sábado, 30 de abril de 2016

Um copo com... Miguel Barreiros

Miguel Barreiros é o diretor comercial dos vinhos Alves de Sousa. Se estamos habituados a ver o patriarca Domingos Alves de Sousa ou o seu filho, Tiago, responsável pela Enologia, como os rostos principais nos media, a simpatia da presença de Miguel nos diversos eventos de provas de vinhos é também uma constante.Natural do Porto, licenciado em Economia pela Faculdade de Economia do Porto (FEP), e vive no Porto.


Olá Miguel. Como é que nasceu o interesse pelos vinhos e a tua participação na “família” Alves de Sousa? O interesse pelos vinhos sempre foi uma paixão familiar, desde cedo comecei a provar vinhos de diversas regiões...e por um feliz acaso conheci o Tiago, numa prova em Lisboa em 2003 (e confesso ter ficado totalmente deslumbrado com os vinhos e com a forma cuidada dele os apresentar) e em 2005 reuni com o Eng. Domingos e... cá estamos, que Família fantástica e que vinhos extraordinários!

És homem de beber vinhos no dia-a-dia? De que região? Sim, claro! Todas as regiões portuguesas fazem bons vinhos, mas prefiro os do Douro.

O que gostas de fazer nos tempos livres? Viajar, jogar ténis e ler. Tudo muito!

Descreve as férias dos teus sonhos, onde vais, por quanto tempo e porquê? Sou grande fã dos Açores. Da natureza e das suas gentes 

Qual o teu prato preferido? Adoro comer, mas um prato só é muito redutor! Faço quilómetros para cabrito, leitão, filetes de polvo, açorda, ovas e mariscos!

Conta-nos uma peripécia que tenhas vivido no mundo dos vinhos, por favor. Já houve várias! Lembro-me numa feira na Alemanha, a aliciar um potencial importador, já ao final do dia...só faltava mesmo provar os nossos topos, mas a prova já ia longa e animada!, assim decidimos interromper e deixar esses vinhos para a manhã seguinte. E então na tal manhã seguinte, mal chego ao stand reparo que essas garrafas haviam desaparecido “cirurgicamente”. Que desilusão! E agora?? 

O importador chega, todo motivado e... vinhos de topo, zero! No entanto, a prova das gamas mais competitivas do dia anterior tinha sido tão satisfatória, que o negócio acabou por ser feito, mesmo apenas através das Fichas Técnicas dos vinhos! :-) 

Se não tivesses enveredado pela carreira ligada aos vinhos, que outra profissão gostarias de ter tido? Ui., gosto muito do meu trabalho! Mas ainda penso terminar a minha tese e aprofundar conhecimentos numa nova vertente económica: a “Economia da Felicidade”.

O que te faz realmente tirar do sério? A falha dos compromissos profissionais assumidos.

Momento: Refere uma música preferida; local de eleição e companhia; e claro vinho a condizer. “Echoes” dos Pink Floyd, Live at Pompeii. The Kozue Restaurant, no Hotel Park Hyatt em Tokio. A minha Namorada e as nossas duas cadelas, que alguém abandonou e nós adoptamos. 
Neste momento ando deliciado com o “Memórias Alves de Sousa”, o primeiro DOC Douro sem ano de colheita (é um blend das 6 melhores colheitas da Alves de Sousa, de 2000 a 2012...incrível!)

Qual o melhor vinho que alguma vez provaste? Já passou mais de uma década, mas talvez o vinho que mais me marcou tenha sido o “Reserva Pessoal tinto 2000”, que o meu futuro chefe, o Eng. Domingos Alves de Sousa e eu, provamos no nosso primeiro jantar. Imaculado!


Sérgio Lopes

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Encruzado Day by #daowinelover @ Quinta dos Roques

Decorre no próximo dia 7 de Maio, o encontro Encruzado Day by #daowinelover, organizado pelo meu amigo Rui Miguel M. Massa (mais conhecido por Pingus Vinicus) autor do blogue Pingas No Copo (http://pingasnocopo.blogspot.com/). 

Grande entusiasta e impulsionador da região do Dão, O Rui tem como objectivo, com este evento, permitir a um conjunto de participantes a possibilidade de provar vinhos 100% da uva branca encruzado - oriunda da região do Dão, de uma selecção de produtores que foi escolhida para o efeito. Tudo num registo íntimo, descontraído e informal.


A selecção de produtores assentou num pressuposto muito simples: ter pelo menos 5 ou 4 colheitas engarrafadas e comercializadas e que possam ser dadas a conhecer permitindo, desta forma, perceber/compreender a capacidade de evolução dos vinhos feitos a partir desta casta emblemática do Dão, ao longo das diversas colheitas, bem como a abordagem que cada produtor tem em relação ao encruzado. Iremos deste modo, ter acesso a múltiplas mini-verticais. 

Desta vez, o local escolhido foi a Quinta dos Roques, ali na Abrunhosa do Mato. Um Produtor-engarrafador que pertenceu à primeira vaga de modernização que ocorreu na região do Dão, no início dos anos 90. E porque o tema é o Encruzado, pareceu-nos ser a opção mais óbvia. Quinta dos Roques e Encruzado são sinónimos.

Preço por participante: 15€.

As inscrições deverão ser enviadas para o mail do costume: daowinelover@hotmail.com até ao dia 04 de Maio de 2016.

Mais informações em https://www.facebook.com/events/1082494801811039/

Sérgio Lopes (in eventos)

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Da minha cave: Porta de Cavaleiros Reserva Seleccionada Tinto 1995

Espanta a designação de Reserva Seleccionada, espanta que este vinho do Dão das Caves São João tenha sido classificado com 5 pontos em 8 no Guia de Vinhos do JPM (2000), justificando o aroma simples, a boa fruta, alguma densidade e um estilo muito atraente. Releva a boa relação qualidade/preço e a facilidade da prova.



Terá sido feito com as quatro castas tradicionais (Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro e Jaen) e estagiado em madeira, como bem se refere aqui (http://putobebe.blogspot.pt/2010/07/porta-dos-cavaleiros-reserva.html). 



Quando falamos de vinhos com alguma idade e mesmo sabendo que as Caves São João (https://www.facebook.com/caves.saojoao/) ainda disponibilizam vinhos antigos, não há duas garrafas iguais. 

Este 1995 está muito porreiro, mas o 1996, na imagem abaixo, na altura classificado por JPM com 3/4 em 8, no Guia acima referido, neste momento, parece em melhor forma (e todos sabemos que os anos terminados em 6, são terríveis). 


São coisas do Arco do vinho…

Amândio Cupido (Wine Lover / Blogue Garficopo)

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Em Prova: Quinta de S. Lourenço Espumante Bruto 2007


17/20. Devo afirmar que as Caves Solar de São Domingos estão cada vez mais afinadas nos seus espumantes. E a cada nova visita, nova descoberta. Este Quinta de São Lourenço Bruto 2007 tem por isso algumas particularidades: Desde logo as suas uvas serem provenientes de uma só propriedade, com o mesmo nome - Quinta de S. Lourenço; Baga , Maria Gomes e Arinto, sendo que as duas últimas, as uvas brancas, estagiam por 3 meses em barricas de carvalho francês. O degorgement é de Novembro de 2013, o que significa que estamos na presença de um "bolhinhas" que estagia em cave pelo menos 6 anso, antes do engarrafamento final... O resultado é um espumante complexo e sedutor. Apesar de ser de 2007, a bolha é elegante mas muito presente. Gastronómico, apresenta uma mousse deliciosa e notas de bolo inglês, terminando com bela persistência. É comprar e beber em todas as ocasiões...! Poucas unidades restam...! ...A little hidden Gem... PVP: 10€. Disponibilidade: Garrafeira 5 Estrelas.

Sérgio Lopes


terça-feira, 26 de abril de 2016

Arena de Baco: Jantar épico


A rubrica Arena de Baco pretende colocar frente a frente vários vinhos e só um sairá vencedor... embora isso pouco interesse tenha. O importante é falarmos mesmo de todos, à sua maneira, pois no confronto,  com maior ou menor Knock Out, estiveram todos bem. Os sólidos que acompanharam o festim foram: Entrada bola de presunto; Uma feijoada branca de línguas de bacalhau e samos; Nacos de vitela grelhada com batata a murro e um molho especial; Sobremesa Bolo de chila e amêndoa.

BATALHA

  • Passionada 2008 - Ensaio de Anselmo Mendes, que prova a longevidade da casta Loureiro. Um vinho ligeiramente doce, com uma boa evolução, mas com uma surpreendente acidez para um vinho "verde" com 8 anos. Bebe-se bem como aperitivo ou acompanhando sobremesas. Ainda.(Branco - Vinhos Verdes)
  • Quinta Paço do Lobo Arinto 1995 - Aroma inebriante com as notas meladas em destaque. Na boca, muito fresco e gastronómico. O final podia ser mais longo, mas não deixa de ser um vinho impressionante com 21 anos... Para se beber, com muito prazer. (Branco - Bairrada)
  • Gravato Palhete 2004 - Bem diferente do Palhete de 2005, mais próximo daquilo que viria a ser o tinto Vinhas Velhas de 2008. Quase um tinto, na realidade cheio de pujança. Deu  uma tareia na feijoada de Samos e linguas de bacalhau. (Palhete - Beiras)
  • Quinta Paço do Lobo 1995. Mais um vinho das caves São João com "tudo no sitio" e que se bebe com prazer. (Tinto - Beiras)
  • Casa de Santar Reserva 1994 - O primeiro grande tinto da noite, em boa forma, com enorme finura e a dar muito prazer na prova. (Tinto - Dão)
  • Luis Pato Vinhas Velhas 1992 - Um grande vinho, segundo o produtor aguenta-se mais duas décadas. tudo o que um baga antigo tem de ter está cá: A complexidade, a elegância, o prazer a beber.(Tinto - Bairrada)
  • Quinta Vale Dona Maria 1997 - Um poderoso vinho do Douro, a mostrar todo o carácter da região, num extraordinário momento de prova. provavelmente o vinho da noite. (Tinto - Douro)
  • Quinta de Pancas Cabernet Sauvignon 1997 - Este vinho estava um pouco evoluído, mas deu conta ainda de prova, não tendo sido brilhante. (Tinto - Lisboa)
  • Quinta da Covela Escolha 2005 - O vinho mais "jovem" em prova.. quer dizer já com 11 anos. Na realidade ainda com muito para andar mas que dá um enorme prazer a beber. O terroir especial da Covela ali entre o DOuro e a região dos vinhos verdes torna cada vinho com muita identidade. É o caso deste vinho, pois claro. (Tinto - Minho)
  • Encontro Bruto 2006 - Por último um espumante com 10 anos, que cumpriu muito bem a sua função de nos limpar o palato. (Espumante - Bairrada)
Uma prova de vinhos antigos bastante diversificada a honrar esta primeira edição da batalha na Arena de Baco.

May the Wine be with you...!

Sérgio Lopes


domingo, 24 de abril de 2016

Opinião: Aprendendo e Partilhando - O Douro




Aprendendo e Partilhando - O Douro

Escrevi recentemente para a Rede Angola um artigo sobre este assunto, mas como ainda continua a incomodar-me resolvi recuperá-lo e acrescentar mais uns pozinhos… O Douro é como todos os portugueses sabem, a região onde se faz o Vinho do Porto. No entanto isto é uma não verdade quando se trata de não portugueses. De uma forma geral eles desconhecem o berço do Vinho do Porto e mais espantados ficam quando se lhes diz que este vinho, na sua caminhada para o mercado exterior, onde sempre se vendeu a maioria, não pisa o solo do Porto. De facto, como bem explica o vídeo que podem assistir através do link AQUI, a gula do Bispo do Porto (não é de agora o apetite das igrejas pelos nossos bolsos…), empurrou para a, na altura, Vila de Gaia, os armazéns onde repousam, nalguns casos por muitas dezenas de anos, este glorioso néctar, que é conhecido segundo diz o meu pai, por Vinho Fino para os antigos, Vinho Tratado para a família, Vinho Licoroso para os amigos e por Vinho do Porto para os doutores… 

O trajeto era feito através de um rio turbulento, ainda não estava domesticado pelas diversas barragens que agora o contêm, em frágeis barcos conhecidos por Rabelos e deram origem a muitos acidentes com perdas por vezes dramáticas para a região, como foi o caso da morte do Barão de Forrester no Cachão da Valeira, na altura, um perigoso e estreito rápido. A vela não era muitas vezes suficiente para levar o barco pelo rio acima e tinham de ir homens para a margem e através de um cabo de nome sirga puxar o barco pelas zonas mais complicadas. Vida difícil e arriscada a destes homens que ajudaram a fazer o Douro.

O vídeo atrás referido desencadeou uma breve e pouco útil troca de galhardetes com um enólogo da região. Tudo porque resolvi fazer um pequeno comentário dizendo que estava muito bem não fora um pequeno erro ao dizer que o Douro é a mais antiga região demarcada de vinhos do mundo. Por este exemplo também se vê como um mito pode ser construído em pouco tempo. O que ainda me incomoda não é a tentativa vã de manter uma mentira é a intolerância e a raiva demonstrada. Pouco faltou para me chamar de traidor à pátria! O tal enólogo, que me escuso de identificar para não lhe dar publicidade gratuita, começa por reafirmar o que ela disse e eu corregi, como se tivesse ouvido mal, sugerindo-me uma segunda audição e falando em regulamentação. Fui ouvir e lá estava a menina a falar em demarcação e não em regulamentação. Respondi dizendo exatamente isso e identificando as duas regiões que em termos de demarcação, são mais antigas, Chianti na Itália e Tokaji na Hungria. Segundo ele, Chianti nem pensar e Tokaji é uma incerteza… Perguntei o porquê de Chianti estar fora desta discussão, já que quem o afirma, Jancis Robinson, é só a autora de alguns dos mais conceituados livros sobre enofilia e Master of Wine, o mais elevado galardão nesta matéria. 

Não obtive resposta a esta pergunta e não vale de todo estar a escalpelizar aqui esta discussão, mas vale a pena falar do que move estes pretensos defensores da pátria. Para eles, deve-se repetir esta mentira até à exaustão até que se torne verdadeira. Tudo vale para vender a região. Ora, o Douro não precisa de nada disso para ser, como é, uma das melhores regiões vinícolas do mundo. Não precisa que se diga uma mentira quando se pode dizer, sem medo de errar, que esta foi a primeira região regulamentada como são na sua essência as regiões hoje em dia. A qualidade do seu inimitável Vinho do Porto e mais recentemente dos seus vinhos tranquilos, brancos e tintos. Dos seus espumantes que muito devem a um angolano que por lá assentou arraiais, Celso Pereira de seu nome. Do recuperado Colheita Tardia, porventura mais conhecido por Late Harvest, pela mesma empresa (Real Companhia Velha) e pela mesma marca (Grandjó) que o tinha começado a fazer em 1925. A região que tem também o título de recordista no mundo em termos de castas utilizadas na produção dos seus vinhos, algumas das quais pouco mais se sabe que o seu nome tem muito para pesquisar, trabalhar e descobrir para que todo o seu potencial possa aparecer. Algo que eu prevejo não acontecer nem no próximo século. Além do mais, a mentira tem perna curta e se pensam que quem vai ao Douro não vai a Chianti ou a Tokaji, deixem-me desenganá-los, pois o enoturismo está cada vez mais na moda e já são muitos, os que como eu, escolhem locais para passar férias que além de serem agradáveis só por si, tenham também boa gastronomia e bons vinhos para descobrir. Não vai ser difícil para eles comparar as datas e ver quem está a mentir! Para o senhor enólogo que insiste nesta mentira por achar que está a fazer muito pelo Douro eu tenho que lhe dizer que se quer fazer alguma coisa pela região só tem de fazer melhores vinhos!

Hildérico Coutinho (Escanção / Sommelier)

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Fora do Baralho: Alves de Sousa Reserva Pessoal Branco 2006



17,5/20. A rubrica mensal Fora do Baralho pretende falar de vinhos que se destacam pelas suas características únicas  - seja pela casta fora do vulgar, modo de vinificação, raridade, etc... E não podíamos começar da melhor forma senão, com este já clássico dos vinhos de Alves de Sousa, o reserva pessoal branco de 2006. Os reserva pessoal são, como o próprio nome indica, interpretações muito pessoais do produtor em relação a vinhos que saem para o mercado já com alguma idade "de garrafa".  Também existe o mesmo em tinto que consta terá nascido de um "esquecimento" de umas quantas garrafas em cave e então foi lançado apenas mais tarde, ficando mais de 7 anos em garrafa...

O certo é que este vinho ou se adora ou se odeia, pois um branco com 7 anos está naturalmente oxidado (regra geral).

É um vinho desafiante a todos os níveis, desde logo pela cor dourada que apresenta, conferida pela fermentação e estágio em madeira (e tempo de madeira), Aromaticamente é profundamente complexo, com notas de laranja caramelizada, especiarias e até porque não dizê-lo alguma doçura. Na boca, contudo contra balança essa doçura com uma boa secura, uma estrutura bem grande e um final delicioso. Muito profundo, único e viciante. Apenas tem um senão relativamente a edições anteriores, o facto de estar um pouquinho extraído de mais, mas sem nunca lhe tirar o enorme prazer que dá a beber. Um vinho que não é barato, é certo, mas que devemos provar uma vez na vida. Eu costumo bebericá-lo por si só, a uma temperatura de 12 - 13 graus, embora harmonize muito bem com bacalhau, por exemplo. PVP: 25€. Diponibilidade: Garrafeiras Seleccionadas.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Em Prova: Tons de Duorum Branco 2015


15/20. Nova colheita do branco Tons de Duorum, acabadinha de chegar ao mercado e que sigo ano a após ano desde 2010. Feito a partir de 30% de Viosinho, 25% de Rabigato, 20% de Verdelho, 20% de Arinto e 5% Moscatel, de vinhas localizadas a uma cota elevada (400 a 600m), não tem qualquer passagem por madeira, com o objectivo de se apresentar fresco e frutado. Confirma esse mesmo perfil, de média complexidade, onde predominam as notas citrinas e de fruta tropical com algum lado floral à mistura. Para beber por si só ou para a mesa de Verão. Uma boa RQP. PVP: 3,99€. Disponibilidade: Grandes Superfícies.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Radar do Vinho: A cinemática da Quinta da Covela

Quem não conhece Manoel de Oliveira, prolífico cineasta Português, nascido em 1908, dono de um interminável currículo recreado de prémios e galardões?

O que provavelmente não será tão conhecido é que ele foi também o proprietário (juntamente com a sua esposa, Maria Isabel Brandão de Meneses de Almeida Carvalhais), de uma extensa propriedade com uma excelente vista para o Douro em terras do Vinho Verde.

Não se pense, porém, que esta propriedade serviu apenas de aproveitar os lânguidos e solarengos finais de tarde, que esta região oferece com frequência, ou de refúgio para a adaptação do argumento da obra “Meninos Milionários”, de João Rodrigues de Freitas, que mais tarde seria imortalizada e amplamente difundida no filme “Aniki Bóbó” lançado em 1942.

Esta quinta confirma igualmente o invulgar dinamismo e capacidade do cineasta. O próprio desenhou e mandou construir aquedutos, muros, casas de pedra e eiras de granito, valorizando, desta forma, a propriedade existente desde o século XVI.

No final da década de 80, a quinta mudou de mãos, o proprietário decidiu investir fortemente nas vinhas e nos vinhos criando a marca Covela.

Em 2011, depois de um breve período de abandono e incerteza, a Quinta de Covela voltou a sofrer mais uma movimentação. Algumas personalidades oriundas de áreas diversas, e já conhecedores da reputação da marca entre os enófilos, decidiram comprar a quinta e devolver-lhe a aura de excelência na produção de vinhos.

Tony Smith, um dos atuais proprietários, contou que foi um processo lento e moroso de recuperação
da vinha, das linhas de muros e das linhas de água. No final do processo de recobro, a Quinta da Covela apresentava um perímetro total a rondar os 50 ha, dos quais 18 ha geram uvas destinadas à produção de vinho.

As principais castas plantadas são a Avesso e a Touriga Nacional que se complementam com Arinto, Chardonnay, Viognier, Gewürztraminer, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot. Estas, pela mão do enólogo Rui Cunha, depois de vindimadas e estagiadas dão origem a 75 mil garrafas distribuídas pelas referências escolha, rosé e reserva.

Durante a visita efetuada foram provados, à mesa, as referências: Covela Avesso 2014, Covela Escolha 2013, Covela Rosé 2015 e Covela Reserva 2013. Os vinhos provados revelaram-se muito gastronómicos, apresentando uma linha identitária comum: acidez, frescura e secura.

A Quinta da Covela apresentou uma gama de vinhos de muito alta qualidade. Destaco o Covela Escolha 2013 e o Covela Reserva 2013 pelo aroma a líchias, no primeiro, e pela madeira bem integrada, no segundo.

No final da visita ficámos com a nítida sensação que o Carlitos, a Teresinha, o Eduardo e o Batatinha podiam estar ao virar de uma qualquer esquina da quinta. Fica para a próxima...

Paulo Pimenta (Wine Lover)

terça-feira, 19 de abril de 2016

Em Prova: São Domingos Espumante Baga Bairrada Bruto 2009

16/20. Nem de propósito ontem se colocava, online nesta publicação, a noticia do "assalto" dos produtores de espumantes Baga Bairrada, depois de amanhã a Londres, para apresentar o projecto, quando temos no nosso copo um desses exemplares que passamos a comentar...

Primeiro referir que o projecto Baga Bairrada é uma designação que os produtores da região adoptaram para uma "marca" de espumante bem característica, espumante branco, mas de uvas tintas da casta bairradina Baga, casta que nos tintos tem tanto de polémico como de venerável, mas que se quer demonstrar permitir elaborar espumantes distintos, independentemente da volatilidade da colheita.

Pois este São Domingos Bruto Baga Bairrada das caves solar São Domingos é um digno exemplar de um belo espumante da casta Baga. O ano é 2009, o que significa que estamos perante um espumante com já 7 anos... Depois tem aquela cor rosada de um blanc de noirs bem bonita, bolha fina mas com presença, mousse muito crocante e alguma complexidade com notas de feno e de compota, tudo envolto num final vivo e apetitoso. Um espumante digno representante do projecto, complexo o suficiente para interessar ao eno-chato e de absorção positiva para o público em geral, a um preço que não é proibitivo. PVP: 8€. Disponibilidade: Garrafeiras

Sérgio Lopes

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Festa do Alvarinho e do Fumeiro em Melgaço.


Está a chegar mais uma edição da Festa do Alvarinho e do Fumeiro em Melgaço. De 22 a 24 de Abril, o alvarinho e o fumeiro serão o centro das atenções. Este ano com uma imagem renovada, mas com a mesma qualidade e tradição. Num só espaço a oferta é diversificada e deliciosa: 30 produtores de alvarinho, 18 de fumeiro e produtos locais, 8 tasquinhas.


O certame contará ainda com a presença de 16 associações e instituições que mostraram o que de melhor de faz no artesanato. Este ano, nas novidades há a destacar os showcooking &harmonização com os chefes Vítor Matos, Marlene Vieira e Rui Paula.   

O recinto da Festa conta com um total de 72 expositores,distribuídos por uma área coberta, 31 dos quais de Alvarinho, da Sub-região de Monção e Melgaço, 18 de fumeiro e produtos locais, 16 de artesanato, instituições e associações, e ainda com 8 tasquinhas. O recinto apresenta ainda uma Zona de degustações com capacidade para 140 pessoas sentadas; um Auditório de showcooking, com chefes de renome; e provas comentadas de vinhos, onde críticos e sommeliers conduzem a assistência por diferentes tipologias de Alvarinho. 

Sérgio Lopes (in Noticias)

Espumantes Baga Bairrada em Londres dia 21 de Abril


Depois do primeiro (grande) passo dado este ano na promoção além-fronteiras, com a presença no maior ponto de encontro mundial do mercado do vinho - a feira ProWein -, no passado mês de Março, o conjunto de espumantes da nova categoria criada em 2015, Baga Bairrada, voa agora para Londres. A Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) e os sete produtores deste projecto vão estar na Embaixada de Portugal, no dia 21 de Abril, a mostrar os seus néctares borbulhantes a um vasto grupo de convidados profissionais, de entre jornalistas e outros líderes de opinião, proprietário de lojas de vinho e restaurantes, mas também a consumidores.

cluster Baga Bairrada, que arrancou com cinco referências, tem actualmente sete espumantes brancos feitos 100% da casta Baga. Novidades estão na calha ainda para este ano, mas à prova dos exigentes palatos londrinos vão: o Marquês de Marialva Baga Bairrada Bruto 2013 (Adega de Cantanhe); o Aliança Baga Bairrada Reserva Bruto 2013 (Aliança Vinhos de Portugal); Montanha Baga Bairrada Grande Cuvée 2009 (Caves da Montanha); Primavera Baga Bairrada Extra Bruto 2013 (Caves Primavera); São Domingos Baga Bairrada Bruto 2008 (Caves do Solar de S. Domingos); Quinta do Poço do Lobo Baga Bairrada Bruto Natural 2013 (Caves São João); e Rama&Selas Baga Bairrada Bruto Natural 2013 (Rama&Selas).

Baga Bairrada: uma região, uma casta, um (tipo) espumante

Baga Bairrada é uma iniciativa promovida pela Comissão Vitivinícola da Bairrada, aberta a todos os produtores da região, com o propósito de estabelecer um standard colectivo para 'um espumante' feito a partir da casta bandeira da região, a Baga. Uma nova categoria para um produto distinto, com regras de produção e identidade gráfica próprias, criada para melhor promover e vender a região - e seus vinhos - em Portugal e no Mundo.

'A Baga é um património inquestionável, que tem que ser preservado e potenciado.'in Plano de Ação para a viticultura bairradina. A CVB pretende assim sinalizar, demarcar e autenticar a casta Baga como variedade típica (e predominante) da Bairrada, valorizando a casta, a região vitivinícola, e gerando notoriedade para o grande factor diferenciador: a Bairrada como região com massa crítica suficiente para fazer espumantes brancos de uma casta tinta. Embora a regulamentação desta nova categoria contemple brancos, rosados e tintos, a CVB tem como objectivo principal assegurar um denominador comum e estilo que faça crescer os espumantes 'Blanc de Noirs Baga Bairrada', em particular nos mercados de exportação, onde o espumante português ainda tem dificuldades em afirmar as suas especificidades.

Por questões climáticas, é difícil produzir todos os anos grandes (volumes de) vinhos tintos de Baga, já a qualidade de excelência nos espumantes desta casta é sempre garantida, o que faz a diferença para a região da Bairrada, ainda mais se 'uniformizados' e consolidados numa categoria de produto. A importância da casta Baga na valorização e diferenciação dos espumantes Bairrada é hoje uma realidade indiscutível. Durante anos, vários foram os produtores que encontraram nela o complemento perfeito para os seus lotes de vinho base espumante. No entanto, nos últimos 8 a 10 anos os espumantes varietais de Baga têm ganho adeptos na produção, mas também junto da crítica especializada e do consumidor, que lhe atribuem uma conotação extremamente positiva.

Sérgio Lopes (in Noticias)

sábado, 16 de abril de 2016

Da minha cave: Quinta dos Roques Touriga Nacional 1997

Por vezes, uma imagem vale mais do que 1000 palavras... É o caso desta imagem do lado esquerdo, onde se demonstra o potencial da região do Dão, da casta Touriga Nacional e em particular, do produtor Quinta dos Roques. Embora, tenha que ser justo e em regra geral, a região do Dão gera vinhos que envelhecem tão bem que não os devemos beber muito cedo. 

É curioso o contra-rótulo deste vinho, algo do género: Feito com Touriga Nacional, que se julga ser proveniente da região. Estágio de uma ano em barrica, pode beber já ou guardar por um bom par de anos. Ora, estamos em 2016, quase 20 anos depois e o vinho continua óptimo...!

A cor apresenta alguma evolução, mas nada que se pareça com os quase 20 anos. Muito profundo no aroma e complexo. Enorme frescura e aquela finesse dos vinhos do Dão com idade, na boca,  que parecem numa primeira impressão delgados, mas que depois terminam de forma explosiva e interminável. Melhor e melhor a cada copo... Delicioso!

18,5/20

Sérgio Lopes

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Em Prova: Canto X Tinto 2013


15,5/20. Lê-se Canto Décimo, este tinto alentejano da Herdade da Madeira Velha, localizada em Évoramonte - Estremoz. Nome inspirado nos Lusíadas de Luís Vaz de Camões, trata-se de um vinho equilibrado e fresco em dose certa, com a madeira bem integrada. Tem granjeado muitos prémios, quase todos os anos além fronteiras. Comprei-o em promoção. Ao seu preço normal ofusca-se um pouco entre as milhentas opções, embora tenha qualidade para tal. Vale a pena conhecer mais deste projecto. PVP: 7,90€. Disponiblidade: El Cote Ingles.

Sérgio Lopes



quarta-feira, 13 de abril de 2016

Em Prova: Nobre Colheita Alvarinho Trajadura 2015



14,5/20. É bastante comum as grandes empresas produtoras de vinho engarrafarem marcas "brancas" para as igualmente grandes cadeias de supermercados. Disso exemplo é o Nobre Colheita Alvarinho Trajadura 2015, um vinho branco originário da empresa Quintas de Melgaço, exclusivo para os supermercados LIDL. A combinação das castas que tão bom resultado dá em vinhos originários da sub-região de Monção e Melgaço confirma-se neste vinho leve e fresco, quase que um irmão mais curto que o "Torre de Menagem", também do mesmo produtor. Com o Verão no horizonte, vai ser seguramente um vinho a ter no frigorífico, a abrir as hostilidades das belas churrascadas. PVP: 2,90€. Disponibilidade: LIDL.

Sérgio Lopes

terça-feira, 12 de abril de 2016

II Trail da Caminhos Cruzados acontece no próximo dia 24 de Abril

No próximo dia 24 de Abril, ocorre, em Nelas, o II Trail da Caminhos Cruzados, empresa produtora de vinhos do Dão. O evento terá início às 9h e terá três modalidades: Trail Curto – 16km; Trail Longo - 35km e caminhada de 10km. Para os dois primeiros o preço de inscrição é de 10€ e para a caminhada é de 2,5€. O valor da inscrição reverte para as Associações dos Bombeiros Voluntários de Nelas e de Canas de Senhorim. O Trail termina com um almoço, harmonizado pelos vinhos da Caminhos Cruzados, na nova adega, que tem um custo adicional de apenas 5€. Para o vencedor o prémio são 36 vinhos Titular, Terras de Nelas e Terras de Santar, enquanto que o segundo receberá uma garrafeira composta por 12 vinhos e o terceiro um conjunto de 6. Aos primeiros 500 inscritos será oferecida uma t-shirt técnica e a todos os participantes que cortarem a meta uma garrafa de vinho.

Informações gerais:
Data – 24 de Abril
Ponto de partida – Largo Vasco da Gama nº23, 3520-079, Nelas
Inscrições em http://acorrer.pt/eventos/info/906 até ao dia 20 de Abril

Sérgio Lopes

segunda-feira, 11 de abril de 2016

2 eventos a não perder este sábado!

Organizado pelo Wine Club Portugal, de Luís Gradíssimo, o WINE FEST 2016 LISBOA vai realizar-se no Salão Nobre do Hotel Ritz Four Seasons, entre as 15:00h e as 20:00h do dia 16 de abril. O bilhete de acesso terá o valor de 10,00 Euros, incluindo o copo de prova.

Aberto ao público em geral, será um evento para provar vinhos de norte a sul do país, incluindo ilhas: Do Douro marcam presença Vale de Pios, Vasques de Carvalho, D. Graça e Vieira de Sousa; de Trás-os-Montes a Quinta do Gago e a Quinta Valle de Passos; de um pouco mais abaixo, do Dão, estarão presentes a Quinta do Mondego, a Quinta de Lemos e a PAL Wines; depois da Bairrada será possível provar os vinhos e espumantes da Casa de Saima e da Quinta das Bágeiras; da Beira Interior os vinhos Almeida Garrett; da região Tejo prometem surpreender a Quinta da Badula e a Encosta do Sobral; Lisboa, região anfitriã e que recebe o nome da capital de Portugal, estará bem representada com a Quinta das Carrafouchas, a Adega Regional de Colares (Colares), a Adega Viúva Gomes (Colares) e com os vinhos Villa Oeiras da Câmara Municipal de Oeiras (Carcavelos); António Saramago representará a região da Península de Setúbal; com destacada representação o Alentejo garante uma grande diversidade de propostas com a FitaPreta Vinhos, a Herdade do Arrepiado Velho, a Herdade Grande, a Lima Mayer, Monte da Ravasqueira, Rosa Santos Família e Vinha das Virtudes a assegurarem presença; por fim as ilhas estarão belissimamente representadas pela Azores Wine Company (Açores) e Vinhos Barbeito (Madeira).


Decorrerão igualmente 3 provas especiais, com a duração prevista de uma hora, limitadas a 25 lugares e a inscrição terá um custo de 20,00 Euros. Os bilhetes, de entrada e para as Provas Especiais, já estão disponíveis através da TICKETLINE (www.ticketline.sapo.pt). Está, também, disponível um Pack Enófilo que contempla Entrada + 3 Provas Especiais pelo valor de 50,00 Euros.



No mesmo dia, o Adegga WineMarket, regressa ao PORTO e faz dois eventos satélite em paralelo em Lisboa e em Faro. Nesta edição, o local escolhido para o encontro entre consumidores e 40 produtores seleccionados, onde entre outros se encontram: Soalheiro, Paulo Laureano, Poças, Monte da Ravasqueira, Niepoort, Caminhos Cruzados, Quinta de Lemos, Casa da Passarella, Cortes de Cima, Quinta da Lapa, Esporão e Torre do Frade., pela equipa do Adegga é o Porto Palácio Hotel. Já os PopUp Lisboa e Algarve terão lugar, respectivamente, no Adegga Tasting Room e no rooftop do Hotel Faro, unidade hoteleira parceira do Adegga na realização do evento.

As provas PopUp são eventos com a experiência WineMarket, com provas de vinho livres, descontraídas, sem a presença dos produtores, mas com a participação de um Sommelier. Estes eventos são promovidos por André Ribeirinho, um dos autores do projeto, que dá agora também oportunidade a qualquer apreciador que se encontre na Europa de encomendar os vinhos que vão estar presentes nesta edição.

No Adegga WineMarket Porto estará disponível a tecnologia 'SmartWineGlass' (Copo Inteligente), desenvolvida pelo Adegga e premiada internacionalmente, sendo uma ferramenta essencial para recordar os produtores visitados e vinhos provados durante o evento. De visita obrigatória é também a loja de vinhos do Adegga WineMarket, onde podem ser adquiridos todos os vinhos presentes em prova, com entregas personalizadas ao domicílio até 10 dias após a compra.

A Sala Premium é novamente um dos destaques do Adegga WineMarket. Uma sala exclusiva dentro do evento e uma oportunidade única para provar vinhos de topo, raros e muito especiais.

Informações gerais:
Data: 16 de Abril de 2016
Local: Adegga WineMarket Porto – Porto Palácio Hotel; PopUp Lisboa – Adegga Tasting Room; PopUp Faro – Hotel Faro
Horário: 14h às 21h
Bilhete Normal: 15€
Bilhete Loja: 40€ (inclui vale de compra de 40€ em vinho)

Sérgio Lopes




quinta-feira, 7 de abril de 2016

Em Prova: Quinta das Bageiras "Avô Fausto" Tinto 2012



18/20. Mário Sérgio Alves Nuno pode não dizer muito para a maioria dos consumidores... mas o certo é que este projecto com raízes familiares já leva 25 anos e o produtor está entre os melhores do país e em particular, da Bairrada. São vinhos que respeitam as tradições sendo unânime a qualidade e longevidade dos seus garrafeira, tanto Brancos, como Tintos, ou dos seus espumantes com longos estágio em cave e que envelhecem muito bem. São vinhos de pequena produção, que devemos guardar para mais tarde ficar completamente rendidos quando abrirmos uma dessas garrafas...


O Avô Fausto Tinto 2012, produzido em homenagem ao seu avô, que vai na segunda edição (a primeira edição é de 2010) é uma abordagem mais em jeito de elegância em vez de potência. Pode-se guardar, sim, mas dá tanto, tanto prazer a beber desde já, que acaba depressa. Equilíbrio entre todas as componentes do vinho, frescura invejável e uma boca de final delicioso. Próximo da perfeição, num estilo mais consensual da uva Bairradina "Baga" sem deixar de ser extremamente complexo e profundo em todas as suas componentes. Se ainda não provaram "Bageiras", comecem por este vinho, por favor... PVP: 23€. Disponibilidade: Garrafeira Nacional; El Corte Inglês; Dom Vinho; Estado Líquido

Sérgio Lopes

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Alambre Moscatel de Setúbal em destaque na revista Wine Spectator

A prestigiada revista norte-americana Wine Spectator publicou, na edição de Abril, o Guia de Compras 2016, distinguindo o Alambre Moscatel de Setúbal 2010 com 91 pontos e classificando-o como“Best Value”. Esta semana foi ainda considerado “Wine of the Week”.

De acordo com a publicação, o Alambre Moscatel de Setúbal 2010 é um “vinho doce e fresco com sabores de caramelo, damasco seco e manga, os quais levam a um final apimentado com notas de ananás seco e moca”.

O Moscatel de Setúbal é um vinho generoso com Denominação de Origem Controlada (D.O.C.), reconhecida desde 1907. O Moscatel de Setúbal é elaborado a partir da casta Moscatel de Setúbal, que é um tipo de uva que prima pelo seu carácter frutado, melado com aroma a fruta tropical, diferenciando os vinhos moscatéis de qualquer outro tipo de vinho.

Da produção anual de Moscatel de Setúbal da José Maria da Fonseca, uma parte é destinada ao envelhecimento mais prolongado em cascos de madeira usada, que podem ser visitados na Adega dos Teares Velhos, na Casa Museu, em Vila Nogueira de Azeitão.

A Wine Spectator é uma das mais influentes revistas de vinhos e de lifestyle norte-americana. Fundada em 1976 por Bob Morrisey, é publicada 15 vezes por ano e chega actualmente a mais de 3 milhões de leitores de todo o mundo.

Sérgio Lopes (in press release)

terça-feira, 5 de abril de 2016

Lua Cheia em Vinhas Velhas e Andreza destacados na Wine Enthusiast

Lua Cheia em Vinhas Velhas Doc Douro 2014 e Andreza Grande Reserva Doc Douro 2013 são os vinhos em destaque na prestigiada revista norte-americana. Recomendados por Roger Voss, os dois tintos são considerados Melhor Compra e Escolha dos Editores, respectivamente.

Os elogios chegam dos EUA diretamente para o Douro. Dois vinhos DOC Douro do produtor Lua Cheia em Vinhas Velhas fazem parte da lista de recomendações da Wine Enthusiast de Abril, o que sublinha o posicionamento internacional da marca que agora parte à procura do público português.

Lua Cheia em Vinhas Velhas Tinto 2014 recebeu 90 pontos. “Feito de vinhas velhas, é um vinho firme e maduro, jovem mas que ainda tem muito para dar. A fruta de casca negra é ampliada pela suculência da acidez. A estrutura, as especiarias e a generosidade em boca apontam para um bom envelhecimento.” Roger Voss, provador da revista, destaca este vinho proveniente de mais de 20 castas de vinhas antigas como “Melhor Compra” e aconselha a abertura da garrafa a partir de 2017.
Por sua vez, o Andreza Grande Reserva 2013, elaborado a partir das castas Touriga Nacional e Touriga Franca, arrecadou 91 pontos. As palavras de Roger Voss justificam a designação como “Escolha dos Editores”. “Este é um vinho verdadeiramente impressionante, maduro e poderoso. De cor escura e estrutura sólida, expressa a riqueza da fruta e da sua acidez concentrada, dos frutos de baga e da ameixa preta”, salienta. Sendo um vinho ainda jovem, o provador de Wine Enthusiast aconselha a prova deste néctar a partir de 2018.

Andreza Grande Reserva 2013 é, aliás, um colecionador de distinções. A mais recente foi de Mark Squires, que lhe atribuiu uns expressivos 90 pontos em outubro do ano passado.

Lua Cheia em Vinhas Velhas Tinto 2014
Preço recomendado 4,35 € (0,75 L)

Andreza Grande Reserva 2013
Preço recomendado 19,14 € (0,75 L)

Distribuição: BEST WINES (jm.bestwines@outlook.pt)

Sérgio Lopes

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Em Prova: Ares da Raia Espumante Bruto Natural 2009


14,5/20. Espumante produzido com a receita dos vinhos "Muralhas" e "Torre de Menagem" (ou inúmeras referências nos supermercados do país a este blend de castas) ou seja, a famosa ligação Alvarinho / Trajadura. O produtor deste espumante bruto natural  é a Provam, produtor de entre outras referências da sub-região de Monção, do competente vinho branco Alvarinho Portal do Fidalgo. Pontos a favor: Bruto natural, o que significa zero adição de acúcar. A bolha bem presente para um espumante com 7 anos, com uma mousse bem crocante. Pontos contra: Achei que faltava algo... Temos provado muitos e muitos espumantes de diferentes regiões ultimamente, o que nos torna mais exigentes. Por esse motivo, achei o espumante um pouco "Verde" com a bolha demasiado agressiva, De pendor gastronómico, mas não me convenceu. Por esse preço há uma enorme variedade de escolhas que são mais seguras. PVP: 5,99€. Onde encontrar: Jumbo.

Sérgio Lopes

domingo, 3 de abril de 2016

Em Prova: Vinha do Almo Escolha Tinto 2012


16,5/20. Vinha do Almo Escolha 2012 é um vinho tinto proveniente da Herdade do Perdigão, em Monforte, no Alentejo. Adquirido no hipermercado Jumbo a um bom preço, é um daqueles vinhos da região de que gosto muito, sobretudo porque foge ao "calor" e doçura que alguns vinhos alentejanos apresentam. Este "Escolha" (Existe também o colheita) é um vinho muito apetecível, complexo qb, mas com taninos suaves e pendor gastronómico. Frescura atípica para a região e final delicioso. Acompanha bem a nossa comida mais tradicional, como um assado no forno por exemplo e deve ser apreciado copo a copo, pois vai melhorando com a oxigenação. PVP: 9,90€. Onde encontrar: Jumbo.

Sérgio Lopes

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Coravin - Provar um vinho sem retirar... a rolha!

Depois dos aplausos da crítica internacional, o Coravin, um sistema que permite servir vinho da garrafa sem retirar a rolha, está a despertar muita curiosidade no mercado nacional. O motivo é simples: pela primeira vez, é possível abrir uma garrafa, provar o vinho e voltar a guardá-la, sem alterar a sua qualidade.

Um produto inovador, galardoado em todo o mundo, que permite desfrutar de um bom vinho sem se comprometer com a garrafa. Se antes a ocasião fazia o vinho, agora é o vinho que faz a ocasião, sendo possível assaltar a garrafeira sem pretexto.

Acessório obrigatório para os amantes do vinho, Coravin está disponível em Portugal, desde o início do ano, e vem equipado com todos os acessórios complementares. Pode ser encontrado na Garage Wines, no Porto, ou na Garrafeira Nacional, em Lisboa. O PVP recomendado é de 299€.

Sérgio Lopes