sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Em Prova: Almeida Garrett Chardonnay 2018

Almeida Garret. O nome deste projecto resulta da descendência da família que o encabeça, relativamente ao famoso poeta. 

Encontram-se situados em Tortosendo, Covilhã e são pioneiros na aposta na casta Chardonnay, com vinhas com mais de 35 anos. 

Produzem vinhos tintos e brancos, mas é nos brancos de Chardonnay - o colheita e o reserva, que creio se destacam mais.

Dois brancos muito interessantes, provenientes da região da Beira Interior. 

Provamos a nova edição do Almeida Garrett Chardonnay 2018.

Trata-se de um vinho muito fresco, mineral, focado na fruta e sem os excessos a que muitas vezes esta casta em Portugal é sujeita. De corpo médio, muito equilibrado e agradável de se beber, com final também médio.

Mais um vinho branco da Beira Interior bem interessante.

Apenas considero que esta edição do 2018 tem um pouquinho menos de corpo que a edição 2017. A confirmar em provas futuras, com a sua evolução em garrafa. PVP: 7,5€. Garrafeiras.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Em Prova: Chapeleiro Reserva Branco 2017

Segunda edição deste vinho que mantém a mesma matriz do ano anterior, ou seja, a selecção das melhores uvas de Arinto e Loureiro, com um ano de estágio em barrica de carvalho francês e 6 meses de garrafa. Se no ano passado, a barrica era de primeiro ano, tal como o vinho, este ano, aparece desde já menos marcada, o que me agrada bastante. O Chapeleiro Reserva Branco 2017 mantém o perfil sério do ano passado a está muito equilibrado, complexo e apetecível. O aroma é contido, com notas de barrica de qualidade mas também fruta fresca. Na boca a untuosidade comanda, mostrando-se com bom volume de boca, uma belíssima acidez que lhe confere crocãncia, num final tenso e longo. Gostei muito desta nova edição, de apenas 650 garrafas produzidas, que vão desaparecer num ápice e demonstram mais um vez o grande potencial da região dos vinhos verdes em produzir belos brancos de guarda. PVP: 15€. Garrafeiras.

Sérgio Lopes

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Em Prova: Novos vinhos Lagoa Velha

A Quinta da Lagoa Velha é um projecto com tradições familiares na produção de vinho, na região da Bairrada, mais propriamente em Vilarinho do Bairro. Tomei contacto com os seus vinhos através dos pouco usuais blends de uvas brancas com uvas tintas dos quais se aguardam as novas colheitas. Para já, falo-vos da nova imagem, muito mais clean e moderna e de dois novos vinhos do segmento de entrada. São eles um espumante, o Lagoa Velha Bruto 2018, feito de Chardonnay, Bical, Arinto e Baga, muito equilibrado, com um nariz complexo qb que "ameaça" doçura, logo contrabalançado na boca com uma belíssima acidez. A mousse é agradável e a bolha nada agressiva, o que prova que é possível fazer um espumante gastronómico, para todos os dias e com versatilidade à mesa por menos de 6€!. O segundo vinho é um tinto, o Lagoa Velha Reserva 17, feito de Touriga Nacional Merlot e Baga, apresentando fruta em abundância, taninos firmes mas polidos e uma boca seca e de volume médio. Um tinto a mostrar bem a Bairrada, também bastante equilibrado e nada cansativo. Ambos os vinhos a um PVP de 5,95€, óptimos para o dia-a.-dia.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Novidade: Chapeleiro Alvarinho 2019

Originário de Marco de Canaveses, o projeto Chapeleiro ganha agora mais duas referências, um 100% avesso e este Chapeleiro Alvarinho 2019 proveniente de uma vinha da região, com 20 anos junto ao rio. A enologia está a cargo de António Sousa. O vinho está muito jovem, pois foi engarrafado há cerca de um mês, mas já mostra um grande potencial. Neste momento, temos um aroma exuberante a fruta tropical e alguma citrino. Na boca é muito fresco e com bom volume, apresentando-se seco, com tensão e final sumarento e apetecivel, bem focado na fruta. Vai crescer em garrafa e será interessante prová-lo de novo lá mais para a Primavera / Verão para acompanhar a sua evolução em garrafa. PVP. 16€. Garrafeiras e Restauração.

Sérgio Lopes

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Novidade: Consorte Branco 2018

A região vitivinícola dos vinhos verdes é das regiões mais estimulantes de Portugal, com grande versatilidade em termos de castas e capaz de produzir belíssimos vinhos brancos, com uma frescura ímpar. O Consorte é um novo projeto, situado no Lugar de Fundões, em Castelo de Paiva, uma sociedade familiar que vendia as uvas para o gigante Aveleda e agora decide produzir um vinho de elevada qualidade em nome próprio. São apenas 1200 garrafas de um vinho da casta Arinto, cujas uvas entre outras curiosidades, são prensadas por uma prensa de vara, que data da origem da casa, do final do século XIX - 1890. O nome da empresa é Adega da Vara, precisamente em homenagem e referência à rara prensa. A enologia praticada é do tipo minimalista e está a cargo de Rui Cunha (Quinta da Covela, Casa de Paços). Ao leme do projeto encontra-se Júlio Teixeira, empresário que decide agora investir a sério no seu projeto familiar, sempre com o objetivo de obter pequenas produções, de vinhos premium. "Um reserva está também na calha," afirma Júlio.

O resultado é um grande vinho da casta Arinto que tão bem se comporta quando bem trabalhada. O nariz é super complexo e profundo, com muita frescura logo no primeiro impacto e notas especiadas e de barrica de primeiríssima qualidade. na boca temos untuosidade, belo volume e muita frescura, com uma belíssima acidez a equilibrar o conjunto. A madeira ainda se nota, mas aparece bem integrada já, contribuindo para elevar o vinho em termos de complexidade. Termina longo, gordo e tenso. Vai seguramente crescer em garrafa, pois ainda é um "bebé". Um grande primeiro vinho deste projeto! PVP: 19,90€. Garage Wines.

Sérgio Lopes

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Radar do Vinho: Quinta do Couquinho

A Quinta do Couquinho está localizada em Torre de Moncorvo, sub-região do Douro Superior. São 70 hectares entre olival, mato e vinha, vinha essa plantada em socalcos, com as castas autóctones da região.  A produção anual da quinta é de aproximadamente 100.000 litros de vinho (pouco mais do que 130.000 garrafas - vinho de mesa e Porto) e 15.000 litros de azeite. A enologia está a cargo da dupla João Brito e Cunha (Quinta de S.José) / Victor Rabaçal (Quinta da Bulfata). Provamos os seguintes três vinhos:

O Couquinho Superior Branco 2018, resulta de um lote que integra cerca de 40% de Vinhas Velhas, com predominância de Rabigato, 40% de Viosinho e 20% de Gouveio. 20% do lote fermentou parcialmente em barricas de Carvalho Francês. Trata-se de um vinho que apesar de vir de uma região quente surpreende pela sua frescura. Notas florais e cítricas e um bom volume de boca, com boa acidez, contribuem para um branco bastante interessante, perfeito para comidas mais leves. PVP: 12€.

O Quinta do Couquinho Colheita Tinto 2016 tem na sua origem Touriga Nacional (50%), Touriga Franca (45%) e Sousão (5%), com estágio de 12 meses em barrica. Um tinto que mostra de onde vem, com fruta vermelha evidente e uma boca com taninos firmes mas com elegância, traduzindo-se num tinto bem equilibrado e competente. PVP: 12€. 

Finalmente, o Quinta do Couquinho Reserva Tinto 2016, com 60% do lote proveniente de vinhas velhas e estágio em barrica de Carvalho. Um vinho complexo, profundo e potente, com taninos maduros. Carnudo, sem no entanto perder a frescura.. Bom volume de boca, com a fruta combinada ainda com presença da madeira, num tinto claramente para a mesa e que precisa de tempo e atenção a degustar. PVP: 25€.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Em Prova: Espumante Vértice Gouveio Bruto 2011

Este espumante é elaborado rigorosamente de acordo com o método clássico, a partir de uma selecção de uvas da casta Gouveio, plantadas nas encostas frescas e elevadas do Cima Corgo, sub-região do Douro. O Vértice Gouveio Bruto 2011 é um espumante que deve ao tempo a sua complexidade, passando por um estágio em garrafa de 60 meses no mínimo– uma exigência do produtor, Celso Pereira. A mais recente edição no mercado, de 2011, o degorgement foi efetuado em Janeiro de 2019, como mencionado de forma bem visível na parte traseira da garrafa (o que se saúda!). Estagiou, por isso, em garrafa, 8 anos (96 meses) antes de ser colocado no mercado!

O resultado é um espumante de classe mundial, brilhante em todos os sentidos. Com uma mousse super envolvente e uma bolha fina, mas explosiva. A minha mulher descrevia a bolha de forma visual como "as ondas que batem nas rochas e fazem abundante espuma branca". Parece-me uma analogia perfeita. A boca é de facto muito complexa com alguma panificação, citrinos em abundância e muita muita frescura, terminando bem longo, com uma tensão enorme. Delicioso! PVP: 25€

Sérgio Lopes

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Radar do Vinho: Pombo Bravo

Na localidade de Pala, no concelho de Pinhel, está instalada a Casa Agrícola Cova da Raposa, pertencente ao produtor de vinhos João Gonçalves, que comercializa vinhos tintos e brancos sob a marca Pombo Bravo. A designação de “Cova da Raposa” surgiu porque “o sítio (onde possui a sua exploração), na certidão da matriz, é Cova da Raposa”, justifica João Gonçalves. São vinhos simpáticos e francos como tivemos oportunidade de provar. O Pombo Bravo Tinto 2016 (3€) é produto das castas Syrah e Touriga Nacional, um vinho correto e simples. As grandes surpresas são os dois brancos provados: Pombo Bravo Branco 2018, lote de Fernão Pires e Siria, muito fresco e apelativo, daqueles vinhos para se beber às caixas, no dia-a-dia. Extremamente refrescante com uma fruta muito gira. (3,5€). A combinação das duas castas Fernão Pires e Siria funciona muito bem! O Pombo Bravo Branco Siria 2018 é como o nome indica 100% da casta Siria, sendo um vinho um pouco menos frutado que o anterior e com uma lado mais vegetal a conferir um carácter muito interessante ao vinho e um pendor gastronómico. Refrescante e de corpo médio, irá evoluir muito bem em garrafa. A um PVP ,de novo, incrível, de apenas 4€. A confirmação da região da Beira Interior como produtora de brancos refrescantes a preços muito apelativos!

Sérgio Lopes

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Radar do Vinho: Cinetica

O enólogo Henrique Cizeron viajou e trabalhou em várias regiões, incluindo por exemplo a Nova Zelândia, onde ainda produz a marca Toroa. Mas hoje falo-vos sobre a marca Cinetica, vinhos do Douro produzidos há algum tempo e que são lançados, supostamente, quando estão num bom momento. Em breve a marca sairá do Douro para os verdes, mas isso fica para uma outra publicação. 

Cinetica Douro Tinto unoaked 2013, composto pelo trio habitual Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca, oriundas do vale do Rio Pinhão. Fermentou em lagar e passou para cuba de inox após maceração mais ou menos longa, mas sem remontagens ou pisa "abusiva". Sem qualquer passagem por madeira, permaneceu quase três anos em cuba de inox. O resultado é vinho puro e fresco, sem maquilhagens, com taninos suaves e fruta arredondada e que dá muito gozo. Para se beber de uma forma simples e agradável, mas não simplista. PVP: 11€
Cinetica Douro Branco 2016, fermentado em barrica, oriundo de cepas com 90 anos. Trata-se de um branco com untuosidade, no qual a madeira se sobrepõe ainda um pouco à fruta, sobretudo o lado especiado. É contudo leve (apenas 12,5 graus de álcool), de corpo médio e final agradável, sem ser muito longo. PVP: 11€
Cinetica Douro Tinto Reserva 2012, o vinho que mais gostei do projeto. Vinhas velhas, algum engaço e estágio prolongado em barrica de 2 anos. Engarrafado sem colagem nem filtração e seguiu-se estágio de quase 5 anos até ser lançado agora. Um grande tinto, concentrado mas sem ser em demasia, com estrutura mas elegante, boa acidez, com taninos firmes mas sem chatear e final longo e gastronómico, sempre com boa fruta em primeiro plano. Provavelmente irá ainda crescer mais em garrafa, mas está num excelente momento de consumo. Muito bem. PVP: 16€

Sérgio Lopes

sábado, 4 de janeiro de 2020

Em Prova: Deu-La-Deu Reserva 2017

Outro dos vinhos degustados durante as festividades natalícias, este Deu-Le-Deu Alvarinho Reserva 2017, produzido através de uma seleção de uvas de melhor qualidade de vinhedos mais altos, em Monção e Melgaço. Mais profundo e complexo que o Deu-la-Deu "normal", com as notas citrinas puras da casta em evidência, muita frescura e bom volume de boca, com um final refrescante. Uma delicia,. A demonstrar que a Adega de Monção é capaz de produzir um Alvarinho de grande qualidade no patamar dos 10€. Um clássico turbinado... PVP: 10€. Garrafeiras.

Sérgio Lopes

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Fora do Baralho: Quinta de Sanjoanne Espumante Grande Reserva Brut Nature 2011

Este foi o espumante que acompanhou a passagem de ano para 2020. Blend de Avesso e Arinto, oriundo de Amarante, com 4 anos de estágio em cubas de inox mais 4 anos em garrafa, com o degorgement a ser efetuado apenas em Setembro de 2019. Trata-se de um espumante que é a "cara" do produtor, ou seja, super fresco, extremamente seco e com uma acidez acutilante. A bolha é fina e o espumante é muito elegante e complexo, com uma mousse boa, com cremosidade (preferia um pouquinho mais). Para mim, é claramente um espumante para a mesa, para acompanhar a refeição, dada a sua acidez e frescura minhota. Fora do baralho para a região, mas totalmente em linha com aquilo que o produtor nos tem habituado! PVP: 27€. Garrafeiras.

Sérgio Lopes