domingo, 29 de junho de 2014

Gravato Garrafeira Tinto 2008

Ano: 2008
Produtor: Quinta dos Barreiros

Tipo: Tinto
Região: Beira Interior

Castas: Touriga Nacional
Preço Aprox.: 12€


Veredicto: Luís Reboredo produz dos vinhos mais distintos do país e ao mesmo tempo a um preço que fazem deles excelentes "pechinchas" face à qualidade apresentada. São vinhos que expressam o "terroir" e as convicções do produtor, num cruzamento entre tradição e modernidade. Depois de provar os renovados "palhetes", o Vinhas velhas e o Touriga Nacional, eis que surge no mercado o seu primeiro Garrafeira Tinto.

Produzido igualmente de uvas de Touriga Nacional, proveniente das melhores parcelas das suas vinhas da região de Mêda, com cerca de 23 anos. Estágio de 1 ano em cubas de Inox e posteriores 15 meses em garrafa até ser lançado para o mercado.

Cor intensa com rebordo violáceo. Aroma fino e complexo, com predominância do lado floral da casta, mas também notas especiadas e forte presença da fruta vermelha madura. Boca harmoniosa, com taninos sedosos e corpo médio, focado na elegância. Termina longo e persistente.

Mais um vinho surpreendente de Luís Reboredo. Um garrafeira sem passagem pro madeira, com a complexidade devida, mas com simultaneamente um belo bouquet e uma enorme elegância. 

Eu pessoalmente preferia um pouco mais de volume de boca, mas tenho quase a certeza que dentro de um par de anos isso vai acontecer e o equilíbrio irá ser perfeito. Contudo, bebem-no desde já, pois para além de distinto, dá enorme prazer. E o preço? De arromba.

Classificação: 17

Sérgio Lopes

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Contraste tinto 2006

Rita Ferreira Marques é uma das mais excitantes enólogas da sua geração. O seu projeto - vinhos Conceito tem origem na aldeia de Cedovim, no topo Douro Superior. As vinhas da sua família, que herdou, situam-se entre os 300 e 400 m de altitude onde o microclima é particularmente ameno e fresco. No total são cerca de 73 hectares de vinha divididos pelas: Quinta da Veiga, Quinta do Chão-do-Pereiro e Quinta do Cabido. 

Na nossa opinião, no ano que findou, Rita, foi seguramente a enóloga que mais se destacou, pela identidade que emprega aos vinhos.

Foi por isso com grande curiosidade que dei de caras com a colheita 2006 do seu tinto Contraste. E gostei muito do que provei o que só veio confirmar as boas expectativas geradas.

Contraste Tinto 2006

Ano: 2006

Produtor: Conceito Vinhos

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Tinta Roriz, Touriga Nacional, Tinta Barroca e outras

Preço Aprox.: 8€

Veredicto: Mistura de castas tradicionais - Estágio: 70% em barricas usadas de carvalho francês. Cor ruby. Nariz focado na fruta,, de qualidade, mas com sobriedade. Fruta madura, casada com especiaria e algum toque vegetal. Boca muito fresca e equilibrada, taninos redondos. Final de boa persistência, de cariz gastronómico. Confirma-se.

Mas, agora temos, um conjunto ainda mais harmonioso, num excelente momento de prova, com "tudo no sítio". Em evolução mais que positiva!

Classificação: 16,5


Sérgio Lopes

terça-feira, 24 de junho de 2014

Prova dos Vinhos Sino da Romaneira e Quinta da Romaneira


A Romaneira é uma das mais grandiosas e históricas quintas do Douro, no Norte de Portugal. Orientada a sul, encontra-se localizada em Cotas - Alijó, um lugar de extrema beleza, banhado em quase toda a sua extensão pelo rio Douro. Nos últimos anos, já tinha voltado aos grandes palcos, mas quando em 2004 foi adquirida  por parte de um grupo de accionistas franceses, mais forte se tornou e tem diversificado a sua gama de produtos e consolidado a marca, sobretudo internacionalmente, onde tem granjeado inúmeros prémios, principalmente junto da crítica especializada e influente Norte Americana.

Tivemos oportunidade de provar dois tintos da Romaneira, o Sino e o Quinta, e claramente se entende o perfil internacional deliberado na sua concepção e posicionamento, sem descurar alguma tipicidade Duriense, ainda que não marcante.


Sino da Romaneira Tinto 2010

Veredicto: Touriga Nacional (25%), Touriga Franca (25%), Tinta Roriz (30%) e Tinto Cão (20%).. O nome “Sino” refere-se ao sino ancestral suspenso sob a entrada da casa principal da Quinta e que surge representado no rótulo da garrafa deste vinho. Vinho de carácter elegante, com fruta de qualidade e leve toque apimentado. Boca de corpo médio, taninos sedosos, com final muito agradável. Equilibrado e bem conseguido, de perfil internacional. PVP 12€.

Classificação: 16



Quinta da Romaneira Tinto 2009

Veredicto: Touriga Nacional (50%), Touriga Franca (40%) e Tinto Cão (10%). Aroma profundo e complexo. Notas claras de fruta preta , com a pimenta bem evidente. Encorpado, mas com taninos muito sedosos, com finesse. Final longo, persistente e picante. A justificar o posicionamento. PVP 25€.

Classificação: 17

Claramente vinhos de perfil internacional. Bem conseguidos, mas na minha opinião não identificáveis com Douro. Isso pouco vale, pois o que interessa é que a aposta tem sido ganha, com os inúmeros prémios e reconhecimento sobretudo internacional. Contudo, fica esta nota ,puramente pessoal.

Nota: Amostras gentilmente cedidas pelo produtor ao qual agradecemos.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Monte Aljão Tinto 2004

Ano: 2004

Produtor: Casa do Monte Aljão

Tipo: Tinto

Região: Dão

Castas: Touriga Nacional e Tinta Roriz.

Preço Aprox.: 8€


Veredicto: Não conhecia este produtor. Acabei por encontrar umas garrafas "perdidas" em Luanda de um tinto 2004 do Dão, Monte Aljão de seu nome. Decidi comprar e em boa hora o fiz. Este produtor encontra-se situado na freguesia de Cativelos, Concelho de Gouveia, mesmo ao lado da estrada que vai de Gouveia a Mangualde.

Vinho com 10 anos... Para muita gente é sinal de desconfiança e alerta. Mas estamos a falar do Dão, meus caros, uma região onde elegância e longevidade andam de mãos dadas.

Provei o Monte Aljão na presença de um conhecedor, o amigo Hildérico Coutinho e na realidade deu prazer a ambos. Está bastante bom o vinho.

Feito de Touriga Nacional e Tinta Roriz encontra-se num excelente momento de prova. Ainda com uma cor carregada, embora claramente se note alguns "anos" em cima. Tipicamente Dão com as notas florais e de fruta das castas, o toque balsâmico da sub-região Serrana e aquela elegância e taninos finos que tanto apreciamos. O final é equilibrado e delicado.

O Dão a dar cartas!

Classificação Pessoal: 16

Sérgio Lopes

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Papa Figos Tinto 2012

Ano: 2012

Produtor: Sogrape

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional

Preço Aprox.: 6,50€


Veredicto: A Casa Ferreirinha não tinha um vinho tinto entre as marcas Esteva (3,99€) e Vinha Grande (9,99€). Surgiu então a necessidade de criar este Papa Figos, que pretende estar na gama intermédia. A primeira colheita nasceu em 2010.

Batizado com o nome de um pássaro que se avista no Douro Superior, mais concretamente junto à Ribeira de Aguiar, na Quinta da Leda, entre abril e outubro, o perfil é de um vinho fresco Duriense.

O vinho é feito de uvas da própria Quinta da Leda e também provenientes de lavradores da região. 25% do lote estagia em barrica.

Trata-se de um vinho bem feito, é certo, mas quiçá ao qual falta um pouco mais de complexidade.

Na minha opinião, a este nível de preço encontram-se outros vinhos mais interessantes. O que não significa que o vinhos seja mau.

Ainda assim, entre os 3, Esteva, Papa Figos e Vinha Grande, para mim, o Esteva continua a ser o mais equilibrado e também um bom "best value".

Classificação Pessoal: 14,5

Sérgio Lopes

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Prova dos vinhos Olho de Mocho


A Herdade do Rocim é uma propriedade com cerca de 110 hectares, dos quais, 70 são vinha – 53 hectares de castas tintas, 17 de castas brancas - e onde se destaca a adega, elemento estruturante do projeto, que concilia a produção do vinho com a sua utilização enquanto centro de cultura e lazer. 

Localizada em Cuba - Vidigueira, trata-se de um projecto recente, que se iniciou com a aquisição da Herdade por parte do grupo económico Movicortes. Dos 70 hectares de vinha, predominam as uvas tintas Touriga Nacional, Aragonez, Trincadeira e Alicante Bouschet, sendo que em 2006 foi efectuada uma aposta na plantação de 7 ha de castas brancas, sobretudo de Antão Vaz e Arinto, assim como Alvarinho.

Provei (novamente) mas agora em solos Angolanos os topos da Rocim, Olho de Mocho, numa prova muito didáctica, conduzida pelo grande Hildérico Coutinho.


Olho de Mocho Rosé 2012

Veredicto: Rosé produzido das castas Touriga Nacional, Syrah e Aragonez. No mercado encontra-se já o 2013. Tem sido um vinho que tem sofrido um processo de aprimoramento de ano para ano. Destaca-se sobretudo a fruta fresca vermelha de qualidade e a afinação do processo que o torna mais equilibrado a cada colheita. Um Rosé seco e agradável, mas que na minha opinião pessoal não se destaca o suficiente para o valor que pagamos por ele. Ninguém vai ficar mal visto com este vinho, mas 8€ dá direito a ponderar outras opções... PVP 8€.

Classificação: 15



Olho de Mocho Reserva Branco 2012

Veredicto: 100% Antão Vaz, sendo que 40% estagia em barrica. Provei o 2012, ainda um jovem muito inquieto, com uma elevada profundidade aromática, mas diversas pontas soltas, como é natural. As notas de barrica estavam ainda lá juntamente com as notas citrinas e de fruta tropical. Tudo lá a prometer altos voos, dentro de 2 a 3 anos. Depois provei o 2010. Tudo muito mais integrado, j+a com aparecimento das notas meladas e aromas desafiadores. Boca muito viciante e em harmonia. Sem excessos, antes pelo contrário com alguma finesse. Gostei muito. PVP 13€.

Classificação: 16,5


Olho de Mocho Reserva Tinto 2010

Veredicto: Syrah, Touriga Nacional e Alicante Bouschet. O estágio ocorreu em barricas de carvalho francês (80%) e em barricas de carvalho americano (20%), por um período de 12 meses. Estágio em garrafa por um período de seis meses. Cor violácea. Aroma bastante profundo e perfumado, com fruta preta de muita qualidade em fundo balsâmico. Madeira bem integrada, boca elegante mas com corpo. Final longo e gastronómico. Vinho com carácter moderno, sem perder a tipicidade do "calor" Alentejano.PVP 15€.

Classificação: 16,5

Olho de Mocho (Sim... é uma planta)



Sérgio Lopes

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Tons de Duorom Branco 2013

Ano: 2013

Produtor: Duorum Vinhos

Tipo: Branco

Região: Douro

Castas: Viosinho, Rabigato, Verdelho, Arinto e Moscatel.

Preço Aprox.: 3,99€

Veredicto: Quarta colheita do branco Tons de Duorum, acabadinha de chegar ao mercado. Feito a partir de 30% de Viosinho, 25% de Rabigato, 20% de Verdelho, 20% de Arinto e 5% Moscatel, de vinhas localizadas a uma cota elevada (400 a 600m), não tem qualquer passagem por madeira, com o objectivo de se apresentar fresco e frutado.

Cor: Amarelo citrico

Aroma: No aroma predomina a fruta tropical e cítrica com nuances florais

Boca: Na boca a fruta está bem presente. É um vinho fresco e com uma acidez que prolonga o final


Uma das melhores RQP para o dia-a-dia, tentando manter o seu perfil de ano para ano. Bastante consistente.

Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor.

Classificação Pessoal: 15

Lucinda Costa

segunda-feira, 2 de junho de 2014

3ª edição do ‘Concurso de Vinhos do Douro Superior’ - Vencedores


‘Muxagat Os Xistos Altos Rabigato branco 2011’, ‘Quinta da Touriga Chã tinto 2011’ e ‘Quinta do Vesúvio Porto Vintage 2012’ foram os três grandes vencedores da 3ª edição do ‘Concurso de Vinhos do Douro Superior’, que decorreu este fim-de-semana no âmbito do ‘Festival de Vinhos do Douro Superior’, em Vila Nova de Foz Côa.

Um alargado painel de jurados avaliou centena e meia de vinhos oriundos da sub-região do Douro Superior. O painel era composto maioritariamente por jornalistas da especialidade e proprietários de lojas de vinho. Os 26 provadores avaliaram brancos, tintos e vinhos do Porto durante toda a manhã de Sábado, dia 31 de Maio. Os três vinhos mais pontuados em cada uma das três categorias passaram à finalíssima. Estes nove vinhos foram depois avaliados por todos os jurados, que escolheram os vencedores. Estes receberam o galardão “Melhor Vinho” em cada categoria. No total, a organização atribuiu 12 medalhas de ouro, 17 de Prata e 26 de Bronze.


VINHOS BRANCOS
Melhor Vinho
Muxagat Os Xistos Altos Rabigato 2011 (Muxagat Vinhos)
Medalhas de Ouro
Valle do Nídeo Sauvignon Blanc 2013 (H. Abrantes - Douro Wines)
Duas Quintas Reserva 2011 (Adriano Ramos Pinto Vinhos)
Quinta da Canameira Rabigato Reserva 2010 (Sampaio e Melo Cabral)

VINHOS TINTOS
Melhor Vinho
Quinta da Touriga Chã 2011 (Jorge Rosas Vinhos)
Medalhas de Ouro
Quinta do Vale Meão 2011 (F. Olazabal & Filhos)
Excomungado 2011 (Quinta Vale de Pios)
Dona Berta Sousão Reserva Especial 2011 (Hernâni Verdelho)
Quinta da Leda 2011 (Sogrape Vinhos)
Palato do Côa Escolha 2011 (5 Bagos)
D. Graça Grande Reserva Selecção Privada 2011 (Vinilourenço)
Pathernos Grande Reserva 2009 (Cabanas do Castanheiro)

VINHOS DO PORTO
Melhor Vinho
Quinta do Vesúvio Vintage 2012 (Symington Family Estates)
Medalhas de Ouro
Barão de Vilar Colheita 1989 (Barão de Vilar - Vinhos)
Duorum Vintage 2011 (Duorum Vinhos).

Admito a minha surpresa relativamente ao Muxagat, pois provei-o na edição do ano passado e não me seduziu. Opinião pessoal é claro. Alguns destaques: De novo Miguel Abrantes e o seu Valle do Nídeo a serem medalhados; Pela primeira vez, Vale de Pios a ganhar um prémio e logo com o seu vinho "mais acessível" e sem madeira, o Excomungado; O regresso do malogrado  Hernâni Verdelho, com o seu Dona Berta Sousão a levar medalha de Ouro. E finalmente o sempre especial Quinta do Vesúvio Vintage, desta feita do ano de 2012 a prometer e muito.

Sérgio Lopes