domingo, 31 de março de 2013

Sogrape declara 2011 ano Vintage para os seus vinhos do Porto

A Sogrape anunciou esta quarta-feira que declarou 2011 um ano Vintage com os vinhos do Porto Ferreira, Offley e Sandeman e o enólogo Luís Sottomayor disse não se recordar de colheita com vinhos com “uma tão grande estrutura e robustez”. Os 3 vinhos foram feitos com uvas de propriedades diferentes: o Sandeman foi “produzido com uvas provenientes das Quinta do Vau e do Seixo”, o Ferreira tem “uvas da zona do Pinhão, essencialmente da Quinta do Porto e da Quinta do Caedo”, e no Offley foram usadas “uvas da Quinta da Boavista e também da zona do Pinhão”. Estarão disponíveis em Maio. Depois de em 2012 a Sogrape ter sido considerada a empresa do ano, nada melhor que esta notícia, para iniciar 2013 da melhor forma!

Sérgio Lopes

sábado, 23 de março de 2013

Sino da Romaneira Tinto 2008


Ano: 2008

Produtor: Quinta da Romaneira

Tipo: Tinto

Região: Douro

Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz.

Preço Aprox.: 12,5€

Veredicto: Vinho do douro, elaborado com as castas Touriga Nacional (40%), Touriga Franca (30%) e Tinta Roriz (30%). Produzido pela Quinta da Romaneira, o nome “Sino” refere-se ao sino ancestral suspenso sob a entrada da casa principal da Quinta e que surge representado no rótulo da garrafa deste vinho.

Trata-se do vinho de entrada da conceituada Quinta da Romaneira, cujos vinhos são de elevada qualidade e de reconhecimento internacional, até talvez mais que nacional...

Apresenta uma cor violácea. O perfil é marcado pela fruta vermelha madura bem evidente, casada com notas fumadas e alguma especiaria. Na boca confirmam-se os aromas sentidos, apresentando uma frescura e acidez marcantes, terminando longo e persistente.

"Tudo no sítio" num tinto clarmente Duriense, embora a fugir ligeiramente para um perfil mais internacional e que demonstra fielmente a qualidade da Quinta da  Romaneira.

Classificação: 16

Sérgio Lopes

quarta-feira, 20 de março de 2013

Riso Tinto 2010


Ano: 2010

Produtor: Herdade Monte do Vau

Tipo: Tinto

Região: Alentejo

Castas: Touriga Nacional, Sousão

Preço Aprox.: 11€

Veredicto: Ás portas de Beja, junto ao rio Guadiana, fica situada a Herdade Monte do Vau. Projecto pessoal do portuense Miguel Sousa Otto que nas suas caças de perdiz se enamorou pelo local, decidindo-se pela compra do mesmo e dando início à produção de vinho. Neste momento são 5,5 hectares de vinha plantados em 2008 com o objectivo de fazer vinhos de qualidade. Serão sempre produções pequenas para o mundo Alentejano, nunca ultrapasando a meta dos 15 hectares

Este Riso de Sousa Otto & Friends, cujo nome remete para a atitude optimista de quem pretende fazer vinhos de qualidade, é maioritariamente composto por Touriga Nacional (84%), sendo inesperadamente a casta Sousão que compõe a restante percentagem do lote, O Sousão que se encontra sobretudo no Douro (ou na região dos Vinhos Verdes como Vinhão) faz aqui a sua estreia absoluta no Alentejo! Miguel Sousa Otto acredita que a casta em lote com a Touriga ajudará a que o vinho tenha um maior equilíbrio e longevidade. 

E de facto o vinho é uma agradável surpresa. De cor ruby, com laivos avermelhados, o aroma é dominado pela fruta e alguns toques florais, tudo em grande harmonia. Na boca, surpreende pela finura, leveza e boa acidez, que lhe confere uma grande frescura. Com um bom volume de boca, termina persistente e longo.

Um vinho muito diferente do que é habitual encontrar no Alentejo, com uma combinação invulgar de Sousão e Touriga, original nestas bandas. Para ir acompanhando com muita atenção.

Classificação: 16,5


Sérgio Lopes

sexta-feira, 15 de março de 2013

Sidónio de Sousa

De volta às eno-visitas, desta feita para falar do produtor Bairradino Sidónio de Sousa. Fomos recebidos pelo viticultor Paulo Sousa que está ao leme de um projecto centenário e cujo expoente máximo são os seus Garrafeiras, de baga... pois claro. São 11 hectares de vinha, plantadas com as castas Baga, Touriga Nacional, Merlot - nos tintos e Bical, Maria Gomes e Arinto - nos Brancos. Visitamos as vinhas e o local onde existiam vinhas velhas com mais de 90 anos, da casta Baga, que tiveram de ser cortadas...! Foi uma opção difícil de tomar, mas necessária, tal como informou Paulo Sousa. Por isso, o último Garrafeira com uvas dessas vinhas velhíssimas é o lendário Garrafeira 2005. Para além dos tintos Merlot, Reserva (Touriga Nacional + Baga) e os Garrafeira, a aposta é agora mais forte também nos espumantes, ou não estivessemos numa região famosa pelo vinho borbulhante, pelos melhores e piores motivos. O método de vinifcação é tradicional, com recurso a Lagar e utilização de tonéis de madeira de carvalho nacional, de diferentes volumes (4000, 2500 e 3000 litros). Aqui ficam algumas fotos da visita:

As Vinhas
A Adega
A Garrafeira particular
Relativamente aos vinhos provados, começamos pelos espumantes: O Rosé de 2009 e de 2010, feitos ambos 100% de Baga. O 2010, muito mais bem conseguido que o 2009, o que mostra clara melhoria no processo e a evolução desejada - muito mais aromático, mais apurado e delicado, bolha mais fina. Gostei. Depois o branco, feito de Bical, Maria Gnmes e Arinto, naturalmente mais gastronómico que o Rosé. De seguida o espumante tinto bruto super reserva, também ele  100% Baga. Muito bom. Para finalizar, o mesmo espumante tinto, mas de 1999...Uau! Gastronómico, elegante, complexo, excelente. 

Depois da prova dos espumantes, desafiei o Paulo para nos dar a provar o lendário Garrafeira 2005. Não queríamos saír dali sem ter o prazer de provar tal néctar. Voltamos à garrafeira particular sem saber o que nos esperava, quando eis que Paulo Sousa nos surpreende e retira nada mais nada menos que:

Garrafeira 1997
Garrafeira 1988
Que enorme privilégio! Foi um resto de tarde, prolongado até à noite, à volta destes dois vinhos, sublimes, impossíveis de descrever. São estes momentos, únicos e irrepetíveis, que perduram pela vida fora. É fantástico constatar que vinhos com tanta idade (16 e 25 anos respectivamente) só melhoraram com tempo. São deliciosamente complexos! Obrigado Paulo! After all, that's Bairrada!

Finda a visita e efectuadas as respectivas compras, talvez imersos na beleza do momento vivido durante a tarde, com a provas dos Garrafeira, adquirimos uma double magnum do Garrafeira 2005, que por lá ficou, pois é o melhor local para guardar tal preciosidade que será alvo da nossa atenção, quem sabe, daqui por 20 anos, ou mais...

Obrigado ao Paulo pelos momemtos inesquecíveis!

Vinhos Sidónio de Sousa
Largo da Vila, 302
3780-128 Sangalhos
Anadia
GPS: 48º 29' 24,5" N
          8º  28' 07,1" W
Tel: 234746121
Telm: 966597194
Mail: vinhos.sidonio@sapo.pt


Sérgio Lopes

terça-feira, 12 de março de 2013

Herdade do Portocarro Tinto 2008

Ano: 2008

Produtor: Herdade do Portocarro

Tipo: Tinto

Região: Península de Setúbal

Castas: Aragonês, Alfrocheiro e Cabernet Sauvignon

Preço Aprox.: 8€

Veredicto: A Herdade do Portocarro, do produtor José Mota Capitão, localiza-se entre a fronteira dos distritos de Setúbal e Évora, paredes meias com a Ribeira do Sado, é rodeada pelo verde dos arrozais, com a vinha imbutida num horizonte difícil de esquecer, e cuja qualidade das colheitas faz desta herdade, ano após ano, uma das mais reconhecidas da região.

O primeiro contacto que tive com os vinhos do produtor foi na Wine O Clock onde conheci o fabuloso "Cavalo Maluco". Entretanto já provei o seu 100% sangiovese - Anima, igualmente desconcertante. Curiosamente, faltava-me o vinho de "entrada", cujo nome é o mesmo da propriedade, Herdade do Portocarro.

Da colheita de 2008, é produzido através de uma combinação de castas invulgares - Aragonês, Alfrocheiro e Cabernet Sauvignon. De cor ruby, viva, apareceu extremamente especiado e com predominância de fumados e tosta da madeira, no nariz. No dia seguinte, já se mostrou muito mais harmonioso. Certamente que a tosta da madeira e o carácter especiado se mantiveram, mas já apareceram notas de frutos pretos a acrescentar complexidade ao conjunto. Na boca, apresenta uma boa estrutura, alguma componente vegetal e um final agradável e de boa persistência, terminando ligeiramente especiado.


Um vinho que necessita de mais algum tempo, seguramente, em cave, para se mostrar. Gastronómico e singular, prova que em terra de arrozais é possível fazer bom vinho, com longevidade e diferenciação.


Classificação: 16




Sérgio Lopes

domingo, 10 de março de 2013

Vinha da Ponte 2010 alcança 95 pontos em prova de Robert Parker

Considerado um dos vinhos mais emblemáticos da Quinta do Crasto, o Vinha da Ponte 2010 é um “monovinha”, elaborado com uvas desta vinha centenária e apenas engarrafado em colheitas especiais. Após uma rigorosa seleção das melhores uvas da Vinha da Ponte, o vinho é pisado a pé em lagares tradicionais e estagia durante 20 meses em barricas de carvalho francês.

Mark Squires destaca na sua nota de prova que se trata de um vinho “candidato a colheita do ano. Com um início gracioso, demonstra grande potência após oxigenação, mantendo equilíbrio e elegância.” O provador menciona que, apesar das dificuldades sentidas na colheita de 2010, a Quinta do Crasto foi um dos produtores que melhor conseguiu superar o desafio, não apenas no Vinha da Ponte, como em todos os vinhos da colheita de 2010, que apresentam uma excelente relação qualidade/preço.

Ainda não tive a felicidade quer de provar o Vinha da Ponte, quer o Vinha Maria Teresa (com 94 pontos). Se o Vinhas Velhas do Crasto apresenta tal consistência e elegância, ano após ano, estas duas referências, a julgar pelos resultados obtidos, serão a cereja no topo do bolo, para um produtor Duriense obrigatório.


Sérgio Lopes

quarta-feira, 6 de março de 2013

Quinta de Baixo Tinto 2004



Ano: 2004

Produtor: Quinta de Baixo

Tipo: Tinto

Região: Bairrada

Castas: Baga

Preço Aprox.: 5€

Veredicto: Exemplar único, na garrafeira do El Corte Ingles, decidi trazer para experimentar. O ano: 2004. 100% Baga. Para muitos vinhos, seria um risco enorme, provar algo de 2004... mas estamos  na presença de um vinho Bairradino e da casta ...Baga, cuja longevidade e capacidade de evolução, são amplamente reconhecidas. O vinho foi fermentado em lagares abertos e sofreu um estágio em barricas de carvalho francês.

Apresentou uma cor ruby já um pouco esbatida, mas muito pouco. No nariz, as notas vegetais características da Baga, tipo vide, bem como especiarias, dominam o conjunto, por si só em grande equilíbrio. Os taninos estão completamente domados. Na boca, entra fresco, redondo, e com um final longo e extremamente apetecível.

Está num momento de prova sensacional. Mais uma evidência da força da casta Baga, e a um preço fantástico.

Classificação: 16

Sérgio Lopes

domingo, 3 de março de 2013

Casa da Passarela Colheita Seleccionada Tinto 2008



Ano: 2008

Produtor: O Abrigo da Passarela

Tipo: Tinto

Região: Dão

Castas: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro, Jaen.

Preço Aprox.: 2,80€

Veredicto: As 4 castas típicas da região estão lá: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro, Jaen. Os aromas são igualmente muito característicos do Dão e seguem um pouco a linha do reserva anteriormente comentado neste blogue, ou seja, fruta vermelha e notas vegetais, num registo com toques terrosos. Na boca, entra fresco e redondo, focado um pouco mais na fruta, terminando com uma persistência interessante.

Tipicamente Dão, abaixo dos 3€, numa extraordinária relação qualidade-preço.

Um vinho que é uma aposta segura anti-crise e que não deixará ninguém ficar mal, ao ser seleccionado. Muito bem.

Classificação: 15,5

Sérgio Lopes