segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

From Luanda with Love... As minhas sugestões vinicas para o Natal

A minha estada em terras angolanas limita-me imenso no que a novidades diz respeito. Resolvi por isso escolher de uma forma igualmente surpreendente. Vinhos de colheitas antigas, que poderão ter dificuldade em encontrar, mas que estão num belo momento de forma aqui por estas quentes paragens. Significa isto que a descrição que vou fazer dos vinhos poderá não ser exatamente a mesma de estivesse a provar uma garrafa que não tivesse saído de Portugal.


Existem por aqui muitas bolhas com uma notável evolução, vou-vos indicar um dos últimos que bebi e me deliciou, o Vinha Formal 2009 do Luís Pato. Um blend com 70% de Touriga Nacional e 30% de Bical que sempre se mostrou muito suave e equilibrado, mas agora com notas de frutos secos e ligeiras notas meladas a mostrar que vale bem a pena esperar pelos espumantes. Acompanhará as entradas de uma forma notável.


Para branco, que gosto seja encorpado para bem acompanhar o bacalhau. Costuma ser um Chardonnay quando estou por terras lusas. Aqui escolherei o Quanta Terra Grande Reserva 2008, obtido à custa de Viosinho e Gouveio, evoluiu aqui para tons de cobre brilhante, aromas a mel, manga e mamão, mas também por vezes dependendo da garrafa a torradas bem queimadas como se tivesse acabado de sair da madeira o que é muito curioso. Apesar destas notas que o tornaram mais doce a acidez mantém este vinho num registo que é tudo menos enjoativo. Brilhante!


O tinto, para o caso de o preferirem a acompanhar o nosso fiel amigo, escolheria um vinho alentejano, o Torre do Frade Reserva 2007, feito de Alicante Bouschet, Trincadeira e Aragonez. Provado muito recentemente mostrou a garra da Alicante, com uma acidez notável e taninos ainda bem presentes, notas muito agradáveis a cacau, tabaco, terra molhada além de fruta negra e vermelha muito madura. Aconselho uma decantação prolongada mas controlada…


Para o queijo da serra, que saudades, escolho um Porto LBV de 2007 que apresenta, de uma forma muito marcante, alguns dos aromas que mais aprecio nestes vinhos, notas mentoladas, neste caso de eucalipto associadas a amoras, groselhas maduras e mirtilos. Bom volume de boca que deverá crescer com a ajuda do queijo. Trata-se do Morgadio da Calçada produzido pela equipa da Niepoort e dada a quantidade de borras encontradas não foi por certo filtrado. Aconselha-se pois também aqui uma decantação para deixarem a borra na garrafa.

Hildérico Coutinho

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