segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Melhores vinhos provados 2016 | por Marco Lourenço

Passado o Natal, onde suspeito que se abriram grandes vinhos a acompanhar a ceia Natalicia, em família, eis que estamos na reta final do ano. E na sequência do que fizemos para as escolhas de vinhos para o Natal, voltamos a lançar o desafio aos nossos enófilos apaixonados para seleccionarem, desta feita,  os melhores vinhos provados no ano 2016. Os vinhos de mesa, generosos e bolhinhas que mais impressionaram os sentidos. Alguns são muito difíceis de encontrar, outros nem tanto, mas uma coisa é certa, são todos grandes, grandes vinhos em qualquer parte do mundo. Aqui ficam as escolhas de Marco Lourenço (Cegos Por Provas):



Destaques deste ano... nos brancos, vamos por partes: o Tempo 2015 do Anselmo Mendes que ainda não saiu mas que tive a oportunidade de o provar por duas vezes, já. Após uma prova em que se provou quase tudo o que o Anselmo Mendes já fez (incluindo Alvarinhos antigos), este vinho conseguiu deixar a sala em silêncio, pois é algo de muito diferente, excêntrico e sedutor. é um vinho absolutamente notável; o Soalheiro 2001 que já saiu há muito tempo e na garrafa que se abriu estava colossal mostrando a longevidade da brilhante uva Alvarinho; e finalmente num vinho que me apanhou de surpresa, pela forma simples e directa com que se bebe, fazendo-me gostar mais e mais desta região, Lisboa (principalmente em brancos): o Vale da Capucha Branco 2013 (PVP 10,50€),  um vinho com tudo muito bem composto, na melhor forma possível: o equilíbrio geral conseguido no blend, a largura de boca, a acidez firme, e aquele toque calcário muito subtil que aparece em todos os vinhos dali. e tudo isto de um trago, conseguido de modo muito simples e imediato. E ficaram muitos bons Douro, Dão e Bairrada fora desta lista, pelo que irei ali rezar alguns terços de joelhos e já volto... 


Tintos: do ano 2011 saíram coisas extraordinárias, e nas casas onde isso já é “hábito” o resultado foi o que seria de esperar – vinhos que começam já a dar provas excepcionais, mas que o tempo tratará de aperfeiçoar ainda mais. De entre outros exemplos, posso aqui referir o Abandonado 2011 (Alves de Sousa - PVP 105€) ou o Quinta das Bageiras Garrafeira 2011 (Mário Sérgio - PVP 25€). Optei contudo, por destacar o Dão de António Madeira - a Centenária 2013 (PVP 45€), proveniente de uma vinha com 50 anos salva do abandono, depois de não ter sido podada durante 3 anos. Um vinho muito especial. Alguns Bagas mais antigos estiveram igualmente brilhantes, mas houve uma garrafa em particular que sobressaiu, de um Conde de Cantanhede Reserva 1997

Espumantes: na prova proporcionada pelo Paulo Pimenta estiveram alguns dos melhores espumantes e champanhes que já provei. O Billecart-Salmon Brut 2002, o Louis Roederer Cristal 2006 ou o Pol Roger Sir Winston Churchill 2004 (talvez por esta ordem). Mas o “nosso” espumante Vértice Pinot Noir (PVP 50€) continua a ser uma referência obrigatória, a um preço também ele mais de acordo com a nossa economia, sem deixar de estar à altura de qualquer momento que assim o exija. 


Generosos: tendo eu faltado à singular prova da Barbeito onde se provou, entre outros, o extraordinário Boal de 1863, ficará a minha escolha neste capítulo pelo não menos especial Porto Vintage 1924 da Ramos Pinto (PVP 960€), ou como transformar qualquer pouquinho que nos chega à boca numa panóplia infindável de sensações e sabores, exóticos e desconhecidos, que perduram depois por muitas horas. Um milagre, portanto.

Marco Lourenço


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