quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Em Prova: Vila Santa Reserva Branco 2016


Provei este vinho às cegas no evento de comemoração dos 25 anos de João Portugal Ramos e gostei dele imediatamente. Feito de Alvarinho, Arinto e Sauvignon Blanc, proveniente de solos xistosos, com fermentação parcial em barrica. O conjunto mostra-se aromático, com algum citrino e tropical, mas nada exagerado. Na boca aparece especiado e elegante, fresco e mineral, terminando com uma ligeira sensação de doçura que contra balançada por uma boa acidez, torna o vinho "giro". Gastronómico, talvez uma das melhores edições do Vila Santa Reserva Branco. PVP: 10€. Disponibilidade: Garrafeiras.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Em Prova: Outrora Clássico Baga 2013

A casta Baga é conhecida por produzir vinhos de grande longevidade - décadas mesmo, mas que usualmente demoram alguns anos a estarem prontos a beber. Ora ultimamente, temos vindo a assistir ao surgimento de uma abordagem à baga mais "pronta" para consumo, o que se aplaude, sobretudo se tiver a qualidade ímpar, como a de este Outrora de João Soares e Nuno do Ó. Curiosa a menção a "clássico" no rótulo, quando na prova nos atira imediatamente para um estilo mais moderno da casta, se compararmos com os grandes nomes e embaixadores da casta, famosa sobretudo na região da Bairrada, tais como, Mário Sérgio, Luís Pato, ou Sidónio de Sousa, entre outros.

Produzido a partir de uvas da casta Baga, de vinhas com idade superior a 100 anos, estagiou 2 anos em barricas de carvalho. Apresenta uma enorme profundidade e complexidade aromáticas, logo ao primeiro impacto olfactivo, com notas vegetais, especiaria e alguma fruta, que se confirma na boca Taninos poderosos, mas já amaciados, numa boca cheia e com muita tensão, mas ao mesmo sem se impor em demasia, aportando uma elegância que lhe confere classe. Termina muito longo e gastronómico. Um grande vinho. PVP: 30€. Diponibilidade: Garrafeiras.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Feriado em grande: Adegga Wine Market em Lisboa e Christmas Wine Experience em Vila Nova de Gaia

O Adegga WineMarket, regressa a Lisboa no próximo dia 1 de Dezembro, ao Lisbon Marriott Hotel. O Adegga WineMarket é um conceito inovador, criado pelo Adegga, com o objectivo de aproximar consumidores e produtores. O visitante tem a possibilidade de descobrir, num ambiente descontraído, 500 vinhos, entre os 5€ e os 50€, de 70 produtores seleccionados pela equipa do Adegga.

Para além da magnífica, mas também exclusiva sala Premium, onde se proporciona como é habitual uma prova de 50 Grandes Vinhos, nesta edição, será possível fazer visitas guiadas e experimentar os melhores vinhos de Portugal, através das Adegga WineWalks, que são acompanhadas por um enólogo, sommelier, wineblogger ou winelover e têm a duração de 30 minutos e participação máxima de 12 pessoas (inscrição à porta do evento).

IInformações gerais:
Data: Sexta-feira, 1 de Dezembro de 2017
Local: Lisbon Marriott Hotel
Horário: 14h às 21h
Bilhete Prova: 15€
Bilhete Loja: 40€ (inclui entrada e vale de compras de 40€)
Bilhete Loja Duplo: 60€ (inclui entrada para duas pessoas e vale de compras de 60€)

Cumprindo a tradição, o The Yeatman inaugura a quadra natalícia na cidade do Porto, reunindo o melhor dos vinhos e da gastronomia nacional. A 7ª edição do Christmas Wine Experience ocorre já neste fim-de-semana de 1 e 2 de dezembro entre as 14h00 às 19h00, celebrando o início da época natalícias.

As várias regiões vitivinícolas do país estão representadas pelos melhores produtores nacionais, que apresentam dois vinhos ideais para a quadra natalícia. São mais de 50 produtores (wine partners), num total de mais de 100 vinhos à prova. No final, os vinhos estão disponíveis para compra, por um preço especial.


Sérgio Lopes (in Press Release)

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Prova Vertical Quinta Nova Grande Reserva

Decorreu na passada 5ª feira, na garrafeira do Tio Pepe a prova vertical dos vinhos Quinta Nova Grande Reserva. Prova rara, diria, de uma das casas do Douro que se tornou rapidamente numa referência na região e cujo espaço vale a bem a pena visitar e pernoitar por lá, no belíssimo hotel com vista para os vinhedos e rio Douro. Em 1999 a família Amorim adquiriu a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo. Em 2017, 18 anos passados, a empresa assinalou a data com a organização de uma grande prova vertical de 10 anos dos seus Grande Reserva Tinto. 

Mas vamos à prova: Quinta Nova Grande Reserva 2005, já com taninos totalmente redondos e prontissimo a beber.  2006, com algum calor quer no nariz, quer na boca, a reflectir um ano de si bem quente. Mais vivo que o 2005 em termos de boca, mas pouco mais "morno" na prova. 2007, como seria de esperar pelo ano, mostrou-se um grande vinho, conjugando potencia e elegância. Muito bem. 2008, bastante fresco e apelativo. Um pouco abaixo do 2007 que apresenta mais complexidade, naturalmente, mas mostrou-se muito interessante. 2009, num registo com menor acidez, talvez reflexo de outro ano bastante quente no Douro, tal como o 2006. 2011, um vinho de enorme classe, com uma grande profundidade aromática, muito complexo, fresco, cheio de taninos e com um final interminável. 2011 foi um ano do caraças no Douro! Seguiram-se 2012 e 2013, vinhos competentes e corretos, onde se nota cada vez mais a utilização menos marcada da madeira, o que se saúda. Por fim, Quinta Nova Grande Reserva 2015, apresentando uma fruta fresca muito bonita e apelativa, um lado balsâmico a aportar grande frescura e bastante elegante a dar já uma belíssima prova, Foi dos que também gostei mais, por estar tão apetecível tão cedo, sem deixar de se mostrar complexo e com pernas para andar. 

Uma belíssima prova a mostrar a qualidade da casa e em particular os Grande Resrevas Tintos. Nota, o Quinta Nova Grande Reserva Tinto apenas é produzido em anos que tenha qualidade para tal, não tendo sido produzido em 2010 e 2014.

Sérgio Lopes



sábado, 25 de novembro de 2017

WIne Fest Porto 2017 - 2ª edição e a repetir

Organizado pelo Wine Club Portugal, de Luis Gradissimo (http://avinhar.blogspot.pt/), o WINE FEST 2017 PORTO voltou para a sua segunda edição, no passado sábado dia 18 de Novembro. Perto de 1000 pessoas encheram o Salão Nobre do edifício da Alfândega do Porto, para provar os mais de 200 vinhos disponíveis.
O belíssimo cenário da Alfândega e a escolha criteriosa de produtores contribuiu decisivamente para o sucesso do evento. Pequenos produtores, com identidade,  muitos deles foras dos grandes circuitos comerciais, provenientes de quase todas as regiões vinicolas do país.

Foram mais de 30 produtores cujos vinhos estiveram à prova, desde os alvarinhos puros da Quinta do Regueiro, os brancos modernos e irreverentes dos Vinho Verde Young Projects, a frescura do Douro Superior, dos D. Graça da Vinilourenço; a diversidade dos Maçanita Vinhos, os vinhos Casal Faria e Alto do Joa, da emergente região de Trás-os-Montes. Pela Bairrada, os vinhos e espumantes da Casa de Saima e das Bageiras, com os seus desconcertantes Garrafeiras da casta Baga, a elegância do Dão com a Quinta de Lemos e a Casa da Passarella. A Quinta do Cardo e a Quinta de Pancas fizeram as honras pela Beira Interior. Joaquim Arnaud, com o seu Alentejo completamente "fora do baralho" e o vinho generoso DOC Carcavelos Villa Oeiras, entre muitos outros, que fizeram as delicias dos participantes.

E claro as fabulosas provas especiais, das quais tive a oportunidade de participar em duas delas, a da Casa da Passarela e a dos moscatéis de Horácio Simões.

Casa da Passarela - 125 anos de História

Nesta prova conduzida pelo enólogo Paulo Nunes provamos os topos da casa, Villa Oliveira, numa mini vertical. Nos brancos, Villa Oliveira 2012, Vinha do Provincio, um blend (nem sempre é 100% feito de encruzado - depende dos anos), fino, elegante e complexo, num momento delicioso de prova. Vila Oliveira Encruzado 2015, com 10% de curtimenta (que não se sente) reflecte bem o ano, com um nervo e uma acidez bem vincadas. Tão diferentes e tão bons! No final Villa Oliveira L2010-2015, lote proveniente de uma barrica por ano dos Vila Oliveira. O objectivo é fazer duas edições por década, sendo esta a primeira. Um vinho estruturado, longo, complexo, com classe. a um PVP de 45€

Nos tintos. Villa Oliveira Touriga Nacional 2009, vegetal e com taninos ainda bem firmes, um pouco fechado, mas bastante fresco. Villa Oliveira Touriga Nacional 2011, menos vegetal mas mais concentrado e com a sensação de alcool mais evidente, reflectindo o ano que foi quente na região do Dão. Villa Oliveira 2012 - Vinha das Pedras Altas, que já tinha tido o privilégio de provar na Casa da Passarela e me fascinou imediatamente. Continua a fascinar-me! Ao contrário dos vinhos provados anteriormente, constituídos 100% de Touriga Nacional, aqui estamos na presença de um blend de uma vinha velha, a Vinha das pedras Altas. O resultado é um vinho super elegante e fino, muito fresco e sedoso, delicioso e cheio de classe. Depois provamos o Villa Oliveira Touriga Nacional 2014, que ainda não está no mercado, a demonstrar um elevado potencial, com as notas vegetais mas também uma fruta primária muito interessante. Irá evoluir bem. O final da prova dos tintos estava reservado para aquele que pretende ser o ex-libris da casa, o Villa Oliveira Passarela 2014, blend de castas de vinhas muito velhas, maioritariamente Baga e Jaen, temperadas com Alvarelhão ou Tinta Carvalha, entre outras. Tudo castas que remonstam a primeira marca da casa Villa Oliveira, como homenagem à sua rica história, com 125 anos. O vinho é simplesmente descomunal aliando uma invulgar potência para a região, a uma desconcertante elegância. São 2000 garrafas apenas, a um PVP de 90€, das quais serão lançadas para o mercado apenas 200 garrafas por ano. Um vinho para ser apreciado nos próximos 10 anos. Uma prova de antologia.


Os Moscatéis de Horácio Simões


Da casa agrícola Horácio Simões fizemos uma pequena viagem pelos deliciosos moscatéis roxos de Setúbal. Vou começar pela ordem contrária à que foram servidos, isto é do mais novo para o mais velho. Começamos com duas versões do Moscatel Roxo 2010, aquele que se encontra atualmente no mercado e o que navega e estagia no porão do barco Évora, renovando a tradição do vinho "Embarcado". Este último mostrou-se um pouco mais evoluído e por isso valeu a pena a experiência. O Moscatel Roxo Superior 2005, distinto por ser usada aguardente da região de Armagnac (tal como Domingos Soares Franco faz no seu JMF colecção privada). O Moscatel Roxo 2003 num registo intermédio, passou um pouco despercebido. Para o final dois grandes vinhos, o Moscatel Roxo 1999 que iniciou tímido e foi crescendo com o tempo no copo e o Moscatel Colheita 1974, com guarda em tonéis mais garrafão de vidro, a revelar-se um vinho enorme, com frescura, notas aromáticas de "garrafa", muito complexo e com um longo final. Adorei. Deste último vinho sairá uma edição limitada para este Natal de apenas 300 garrafas. Os moscateis podem não ter a acidez dos Madeira ou a fama dos Porto, mas têm um encanto muito próprio.

Sérgio Lopes

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Em Prova: Valados de Melgaço Vinificação Natural 2016


Chegou ao mercado a nova referência Valados de Melgaço, com a designação Vinificação Natural. O objectivo do produtor Artur Meleiro foi o de lançar para o mercado um Alvarinho que mostrasse a expressão genuína da região de Monção e Melgaço. Com estágio sobre borras finas em madeira, durante 8 meses, não foram utilizados sulfitos durante a vinificação. O resultado é um vinho complexo e fino, bem acima do seu Alvarinho colheita, já de si muito bom. O aroma é profundo com notas delicadas citrinas e um balsâmico que lhe dá um carácter bem interessante a potenciar a frescura. Na boca, é fresco e elegante, com madeira bem integrada e um bom corpo, terminando persistente. Com potencial de envelhecimento. PVP: 15€. Disponibilidade: Garrafeiras Seleccionadas.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Em Prova: Triunvirato Nº 4


Messias não é apenas sinónimo de vinhos do Porto. Longe disso. Cada vez produz mais e melhores vinhos de mesa. A empresa está presente em 3 das mais importantes regiões vitivinicolas do país, Bairrada, Dão e Douro. Triunvirato significa Aliança e a quarta edição deste vinho alia as melhores uvas das 3 regiões, Baga (da Bairrada), Alfrocheiro (do Dão) e Tinto Cão (do Douro). Feita a aliança (blend), o vinho estagia 24 meses em barricas novas de carvalho francês. O aroma é imediatamente sedutor e extremamente complexo, fino, vegetal e muito fresco. A boca enche completamente com taninos firmes e potentes, mas com muito requinte. O final é muito prolongado. Ainda muito novo e com muito para mostrar. Um grande vinho. PVP: 30€. Disponibilidade: Garrafeiras Seleccionadas.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Em Prova: Anselmo Mendes Não Convencional Tinto 2012


A menção "não convencional" advém, por um lado, do teor alcoólico que apresenta, mais baixo que o habitual no Douro (12,5º), por outro lado, da escolha das castas, também pouco usual para a região. O mais comum encontrar é o blend TTT - Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz. Ora, este vinho é produzido de uvas de cepas seleccionadas provenientes de uma vinha centenária, onde sim podem ser encontradas com frequência as castas que lhe deram origem, nomeadamente Tinta Carvalha, Tinta da Barca, Rufete, Tinta Francisca, ou Cornifesto, entre outras. Em vinhas velhas é assim... O estilo do vinho é pois o reflexo dessas características, um vinho simultaneamente leve mas com tensão, isto é, sem quaisquer excessos, antes fresco, elegante, com alguma "rusticidade" da tipicidade duriense das vinhas velhas que lhe confere carácter. Sem maquilhagem e claramente um estilo diferente para a região. PVP: 16€. Disponibilidade: Garrafeiras Seleccionadas.

Sérgio Lopes

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Radar do Vinho: Quinta do Mouro

O final da tarde do 4.º dia do grupo (meu 2.º) no Alentejo foi passado na Quinta do Mouro com o Miguel Louro, produtor excêntrico e um inigualável contador de histórias. Atualmente conta com a ajuda dos filhos, principalmente do Luís Louro, na enologia mas por vezes não lhes liga nenhuma e aparecem vinhos fantásticos como os Erros, fruto do acaso ou da teimosia do produtor. 

Já agora, os Erros da Quinta do Mouro são para quem gosta de vinhos diferentes e os que mais dizem da personalidade do seu produtor, não serão do agrado de todos, tal como o Miguel Louro, mas para mim, são dos mais interessantes que há no Alentejo.

A visita do nosso grupo ocorreu em simultâneo com a visita de um pequeno grupo de belgas e que até foi interessante, aumentando a interação, e se por um lado para eles foi um pouco mais difícil, pois às vezes, o Miguel Louro começava a falar em inglês mas depois entusiasmava-se e acabava a falar em Português, para desespero da sua assistente. 

Por outro lado, a dinâmica que se estabeleceu, fez que em vez de se abrir meia dúzia de vinhos, acabou por abrir todos os vinhos que estavam disponíveis ;) A adega é pequena e artesanal mas não impede de saírem grandes vinhos de lá, à imagem do Miguel Louro, muito irreverentes, completamente fora da caixa, mas de grande qualidade. Quando me dizem que não gostam de vinhos alentejanos porque são muito redondinhos e com pouca acidez, eu digo sempre, já provaste um Quinta do Mouro?

Bem, seguem as minhas notas de prova (sintéticas e pessoais, mais úteis a pessoas com gostos semelhantes):


- Vinha do Mouro Branco 2015 – equilibrado e seco (15,5);
- Apelido 2015 – mais intenso e ácido (16);
- 1.º Nome 2015 – com mais estrutura e equilibrado (17);
- Erro B 2015 – muito intenso e com grande acidez, precisando desesperadamente de comida e devendo melhorar com a idade, vinho de curtimenta total por causa de uma prensa avariada e que depois foi loteado com arinto para o tornar um pouco mais leve e fresco (17, por agora);
- Vinha do Mouro Tinto 2013 – um pouco adstringente e com acidez pronunciada que requer comida, é um bom vinho mas não é um entrada de gama fácil (16);
- Zagalos 2012 – mais elegante e do agrado geral (16,5);
- Quinta do Mouro 2010 – Encorpado e com taninos notórios mas já suficientemente polidos para dar uma boa prova (17,5);


- Erro 2 2011 – encorpado, muito intenso e com acidez a condizer e um sabor fabuloso, este é proveniente de umas barricas que deviam ir para o Rótulo Dourado mas ficaram esquecidas (18);
- Erro 3 2013 – meio corpo mas muito exuberante quer de aroma quer de sabor, com acidez elevada que resultou de um lote com Brett (que no produto final não se nota) de uma casta híbrida que um professor trouxe de Espanha, combinado com 50% de Trincadeira (18-18,5);
- Quinta do Mouro Touriga Nacional 2014 – aroma e sabor fabulosos com taninos ainda muito notórios e boa acidez, um vinho que diria que com mais uns 3 anos de garrafa pode bater-se com qualquer Touriga Nacional, mesmo agora, se decantada com tempo e acompanhar comida, já dá uma grande prova (18-18,5);
- Quinta do Mouro Cabernet Sauvignon 2011 – encorpado e muito intenso, com um aroma intrigante e um dos melhores Cabernets de Portugal, só perdeu por estar no meio de vinhos fabulosos (17,5);
- Quinta do Mouro Rótulo Dourado 2011 – encorpado, muito intenso com taninos já domados, com madeira de qualidade, aroma e sabor fabulosos (18,5).

Duarte Silva (Wine Lover)

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Opinião: O prazo de validade do vinho

Possivelmente já se questionou porque é que o vinho não trás no seu rótulo um prazo de validade, uma vez que os alimentos embalados trazem todos uma data expressa. Realmente, com o vinho a questão é bem mais complexa, mas nada que não tenha uma explicação.Para se saber até quando um alimento ou uma bebida mantêm boas condições de consumo, as amostras desses produtos são enviadas para laboratório onde são realizadas análises que avaliam a velocidade e as condições que levam à sua deterioração. Essa avaliação é chamada de “teste de vida de prateleira” e é com base nela que se determina o prazo de validade. Mas então, como é que se fazem análises ao vinho quando sabemos que (nalguns casos) podem manter-se em condições de serem apreciados por muitos e longos anos? Uma vez dentro d7a garrafa, existem vários factores que influenciam o tempo que um vinho vai permanecer apto até ser apreciado. As diferentes intensidades da acção de factores físicos como a luz, temperatura e movimento (vibrações); e químicos, como a oxidação (alterações que ocorrem em contacto com o oxigénio) ou a redução (alterações que ocorrem na ausência do oxigénio) irão influenciar a evolução e/ou deterioração de cada vinho. Cada um deles vai reagir de forma diferente a essas influências e, por isso, não há como fazer com os vinhos o tal “teste de vida de prateleira”. 

Como a validade é uma informação obrigatória nos alimentos embalados e os vinhos evoluem de diferente maneira uns dos outros, dependendo da sua constituição e forma de armazenamento, os rótulos podem ostentar a informação “válido por tempo indeterminado” ou “consumir de preferência antes de…” sempre e desde que embalados em vasilhame de vidro. Embora este pormenor não se aplique, para já, na União Europeia. Neste caso, o risco de perda do produto por motivos de excessivo tempo de armazenamento é avaliado pelo consumidor e controlado pelos estabelecimentos da especialidade. Para orientar o consumidor, os produtores costumam indicar no contra-rótulo as condições ideais para prolongar a vida útil do vinho. Mas então, se o vinho não tem prazo de validade, porque é que se fala em tempo de guarda? Com base no facto de cada vinho evoluir de maneira diferente, o chamado tempo de guarda é uma estimativa que os produtores e especialistas sugerem para o limite de tempo até ao qual, possivelmente, o vinho manterá características dignas de serem apreciadas. Passado esse tempo, ele entrará em deterioração, mas sem nunca trazer riscos para a saúde. Porém, não existem garantias precisas para que essa estimativa se concretize, pois é impossível prever com exactidão como o vinho irá evoluir em garrafa, mesmo que esteja armazenado nas melhores condições. Por isso, o vinho é um produto que tem uma “estimativa de guarda” e não um “prazo de validade” Saúde…!
Fernando Sousa (www.global-satisfaction.com)

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Radar do Vinho: Herdade da Maroteira

No 4.º dia do grupo (meu 2.º) fomos visitar a Herdade da Maroteira com 540 hectares, no sopé da Serra d’Ossa, a 20km a sul de Estremoz. É nesta propriedade onde se produzem os afamados Syrah Cem Reis e Mil Reis (quando a colheita é excepcional) que desaparecem a um ritmo impressionante. A enologia está desde o início do projeto com António Maçanita e apenas as uvas de qualidade superior são aproveitadas para a produção de vinho da Herdade da Maroteira, a maior parte das uvas são vendidas. Nesta visita, o nosso principal interlocutor foi o Anthony Kynaston Doody que nos levou num autêntico safari pela Quinta, pois é muito mais do que uma produtora de vinho, aliás, ocupa uma parte muito pequena da quinta e não será fácil de aumentar substancialmente devido aos inúmeros sobreiros protegidos dispersos por toda a área. Os vinhos apenas foram provados durante um almoço simples, mas muito saboroso e por isso não têm nota de prova. Todavia, devemos destacar dois vinhos que foram provados ainda antes da sua comercialização e sem rótulo:

- O Cem Reis 2015, que já estava muito bom, intenso mas elegante e com uma acidez que equilibra os 16% de álcool, factor que contribuiu para essa sensação, foi a temperatura a que foi servido, que diria ser à volta dos 15ºC, mais adequada na minha opinião do que os 17-18ºC, referidos pelo atual contra-rótulo.
- O Senhor Doutor Alvarinho 2016, que prova, que com uma viticultura/enologia cuidada, se consegue fazer bons alvarinhos em todo o país, mesmo no interior alentejano.

Duarte Silva (Wine Lover)

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Radar do Vinho: Sir Júlio Bastos e os seus Dona Maria

Após a manhã na Tiago Cabaço Wines, a tarde do dia 12 de Abril, não foi nada inferior, pois os vinhos foram muito bons, com vários excepcionais e a boa disposição era tão grande que se prolongou inesperadamente para a noite, num jantar fenomenal na Mercearia Gadanha com a mesma equipa que nos recebeu (Raquel Fernandes, Sandra Tavares e o inconfundível Júlio Bastos). Confesso que para um senhor tão importante no mundo do Vinho, quanto é o Júlio Bastos, fiquei surpreendido com o facto de ser tão acessível e tão bem disposto (penso que as fotos dão uma ideia). Quanto aos vinhos propriamente ditos, segundo as minhas notas de prova (sintéticas e pessoais, mais úteis a pessoas com gostos semelhantes):

- Dona Maria Rosé 2016 – seco e com boa intensidade (16,5);

- Dona Maria Branco 2016 – equilibrado e só prejudicado um pouco para o meu paladar por uma ligeira sensação de doçura (16);

- Dona Maria Viognier 2015 – intenso e com acidez pronunciada (17);

- Dona Maria Amantis Branco 2014 – parecido com o anterior, ligeiramente mais volumoso (17);

- Dona Maria Amantis Branco 2012 – já com uns aromas de evolução que lhe dão um pouco mais de complexidade (17-17,5)

- Dona Maria Amantis Branco 2009 – intenso mas equilibrado com uma evolução fabulosa (18);

- Dona Maria Tinto 2014 – relativamente intenso e com acidez média/elevada que lhe dá uma boa frescura (16,5);

- Dona Maria Amantis Tinto 2012 – mais intenso mas mais quente (16,5);

 

- Dona Maria Touriga Nacional 2013 – floral e intenso mas elegante (17,5);

- Dona Maria Reserva 2005 – aroma e sabor muito bons (18);

- Dona Maria Reserva 2008 – muito parecido com o anterior em que apenas o aroma achei ligeiramente inferior (17,5-18);

- Dona Maria Reserva 2012 – sabor muito bom com classe (18);

- Júlio Bastos 2007 – sabor muito intenso e com grande classe (18,5)

- Quinta do Carmo Garrafeira 1986 – num bom estado de evolução face aos seus 31 anos, por exemplo, pela cor, diria bem menos (17,5)

- Quinta do Carmo Garrafeira 1985 – um pouco mais complexo do que o anterior (18).

Ainda voltamos no dia seguir para visitar a belíssima quinta, datada do princípio do Séc. XVIII, incluindo a adega e jardim e terminamos com uma compras.

Duarte Silva (Wine Lover)

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Radar do Vinho: Os Blog do Tiago Cabaço

Aproveitando um fim de semana menos agitado, venho reportar um dos dias mais fabulosos deste ano, que se passou há meio ano, a 12 de abril. O início foi muito madrugador, em Vila do Conde para me juntar ao Sérgio Costa Lopes e rumarmos a Estremoz de forma a nos juntarmos ao núcleo duro dos Cegos que já estava há dois dias pelo Alentejo em provas. 

Assim lá pelas 10h já estávamos à porta da Adega da Tiago Cabaço Wines. O que se seguiu foi fenomenal. Fomos visitar a adega incluindo uma prova diretamente das barricas, onde percebemos que se quisessem fariam vinhos monocastas de grande qualidade (ao nível dos Blogs). O tema principal da visita foi uma prova do Blog de rótulo preto com Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Syrah. Segundo as minhas notas de prova:

Blog 06 - Aroma e sabor muito bom e com intensidade e acidez (18)
Blog 07 - parecido com o 06 mas aroma não tão bom (17,5)
Blog 08 – muito parecido com o 07 (17,5)
Blog 09 - um pouco mais de potência (17,5-18)
Blog 10 - mais adstringente (17)
Blog 11 - muita potência e classe (18-18,5)
Blog 12 – um pouco inferior (17,5)
Blog 13 - muito parecido com o 11, é impressionante estar já tão pronto para ser bebido, ainda sem estar à venda e por isso sem rótulo na fotografia (18-18,5).


Depois da vertical, almoçamos umas bochechas de porco com a restante gama do Tiago Cabaço. Não tirei notas mas queria destacar dois vinhos:
- O Tiago Cabaço Vinhas Velhas 2013 Tinto, um vinho com uma excelente relação qualidade/preço, já chegou a ganhar uma prova cega que organizei de vinhos até 15€;
- O Blog Bivarietal de Alicante Bouschet e Syrah (Rótulo castanho) 2013 que estava brutal, que juntamente com o outro Blog 2011 foi o único que comprei (por isso não estranhei quando uns meses depois ganhou o prémio de melhor vinho tinto de lote de todos os vinhos que estavam em exibição no Decanter World Wine Awards (provavelmente o concurso mais conceituado do mundo).

A tarde e a noite foi uma outra orgia vínica mas isso fica para outro post.

Duarte Silva (WineLover)

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Passatempo: Novo vinho de que produtor?

Numa altura em que o final do ano se avizinha, o ContraRotulo está a antecipar o espírito Natalicio criando um passatempo destinado aos seus leitores. Em exclusivo com o grupo do facebook Wine & Stuff, o desafio consiste em acertar no nome do(a) produtor(a) cujo vinho se encontra na foto ao lado. Trata-se de uma nova referência que sairá para o mercado até final do ano e irá contribuir para o aumento do seu portfolio. 

Durante os próximos dias irão ser fornecidas mais pistas para vos ajudar a tentar adivinhar de quem se trata. O primeiro leitor a acertar no nome do o(a) produtor(a) levará para casa uma garrafa de vinho do mesmo!

Para participar basta efetuar o seguinte:

- Fazer like na página do facebook do Contra-Rótulo.
- Indicar a vossa resposta no post respectivo na página do facebook do Wine & Stuff

Boa sorte!

Sérgio Lopes

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Prova vertical dos vinhos Sem Igual

Sem Igual é um projecto de João Camizão, vinhos verdes diferentes, desde logo a começar pela combinação de castas - Azal e Arinto, que conferem ao vinho uma generosa dose em partes iguais de nervo e corpo, sempre amparados por uma enorme frescura. São vinhos que quando novos apresentam-se até um pouco austeros, mas que com o tempo vão crescendo imenso, demonstrando grande longevidade - capacidade de evolução bem patente na prova vertical que tivemos o privilégio de fazer, há uma semana. Provamos desde 2012 a 2016, as 5 colheitas produzidas até agora.

O Sem Igual 2012 está delicioso, impressiona pela forma como evoluiu tão bem, com uma acidez desconcertante e notas meladas e petroladas, sem perder a fruta e o lado floral, num conjunto fantástico. Que grande vinho e que acompanhou brilhantemente a minha sobremesa, harmonizando na perfeição com um delicioso bolo de chocolate. Deste ano há pouquíssimas garrafas na reserva particular do produtor. O Sem Igual 2013, um pouco austero ainda, mas com uma prova bastante agradável, com predomínio das notas vegetais e algum citrino. Fresco e com vida pela frente. O menos "preferido", se assim podemos dizer.  O Sem Igual 2014, foi o preferido da maioria. Está num momento de forma delicioso, cheio de complexidade, com notas amanteigadas, a fazer lembrar um Borgonha. O Sem Igual 2015, continua a ser o meu preferido. Embora aprecie o registo do 2014, adoro o "nervo" do 2015. Gosto particularmente da boca vibrante, frescura ácida e final bem prolongado, mas ao mesmo tempo do nariz contido e misterioso, cheio de complexidade. Estou muito curioso em verificar como vai evoluir. Seguramente por muitos anos. Este é o vinho que se encontra à venda neste momento. Finalmente, o Sem Igual 2016, ainda tremendamente jovem e à procura de encontrar o seu caminho. Há quem preveja vir a ser um dos melhores (bem, todos são ótimos). Para mim, parece neste fase que vai buscar as notas mais frutadas e amanteigadas dos anos pares - 2012 e 2014, mas já mostra uma elevada acidez e alguma austeridade, características dos anos ímpares - 2013 e 2012. Será? Um par de anos o dirá.

Em suma, grande prova e a confirmação da enorme qualidade dos vinhos Sem Igual. Estejam atentos que virão novidades para breve.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Da minha cave: Duas Quintas Reserva Tinto 2000

A casa Ramos Pinto dispensa apresentações, bem como a marca Duas Quintas, icónica marca do Douro e associada a consistência e qualidade, ano após ano. Tive a oportunidade de provar este Duas Quintas Reserva Tinto de 2000, que o Alirio trouxe para mais uma jantarada. O vinho tem algumas particularidades -  uvas provenientes da Quinta da Ervamoira e da Quinta dos Bons Ares (não sei se agora continua assim), feito de Touriga Nacional (70%) e Tinta Barroca (30%), 6 meses de estágio em barrica e dois anos de repouso em cave na Quinta dos Bons Ares, tudo sinais e formas de fazer este vinho, quase como que a prepará-lo para uma digna e prolongada guarda.

E é isso mesmo que sucedeu, o vinho evoluiu e muito bem, apresentando-se 17 anos depois muito fresco, com a boca macia e ainda com bastante fruta presente, associada a notas deliciosas de evolução que lhe dão uma complexidade acrescida. Um prazer à mesa. 

O Douro também é capaz disto: Fazer vinhos que desafiam a passagem do tempo.  Ainda se encontra este vinho na Garrafeira Nacional. Esta garrafa veio da cave do Alirio e não da minha cave, como o título pode sugerir erradamente...

Sérgio Lopes

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Encontro com o Vinho e Sabores 2017

De 10 a 13 de Novembro, no Centro de Congressos de Lisboa, na Junqueira, a Revista de Vinhos apresenta a 18ª edição de Encontro com Vinhos, Encontro com Sabores.

Esperam-se mais de 300 produtores (nacionais e internacionais), mais de 2.500 vinhos em prova, 25 chefes de cozinha, nacionais e internacionais, mais de 20 provas comentadas por especialistas.

Paralelamente à prova livre dos vinhos, ao longo dos quatro dias de evento decorrerá uma intensa programação de provas comentadas conduzidas, quase sempre, pelos elementos que constituem o painel de provas da Revista de Vinhos – Alexandre Lalas, António Lopes, Célia Lourenço, Guilherme Corrêa, João Chambel, José João Santos, Manuel Moreira e Rodolfo Tristão.

Todas as informações sobre o evento, incluindo o programa, em:

http://www.encontrovinhosesabores.com/

Sérgio Lopes

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Velhos (alguns Vinhos) são os trapos!

Esta crónica vem a propósito de três vinhos que provei este ano e que desafiaram a passagem do tempo. Quem me conhece sabe que estou na fase dos brancos - jovens ou menos jovens, têm me dado enorme prazer e sobrepondo-se grandemente em consumo, desaparecendo a uma velocidade vertiginosa da minha garrafeira. São fases. Acho. Já tive a fase dos tintos e em particular dos "vinhos velhos", os quais ainda moram alguns na minha garrafeira. Mas cada vez estou mais convicto que um vinho tinto tem a sua idade ideal de consumo entre os 5 e 10 anos (em média) e os brancos entre 4 a 6 anos. Claro que há montes de variáveis nesta equação, mas regra geral encontramos, nesta média, os tintos mais prontos a beber e mais complexos - a dar mais prazer, e os brancos mais desafiantes e com deliciosas notas de evolução, sem, ambos perderem a frescura. 

Mas de quando em vez, surgem vinhos que desafiam a passagem do tempo e trocam as voltas a isto tudo. Ainda na passada 6ª feira tive o prazer de provar (de novo) um Frei João Tinto de 1966, vinho da Bairrada, 100% da casta Baga, que estava com uma juventude inquietante. Em prova cega ninguém atiraria para a década de 60... Seria um grande vinho ás cegas? provavelmente não, mas ao vermos a sua ainda jovialidade com mais de 50 anos a dançar no copo, impressiona qualquer um! Brutal. O outro vinho que me lembro ter bebido este ano e que me surpreendeu foi um Dão Pipas 1975 que abri no meu aniversário. Em magnum, comprado numa garrafeira onde esteve não muito bem acondicionado. O "bicho" estava "impec", outro vinho cheio  de vida e que impressionou quem o provou. Duas regiões, Bairrada e Dão que sobretudo, no século passado conseguiram criar vinhos com uma longevidade incrível.  E ainda hoje o conseguem fazer se quiserem, mas provavelmente o mercado não o permite e por isso não irão durar tantos anos (presumo). 

Para finalizar, deixo-vos o terceiro vinho, provado AQUI e que é produzido com uvas provenientes do Dão e da Bairrada, o Bussaco  Reservado 1960. Um vinho descomunal. Já para não falar no branco de 1958, que fica como o melhor vinho provado este ano. Pelo menos branco. Há vinhos do caraças! 

Sérgio Lopes

domingo, 5 de novembro de 2017

Passatempo: Oferta de 3 passes para o evento WINE FEST PORTO 2017

Faltam menos de duas semanas para a segunda edição do WINE FEST PORTO 2017, que decorrerá no salão nobre da Alfândega do Porto, no dia 18 de Novembro. O Contra-Rótulo vai oferecer 3 passes no valor de 10€ cada, aos seus seguidores. Para se habilitar aos mesmos basta apenas seguir três pequenos passos:

- Fazer like / seguir na página do facebook do Contra-Rótulo.
- Fazer like / seguir na página do facebook do Wine Club Portugal.
- Identificar na publicação 2 amigos que querem mesmo ir ao WINE FEST 2017.

O passatempo estará em vigor até às 24h do dia 12 de Novembro. Os vencedores serão anunciados no dia seguinte e serão seleccionados através do sistema Random.org

Os passes deverão ser levantados no Balcão de Apoio.

Boa Sorte a todos!

Sérgio Lopes

sábado, 4 de novembro de 2017

2ª edição do Wine Fest Porto

A segunda edição do evento WINE FEST 2017 PORTO realiza-se no dia 18 de Novembro, entre as 15h00 e as 20h00, no Salão Nobre do edifício da Alfândega do Porto. Depois do sucesso da primeira edição, em 2016, temos de novo a oportunidade de provar raridades, conhecer as novas colheitas, conversar e aprender com produtores e enólogos. 

O WINE FEST 2017 PORTO, organizado por Luís Gradíssimo (http://avinhar.blogspot.pt/) contará com mais de 300 referências vínicas em prova, com destaque para os seguintes produtores: Vinho Verde: Vale dos Ares e Sem Igual; Quinta do Ferro; Quinta do Regueiro; Douro: Esmero; Quinta de Ventozelo; Vieira de Sousa; Quinta da Rede; Vinilourenço; Maçanita Vinhos; Dalva e Messias (ambos produzem também Vinho do Porto); e os Portos Blackett. De Trás-os-Montes poderão ser provados os vinhos da Casal Faria e Do Joa. Da Bairrada estarão presentes os vinhos e espumantes da Quinta dos Abibes; Casa de Saima; Quinta das Bágeiras e Messias, que também tem vinhos Dão, tal como Casa da Passarela; Quinta Vale do Cesto; e Quinta de Lemos. Da Beira Interior estará presente a Quinta do Cardo. Tejo e Lisboa, estarão representadas por Quinta de Pancas; Carcavelos - vinhos singulares produzidos pela Câmara Municipal de Oeiras; e os vinhos de Joaquim Arnaud (que também levará Alentejo). Da Península de Setúbal estarão em prova os vinhos e moscatéis Horácio Simões. Mais a sul, desde o Alentejo, chegam os vinhos da Herdade do Arrepiado Velho; do Monte da Ravasqueira; da Vinha das Virtudes; da Lima Mayer; e da Fita Preta Vinhos. Por fim, a Azores Wine Company, promete fazer as delícias com a prova de vinhos nascidos nos Açores, num terroir único e protegido como Património da Humanidade: as vinhas da ilha do Pico.

Mas ainda há mais! No WINE FEST 2017 PORTO serão realizadas três ‘Provas Especiais’, limitadas a 25 lugares, cada e que necessitam de inscrição prévia:

Às 15h30 “Casa da Passarella - 125 Anos de História”. Pelas 17h00 é a vez de “Os segredos de Joaquim Arnaud”. Por fim, às 18h30, realiza-se a prova “Horácio Simões – Uma história à volta do Moscatel Roxo”.

A entrada no evento tem o valor de 10€, o bilhete com acesso a cada uma das ‘Provas Especiais’ custa 20€ e o há um Pack Enófilo, para verdadeiros apreciadores, que inclui o acesso às três ‘Provas Especiais’ pelo valor de 50€.

Sérgio Lopes (in Press Release)

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Em Prova: Monte de Seis Reis Tannat & Petit Verdot 2013


Confesso que não conhecia este produtor, Monte de Seis Reis, localizado em Estremoz, com uma área de 50 hectares e uma produção vinícola iniciada apenas em 2004. Encontrei este vinho à venda no L.Eclerc do Montijo e chamou-me a atenção pelas castas utilizadas, Tannat (60%) e Petit Verdot (40%), castas que normalmente imprimem um carácter vincado aos vinhos. Provado esta semana,  o Monte de Seis Reis Tannat e Petit Verdot, trata-se de um vinho especiado, com notas de cacau e algum chocolate, taninos macios e um corpo e final de médio porte. Diria que estamos, por um lado, na presença de um Alentejano "de gema", com o calor típico da região a mostrar-se, embora amparado por uma acidez qb. Por outro lado,"pisca o olho" a uma vertente quiçá mais internacional, pela sensação de doçura experimentada e que o torna apelativo a em busca de um público mais alargado. PVP: 12,5€. Disponibilidade: Garrafeiras.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Dão Capital, Vinhos do Dão em Lisboa

A Comissão Vitivinícola Regional do Dão e a Rota dos Vinhos do Dão trazem novamente até Lisboa os melhores vinhos e sabores da região. Na terceira edição do Dão Capital, o local escolhido foi o Time Out Mercado da Ribeira, em Lisboa. Lá vai ser possível provar os espumantes, brancos, rosés e tintos do Dão, de um conjunto de grandes produtores da região. A mostra inclui ainda a venda de vinhos e expositores dos excelentes produtos regionais, como queijos e enchidos, que também podem ser adquiridos. Assim os visitantes poderão provar e comprar os produtos expostos e participar em provas de vinhos comentadas por especialistas da revista Vinhos - Grandes Escolhas. 

DÃO CAPITAL 2017 – MOSTRA DE VINHOS E IGUARIAS
Local: Mercado da Ribeira|Estúdio Time Out|Lisboa
Datas: 3 e 4 de Novembro
Horário: Sexta-Feira e sábado: 15:00 | 23:00
Entrada Livre
Copo de prova: 3,00€


Provas comentadas: “O DÃO EM PROVA” 
3 de Novembro (sexta-feira)
16:00|16:20 – A frescura do Encruzado por Luís Lopes
17:00|17:20 – O renascido Jaen por João Afonso
18:00|18:20 – A arte do lote por João Paulo Martins
19:00|19:20 – O Dão com idade por Luís Lopes

4 de Novembro (sábado)
16:00|16:20 – Trabalhando na sombra: Malvasia Fina e Alfrocheiro por Luís Lopes
17:00|17:20 – A sublime Touriga Nacional por João Paulo Martins
18:00|18:20 – O vinho e a barrica por Luís Lopes
19:00|19:20 – Estórias que a vinha antiga conta João Afonso 

Acesso livre: limitado aos lugares disponíveis 

Sérgio Lopes

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Arena de Baco: Orgia de Magnuns no aniversário do Alirio

Foi no passado sábado que o Alirio Fonseca comemorou o seu aniversário. Para quem não sabe, o Alirio é um winelover que nas suas palavras "só gosta de vinhos bons", pelo que em cada prova que organiza ou que participa, decide partilhar belíssimos vinhos com a malta amiga. E não é essa uma das razões de gostar do vinho? A partilha de belos momentos de convívio à mesa. E assim foi. No restaurante "O Filipe" em Matosinhos, o Alirio juntou 24 amigos e 18  garrafas Magnum para que ninguém ficasse com sede. Foram 3 brancos e 15 tintos que estiveram à altura de um serviço exemplar do restaurante, com comida com fartura e de belíssima qualidade!


BRANCOS
- Sem Igual 2015 - Vinho verde de João Camizão, um dos vinhos que bebo com regularidade. Neste almoço foi penalizado por a temperatura estar um pouco elevada demais, não mostrando todo o seu "nervo" característico. Ainda por cima, o ano de 2015 que produziu um "Sem igual" com notas amanteigadas a fazer lembrar um Borgonha... Também foi o primeiro vinho em prova, o que muitas vezes é penalizante.
- Quinta de Santiago Reserva 2015 - Um Alvarinho que tem o perfil da produtora - bonito e perfumado. Embora fugindo um pouco ao registo habitual dos Alvarinho (mais citrino), deu uma excelente prova, cheio de frescura, tendo sido de agrado geral.
- Anselmo Mendes Curtimenta 2011 - Um extraordinário branco, da casta Alvarinho, num grande momento de prova, a mostrar aquela complexidade que estes vinhos ganham com meia dúzia de anos em cima, com deliciosas notas petroladas, muita frescura e um corpo bem interessante. Delicioso.

TINTOS
- Vale do Ancho Reserva 2006 - Proveniente do Alentejo, um vinho que nunca tinha provado. Em grande forma, com frescura e intensidade, pronto a beber. Gostei muito. A provar que o Alentejo produz grandes vinhos e com longevidade de guarda.
- Quinta da Fata Reserva 2009 - Identificado imediatamente (a prova foi cega), devido aquele lado de lagar tão característico, tal como o pinho e a resina, como só um Fata apresenta. Ainda "duro" e cheio de vida, num perfil que não é / foi consensual.
- Quinta Poço do Lobo Reserva 1995 - Bairrada de "caras", feito com baga, castelão e Moreto, um belissimo exemplar da região, cheio de frescura e ainda com longos anos pela frente. Excelente.
- Van Zellers 2005 - Um Duriense de perfil mais maduro, potente e carnudo a mostrar esse lado da região - um pouco mais extraído, mas que brilha à mesa com um naco de carne.
- Casa da Passarela Vinhas Velhas 2008 - O primeiro Vinhas Velhas da casa. A Touriga Nacional domina com lindas notas de Bergamota. frescura, elegância e fruta a rodos, num momento de prova brilhante. Estes Vinhas Velhas da Passarela eram sublimes e muito acessiveis. Agora têm outra designação e não são tão baratos. Mas o projecto ganhou em dimensão e novas referências, com o toque de Midas do enólogo Paulo Nunes a prestigiar a região. Um dos vinhos do almoço.
- Marquês de Marialva Reserva Baga 1995 - Taninos de veludo, a mostrar como um baga envelhece e bem. Está no momento final de prova, ou seja, para beber agora. Talvez precisasse de um pouco mais de estrutura para ser um colosso. No entanto, estamos a falar de um vinho com mais de 20 anos e com uma prova bastante agradável. E não é um garrafeira.
- Periquita 1978 - Infelizmente, já tinha passado o seu melhor momento.
- Quinta do Crasto Reserva 1999 - Ao contrário do Van Zellers, aqui tivemos um vinho nada extarído, fresco e equilibrado, com notas de vinagrinho a dar-lhe uma complexidade adicional bem interessante. Um dos que gostei mais.
- Zambujeiro 2005 - Vinho Alentejano de um produtor conceituado e cujos vinhos envelhecem bastante bem. Achei-o um pouco pesado demais, ou seja, extraido, talvez a precisar de mais tempo em garrafa ou então a sofrer por estar a competir com uma concorrência de peso? Quero voltar a prová-lo a solo.
- Palato do Coa Grande Reserva 2011 - Douro Superior de caras, um misto de potência com aquela frescura da altitude, num ano, 2011, de sonho para o Douro. Gostei bastante.
- Quinta do Monte D'Oiro Reserva 2006 - Grande Vinho. Incrivel momento de prova com um equilíbrio fenomenal e a dar muito prazer. Syrah. Ninguém adivinhou em cega!
- Quinta da Pellada Touriga Nacional 2004 - Para mim o melhor vinho do almoço e um dos melhores vinhos que já bebi. Acidez descomunal, numa boca sedosa e muito fresca. Taninos frimes, final muito longo. Vinagrinho a dar-lhe caracter. Brilhante. (Nunca na vida associava a Dão e muito menos Touriga Nacional, tal a acidez descomunal que apresentou).
- Quinta da Leda 2008 - Confesso que este vinho me passou um pouco lado. Duriense interessante mas não me marcou. Estranho?
- Cabernet Abibes - Blend de Cabernet Sauvugnon dos anos 2011, 2012 e 2013, proveniente da Quinta dos Abibes - Bairrada. Uma novidade completa para mim, pois não conhecia. Trata-se  de um vinho que ainda não se encontra em comercialização, mas que seguramente irá dar que falar. Aliás como tudo o que a dupla professor Batel e o enólogo Osvaldo Amado produzem nos Abibes!
- Tenuta Pianpolvere 2007 - Barolo. Vinho Italiano com aqueles taninos de "partir" os dentes. Em belissima forma. Com anos e anos pela frente... A gritar por decantação prévia. No entanto, eu tinha ficado lá atrás no Pellada 2004...

Uma grande grande prova. Memorável! Muito obrigado Alirio.

Sérgio Lopes