XX. Não sendo, muito longe disso, a única região a sofrer desse mal, era, devido às práticas enológicas, que envolvem muitas trasfegas, uma das mais afetadas, pois com esta prática basta uma mangueira estar infetada para todos os vinhos trasfegados por ela ficarem irremediavelmente afetados. 

No entanto e apesar de eu sentir imensas dificuldades em apreciar um vinho com estes aromas a verdade é que há quem adore, mesmo se por vezes não o conseguem identificar desta forma, o que levou alguns produtores a utilizarem ainda hoje de uma forma propositada a famosa levedura na elaboração dos seus vinhos. Felizmente para mim esse comportamento não é o normal naquela região e uma autêntica revolução aconteceu desde o início do século, mudando o estilo dos vinhos para um estilo muito mais consensual a nível internacional. O que mudou também, sobre tudo quando falamos dos produtores que estão na vanguarda da região, foi a utilização da madeira, passando o carvalho húngaro e francês a ter cada vez maior presença em detrimento do americano

Apesar de apresentar belíssimos vinhos brancos da casta Viura, mais conhecida internacionalmente por Macabeo, esta é uma região que se define essencialmente pelos seus vinhos tintos. Cerca de 80% dos vinhedos são de uvas negras. A Tempranillo com cerca de 85% dos encepamentos é a casta dominante, seguida da Garnacha com 10%, da Mazuelo com 2,6% e a Graciano com 1,7%. Em 2007 outras castas tintas foram aprovadas sem no entanto terem para já expressão. 

São quatro as classificações usadas para distinguir os diferentes estilos do tradicional vinho de Rioja:

- Vin Joven: que raramente passa por madeira e tem um ou dois anos de estágio em garrafa. Habitualmente menos extraídos e por conseguinte com muito menos tanino. São ideais para perceber a fruta da casta Tempranillo.

- Crianza: tem um estágio mínimo de 1 ano em barricas e outro a estagiar na garrafa. Se for um vinho branco tem de estar 6 meses na madeira. Por norma, as barricas utilizadas são usadas e assim a presença da madeira é bem menor o que o faz ser mais apetecível para o gosto português e foram estes os que primeiro me seduziram.

- Reserva: se branco tem de estagiar dois anos com pelo menos 6 meses em madeira. Se tinto tem de estagiar por três anos com um mínimo de 1 ano nos cascos. São Riojas sérios, com os produtores a escolherem as melhores uvas e a deixarem o vinho evoluir mais tempo que o mínimo exigido por lei.

- Gran Reserva: se for branco terá um mínimo de 4 anos de estágio com um mínimo de um ano em barricas. Se tinto aumenta para 5 o tempo mínimo de estágio com pelo menos dois em barricas que os marca de uma forma indelével. Barricas novas são usadas com grande profusão e grandes extrações são efetuadas o que faz destes vinhos uns monstros enquanto jovens. Não admira pois que os melhores apenas deixem sair os seus vinhos para o mercado com mais de uma década de estágio.

A região divide-se em 3 sub-regiões: 

Rioja Alavesa – De onde provêm os vinhos mais leves, ácidos e aromáticos graças a uma elevada altitude média das vinhas que podem atingir os 1200 metros, a um solo de argila e calcário e a um clima mais afetado pelo Atlântico dado ser a região mais próxima deste oceano. 

Rioja Alta – Aquela onde estão situadas as mais nobres propriedades e de onde vêm os vinhos mais equilibrados em corpo, normalmente elevado, acidez boa e teor alcoólico moderado com boa caraterísticas para estagiar em barricas como é habitual na região.

Rioja Baixa – A mais quente e mais baixa das 3 sub-regiões, é a que dá origem aos vinhos mais encorpados e de menor acidez, graças também a uma maior percentagem da Garnacha. É por isso normal a mistura destes vinhos com os das regiões mais elevadas que assim se complementam.

Uma visita a esta famosa região deverá fazer parte da vossa agenda, pois além de grandes vinhos poderão também encontrar alguma da melhor gastronomia espanhola, é essa a fama que o País Basco ostenta…



Hildérico Coutinho 
Escanção/Sommelier

sábado, 15 de outubro de 2016

Encontro Anual de Produtores, by Sodibaco

Decorreu no passado dia 10 de Outubro, no Palácio do Freixo, no Porto, o Encontro Anual de Produtores, promovido pela Sodibaco

Foi um evento com uma seleção muito interessante de vinhos em prova, de várias regiões do país e não só. Um evento com algum glamour e gente "gira" e verdadeiramente apaixonada pelo vinho, desde profissionais do sector a enófilos militantes.

Provou-se todo o tipo de vinhos, brancos, tintos, rosés, espumantes, Champagnes, Portos, etc. havia de tudo e para todos os gostos. Para além dos vinhos sempre competentes de Rui Roboredo Madeira (Cassa - Douro), da gama Somontes da Casa da Passarela (Dão), dos vinhos de Carlos Campolargo (Bairrada), destacaríamos:


- Vallegre - Nova imagem e grande consistência no portfolio. Para além do branco reserva e grande reserva, enorme destaque para o extraordinários portos brancos de 10, 20, 30, e 40 anos de idade...!
- Regueiro - Alvarinho da sua região de eleição (sub-região de Monção e Melgaço), um pequeno produtor com uma linha de identidade constante, muito fiel à pureza da casta. Destaque para o alvarinho 2015, com uma pureza notável.
- Champagnes Baron Fuenté - Extraordinária RQP. Os 3 bolhinhas em prova eram muito bons mas o grand millésime 2008, que delicia...!

Aqui ficam algumas fotos do evento:



      


Sérgio Lopes

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Fora do Baralho: Toro Albalá (Don PX)

Toro Albalá é uma empresa centenária espanhola especialista na produção de vinhos doces da casta Pedro Jimenez. O processo consiste em secar a uva ao sol, até ficar em passa (desidratada). De seguida, envelhece em cascos de carvalho americano por longos anos até ao engarrafamento. Nunca tínhamos provado algo assim e é de facto totalmente "fora do baralho". Tivemos oportunidade de fazê-lo no evento da Direct Wine na Foz do Porto (que distribui os vinhos) onde estavam em prova os seguintes vinhos:

- Don PX Cosecha 2014
- Don PX Gran reserva 1987
- Don PX Seleccion 1973
- Don PX Seleccion 1965 (à esquerda)
- Don PX Seleccion 1955

O Don PX 1965, por exemplo, esteve quase 50 anos em barrica antes de ser engarrafado. Obteve 98 pontos pelo prestigiado crítico americano Robert Parker.

De uma forma geral, tratam-se de vinhos de sobremesa com uma concentração de boca abismal. Nunca provei nada assim. O teor de açúcar é muito alto, mas balanceado por uma boa acidez. Vinhos doces, mesmo. Fora de série, pela novidade. Mas penso que se tem de provar quase com um conta gotas (tal a concentração que exibem). E não são aconselháveis a diabéticos... A descobrir!

Sérgio Lopes

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Radar do Vinho: Vindimas na Bairrada - Parte 2

Agosto e Setembro trazem consigo a azáfama das vindimas na Bairrada, uma época onde os produtores jogam todas as fichas dum ano de laborioso trabalho e procuram na colheita obter a boa fortuna da qualidades dos seus vinhos. Das vindimas de 2016, acompanhámos algumas colheitas realizados pela Quinta de Baixo, Quinta do Ortigão e Quinta das Bageiras.

QUINTA DE BAIXO


Desta feita, rumamos à Cordinhã e à Quinta de Baixo, adega actualmente detida por Dirk Niepoort, pioneiro na Bairrada da actividade vitivinícola em contexto biodinâmico, numa região extremamente complexa para esta “filosofia”. Com perdas de 30 a 40% nas uvas brancas, acompanhámos a vindima da casta tinta, rainha da região, BAGA, a quem Niepoort quis dar um carácter original, bebendo inspiração na secular história da casta na Bairrada. Nas uvas tintas estima-se que a perda seja de cerca de 20%. A especificidade da cultura biodinâmica, obriga a cuidados extra de prevenção, visando impedir que todas as maleitas que infernizam as videiras possam ser combatidas de forma precoce. Podas exemplares, pouca carga na videira, são essenciais para o arejamento e combate à humidade dos cachos. Cultivando e recriando o espírito dos vinhos que se produziam nas adegas da região antes da chegada das modernas técnicas de vinificação, a Quinta de Baixo privilegia os tintos de baixo teor alcóolico, frescura intensa e cor mais aberta, características que se vinham perdendo na Bairrada, por imposição dos vinhos mais encorpados, típicos das regiões mais a Sul. Neste dia vindimava-se a Baga com um teor alcóolico de 10,0% a 10,7% é uma acidez total de 7%.


QUINTA DO ORTIGÃO


Na Quinta do Ortigão acompanhamos a vindima do ARINTO. A belíssima surpresa foi contrariar a tendência de grandes quebras de produção que se tem notado nas castas brancas e constatar que a natureza sorriu ao Ortigão e ao Arinto que se mostrava pujante em quantidade e qualidade, havendo até excedente de produção. Num dia em que a chuva deu um ar da sua graça, foi permitido aos garbosos vindimadores ultrapassar as dificuldades e fazer uma bela vindima. Num ano de condições meteorológicas traiçoeiras, os controlos de maturação semanais são indispensáveis e, neste dia, o Arinto apresentava um teor alcóolico de 12,4% e o teor de acidez atingia os 6,8%. No que toca à decisão dos vinhos que irão dar corpo à uva colhida, a decisão caberá ao enólogo Osvaldo Amado, que tão bem sabe compor belos espumantes e excelentes vinhos tranquilos na Quinta do Ortigão.


QUINTA DAS BAGEIRAS



Encerrada a época da vindima dos brancos, continuámos a acompanhar a vindima na Bairrada, com especial destaque para a casta que maior notoriedade e prémios tem dado aos vinhos da região no panorama nacional e internacional. Confirmando que 2016 é um ano de maturações tardias, acompanhámos a Quinta das Bágeiras, de Mário Sérgio, nesta última semana de Setembro na vindima de Baga para espumante na vinha da Corga. Num dia que começou cedo, enquanto aguardava por Mário Sérgio – tinha aterrado há poucas horas vindo de Turim, onde foi palestrante no Salone del Gusto de Slow Food – tive a oportunidade de beber da sabedoria do meu novo amigo Abel, o Pai Abel que inspirou alguns dos melhores vinhos da Quinta das Bágeiras. O tema que nos entreteve vários minutos foi a monda feita na vinha 2 a 3 semanas antes da vindima de tintos, usando esses cachos para a produção de espumante, e a forma como a maturação acontece depois muito mais rápida e esplendorosa. Conversar com Mário Sérgio é, sobretudo, ouvir histórias dum passado que se conjugou no sentido daquilo que hoje conhecemos da Quinta das Bágeiras. E parte das histórias que dão o selo de identidade a esta casa, passam-se exactamente na vinha. Porque era nelas que o Avô Fausto já se refugiava e encontrava a liberdade e o prazer que as quatro paredes da serralharia do pai não lhe facultavam.

Com os brancos em pleno processo de fermentação na adega, dirigimo-nos para a vinha da Corga, na Fogueira, uma vinha com cerca de 25 anos onde se vindimava Baga para espumante rosé.
Com uma enorme produção por hectare, a monda e corte para espumante é essencial para que a menor densidade de cachos que permanecem na videira maturem de forma mais célere, incrementando a qualidade do vinho. Segundo Mário Sérgio, é este excesso de produção da videira de Baga que traz à tona os vinhos demasiado ácidos e desagradáveis, motivo pelo qual já faz em diversas vinhas uma monda em Abril, conseguindo que a maturação ideal se atinja antes da chegada das chuvas. Neste dia em que homens experientes e de rugas expressivas vindimavam, a Baga alcançava timidamente os 10,5% de teor alcóolico e a acidez rondaria os 6,5% a 7,o%.
Maria Gomes, Bical, Cerceal, Rabo de Ovelha e Baga, são as castas que podemos encontrar nos 28 hectares da Quinta das Bágeiras. 

https://www.facebook.com/aleidovinho2015/

Miguel Ferreira (A Lei do Vinho)


terça-feira, 11 de outubro de 2016

Em Prova: Cossart Gordon Madeira verdelho 10 anos Meio Seco

17/20. Este vinho foi provado no evento que a Direct Wine, de Raul Riba D'Ave promoveu no Porto, onde estiveram à prova uma série de vinhos que distribui e comercializa. A Cossart Gordon é a mais antiga marca de vinhos da Madeira entre as disponíveis no mercado. Tem uma gama alargada de vinhos da Madeira que vai dos vinhos de indicação de idade (vinhos de lote) aos vinhos de uma só colheita (colheita e frasqueira) com um longo envelhecimento em madeira. 

O Madeira Cossart Gordon 10 Anos Verdelho Meio Seco é um vinho da madeira envelhecido em cascos de carvalho americano segundo o proceso tradicional de ‘Canteiro’. Apesar da minha pouca experiência na prova de vinhos da Madeira, fiquei muito bem impressionado com este vinho. De cor topázio, com nuances douradas, mostrou uma intensidade, frescura e profundidade tremendas. Resinoso e com aromas de frutos secos e laranja caramelizada, apresenta um volume de boca notável e uma acidez que lhe confere um longo final. Muito longo e prazeroso. A senhora que estava a servir dizia: È aqui que começam verdadeiramente os nossos Madeira." E Eu consigo entender porquê! PVP: 35€. DIsponibilidade: Garrafeiras Seleccioandas.

Sérgio Lopes

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Em Prova: Quilate Colheita Tinto 2015


15,5/20. Produzido à base de Touriga Nacional (70%) e temperado com Tinto Cão (15%) e Tinta Roriz (15%), chega esta novidade Duriense Quilate Colheita Tinto 2015. O projeto tem inicio em 2013 quando Jorge Rufino começou por investir na requalificação de um armazém velho que se encontra no coração da Quinta do Muro, onde reside, que à longas décadas foi também uma adega.

O principal objetivo era fazer vinhos com caracter douro mas com as técnicas mais antigas possível tais como fermentações em lagar, uso de pouca maquinaria em contacto com uvas, e vinificar parcelas e castas que melhor garantia assegurasse, e foi o que aconteceu. Trata-se de um projeto familiar com a pretensão que evolua a nível económico favoravelmente.

O Colheita 2015 apresenta um cor ruby aberta. Ao primeiro impacto, não é um Douro de "caras" pois está ainda muito novo e não sofre de excessos de madeira - felizmente (aliás tem muiito pouca). Aparecem a pouco e pouco as noats de fruta e traços florais, bem como alguma baunilha. na boca tem volume, mas também elegância. Termina de média persistência e com pendor gastronómico. Irá crescer em garrafa. PVP: 5,95€. Disponibilidade: Garrafeiras Seleccionadas.

Sérgio Lopes

domingo, 9 de outubro de 2016

Sofitel Lisbon Liberdade promove provas de vinhos e menu Sofitel Wine Days

O Sofitel Lisbon Liberdade promove, de 29 de setembro a 31 de outubro, a 5ª edição dos Sofitel Wine Days, um programa internacional da marca destinado a celebrar a época das vindimas e a arte do vinho. Em Portugal, como no resto do mundo, a celebração do vinho pela cadeia hoteleira é feita em larga escala, com a realização de numerosas provas, menus harmonizados, degustações privadas e contactos diretos com produtores locais. 

Até ao final de Outubro, serão organizadas semanas dedicadas a quatro produtores nacionais de referência, onde o vinho estará em destaque, com a realização de provas privadas no último dia da presença de cada produtor. Depois da prova Van Zeller na passada 5ª feira, eis as próximas provas:

13 Outubro
Lima Mayer
Orador: Eng. Thomas de Lima Mayer
Vinhos da prova: Subsidio; Lima Mayer Rosé; Lima Mayer Tinto; Lima Mayer 2 Tintos
Horário das sessões: 18h00-18h45 / 19h00-19h45

20 Outubro
Qta. Fonte do Ouro
Orador: Eng. Nuno Cancela de Abreu
Vinhos da prova: QUINTA DA FONTE DO OURO Branco 2014; QUINTA DA FONTE DO OURO Tinto 2014; QUINTA DA FONTE DO OURO Encruzado 2015; QUINTA DA FONTE DO OURO Touriga Nacional; QUINTA DA FONTE DO OURO Colheita Tardia 2014
Horário das sessões: 18h00-18h45 / 19h00-19h45

27 Outubro
Casa do Valle
Orador: Luís Cameira
Vinhos da prova: Casa do Valle Grande Escolha 100% Alvarinho 2015; Casa do Valle Homenagem Vinhas Velhas 2012; Casa do Valle Rosé 2015
As provas privadas estão limitadas a 12 inscrições cada, com um valor de 12 euros por pessoa, devendo as inscrições ser feitas para o e-mail rui.correia@sofitel.com.

Sérgio Lopes (in Press Release)

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Opinião: Os Bagófilos

No nosso país poucas castas despertam tantas emoções como a Baga. Existem alguns enófilos que não percebem o fascínio que esta casta exerceu, e continua a exercer, sobre muitos outros que, simplesmente, a adoram. De facto, a Baga, quando jovem, é difícil e frequentemente apresenta tantos taninos que fazem qualquer um lançar uma série de esgares muito feios, tal é a sensação na boca. A elevada acidez associada à Baga, principalmente àquela oriunda da Bairrada, também afasta o consumir em geral que pretende um vinho mais adocicado e redondo para acompanhar as refeições. Estes dois fatores associados tendem a delinear uma imagem um pouco negativa da casta.

Vinhos do evento Bairrada 3 vindimas de excelência
No entanto, para os amantes da Baga nada disto os detém. Eles sabem que o fator tempo é decisivo. O ato de guardar as garrafas por 10, 15 ou mais anos faz parte de uma longa espera que culminará na degustação de um vinho que, provavelmente, será sumptuoso e inigualável. A maioria dos enófilos guardam histórias de um amigo “bagófilo” que, nas prateleiras dos supermercados e das garrafeiras onde está escrita a palavra Bairrada, afasta as primeiras garrafas da fila em busca de uma ou outra muito mais antiga que, eventualmente, terá ficado esquecida.

Os fãs da Baga são capazes de cometer absolutas loucuras, aos olhos do comum dos mortais, para obter uma garrafa desta casta. Os “Bagófilos” apresentam uma incansável capacidade para fazerem centenas de quilómetros só para comprar um exemplar de um determinado ano ou produtor. Nos leilões são capazes de disputar um lote de garrafas até ao bater do martelo só porque este era constituído por algumas garrafas da casta com dezenas de anos.

Mesmo depois de esgotado o conteúdo de uma garrafa, o “Bagófilo” é capaz de guardar indefinidamente o recipiente como recordação. É comum preservarem, por exemplo: um Gonçalves Faria Especial Tonel 5 de 1990 ; um Frei João dos anos 60; a primeira colheita de Luís Pato; um Casa de Saima dos anos 80 ou 90; a primeira garrafa dos “Baga Friends”; um Buçaco antigo, entre outros.

Os “bagófilos” têm nas suas garrafeiras (termo lato que pode significar a superfície que fica por baixo da cama ou outro espaço mais ou menos adequado para o longo estágio a que a casta obriga) dezenas de garrafas de produtores que guardam religiosamente.

Se, por acaso, um dia tiverem uma dúvida sobre a casta basta perguntar a um “Bagófilo” para ficarem esclarecidos e informados sobre quase tudo: produtores de referência, anos de excelência, solos argilo-calcários, Ancas, Aguim, Cantanhede, Cordinhã, Ourentã, São Lourenço do Bairro, Baga com e sem engaço, capacidade de envelhecimento da casta, Gonçalves Faria, Dores Simões, plasticidade da Baga, Buçaco, dinastia Pato, grupo dos oito, toneis preferidos por produtor, armazenistas do passado, Frei João, Marquês de Pombal, etc.

Em suma, o “Bagófilo” é um verdeiro apaixonado pela casta Baga e por tudo o que a ela está relacionada.

Recentemente, na Bairrada ocorreram dois eventos, no mesmo dia, que fariam, a qualquer apaixonado pela casta Baga, perder a cabeça: a prova “Bairrada – Três vindimas de excelência: 1991, 2001 e 2011” e o jantar vínico com os “Baga Friends”.

BAGA Friends

Bairrada – Três vindimas de excelência: 1991, 2001 e 2011

No primeiro evento, que durou mais de duas horas, desfilaram vinhos há muito fora do circuito comercial, verdadeiras preciosidades, muito procuradas por qualquer conhecedor: Sidónio de Sousa Reserva 1991; Quinta das Bágeiras Garrafeira 1991; Adega Cooperativa de Cantanhede Confirmado 1991; Casa de Saima Garrafeira 1991; Quinta de Baixo Garrafeira 1991; Casa de Saima Garrafeira 2001; Sidónio de Sousa Reserva 2001; Luís Pato Vinha Barrosa 2001; Quinta das Bágeiras Garrafeira 2001; Casa de Saima Grande Reserva 2011; Sidónio de Sousa Garrafeira 2011; Kompassus Private Selection 2011; Quinta das Bágeiras Garrafeira 2011 e Luís Pato Vinha Barrosa 2011.

Jantar vínico com os “Baga Friends”.

A quem restou fôlego, reserva e pé ligeiro ainda ia a tempo de participar no jantar vínico “Baga Friends” que decorreu na adega do produtor Luís Pato. Aqui ocorreu um evento muito concorrido (esgotou no próprio dia em que foi anunciado), com ementa elaborada por Carlos Fernandes, “chef” no restaurante Rei dos Leitões.

No jantar foram bebidos os vinhos Luís Pato Vinha Pan 2005; Quinta da Vacariça Garrafeira 2008; Sidónio de Sousa Garrafeira 2009; Quinta das Bágeiras Garrafeira 2011; Baga Friends 2011 magnum (foram bebidas as primeiras garrafas de um total de 80); Buçaco Reservado 2013; Filipa Pato Nossa 2013 e Niepoort Poeirinho 2013.

Antes de terminar o jantar foram ainda bebidos os vinhos Buçaco 2001 e Quinta do Ribeirinho Pé Franco 2001 em magnum!

Não vale a pena acrescentar mais nada, foi um dia perfeito para qualquer “Bagófilo”.

Este dia ficará na minha memória para sempre.



Paulo Pimenta (Wine & Stuff)

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Da minha cave: Bons Ares Branco 2001

17/20.

Pela cor tão carregada, na imagem do lado esquerdo,  poderia querer transparecer que o vinho se encontrava em declínio. Mentira. A partir do momento em que levamos o copo ao nariz, percebemos logo que estávamos na presença de um vinho que "oxidou" (evoluiu) muitíssimo bem.

Vinho Duriense, da Ramos Pinto, feito com as castas Viosinho e Sauvignon Blanc, sem qualquer passagem por madeira. Um vinho com 15 anos no nosso copo.

Ao primeiro contacto impressionou a sua mineralidade. muita mesmo. O nariz mostrou-se com notas meladas e petroladas, com uma leve sensação de doçura. Doçura essa que na boca se sentia (ou seria sensação de doçura) compensada por uma acidez vibrante, tornando o vinho guloso e a pedir novo copo. Que belo equilíbrio e que grande acidez. O vinho foi dançando entre as notas meladas e de compota de figo, sempre num registo crocante. Acompanhou na perfeição uma feijoada de leitão e ainda se prolongou após a refeição, por si só... Delicioso.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Opinião: O vinho da Casa

A restauração é um mundo complicado, onde muitas vezes aquilo que interessa ao consumidor, ou seja, desfrutar de um momento global de prazer, não é conseguido. Isto porque os empresários são capazes de caprichar na comida a um preço acessivel e depois marcar os vinhos com margens pornográficas, o que torna impossivel a escolha do binómio refeição - vinho. E depois existem os "vinhos da casa"... 

Mas nem tudo é mau. Escrevo para partilhar uma boa experiência. É certo que foi a um almoço, que é sempre mais rápido e informal. Mas pelo menos este restaurante não apresentava Bag-In Box duvidoso ou ainda pior do que isso. 

Falo do restaurante "O Alves" em Leça, onde voltei passados alguns anos. Costumava lá ir com frequência, noutros tempos. Voltei e com agrado. Encontra-se com a mesma qualidade de sempre. Boa comida, com variedade e sempre bem confeccionada. 

Escolhemos o prato do dia entre uma "douradinha grelhada" ou um "cozido à portuguesa". Prato + bebida + café, pela módica quantia de 8,50€. O vinho servido (a garrafa veio à mesa) foi o Encosta de Favaios Branco, na imagem lateral. Vinho muito honesto, frutado e que dá prazer, proveniente da Adega de Favaios, localizada no Alto Douro, Custa perto de 2€, e não é que ligou perfeitamente com a Douradinha... Ás vezes não é preciso muito para criar um bom momento E foi o que aconteceu.

Sérgio Lopes

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Encontro com o Vinho e Sabores Bairrada 2016 - Os Vencedores

Terminou mais uma edição do Encontro com o Vinho e Sabores Bairrada 2016. Eis os vinhos premiados no certame:

Espumantes com estágio até 24 meses
M&M Gold Edition Espumante Branco
Argau Espumante Branco
Marquês de Marialva Espumante Bical e Arinto branco 2014

Espumantes com estágio igual ou superior a 24 meses
Encontro Special Cuvée Espumante branco 2011
Lopo de Freitas Espumante branco 2011
Milheiro Selas Espumante branco 2012
Quinta dos Abibes Sublime Espumante branco 2012
Rama Blanc de Blanc Special Cuvée Espumante branco 2012
São Domingos Velha Reserva Espumante branco 2011
Quinta dos Abibes Sublime Espumante branco 2010



Espumantes brancos de casta BAGA
Marquês de Marialva Blanc de Noir, Baga Bairrada Espumante branco 2014

Vinho Branco
Marquês de Marialva Reserva Arinto branco 2015
Volúpia branco 2015
Vinho Tinto
2221 Terroir Cantanhede tinto 2011
Aliança Baga tinto 2009
Porta dos Templários tinto 2014
Quinta da Lagoa Velha Premium tinto 2015
Tagarela tinto 2015
Vale da Brenha Reserva Baga e Bastardo tinto 2013
Kompassus Reserva tinto 2013
São Domingos Grande Escolha tinto 2012 (Bairrada)
Vale da Brenha Reserva Baga e Bastardo tinto 2012

GRANDE OURO
Encontro Baga tinto 2011 (Bairrada)


Prova de Espumantes Baga Bairrada

Inserido no programa de provas especiais, o Contra Rótulo teve a oportunidade de participar na prova "Espumantes de Baga Bairrada". A prova foi conduzida por Luis Antunes da revista de vinhos e consistiu em provar espumantes 100% produzidos da casta Baga, casta rainha da região Bairradina, com propostas a começar desde 2014 até 2009.


Eis os nossos destaques:

- Quinta da Mata Fidalga Vinhas Velhas Baga Bairrada 2014 - Um espumante mais vinico e com boa complexidade. A mostrar carácter e a precisar de estabilização e tempo em garrafa. Com muita garra. O melhor em prova dos 4 do ano de 2014.
- Quinta do Poço do Lobo Baga Bairrada 2013 - Muito equilibrado, com harmonia de conjunto, num estilo mais fino e delicado. Consensual.
- Montanha Baga Bairrada 2012 - Um todo o terreno, extremamente bem feito. tem aquele dom da versatilidade, a um preço acertadissimo. Muito bem!
- Casa de Saima Baga 2013 - Um espumante ao estilo clássico da região, bem conseguido e complexo qb.
- São Domingos Baga Bairrada 2009 - O melhor espumante em prova. Deliciosamente complexo e profundo, com uma acidez notável, para um espumante com 7 anos... Bravo!
- Messias Blanc de Noir Baga Bairrada 2012 - O espumante menos conseguido em prova. O mais desequilibrado no binómio doçura vs. acidez.

NOTAS:
- A não presença de produtores clássicos e nomes sonantes da Bairrada nesta prova com os seus espumantes, tais como Luis Pato, Sidónio de Sousa, Filipa Pato ou Mário Sérgio, por exemplo.
- A ausência de espumantes com estágio em garrafa com mais anos e que tanto prazer dão a beber, rivalizando inclusive com muitos champagne! Uma pena.
- A prova demonstra a excelente rqp dos espumantes presentes, com uma linha condutora visível, mas também aindaà procura de encontrar o caminho do sucesso consensual.

Sérgio Lopes







segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Em Prova: Marquês de Borba Espumante Bruto Rosé 2013


16,5/20. A emblemática marca Marquês de Borba do produtor João Portugal Ramos adiciona uma nova referência, o espumante Bruto Rosé. A primeira edição, de 2013, é produzida das castas Touriga Nacional, Aragonez e Pinot Noir (esta última proveniente de uma pequena parcela em Estremoz próximo de uma linha de água e com um solo mais profundo e mais fresco, mais propicio assim para a tipicidade da casta). Apresenta uma cor salmão rosada muito bonita. Aromas discretos a citrinos e algumas nuances de fruta vermelha, tudo num registo muito fino, fugindo àqueles rosés por vezes demasiado exuberantes. Na boca é sério, com bolha fina e mousse delicada. Termina de final médio e harmonioso. Um espumante onde a finura e a harmonia de conjunto são as características principais. PVP recomendado 12,5€ (Na Onwine, consegue-se adquirir ao preço de 9,95€ - na minha opinião o preço mais acertado para este espumante).

Sérgio Lopes

domingo, 2 de outubro de 2016

Contra Rótulo Nomeado para Blog de Vinho do Ano

Bem sei que a autopromoção não é algo muito bonito de se fazer... Mas perdoem-me pois tinha que partilhar a satisfação que sinto em estar presente entre os 10 melhores blogues portugueses que falam de vinhos e afins. 

Após mais de 2 anos fora do país e com um blogue moribundo (o enófilo principiante), decidi, regressado a Portugal voltar a escrever, mas algo diferente, estando eu também num estágio diferente de aprendizagem neste mundo dos vinhos. Assim, surgiu o Contra Rótulo, um magazine online com diversos temas e algumas colaborações muito interessantes de outros apaixonados por vinho, como eu e que enriquecem muito este espaço. 

A nomeação insere-se nos prémios W 16 (http://w-anibal.com/), uma selecção do prestigiado enólogo e crítico de vinhos Aníbal Coutinho do que melhor se faz em torno do vinho, em Portugal, nas diversas áreas do sector. 

Já na 9ª edição, os prémios W contemplam 31 categorias a concurso, com a divulgação dos respectivos vencedores agendada para Janeiro do próximo ano.

Para além do Contra Rótulo, eis os restantes nomeados a melhor blogue de vinhos do ano: