O projeto intitula-se Colinas do Douro contemplando quase 500 hectares na sub-região do Douro Superior, 106 dos quais são de vinha, em colinas e socalcos situados na transição dos granitos da Beira Alta para os solos de xisto do Douro, a 650 metros de altitude. É um projeto recente, resultado do investimento do empresário angolano Kelson Giovetti, nascido apenas em 2010, com o inicio da plantação das vinhas, com uvas distribuídas em 90 hectares de tinto com a maioria a ser de Touriga Nacional - cerca de 33hectares , seguido de Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Roriz, Tinta Francisca , Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon ,e Syrah. De branco são 15 hectares, com Gouveio, Viosinho, Rabigato, Encruzado, Alvarinho e Chenin Blanc. Um investimento assinalável que inclui, ainda, a construção de uma adega, dos arquitetos Souto de Moura e Ricardo Rosa Santos, a ser inaugurada no final deste ano.
A vinha situa-se, portanto, em solos de transição entre a Beira Interior e o Douro, tendo por isso solos graníticos e Xisto na sua constituição. A cota varia entre 650mts e os 450mts , imprimindo uma frescura e mineralidade que caracterizam os seus vinhos. O projeto contempla as marcas Colinas do Douro e Quinta da Extrema, esta última, a marca de topo do projeto. A enologia encontra-se a cargo de Rui Lopes (Somnium) e Jorge Granate Santos (Casal Santa Maria), que juntos são também os autores do seu projeto pessoal Lés-a-Lés, que interessa descobrir.
O Quinta da Extrema Reserva Tinto é um vinho com uma enorme frescura, com uma fruta vermelha muito bonita e que apetece beber copo atrás de copo. muito elegante e sem uma ponta de extração, com a madeira muito bem integrada. muito equilibrado e prazeroso. O Quinta da Extrema Reserva Branco é de pendor mineral e citrino, mais para o lado do limão, com a madeira bem integrada a conferir-lhe apenas a untuosidade e volume qb, num conjunto onde tal como o tinto, impera o equilíbrio. Ambos com o PVP recomendado de 12,5€.
O Quinta da Extrema Tinto - Edição I é feito de Touriga Nacional (40%) e Touriga Franca (60%), com estágio de 24 meses em barrica de carvalho francês (12 meses em barrica usada de segundo ano e mais 12 meses em barrica nova). Trata-se de um vinho super complexo, com um nariz muito profundo e fresco. Ao primeiro impacto surgem fruta negra, especiarias e algum vegetal. A boca apresenta taninos redondos mas firmes, mostrando-se com grande volume e um lado aveludado simplesmente delicioso. Termina longo, apelativo e muito fino, apesar dos 14,5º de álcool, com grande frescura. Adorei. Finalmente, o Quinta da Extrema Branco - Edição I é feito de Rabigato (60%) e Encruzado (40%), com passagem por madeira nova por 12 meses. No nariz, temos de novo um aroma muito complexo, agora mais contido, com notas de barrica de enorme qualidade, e alguma fruta verde. A boca é untuosa, com excelente volume, notas minerais e um conjunto texturado, com uma acidez bem vibrante e fina . Termina longo. Vai crescer em garrafa, mas é já um belo branco para quem gosta deste estilo. PVP de ambos: 39€
Um projeto cujo primeiro ano se traduz em vinhos de extrema qualidade. Ficamos a aguardar pacientemente as novidades que aí vêm, sobretudo as Edição II, da Quinta da Extrema!
Sérgio Lopes