17,5/20. A rubrica mensal Fora do Baralho pretende falar de vinhos que se destacam pelas suas características únicas - seja pela casta fora do vulgar, modo de vinificação, raridade, etc... E não podíamos começar da melhor forma senão, com este já clássico dos vinhos de Alves de Sousa, o reserva pessoal branco de 2006. Os reserva pessoal são, como o próprio nome indica, interpretações muito pessoais do produtor em relação a vinhos que saem para o mercado já com alguma idade "de garrafa". Também existe o mesmo em tinto que consta terá nascido de um "esquecimento" de umas quantas garrafas em cave e então foi lançado apenas mais tarde, ficando mais de 7 anos em garrafa...
O certo é que este vinho ou se adora ou se odeia, pois um branco com 7 anos está naturalmente oxidado (regra geral).
É um vinho desafiante a todos os níveis, desde logo pela cor dourada que apresenta, conferida pela fermentação e estágio em madeira (e tempo de madeira), Aromaticamente é profundamente complexo, com notas de laranja caramelizada, especiarias e até porque não dizê-lo alguma doçura. Na boca, contudo contra balança essa doçura com uma boa secura, uma estrutura bem grande e um final delicioso. Muito profundo, único e viciante. Apenas tem um senão relativamente a edições anteriores, o facto de estar um pouquinho extraído de mais, mas sem nunca lhe tirar o enorme prazer que dá a beber. Um vinho que não é barato, é certo, mas que devemos provar uma vez na vida. Eu costumo bebericá-lo por si só, a uma temperatura de 12 - 13 graus, embora harmonize muito bem com bacalhau, por exemplo. PVP: 25€. Diponibilidade: Garrafeiras Seleccionadas.
Sérgio Lopes
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