O projeto Chão de São Francisco é um projeto familiar iniciado em 1996. No entanto, apenas nos últimos anos tem tido maior projeção. Produz vinhos DOP Dão provenientes da Quinta Chão de São Francisco, a 5kms da cidade de Viseu com cerca de 8 hectares de vinha, que foi totalmente renovada em 1996 com vinhas novas com castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen, Desta quinta são produzidos os vinhos DOP Dão Chão da Quinta mas também das vinhas de Lafões, da Quinta da Colemia são produzidos os vinhos Chão do Vale, com o desafio de de manter e atualizar um vinho com tanta história, trazendo para a modernidade do séc. XXI. Provamos alguns vinhos deste projeto.
O Chão da Quinta colheita Tinto 2015 é feito de Touriga Nacional e Tinta Roriz e é um Dão robusto e bem acima do que estamos à espera de um colheita, com estrutura e boa fruta, num conjunto equilibrado e a precisar de algum tempo de garrafa (o que é bom). 7€.
O Chão da Quinta Reserva 2015 é feito de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen, sendo naturalmente mais complexo que o colheita. Gostei do conjunto, apesar de a madeira o mascarar um pouco e torna-lo um vinho mais comercial e internacional, retirando a tipicidade do Dão na minha opinião. 10€. O Chão da Quinta Premium Touriga Nacional 2016 é um tinto mais sedoso, cheio e redondo, com taninos civilizados. Contudo, para mim a madeira continua a retirar-lhe um pouco da tipicidade Touriga Nacional. Gostava de ver este vinho com menos madeira, porque o potencial está lá. 13€
O topo de gama Chão da Quinta Signature 2015 revelou-se um grande vinho. Aqui temos um 100% Touriga Nacional a fazer jus à casta e região. Complexo, cheio de fruta preta e violeta, especiaria, num aroma muito bonito. Curiosamente, na boca a madeira aparece muito subtil, a conferir dimensão ao vinho. Bons taninos, sedoso, fruta bonita, conjunto harmonioso e final longo. Muito fresco, apesar dos seu 14 graus de alcool, que não se notam, mostrando-se perfeito para a mesa. 25€.
Finalmente o branco da região de Lafões, Chão do Vale Vinhas Velhas 2017, o que mais gostei juntamente com o "signature" tinto. Vinho contido no nariz, numa primeira fase, com bastante mineralidade e um lado citrino. Alguma austeridade até. Boca com estrutura e muita tensão, apesar da sua elegância. Um vinho com uma excelente acidez e final longo e refrescante. Mais um daqueles casos de excelente companheiro à mesa, até para harmonizações mais arriscadas. Uma interpretação fiel do terroir! Muito bem!10€
Sérgio Lopes
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