segunda-feira, 18 de abril de 2011

Caves Messias

Foi no dia 9 de Abril, que visitamos as Caves Messias, em Vila Nova de Gaia. A visita teve inicio pelas 11h da manhã, onde fomos recebidos pela enóloga Ana Urbano, que nos conduziu numa visita pelas instalações, seguida de uma prova de Vinhos do Porto.

Fundada em 1926, por Messias Baptista, as CAVES MESSIAS têm produzido e comercializado vinhos de mesa das principais regiões demarcadas, bem como, espumantes naturais, aguardentes e claro Vinhos do Porto. A sede da MESSIAS está situada na Mealhada, onde a empresa possui mais de 6.000 metros quadrados de instalações e aproximadamente 160 hectares de vinha, sendo 70 hectares destinados à produção dos prestigiados vinhos da Quinta do Valdoeiro. Na Ferradosa, vale do Douro, MESSIAS dispõe de 200 hectares sendo 130 hectares ocupados com vinha, para a produção de Vinho do Porto e do Vinho Douro Quinta do Cachão. O engarrafamento do Vinho do Porto é efectuado em Vila Nova de Gaia numa área de aproximadamente 10.000 metros quadrados, do qual cerca de 75% é para exportação.

E foi com o intuito de visitar as instalações de Gaia e provar alguns Vinhos do Porto, que efectuamos a visita, que se distribuiu por 3 armazéns, com depósitos de betão, balseiros e barricas de envelhecimento do vinho, a linha de engarrafamento e uma garrafeira velha, onde estão os melhores colheitas Messias, e que por si só, é divinal.
  
Após a visita pelos 3 armazéns, subimos ao topo, a uma sala com vista para o Porto, onde iniciamos uma prova de Vinhos do Porto, com especial incidência em Colheitas, talvez a tipologia onde as caves Messias mais se destacam. Eis os vinhos provados:



Vintage 2007
Cor ruby escura, bastante frutado no aroma, algum chocolate, fresco, com boa estrutura e equilíbrio. Final de boca médio. Pode-se beber desde já, ou aguardar uns anos pela sua evolução.

Vintage 2003
Cor ruby, mais vegetal e fruta mais madura. Apesar de encher menos a boca, tem um final mais persistente que o anterior.

Vintage 1984
Cor ambar. Aromas mais complexos, com introdução de frutos secos. Bom volume de boca e final longo. Em transição.

Tawny 10 Anos
Cor ambar, típico perfil de 10 anos, com ligeiras notas de frutos secos, alguma frescura, final agradável e algo persistente. Muito fácil de beber.

Tawny 30 anos
Cor ambar aloirada, muito maior presença de frutos secos, algum caramelo, laranja. Muito elegante e fresco na boca, mas com final de elevada persistência. Muito bom.

Colheita 2000
Cor ambar avermelhada, alguma fruta madura e bastante frescura. Muito agradável igualmente na boca.


Colheita 1991
Cor alaranjada, um grando salto relativamente ao anterior. O aroma é mais complexo e intenso, onde começam a aparecer os frutos secos. Na boca é muito equilibrado, fresco e com final intenso. 

Colheita 1985
Cor ambar, nariz mais intenso. Maior complexidade e exuberância, com final longo.

Colheita 1977
Cor acastanhada, aromaticamente muito complexo, na boca simultaneamente elegante e harmonioso. O final de boca é muito persistente mesmo, deixando um travo picante muito agradável. Dura... Excelente.

Colheita 1963
Cor ambar acastanhada, no nariz um pouco iodado, mais químico. Na boca grande acidez, belo volume e um final interminável. Magnífico! 


Destaco de todos os vinhos provados, o Vintage 2007, Tawnie 30 anos, colheitas 1991, 1977 e 1963, este último a superar claramente as expectativas - naquele que é considerado um dos melhores anos do século XX para Portos - com um final interminável!

Resta-nos agradecer à Messias e em particular à Ana Urbano, por nos terem proporcionado, a possibilidade de provar estes magnífcos exemplares.


Sérgio Lopes

Sem comentários:

Enviar um comentário