Luís Pato Vinhas Velhas Branco 2003

Ano: 2003

Produtor: Luís Pato

Tipo: Branco

Região: Beiras

Castas: Bical, Cerceal, Sercealinho

Preço Aprox.: 7€

Veredicto: Composto das castas Bical, Cerceal, Sercealinho, provenientes de "vinhas velhas", sofreu estágio em barrica nova, por 6 meses. Neste momento, esta referência, deixou de passar por madeira, o que é uma pena, pois ganhava uma outra complexidade. O 2003 designado por Regional Beiras, adquirimos na visita ao produtor. 

Trata-se de um vinho de cor palha carregada, com notas de evolução. No nariz, mantém muita mineralidade e frescura., apesar de se tratar de um vinho com quase 10 anos! É floral, resinoso, algo melado no primeiro impacto. Na boca, untuoso e fresco - bela acidez, com corpo, um pouco apimentado e vegetal. O final é bastante agradável e de persistência média.

Gastronómico, com apenas 12º de álcool, um vinho para se apreciar já, estando no melhor momento de consumo. A prova de que os brancos podem envelhecer e bem.

Classificação Pessoal: 15,5

Sérgio Lopes

Borges Reserva Branco 2009

Ano: 2009

Produtor: Vinhos Borges

Tipo: Branco

Região: Dão

Castas: Encruzado e Malvasia Fina.

Preço Aprox.: 11€

Veredicto: A junção das castas Encruzado e Malvasia Fina no Dão, geram normalmente um blend muito atractivo, produzindo brancos de grande classe.  É o caso deste branco reserva, produzido peal Vinhos Borges, que esteve em "battonage" nas borras finas, durante 8 semanas.

Trata-se de um vinho límpido, de cor amarelo palha, quase translúcida. No nariz apresenta-se elegante e complexo, algo resinoso, com madeira especiada, mineral que lhe confere frescura. Citrino, com notas de leve vegetal. Na boca é gordo e untuoso, sem nunca perder a sua fineza. Bela acidez que lhe proporciona um final bem longo, persistente e saboroso.

Gastronómico, elegante, fresco, untuoso, equilibrado - de classe! Um belíssimo vinho com um excelente preço.

Classificação Pessoal: 17

Sérgio Lopes

Vale de Cavalos Tinto 2008

Ano: 2008

Produtor: MANOEL D. POÇAS JUNIOR – VINHOS, S. A.

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca

Preço Aprox.: 7€

Veredicto: Produzido em quantidades reduzidas na Quinta de Vale de Cavalos (Numão), com as castas típicas do Douro, de vinhas com idade média de 40-60 anos, o Vale de Cavalos Tinto 2008 é exportado para Alemanha, Bélgica, Brasil, Holanda, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Dinamarca. Sofre estágio em barricas de carvalho francês e americano com 300 Litros de capacidade, durante 18 meses, seguido de estágio em cubas de aço inox até á data de engarrafamento.

Esta é apenas da segunda colheita, após a experiência bem sucedida em 2007. Trata-se de um vinho de cor retinta. No nariz o aroma é a fruta preta madura (cerejas), algumas especiarias e notas de cacau. Na boca, mantém o perfil frutado, elegante e macio, boa estrtura, taninos finos, terminando muito agradável e persistente.

Um vinho sobretudo muito bem feito, de perfil moderno e que agradará transversalmente aos consumidores.Pode também ser encontrado nos hipermercados Continente ou El Corte Ingles.

Classificação Pessoal: 16

Sérgio Lopes

Miogo Reserva 2007

Ano: 2007

Produtor: Manuel da Costa Carvalho Lima & Filhos, Lda.

Tipo: Espumante

Região: Vinhos Verdes (Sub-região do Ave)

Castas: Arinto, Loureiro

Preço Aprox.: 14€

Veredicto: Do produtor Manuel da Costa Carvalho Lima & Filhos, mais conhecido pelas marcas Tapada dos Monges, ou Cruzeiro, tem contudo no seu portfolio uma gama de espumantes denominada Miogo, do qual existe um branco, um espadeiro e um tinto. O que provamos trata-se do reserva branco 2007, composto pelas castas Loureiro e Arinto e que estagia 12 meses em garrafa (após 2ª fermentação) antes de saír para o mercado.

De cor cotrina, é um espumante que apresenta uma bolha fina e uniforme. No nariz, notas citrinas e de frutos secos. Muita frescura. Na boca, apresenta uma mousse de bela estrutura, muito agradável no palato, saboroso e prazenteiro. Termina com uma bela persistência e final longo.

Um espumante de "vinho verde" reserva bruto, gastronómico e versátil, pois tanto acompanha uma boa refeição, como pode ser o companheiro de momentos de celebração. Recomendado.

Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor.

Classificação Pessoal: 16,5

Sérgio Lopes

Tapada dos Monges Vinhão 2010

Ano: 2010

Produtor: Manuel da Costa Carvalho Lima & Filhos, Lda.

Tipo: Tinto

Região: Vinhos Verdes (Sub-região do Ave)

Castas: Vinhão

Preço Aprox.: 6,30€

Veredicto: Eis a difícil tarefa de provar um Vinhão. Não estou habituado e por isso posso dizer que não conhecendo, poderia não ser justa a avaliação. Por isso, provei-o com uma especialista, a minha mãe, que gosta bastante de vinhos "verde" tinto.

E que bela surpresa. Trata-se de um vinho de cor vermelho ruby carregada. Espesso, "a pintar o copo" (ou a "malga") como se diz aqui para as bandas do Norte. No nariz, carregado de frutos vermelhos maduros. Na boca, acompanhando a fruta experimentada no nariz, é um vinho robusto, forte, mas não agressivo, com boa estrutura, terminando com uma persistência muito agradável.

Para apreciadores (como a minha mãe) foi um sucesso. E eu também apreciei. Muito agradável, a fazer jus à casta, sem agressividade para o estômago, o que por vezes acontece nos vinhos verde tintos mais correntes. Pede comidas fortes, tais como lampreia, ou cabidelas.

Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor.

Classificação Pessoal: 15,5

Sérgio Lopes

Herdade do Peso Tinto 2009

Ano: 2009

Produtor:  Sogrape

Tipo: Tinto

Região: Alentejo

Castas: Alfrocheiro, Aragonês e Alicante Bouschet.

Preço Aprox.: 6,5€

Veredicto: Comercializado pela Sogrape Vinhos, Herdade do Peso colheita tinto 2009 é produzido a partir das castas Alfrocheiro, Aragonês e Alicante Bouschet. Estagia 12 meses em barricas de carvalho francês e do Cáucaso usadas e 6 meses em garrafa.

Herdade do Peso Colheita Tinto 2009 é um vinho de cor rubi com rebordo violeta. No nariz sente-se o terroir do Alentejo, o calor da Vidigueira, com notas de fruta vermelha madura, tosta da barrica e bastantes especiarias. Na boca, é invulgarmente fresco e elegante, com taninos firmes mas redondos, encorpado, com final de comprimento longo, termninando sumarento e persistente.

Um vinho muito bem "trabalhado", harmonioso e que se bebe com enorme prazer. Acompanha bem carne e queijos.

Classificação Pessoal: 16

Sérgio Lopes

Quinta de Sant'Ana Fernão Pires 2010

Ano: 2010

Produtor: Quinta de Sant'Ana do Gradil.

Tipo: Branco

Região: Lisboa

Castas: Fernão Pires

Preço Aprox.: 7,5€

Veredicto: A Quinta de Sant'Ana do Gradil é uma propriedade histórica situada em Mafra. Uma situação geográfica com um clima moderado de nevoeiros matinais e tardes quentes, combinando com uma viticultura e vinificação ambiciosa, permite a produção de vinhos com uma complexidade aromática muito própria.

Este monocasta Fernão Pires, trata-se de um vinho de cor citrina esverdeada, quase translúcida. O nariz é muito fresco, mineral, com notas muito leves de citrinos e flores, tudo muito suave. Na boca, é um vinho de estrutura média, fresco e leve, fácil de beber, com final de comprimento e persistência medianos.

Agradável, mas talvez com um valor demasiado elevado, para um vinho maioritariamente de acompanhamento de entradas, que no entanto é prazenteiro e de se beber jovem.

Classificação Pessoal: 15

Sérgio Lopes

Guadalupe Tinto 2009

Ano: 2009

Produtor:  Quinta do Quetzal

Tipo: Tinto

Região: Alentejo

Castas: Alfrocheiro, Aragonês e Trincadeira.

Preço Aprox.: 4€

Veredicto: Experimentei este vinho num almoço profissional, esta semana. Acompanhou bem quer a carne grelhada servida, quer a feijoada brasileira.

Trata-se um vinho de cor ruby. No nariz, a nota dominante é a fruta vermelha (ameixa, cereja), limpo e directo. Na boca, taninos suaves, frutado e agradável, de corpo médio, termina igualmente de média persistência.

Um vinho bem feito, agradável, a um preço justo, versátil e fácil de beber, que pode ser encontrado nas grandes superfícies comerciais.

Classificação Pessoal: 15

Sérgio Lopes

Castelo D'Alba Vinhas Velhas Grande Reserva 2007

Ano: 2007

Produtor: VDS - Vinhos do Douro Superior.

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Tinta Amarela, Tinta Barroca, Tinta Francisca, Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional, Sousão e Vinhas Velhas.

Preço Aprox.: 10€

Veredicto: Continuando no Douro Superior, do produtor VDS, que tem apostado da renovação da sua gama, apresentando vinhos de boa qualidade a um excelente preço, Castelo D'Alba Vinhas Velhas Grande Reserva 2007 é proveniente de vinhas com mais de 40 anos, plantadas a uma altitude media de 350 m, em pleno Douro superior. Estagiou durante 18 meses em barricas de carvalho francês novas e usadas.

Trata-se de um vinho de cor ruby intenso. No nariz, aroma a fruta preta preta empassada, especiarias e alguma tosta da barrica - complexo, mas delicado. Na boca, fresco e elegante. A estrutura de boca é média (talvez lhe falte mais corpo - poder), mas ganha em suavidade. A tosta da barrica sente-se mais na boca do que no nariz. Termina um pouco seco e com notas vegetais, mas de persistência longa.

Um digno representante do Douro superior, gastronómico e com potencial de evolução.

Classificação Pessoal: 16

Sérgio Lopes

Crasto Superior 2009

Ano: 2009

Produtor: Quinta do Crasto.

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Souzão e Vinha Velha.

Preço Aprox.: 15€

Veredicto: A Quinta do Crasto notabiliza-se pela excelente qualidade dos seus vinhos. O Crasto Superior foi elaborado com uvas provenientes da região do Douro Superior, da Quinta da Cabreira. As uvas após fermentação com temperatura controlada em inox, sofreram posterior estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês.

Trata-se de um vinho de cor violeta, com rebordo vermelho. No nariz, aroma complexo com muita fruta silvestre, tosta da barrica bem integrada, notas de especiarias e cacau, tudo em perfeita harmonia. Na boca, muito redondo, sedoso, encorpado (quase mastigável), mas mantendo uma elegância e frescura notáveis. O final é sumarento, longo e persistente.

Um belo exemplar do Douro Superior, recentemente seleccionado como o vinho para a classe executiva. pela companhia aérea Swissair.

Classificação Pessoal: 16,5

Sérgio Lopes

Primeiro Aniversário!

Pois é, comemora-se hoje o primeiro aniversário do blogue "O Enófilo Principiante"! Foi um ano recheado de bom vinho provado e muita aprendizagem. O blogue nasceu da vontade de partilharmos o que provávamos, mas também e sobretudo aprender mais e mais sobre o maravilhoso mundo do vinho, evoluir, crescer, enfim... ter prazer! Tudo isso foi conseguido e muito mais! Podemos afirmar com grande certeza que a garrafeira "Wine O' Clock" foi a grande responsável pelo "despertar" do gosto pelo (bom) vinho. A eles e às suas magníficas provas, geralmente orientadas pela Ivone, o nosso muito obrigado!

Este ano foi marcante, pois foi seguramente o ano em que bebemos mais e melhor vinho (de qualidade). Efectuamos diversas visitas a produtores / enólogos, todos eles nos tendo recebido maravilhosamente bem. Destaco alguns que realmente nos surpreenderam quer pela qualidade média apresentada, quer pela forma como fomos recebidos: Francisco Montenegro (Sobredos -. Aneto / Bétula), Mário Sérgio Alves Nuno (Quinta das Bageiras), Manuel Lobo (Quinta do Crasto), Sérgio Silva (Quinta de Baixo), Sofia Soares Franco (JMF), Graham's, Messias, entre outros.

Tive o privilégio de passar a pertencer a um grupo restrito mas apaixonado por este mundo, intitulado "Portuguese Wine Bloggers". Com eles aprendi muito, discutiu-se e comentou-se variadíssimos temas, marcaram-se eventos, jantares tendo como pano de fundo "O Vinho", enfim, não me canso de repetir - Um privilégio.

E um ano se passou. Embora nem sempre o blogue tenha sido actualizado com a frequência que desejava, tentei mantê-lo sempre vivo e interessante. A pouco e pouco foi ganhando os seus fiéis seguidores, a quem agradeço a leitura das palavra de um amador, simplesmente apaixonado pelo néctar de Baco.

Mais um ano de austeridade se aproxima. mais uma razão para continuar a beber (com moderação) e a continuar a aprender. O blogue manter-se-á sempre vivo enquanto houver bom vinho para provar...!

Obrigado a todos!

Sérgio Lopes e Lucinda Costa 

São Domingos Reserva 2003 Tinto

Ano: 2003

Produtor: Caves São Domingos

Tipo: Tinto

Região: Dão

Castas: Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz

Preço Aprox.: 15€ (Magnum)

Veredicto: As Caves São Domingos são um dos produtores mais antigos no que toca a espumantes da Bairrada, mas também produzem vinhos de mesa e não só da Bairrada, como é exemplo esta magnum do tinto reserva de 2003, do Dão, que adquirimos, quando visitamos o produtor. Foram umas quantas magnuns recuperadas de um cliente entretanto falido e que estão à venda ao público,  para os amantes e curiosos pelo mundo vinícola provarem.

Parte do estágio ocorreu em barricas de carvalho francês de 2º ano, por 8 meses, enquanto o restante passou por  madeira nova. Foi engarrafado em Julho de 2005.

Apresenta uma cor ruby, não muito carregada, com traços de evolução. No nariz, presença da fruta vermelha, especiarias e algum vegetal. Na boca, é elegante e fresco, fácil de beber, taninos domados, com a madeira imperceptível. Apresenta um bom volume de boca, terminando persistente e de comprimento médio/longo.

Bastante interessante. Foi um dos exemplares abertos na passagem de ano e foi de agrado geral.

Classificação Pessoal: 16

Sérgio Lopes

Vale D'algares Selection Branco 2009

Ano: 2009

Produtor: Vale D'Algares

Tipo: Branco

Região: Tejo

Castas: Alvarinho, Verdelho e Viogner

Preço Aprox.: 10€

Veredicto: A região do Tejo tem-se vindo a modernizar nos últimos anos, tendo surgido diversos produtores que têm elevado o nível médio de qualidade do vinho da região. É o caso do produtor Vale D'Algares, que apresenta a marca em nome próprio e a referência Guarda Rios.

Este Vale D'Algares Selection de 2009 trata-se de um branco que passa por madeira. É composto por um curioso blend de castas, que no conjunto resultam bem conferindo por um lado a acidez necessária, por outro lado, a untuosidade e fruta na medida certa.

De cor amarelo palha,  no nariz apresenta bastante mineralidade. Notas de fruta tropical e citrinas, em harmonia, com um certo floral e a untuosidade conferida pelo contacto com a madeira. Na boca apresenta uma boa acidez, que lhe confere frescura. Apresenta uma boa estrutura, a confirmação da untuosidade, com a amdeira bem integrada no conjunto e final de comprimento médio / longo, agradavelmente persistente.

Um belo exemplar do Tejo, com pendor gastronómico e a sua dose de complexidade.

Classificação Pessoal: 15,5

Sérgio Lopes