quinta-feira, 30 de abril de 2020

Radar do Vinho: Dom Ponciano

No século XIX, os pais de Ponciano de Abreu começaram a produzir Vinho Alvarinho nas suas propriedades situadas nas encostas de Paderne, em Melgaço, na zona Noroeste de Portugal. No primeiro quartel do século XX, Ponciano de Abreu decidiu relançar o cultivo dos seus vinhedos, tendo sido um dos pioneiros na produção do Alvarinho. Mais recentemente, já no início do século XXI, Rui Esteves, neto de Ponciano, retomou o projecto de uma forma profissional, tendo decidido passar a comercializar o seu Vinho Verde Alvarinho com a marca "DOM PONCIANO", do qual estão disponíveis no mercado um espumante delicioso, um colheita seleccionada desconcertante de 2013 e um refrescante branco de 2018, todos feitos de Alvarinho, claro está.
O espumante Dom Ponciano Grande Reserva Bruto Natural 2013 estagiou 2 anos em garrafa e mais 2 anos após degorgement. Trata-se seguramente de um dos melhores, senão o melhor espumante feito de alvarinho, apresentando muita complexidade e frescura, belíssimas notas frutadas, alguma panificação, bolha fina e final longo e refrescante, com uma mousse bem delicada e que se prolonga no palato. Um espumante capaz de acompanhar a refeição de inicio ao fim, sem qualquer problema. Uma descoberta. PVP: 25€.
O Dom Ponciano Alvarinho 2018 é a colheita mais recente no mercado. Um Alvarinho com tudo no sitio, cheio de frescura e com notas herbáceas e citrinas que lhe conferem intensidade e tensão. Um excelente exemplar da região, seco e muito refrescante. PVP: 10€

Para o final, a "jóia da coroa", o Dom Ponciano Colheita Seleccionada 2013 (25€), um alvarinho com 2 anos de estágio em inox, com posteriores 6 meses em madeira, Aparece em 2020 com uma vivacidade estonteante, quase como se os anos não tivessem passado por ele, muito complexo, cheio de tensão e intensidade. Convido-vos a assistir à prova deste video, de seguida:



Sérgio Lopes

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Em Prova: Cepa Pura Fernão Pires 2019

A Quinta do Montalto, pertencente à mesma família há 5 gerações, localiza-se em Ourém - perto de Fátima. Inserida na vasta região vitivinícola de Lisboa. Os cerca de 15,5 ha de vinhas implantadas em encostas de solos argilo-calcários com excelente exposição solar, produzem vinhos com direito à Denominação de Origem Encostas D’Aire. Possui uma grande variedade de castas, sendo a Aragonez e a Fernão Pires as mais representativas das uvas tintas e brancas, respectivamente. Produzem tintos, brancos, um espumante, vinhos de talha pezgada e o famoso Medieval de Ourém. Tudo em modo de produção biológica e sem adição de produtos animais, aptos a uma dieta Vegan.

Cepa Pura é a gama de monocastas. O Cepa Pura Fernão Pires 2019 fermenta em barricas de carvalho francês e americano com posterior estágio sobre borras finas por 5 meses. Trata-se de um branco com um nariz bonito e complexo, com as notas aromáticas do Fernão Pires, mas nada exageradas como por vezes acontece com esta casta, juntamente com notas especiadas. Na boca é fresco, com bom volume, com a madeira nada impositiva, a conferir apenas untuosidade a um conjunto equilibrado e que se bebe com muito agrado. Acompanha peixe no forno ou grelhado. Vinho biológico a rondar os 8,90€

Sérgio Lopes

sábado, 25 de abril de 2020

Em Prova: Quinto Elemento Reserva Arinto Chão de Calcário 2016

A Quinta do Arrobe encontra-se localizada em Casével, Santarém, bem no coração do Ribatejo. Um projecto que iniciou de forma profissionalizada há 11 anos, recuperando a tradição familiar que remonta a 1882, onde já se se produzia vinho. .A Quinta do Arrobe contempla as marcas Sensato (gama de entrada) Mensagem e Oculto (gama média) funcionando também como homenagem a Fernando Pessoa, com a célebre frase ‘Boa é a vida, mas melhor é o vinho’ e finalmente Quinto Elemento, normalmente vinhos que pretendem ser diferenciadores e expressar a monocasta nos solos argilo-calcários da Quinta (Syrah, Cabernet Sauvignon, Arinto e o mais recente blanc de Noir de Trincadeira-Preta). 

O Quinto Elemento Reserva Arinto Chão de Calcário 2016 (14,5€) mostra toda a plasticidade da casta Arinto, resultando num branco crocante, elegante e muito fresco. Excelente companheiro para a mesa, com grande versatilidade. Um dos melhores brancos da região do Tejo, cujo video da prova, convido-vos a assistir, abaixo:



Sérgio Costa Lopes

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Em Prova: Quinta de Santiago Alvarinho 2017

A Quinta de Santiago é um projecto inserido no grupo Vinho Verde Young Projects, do qual fazem parte também os produtores Sem Igual, Vale dos Ares e Casas Novas. Juntos, mostram o potencial da região dos vinhos verdes, produzindo brancos de eleição. Os vinhos produzidos são quase sempre o reflexo dos seus produtores e a Quinta de Santiago não foge à regra. Com Joana Santiago ao leme do projecto, este Quinta de Santiago Alvarinho 2017 (9€), marca de certa forma uma viragem no perfil deste vinho, mostrando um lado mais sério da casta, resultando num vinho complexo, cheio de camadas, num excelente momento de forma. Provavelmente a melhor edição até agora, cujo video da prova vos convido a assistir, abaixo:


Sérgio Costa Lopes

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Em Prova: Borges Alvarinho 2018

Os vinho Borges começaram no Vinho do Porto e hoje estão também nos vinhos tranquilos no Douro, Dão e claro Verdes, onde a primeira marca registada que têm já como Vinho Verde data de 1905, o Gatão. Assim desde muito cedo a empresa começou a comercializar vinhos nesta região. A Quinta de Simaens foi adquirida em 1991 e a Quinta do Ôro foi comprada em 2016. O Borges Alvarinho 2018 (9,90€) é proveniente da sub-região de Monção e Melgaço, sendo um vinho curioso, com uvas entre vinhas de calhau rolado e encosta. Assistam à nota de prova completa deste vinho, abaixo:



Sérgio Costa Lopes

sábado, 18 de abril de 2020

Em Prova: Mãos Signature Rodolfo Miranda

Projecto duriense de cariz totalmente familiar, em que 4 irmãos que encabeçam o projecto, decidiram dar continuidade ao legado do seu pai, que produzia vinho maioritariamente para consumo próprio, criando assim uma empresa produtora de vinhos, na região Duriense. São eles Roberto, Ricardo, Rafael e Rudolfo, com o primeiro nome começado por "R", daí o nome adoptado de R4 Vinhos. Os 4 IRMÃOS deram as MÃOS em prole da continuidade e expansão do projecto familiar e assim naturalmente nasceram as marcas Irmãos e Mãos, em analogia ao trabalho laborioso dos vinhedos à garrafa, ao conceito que norteia a constituição da empresa familiar e de mãos dadas rumo ao futuro e à excelência. Este Signature, da autoria do "mano" Rodolfo Miranda é um branco de 2015, feito de Cerceal da Bairrada, plantado no Douro na década de 90. Um branco untuoso e cheio de garra (19,90€), para assistir à prova completa, no video a seguir:

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Novidade: Herdade do Rocim Tinto 2018

A Herdade do Rocim localiza-se na Vidigueira, no Alentejo. Nos últimos anos tem apresentado um standard de consistência de qualidade notável, em todas as referências. Este vinho, o Herdade do Rocim Tinto 2018 acabadinho de chegar ao mercado é super equilibrado e muito agradável de se beber, num conjunto que se consegue obter facilmente nas grandes superfícies, por menos de 8€. Assistam à prova completa do vinho, no vídeo a seguir:



Sérgio Costa Lopes

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Da Minha Cave: Quinta do Perdigão Reserva Tinto 2006

A Quinta do Perdigão é um projecto localizado em Silgueiros, na região do Dão. Liderado pelo carismático arquitecto José Perdigão, juntam arte (nos rótulos desenhados por Vanessa e nos ContraRotulos bem descritivos) à arte de fazer vinho, da forma mais natural possível, privilegiando o terroir. O Quinta do Perdigão reserva tinto 2006 está um vinho adulto, cheio de vivacidade. A definição de evolução nobre no Dão! Ainda com muita fruta e notas balsâmicas deliciosas! Veludo na boca.(19,90€). Para assistir à prova completa deste vinho, no vídeo a seguir:



Sérgio Costa Lopes

sábado, 11 de abril de 2020

Em Prova: Quinta do Perdigão Rosé 2017

A Quinta do Perdigão é um projecto localizado em Silgueiros, na região do Dão.  Liderado pelo carismático arquitecto José Perdigão, juntam arte (nos rótulos desenhados por Vanessa e nos ContraRotulos bem descritivos) à arte de fazer vinho, da forma mais natural possível, privilegiando o terroir. O Quinta do Perdigão Rosé 2017 e um vinho seco, elegante e muito versátil a mesa (8,90€) Por favor assistam à prova completa deste vinho, no video abaixo:



Sérgio Costa Lopes

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Vinhos Souvall

Lúcia e Américo Ferraz, ambos médicos dentistas, a trabalhar em Aveiro, mas com raízes familiares na Meda, mais propriamente na aldeia de Vila Flor, do lado pertencente à Beira Interior. Há muitos anos, a tradição familiar tem vindo a ser a de trabalhar as vinhas e a produzir bom vinho, mas nunca de forma mais séria. Até agora, com o lançamento da marca Souvall, com dois vinhos, um branco e um tinto, cheios de vivacidade. Com o foco na produção de nectares de qualidade, vem uma adega modernizada com condições para produzir vinho para ser partilhado com o mundo, contando com a  consultoria do jovem enólogo Pedro Branco.

O Souvall Colheita Seleccionada Branco 2017 é produto das castas Fernão Pires, Rabigato e Viosinho de vinhas velhas com mais de 50 anos, plantadas a mais de 500 metros de altitude. Uma primeira edição de um branco mineral, complexo, elegante e fresco, com apenas 12 graus de álcool, muito versátil à mesa e que evoluirá bem na garrafa seguramente. 12€


O Souvall Reserva Tinto 2017 é também proveniente de vinhas com mais de 50 anos, com predominância das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Roriz e Tinta Barroca. Apenas 50% do lote tem passagem por madeira. O resultado é um vinho super fresco, ainda muito novo, mas que já dá grande prazer à mesa. Taninos elegantes, mineral, com fruta muito bonita, final longo e acidez salivante que juntamente com os seus apenas 12,5 graus de álcool fazem a garrafa "voar" num ápice. 13€.

 

Um projeto cujas primeiras colheitas são surpreendentes e nos aguçam o apetite naturalmente para o que virá de seguida. A acompanhar de perto. Comprar AQUI.


Sérgio Lopes

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Em Prova: Zafirah Tinto 2018

Terceira edição de Zafirah, o vinho de Constantino Ramos, enólogo de Anselmo Mendes. Trata-se de um "verde tinto", produzido das castas típicas tintas da região de Monção, com predominância de Alvarelhão, secundado por Borraçal, Pedral e apenas um pouco de Vinhão. provenientes de uma vinha com mais de 70 anos ainda com sistema de condução em latada procurando imitar esses vinhos, que há época eram comparados aos Borgonha. 

Depois de um primeiro ano - 2016, disruptivo e de um segundo ano - 2017, mais polido, surge agora na terceira edição, num perfil intermédio entre as edições de 2016 e 2017, mostrando-se muito equilibrado e guloso. Talvez com uma acidez mais próxima do 2016, de que tanto gostei. O resultado, um tinto super fresco, com uma concentração de fruta fresca balanceada na medida certa, uma belíssima acidez e uma atracção no copo tão grande, que corremos o risco de a garrafa acabar num ápice. Pouco álcool e muito sabor num tinto da região dos vinhos verdes que é obrigatório conhecer. PVP: 11€. Garrafeiras.

Video da prova do Zafirah 2018:



Sérgio Lopes

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Em Prova: Prior Lucas Espumante Baga@Bairrada Bruto Rosé 2017

Rui Lucas, actualmente ao leme do projecto Prior Lucas dá continuidade à tradição familiar do seu bisavô - José Francisco Prior, pequeno agricultor da freguesia de Souselas, que cultivava a vinha e que no seu tempo vendia todo o seu Vinho nas tabernas boémias da academia de Coimbra, bem como de seu pai, José Prior Lucas, que foi cultivando as parcelas que eram do seu avô, produzindo vinho que partilhava à mesa com a família e os amigos. Hoje o desafio é o de manter a pequena produção, entre vinha antiga e vinha nova, reagrupando os cerca de 5ha divididos por 7 parcelas onde se preserva a identidade e o carácter das castas tradicionais como a Baga, Maria-Gomes e Bical, acrescentado um toque de modernidade com a Tinta-Roriz, Syrah, Merlot e Chardonnay.

O Prior Lucas Espumante Baga@Bairrada Rosé 2017 foi o meu preferido dos quatro vinhos provados. Um espumante com bolha suave, mousse envolvente, bom corpo e muita frescura, com uma acidez capaz de lhe conferir uma enorme versatilidade à mesa. Um espumante com um lado algo vinoso, capaz de acompanhar uma refeição de inicio ao fim, inclusive ombrear, sem qualquer problemas com o Leitão à Bairrada. Ou como welcome drink, ou até sobremesas. Adorei. 10,50€.

Ver o video completo abaixo:


Prova dos restantes vinhos Prior Lucas, AQUI.

Sérgio Costa Lopes

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Em Prova: Cinetica Branco 2017

O enólogo Henrique Cizeron viajou e trabalhou em várias regiões, incluindo por exemplo a Nova Zelândia, onde ainda produz a marca Toroa. Mas hoje falo-vos sobre a marca Cinetica, vinhos do Douro produzidos há algum tempo e que são lançados, supostamente, quando estão num bom momento. Em breve a marca sairá do Douro para os verdes, mas isso fica para uma outra publicação. O Cinetica Branco 2017 é proveniente de vinhas velhas, de altitude, fermentando e estagiando em barrica de carvalho francês. Um branco gordo, untuoso e cheio de frescura. PVP:13€: Garrafeiras.

Para ver a descrição completa em video abaixo:



Sérgio Costa Lopes

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Em Prova: 70/30 Tinto 2017

Depois do sucesso dos seus vinhos "identidade", feitos em homenagem aos seus filhos e esposa, o Sommelier Pedro Martin lança agora o vinho 70/30, um tinto produzido na Beira Interior, com enologia de Patricia Santos (dois.pomto.cinco, Rosa da Mata), que pretende ser a visão de Pedro sobre o perfil que a região pode produzir. 70% de Rufete da sub-região da Cova da Beira passa por madeira e  30% de uvas provenientes da sub-região de Pinhel, completam o lote. O calor da Cova da Beira temperado com a frescura de Pinhel resultam num vinho, no mínimo curioso.  PVP: 13€. Garrafeiras.

Para ver o vídeo completo sobre a prova deste vinho abaixo:


Sérgio Costa Lopes

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Em Prova: 70/30 Branco 2018

Depois do sucesso dos seus vinhos "identidade", feitos em homenagem aos seus filhos e esposa, o Sommelier Pedro Martin lança agora o vinho 70/30, um branco produzido na Beira Interior, com enologia de Patricia Santos (dois.pomto.cinco, Rosa da Mata), que pretende ser a visão de Pedro sobre o perfil que a região pode produzir. 70% de uvas provenientes da sub-região da Cova da Beira, com 30% de uvas provenientes da sub-região de Pinhel. Sem passagem por madeira, o resultado é um vinho fresco, seco, ainda jovem, com apontamentos vegetais, que pede mesa. PVP: 13€. Garrafeiras.

Para ver o vídeo completo sobre a prova deste vinho abaixo:

Sérgio Costa Lopes