quinta-feira, 28 de abril de 2011

Espumante Qta das Bageiras Velha Reserva 1989

Ano: 1989

Produtor: Quinta das Bageiras

Tipo: Espumante

Região: Bairrada

Castas: Maria Gomes, Bical, Rabo de Ovelha, Cerceal

Preço Aprox.: 20 - 25€

Veredicto: Mais um vinho que tivemos o privilégio de degustar na nossa visita ao produtor Quinta das Bageiras, desta feita um espumante de 1989(!), coisa nunca antes provada e devo dizer que é fantástico, muito diferente, seguramente do que estamos habituados a ver por aí. Este espumante (Bruto Natural - sem qualquer adição de açúcar), foi apenas engarrafado em finais de 2010, por isso, manteve-se em "estágio" de garrafa nos últimos 20 anos.

Como é prática deste blogue, apenas comentamos vinhos que são posteriormente degustados em casa. Trata-se de uma regra que permite obter um melhor entendimento e um maior rigor sobre as notas de prova. E assim foi. Se na presença de Mário Sérgio já ficamos maravilhados, o mesmo se confirmou de volta ao nosso lar.

Apresenta cor amarela tipo "favo de mel", e uma bolha muito ligeira, mas uniforme. No nariz, o aroma é complexo, a sobressairem algumas notas de mel (ainda que muito ligeiras), e algum petrolado. Na boca, é muito agradável, com bolha muito fina, ligeira, mais vinho do que espumante, fresco, equilibrado, com bom volume e final agradávelmente longo.

Um espumante surpreendente, muito gatronómico e também muito saboroso. Comprem já antes que acabe, pois parece-me que só existem umas míseras 300 garrafas disponíveis...!

Classificação Pessoal: 18

Sérgio Lopes

terça-feira, 26 de abril de 2011

Quinta do Cardo Síria 2009

Ano: 2009

Produtor: Companhia da Quintas

Tipo:
Branco

Região: Beira Interior

Castas: Síria

Preço Aprox.: 6,90€

Veredicto: Este vinho é extreme, produzido exclusivamente da casta Síria, uma casta branca que outrora proliferou no Alentejo, sob o nome Roupeiro, mas cujo local de excelência é a região das Beiras, mais propriamente da Beira Interior, de onde é originário o Quinta do Cardo.

Trata-se de um vinho que apresenta uma cor amarela, esverdeada. No nariz, ressaltam aromas a citrinos (toranja e limão) e sente-se a mineralidade. Na boca é agradável e fresco, em sintonia com os aromas experimentados, com alguma doçura muito agradável, apresentando um bom volume e final persistente.

Um vinho elegante e versátil, pois pode ser consumido a solo, mas também acompanhando pratos leves, tais como peixes, alguns mariscos, ou saladas, uma vez que possui uma boa estrutura e uma bela acidez que lhe confere a frescura e paladares adequados a um vinho para saborear neste verão.

Classificação Pessoal: 16

Sérgio Lopes

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Taylor, Fonseca e Croft declaram vintage 2009


As casas Taylor, Fonseca e Croft anunciam a sua intenção de declarar vintage clássico de 2009. A Taylor irá também engarrafar uma pequena quantidade de vintage Quinta de Vargellas Vinha Velha.

O lote do vintage Taylor’s tem por base os vinhos das quintas de Vargellas e Terra Feita. Desde 2000 que a quinta do Junco também contribui, em menor proporção, para os lotes de vintage Taylor, é também o caso do 2009.

O Fonseca 2009 é constituído por vinhos das quintas do Panascal e do Cruzeiro, entrando também no lote uma pequena quantidade de vinho da quinta de Santo António, convertida recentemente para a viticultura biológica.

O 2009 da Croft provém inteiramente da quinta da Roêda.

O vintage de 2009 tem a particularidade de ser o primeiro terminado em nove, a ser declarado por qualquer uma das três casas desde o século XIX.

Os Vintage estarão disponíveis no mercado a partir do Outono, ao que parece em quantidades relativamente limitadas...

Sérgio Lopes

domingo, 24 de abril de 2011

Quinta das Bageiras Garrafeira Branco 2009

Ano: 2009

Produtor: Quinta das Bageiras

Tipo: Branco

Região: Bairrada

Castas: Maria Gomes, Bical

Preço Aprox.: 15€

Veredicto: Temos efectuado ultimamente várias visitas a produtores da Bairrada e tem sido uma surpresa extremamente positiva. Numa região, não muitas vezes bem tratada até pelos próprios, e com uma imagem erradamente menor, urge ao consumidor conhecer mais sobre esta região e sobre os seus belos vinhos. E foi numa destas visitas ao produtor Quinta das Bageiras, que ficamos boquiabertos com a excelência dos vinhos e espumantes que produz. São vinhos que toda a gente deve experimentar, pois são marcantes.

Este garrafeira branco é um dos exemplos de excelência do produtor Mário Sérgio, na nossa opinião, como um enorme branco. Produzido a partir das castas Maria Gomes e Bical, provenientes de vinhas muito velhas, após fermentação em inox, estagia em barricas usadas de carvalho.

Apresenta cor amarela esverdeada, aspecto límpido e lágrima abundante. No nariz, o aroma é complexo, com notas citrínicas, alguma fruta verde e madeira que lhe confere a complexidade aromática. Quem vai à procura da fruta tropical exuberante, esqueça, pois aqui a complexidade aromática é outra... Na boca, é fresco, sedoso, quase mastigável, enchendo-a por completo, apresentando uma acidez fantástica e um final muito longo e saboroso. É talvez dos brancos que provamos com maior persistência.

Um vinho muito gastronómico que apesar dos seus 14,5º, de álcool, não se dá por ela, tal a sua elegância e equilíbrio. Um branco excelente, que seguramente aguentará muitos e bons anos em garrafa.

Classificação Pessoal: 18

Sérgio Lopes

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Prazo de Roriz 2008

Ano: 2008

Produtor: Quinta de Roriz

Tipo:
Tinto

Região: Douro

Castas: 35% Touriga Nacional, 35% Tinta Roriz, 28 % Touriga Franca, 2% Tinta Francisca.

Preço Aprox.: 8,90€

Veredicto: Segundo o que apurei, este vinho ficou classificado no topo da revista Wine Spectator, do ano passado, na categoria 'Best Value Portugese Wine', de entre centenas de vinhos, o que é sempre um bom indício. É proveniente da Quinta de Roriz, uma propriedade secular do Douro, habituada a lançar bons vinhos (do Porto e de Mesa) e adquirida recentemente pela família Symington.

Produzido a partir das castas 35% Touriga Nacional, 35% Tinta Roriz, 28 % Touriga Franca, 2% Tinta Francisca., estagia em barricas de madeira de segundo ano, por um período de cerca de 8 meses, que deixam o vinho macio e sedoso sem prejudicar a exuberância da fruta. Confesso que nos confundiu um pouco quando o abrimos, pois estava um pouco fechado. Mas à medida que o tempo foi passando, ficou cada vez melhor!

Apresenta uma cor ruby pronunciada, com rebordo vermelho vivo e aspecto límpido. No nariz, aromas a fruta preta madura e algum vegetal. No paladar, em sintonia com o nariz, com a fruta fresca evidente, algumas notas de cacau, muito macio e aveludado, sumarento, com boa estrutura e final persistente. Muito Bom.

Classificação Pessoal: 16,5

Sérgio Lopes

terça-feira, 19 de abril de 2011

Graham´s

Após a visita da parte da manhã, às Caves Messias, onde tivemos o privilégio de provar 10 vinhos do Porto, seguiu-se depois do almoço, a visita à Graham's para nova maratona de provas desse vinho generoso. Á chegada, fomos recebidos pelo Raul, que de forma apaixonada nos foi apresentando um pouco da história de uma casa pertencente ao grupo Symington, uma empresa "familiar" que possui nada mais nada menos que cerca de 7 milhões de litros de Vinho do Porto, a repousar em armazém, constitíndo assim, no maior stock do mundo. 

A principal quinta da Graham’s é a Quinta dos Malvedos. Contudo, os Symington são individualmente proprietários importantes de outras quintas do vale do Douro. Cada membro da família possui quintas privadas geridas por si, cujas uvas também são fornecidas à Graham's e utilizadas para as diversas marcas do grupo.

São 25 propriedades no Douro, correspondendo a cerca de 1300 ha de vinha, mais vocacionadas para o Porto, mas também para vinhos de mesa conceituados, tal como as marcas Altano, Post Scriptum, ou Chryseia.

O Raul orientou a visita, com destaque para a cave de armazenamento dos vintages, alguns deles seculares e muito bem guardados. Aliás, nas suas palavras esta é uma casa de vintages. Seguiu-se a prova que foi realizada ao balcão, com os vinhos a serem servidos em copos individuais pelo próprio Raul. Provaram-se grandes coisas boas e com um tratamento VIP. Eis os vinhos provados:

Graham's Tawny 30 anos e Graham's Tawny 40 anos
Ambos de cor similar, tipo aloirada. Ambos muito bons. O 40 anos mais complexo no nariz, mas menos exuberante (mais elegante) na boca que o 30 anos. Contudo, ambos com final bastante longo.

Warre's Colheita 1937
Cor acastanhada. No nariz altamente complexo e foi-se alterando à medida que foi abrindo. Na boca, madeira, fruto seco em abundância, noz, amêndoa, muito crocante, alguma secura, com uma acidez fenomenal e um final de persistência enorme. Este vinho não se encontra à venda, sendo apenas utilizado para efectuar alguns lotes. Um enorme privilégio prová-lo.

Graham's Colheita 1961
Cor acastanhada, menos seco que o anterior, nariz complexo, na boca uma explosão de sabores, com predominância do fruto seco, amêndoa, avelã, algum caramelo, madeira e notas de tabaco.  Bela acidez e final muito longo. Este vinho provém de uma edição limitada e recentemente engarrafada.

Graham's Vintage 1963
Cor ambar, nariz complexo. Fruta ainda muito madura, morango, cereja. Na boca sumarento e explosivo, em equilíbrio e harmonia com o nariz, elegante e com um final de boca interminável.

Graham's Vintage 1970
Cor ambar, nariz complexo. No início o álcool sobrepõe-se um pouco à fruta empassada, que vai sendo revelada lentamente. Na boca é igualmente explosivo e com final muito longo.

Graham's Vintage 1980
Cor ruby, aromas a fruta madura e vegetal. Na boca, compota de framboesa, ameixa, algo químico, bastante fresco e com final de boca médio.

Vesúvio Vintage 1994
Cor ruby, nariz muito frutado e intenso. Na boca, muito exuberante, aveludado e sumarento, com muita fruta vermelha. Grande final. Um vintage que durará seguramente mais uns 30 anos em pleno.

Graham's Vintage 2003
Cor ruby opaca, nariz frutado, ainda se sentem os aromas jovens da fruta. Na boca, limpo, em sintonia com o nariz e com final muito agradável.

Uma prova fenomenal.

No final, foi-nos pedido pelo Raul para destacar dois vinhos provados. Tarefa difícil, uma vez que o nível de qualidade de todos eles é muito alto! Para uma casa de Vintages, os colheitas não se ficam nada atrás, e foi um privilégio prová-los. Contudo, destaco o Vintage 1963, como o vinho que mais me encheu as medidas de todos eles. Fantástico!

Resta-nos agradecer ao Rui Lourenço Pereira e aos Portuguese Wine Bloggers por terem proporcionado este grande evento e claro, à Graham's e em particular ao Raul, que com a sua simpatia contagiante permitiram efectuar uma prova memorável.


Sérgio Lopes

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Caves Messias

Foi no dia 9 de Abril, que visitamos as Caves Messias, em Vila Nova de Gaia. A visita teve inicio pelas 11h da manhã, onde fomos recebidos pela enóloga Ana Urbano, que nos conduziu numa visita pelas instalações, seguida de uma prova de Vinhos do Porto.

Fundada em 1926, por Messias Baptista, as CAVES MESSIAS têm produzido e comercializado vinhos de mesa das principais regiões demarcadas, bem como, espumantes naturais, aguardentes e claro Vinhos do Porto. A sede da MESSIAS está situada na Mealhada, onde a empresa possui mais de 6.000 metros quadrados de instalações e aproximadamente 160 hectares de vinha, sendo 70 hectares destinados à produção dos prestigiados vinhos da Quinta do Valdoeiro. Na Ferradosa, vale do Douro, MESSIAS dispõe de 200 hectares sendo 130 hectares ocupados com vinha, para a produção de Vinho do Porto e do Vinho Douro Quinta do Cachão. O engarrafamento do Vinho do Porto é efectuado em Vila Nova de Gaia numa área de aproximadamente 10.000 metros quadrados, do qual cerca de 75% é para exportação.

E foi com o intuito de visitar as instalações de Gaia e provar alguns Vinhos do Porto, que efectuamos a visita, que se distribuiu por 3 armazéns, com depósitos de betão, balseiros e barricas de envelhecimento do vinho, a linha de engarrafamento e uma garrafeira velha, onde estão os melhores colheitas Messias, e que por si só, é divinal.
  
Após a visita pelos 3 armazéns, subimos ao topo, a uma sala com vista para o Porto, onde iniciamos uma prova de Vinhos do Porto, com especial incidência em Colheitas, talvez a tipologia onde as caves Messias mais se destacam. Eis os vinhos provados:



Vintage 2007
Cor ruby escura, bastante frutado no aroma, algum chocolate, fresco, com boa estrutura e equilíbrio. Final de boca médio. Pode-se beber desde já, ou aguardar uns anos pela sua evolução.

Vintage 2003
Cor ruby, mais vegetal e fruta mais madura. Apesar de encher menos a boca, tem um final mais persistente que o anterior.

Vintage 1984
Cor ambar. Aromas mais complexos, com introdução de frutos secos. Bom volume de boca e final longo. Em transição.

Tawny 10 Anos
Cor ambar, típico perfil de 10 anos, com ligeiras notas de frutos secos, alguma frescura, final agradável e algo persistente. Muito fácil de beber.

Tawny 30 anos
Cor ambar aloirada, muito maior presença de frutos secos, algum caramelo, laranja. Muito elegante e fresco na boca, mas com final de elevada persistência. Muito bom.

Colheita 2000
Cor ambar avermelhada, alguma fruta madura e bastante frescura. Muito agradável igualmente na boca.


Colheita 1991
Cor alaranjada, um grando salto relativamente ao anterior. O aroma é mais complexo e intenso, onde começam a aparecer os frutos secos. Na boca é muito equilibrado, fresco e com final intenso. 

Colheita 1985
Cor ambar, nariz mais intenso. Maior complexidade e exuberância, com final longo.

Colheita 1977
Cor acastanhada, aromaticamente muito complexo, na boca simultaneamente elegante e harmonioso. O final de boca é muito persistente mesmo, deixando um travo picante muito agradável. Dura... Excelente.

Colheita 1963
Cor ambar acastanhada, no nariz um pouco iodado, mais químico. Na boca grande acidez, belo volume e um final interminável. Magnífico! 


Destaco de todos os vinhos provados, o Vintage 2007, Tawnie 30 anos, colheitas 1991, 1977 e 1963, este último a superar claramente as expectativas - naquele que é considerado um dos melhores anos do século XX para Portos - com um final interminável!

Resta-nos agradecer à Messias e em particular à Ana Urbano, por nos terem proporcionado, a possibilidade de provar estes magnífcos exemplares.


Sérgio Lopes

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Fiuza 3 Castas Branco 2010

Ano: 2010

Produtor:Fiuza & Bright

Tipo:
Branco

Região: Tejo

Castas: Chardonnay, Arinto e Vital.

Preço Aprox.: 3,20€

Veredicto: Após o comentário ao Fiuza 3 castas tinto, vamos ao branco, um vinho produzido a partir das castas Chardonnay, Arinto e Vital, castas que normalmente se dão bem na região do Tejo. Deste vinho, foram produzidas cerca de 70.000 garrafas.

Trata-se de um vinho que apresenta uma cor amarelada, quase translúcida. No nariz, ressaltam aromas levemente florais e a fruta branca. Na boca é leve e fresco, com fruta não muito marcante e um final de boca curto e directo.

Um vinho de fácil consumo e a beber jovem nos dias quentes de verão que se avizinham. Na minha opinião, é bem preferível abrir uma garrafa, por exemplo, relativamente a uma cerveja.

Classificação Pessoal: 14

Sérgio Lopes

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Altano Tinto 2009

Ano: 2009

Produtor: Symington Family Estates

Tipo:
Tinto

Região: Douro

Castas: 25% Touriga Franca, 75% Tinta Roriz.

Preço Aprox.: 4,5€

Veredicto: De ano para ano, a gama de vinhos Altano tem vindo a ser afinado e consequentemente a sua qualidade tem aumentado. O colheita tinto de 2009 é proveniente de uvas das propriedades da família Symington no vale do Douro, localizadas nas sub-regiões do Cima Corgo e Douro Superior (Vale da Vilariça), vinhas essas onde é praticada uma viticultura baseada numa produção sustentável, respeitadora do meio ambiente.

Produzido a partir das castas Tinta Roriz (75%) e Touriga Franca (25%), na proporção indicada, embora a mesma varie consoante o ano, podendo até ser acresecentadas outras castas, trata-se de um vinho que estagia 4 meses em barricas usadas de carvalho francês e americano, seguindo-se um período em garrafa de mais 4 meses.

Apresenta uma cor granada pronunciada, com rebordo vermelho vivo e aspecto límpido. No nariz, aromas a frutos vermelhos e alguma especiaria. No paladar, em sintonia com o nariz, com a fruta fresca evidente (amoras, cerejas), alguma mineralidade, equilibrado, macio, fácil e agradável de beber, com boa estrutura e final persistente.

Um vinho excelente para o dia-a-dia. Foi lançado na Essência do Vinho, e do qual recebi algumas garrafas e uns vouchers com a promoção "leve 2 pague 1" a utilizar em diversas garrafeiras do país (até Maio). Para quem teve a mesma sorte há que aproveitar, porque se a 4,5€ já é uma boa compra (embora talvez um pouco inflacionado - ao mesmo preço existem vinhos mais complexos), a metade do preço é uma pechincha!


Classificação Pessoal: 15

Sérgio Lopes

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Fiúza 3 Castas Tinto 2010

Ano: 2010

Produtor:Fiuza & Bright

Tipo:
Tinto

Região: Tejo

Castas: Touriga Nacional, Syrah e Cabernet Sauvignon.

Preço Aprox.: 3,70€

Veredicto: Recebi recentemente os dois novos lançamentos da gama Fiúza 3 castas, Tinto e Branco. Do branco falarei mais tarde. Vamos ao tinto. Trata-se de um vinho constituído pelas castas Touriga Nacional, Syrah e Cabernet Sauvignon, do qual foram produzidas 150.000 garrafas.

Com um estágio de 3 meses em barricas de carvalho novas seguido de 3 meses em barricas usadas, trata-se de um tinto jovem, com aromas a frutos sivestres e alguma especiaria. Na boca, apresenta-se fresco, macio directo, e em sintonia com os aromas experimentados. Apresenta igualmente um bom volume de boca e final bastante agradável.

Um vinho excelente para o dia-a-dia. Uma bela surpresa, que ligou na perfeição com um prato de massa (para mim as melhores harmonizações deste vinho são com pratos de massas / pasta). Disponível em supermercados e hipermercados. 

Classificação Pessoal: 14,5


Sérgio Lopes

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sobredos - Vinhos Aneto (e bétula)

A nossa visita ao Douro começou pela empresa Sobredos, mais propriamente, a empresa familiar do grande enólogo Francisco Montenegro, criador dos fabulosos Aneto e Bétula. A Sobredos faz ainda  parte de uma associação de pequenos produtores do Douro, denominada Douro4U, que investe na promoção dos mesmos.

Chegamos à Régua no final da manhã e o F. Montenengro veio-nos buscar, levando-nos até à adega onde são feitos os vinhos, mais propriamente, em Barró, concelho de Resende. Pelo caminho, ainda nos mostrou os projectos da nova adega que pretende construír em breve, para fazer face ao aumento de produção e obter outras condições para continuar a desenvolver a sua paixão. Também está pensada a remodelação de um imóvel rural, para eno-turismo / Turismos rural.

Barró é a última freguesia de Resende, portanto na fronteira da região dos vinhos verdes e é dessa zona que provêm as uvas com que são produzidos os brancos Aneto, bem como o Bétula. Quanto aos tintos, provêm de uvas do coração do Douro, de cerca de 7ha de vinha adulta em Sobradais e Malvêdos, na freguesia de Castedo do Douro, Concelho de Alijó, com parcelas distintas e separadas por casta.

A adega não é muito grande, aliás até se pode considerar pequena e rudimentar, mas espelha a paixão e o amor que o Francisco empresta ao que faz. Por isso, a visita foi curta e logo avançamos para a prova, que tenho de confessar foi das mais sui generis e fantásticas que efectuamos. Obrigado Francisco. Basicamente provamos individualmente, cada casta ou blend e depois o Francisco efectuava a mistura. O que provamos:

- Aneto Branco 2010, acabadinho de engarrafar há 2 dias.
- Sauvignon Blanc directamente da cuba e Viognier directamente da barrica. De seguida, mistura no copo, para um blend das duas e o resultado é um cheirinho do Bétula 2010...
- Arinto e Gouveio da Cuba e Boal da barrica. De seguida, mistura no copo, para um cheirinho do Aneto Branco Reserva 2010...
- Aneto Tinto 2009, acabadinho de engarrafar.
- Aneto Tinto Reserva 2008.
- Por fim, um vinho proveniente de umas vinhas com mais de 70 anos, do baixo corgo, directamente da cuba, onde estava a sofrer micro-oxigenação, uma vez que o Francisco ainda está a efectuar experiências para ver no que dá.

Enfim, foi demorado e espectacular. Na volta acabamos por comprar umas belas caixas de belos exemplares Aneto e Bétula e fica a promessa de os comentar devidamente, em breve. Consegui igualmente uma relíquia, uma garrafita de Pinot Noir, o ensaio mais recente do Francisco.

Quanto ao Franciso Montenegro, uma palavra de agradecimento e admiração. Trata-se de  uma pessoa simples e completamente apaixonada pelo que faz. É extremamente talentoso e a prova disso é a excelência dos vinhos que cria. Não é por acaso que neste momento, a par do seu projecto pessoal, trabalha em consultadoria na Quinta da Chinchorra e ... Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo, pois o seu talento é enorme. Os seus vinhos são de uma elegância, frescura e equilíbrio notáveis, espelhando toda uma dedicação e paixão à causa. Bravo Francisco!


Quinta do Paço
5050-090 Godim | Peso da Régua
Portugal
Telf: (+351) 254 322 967 / (+351) 963 060 881
Fax: (+351) 254 318 400
sobredos@sapo.pt


Sérgio Lopes

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Quinta da Garrida Reserva Branco 2010

Ano: 2010

Produtor: Caves Aliança

Tipo: Branco

Região: Dão

Castas: Encruzado

Preço Aprox.: 4€-5€

Veredicto: Ora aí está uma novidade que tive o privilégio de degustar na visita às Caves Aliança. Trata-se de um branco do Dão, da Quinta da Garrida, 100% da casta encruzado, de vinhas recentemente plantadas e que só agora permitem a solidez necessária para lançamento deste vinho.

40% fermentado em barrica (barricas de 300 lts de carvalho francês com 2 anos), durante 3 meses e com volume alcoólico de 13º, no copo, apresenta cor amarelo pálido. No nariz, sente-se alguma fruta e nuances de leve tostado, provenientes do ligeiro estágio em barrica. Na boca, é um vinho elegante e fresco, com uma boa acidez e volume de boca e final agradáveis.

Segundo as palavras da enóloga responsável, Engª Arminda, trata-se de um vinho de consumo fácil, pronto a beber. É a resposta às exigências de mercado, uma vez que as Caves Aliança, não são propriamente fortes em vinhos brancos, por isso, decidiram lançá-lo.  Eu achei bastante interessante. Gostei.

Classificação Pessoal: 15

Sérgio Lopes

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Quinta do Encontro

Após a visita ao produtor Campolargo, ainda tivemos tempo de fazer uma visita à Quinta do Encontro, bem nas proximidades. A própria Joana Campolargo teve a gentileza de nos levar ao local, o que prova a relação extremamente salutar entre produtores da Bairrada, numa lógica de promoção conjunta da região. Chegados ao local, já no final da tarde, fomos recebidos pelo João Carvalho, que nos fez uma visita guiada pelas instalações.

Ao contrário de por exemplo o Campolargo, que se trata de um produtor familiar, aqui estamos na presença de um projecto totalmente virado para o enoturismo. A Quinta do Encontro situa-se paredes meias com o produtor Campolargo, portanto na Anadia, coração da Bairrada, sendo propriedade da empresa Global Wines / Dão Sul, empresa que contempla várias adegas espalhadas por diferentes regiões vinícolas portuguesas. A Quinta do Encontro é o projecto de Enoturismo da região da Bairrada.

A adega trata-se de um projecto arquitectónico moderno, sobressaindo devido à sua forma cilíndrica, fazendo lembrar uma barrica de madeira. Linda. Tivemos o privilégio de visualizar o pôr-do-sol e digo-vos que é maravilhoso. Assim que entramos, existe uma grande montra / loja de todos os vinhos da Global Wines, de todas as regiões, que podem ser também consumidos no restaurante existente, a preços iguais aos da loja. O restaurante é Gourmet mas pensado para sobretudo permitir harmonizar os vinhos do grupo, com a comida, a preços aceitáveis.

A adega não possui escadas, mas apenas rampas em espiral à volta do edifício, inspiradas nos saca-rolhas.

Subindo a rampa ao lado da loja temos acesso a uma sala oval multiusos, que ocupa todo o andar superior do edifício, envidraçado, com uma vista fabulosa para os vinhedos e serras circundantes.

Descendo a rampa, dá acesso à adega, que está totalmente equipada com moderna tecnologia de vinificação. à medida que vamos descendo, vamos nos aproximando das cubas de estágio que estão colocadas no centro do edifício, portanto, circundando-as. Chegados lá baixo, em volta delas, num corredor lateral que contorna todo o edifício, estão as barricas de madeira onde estagiam os vinhos (tintos e espumantes).

Finda a visita e de volta à loja, provamos os seguintes vinhos, de uma selecção não propriamente só da Bairrada, mas também de algumas regiões onde a Global Wines está presente:

Quinta do Encontro 2009 Branco
Bical (Bairrada)
Um vinho branco leve e despreocupado com uma excelente relação qualidade preço (3,60€).

Monte da Cal 2008 Branco
Antão Vaz e Viognier (Alentejo)
Um vinho branco "quente" do Alentejo. Bastante agradável.

Encontro1 2009 Branco
Bical e Maria Gomes (Bairrada)
Com 6 meses de madeira, eu achei este vinho excelente. Muito bom mesmo.

Quinta do Encontro 2008 Tinto
Merlot e Baga (Bairrada)
Um vinho leve e gastronómico qb com uma excelente relação qualidade preço (3,60€).

Flor das tecedeiras 2008 Tinto
(Douro)
Um tinto do Douro com um perfil mais internacional.

Preto/ Branco Reserva 2008 Tinto
Touriga Nacional, Baga e 5% de Bical (Bairrada)
Um tinto com 9 meses de barrica, ainda um pouco fechado, com a curiosidade da inclusão de 5% de bical no seu lote, o que não é usual. Vai certamente evoluir em garrafa.

Resta-nos agradecer ao João Carvalho pela gentileza e amabilidade de nos ter recebido, um pouco fora de horas. Certamente voltaremos!


Morada: Quinta do Encontro
São Lourenço do Bairro
3780-179 Anadia
GPS: 40.440766,-8.489546
Telefone: (+351) 231 527 155
Telemóvel: (+351) 91 5351 747
Fax: (+351) 232 961 203


Sérgio Lopes

sábado, 2 de abril de 2011

Touquinheiras 2009

Ano: 2009

Produtor:
Quinta das Touquinheiras

Tipo:
Verde

Região: Sub-Região de Monção e Melgaço

Castas: Alvarinho.

Preço Aprox.: 8€

Veredicto: Quinta das Touquinheiras, situada em Melgaço, trata-se de uma propriedade com 14 hectares, que deu nas vistas, quando numa prova cega, nos anos 90, o seu vinho foi destaque. A partir deste momento, José Luis Gonçalves de Araújo, investiu na produção e contou com a colaboração do conceituado enólogo Anselmo Mendes, para pôr o projecto em movimento. Apesar destas premissas, o Touquinheiras Alvarinho, não me impressionou positivamente.

No copo, apresenta uma cor translúcida e aspecto límpido.

No aroma, predominam as notas de frutos tropicais, nomeadamente ananás e maracujá, com leve toque citrino.

Na boca, a fruta ainda é mais evidente, até exagerada, que aliada à doçura excessiva (12 gramas de açúcar por litro) desequilibra o conjunto final. Apesar de um volume de boca e persistência agradáveis, a acidez nunca é suficiente para contrapôr a doçura.

Trata-se por isso, de um alvarinho fácil e de iniciação, mas que peca pelo seu carácter marcadamente doce. Sem dúvida que será apreciado pelas camadas mais jovens, com predominância do sexo feminino.

Classificação Pessoal: 14

Sérgio Lopes

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Charles Pelletier Grand Reserve Brut Rosé

Ano: -

Produtor:
Charles Pelletier

Tipo:
Rosé

Região: Borgonha (França)

Castas: Syrah

Preço Aprox.: 7,5€

Veredicto:  Originário da Borgonha, eis um espumante francês de qualidade e a um excelente preço. Segundo pude apurar, o espumante Charlles Pelletier é produzido na Borgonha, sim, mas na fronteira com a região de Champagne, por isso, talvez explique um pouco a sua excelente qualidade, proveniente do terroir de origem.

Produzido segundo os métodos tradicionais do champagne, o espumante Charles Pelletier Brut Rosé apresenta uma tonalidade salmão, de aspecto límpido e espuma atraente. Muito delicado no aroma e com alguma presença de frutos vermelhos, na boca é harmonioso, de estrutura média e agulha fina, com um final de boca bem saboroso.

Acompanha idealmente carnes brancas, peixe, ou comida asiática, mas certamente será também uma óptima escolha por si só. À venda nas garrafeiras Wine O' Clock ou Quinta da Foz.

Classificação Pessoal: 16

Sérgio Lopes