Sophia Bergqvist e Jorge Moreira, os rostos do projecto vitivinícola Quinta das Bandeiras / Passagem Wines, trabalham juntos desde 2002, altura em que Jorge se tornou enólogo da Quinta de la Rosa, propriedade duriense que está na posse da família de Sophia desde 1906 e de onde nascem vinhos do Douro e Porto com o mesmo nome.
Ávidas por novos desafios, as famílias Bergqvist (Quinta de la Rosa) e Moreira (Poeira) embarcaram numa fifty-fifty joint venture em 2005. Com o seu projecto familiar encaminhado, era um sonho de Jorge Moreira criar vinhos no Douro Superior, sub-região que oferece um maravilhoso contraste em relação ao Cima Corgo, onde está instalada a sua Quinta do Poeira (Provesende) e a Quinta de la Rosa (Pinhão). Como entusiasta empreendedor, Tim Bergqvist – pai de Sophia – um "jovem" de 80 anos, decidiu investir na aquisição da Quinta das Bandeiras, uma propriedade de 100 hectares localizada no concelho de Torre de Moncorvo, na sub-região do Douro Superior: junto ao rio Douro e na margem oposta à famosa Quinta do Vale Meão.
Quando foi adquirida, possuía apenas sete hectares de vinha (velha), tendo sido plantados 25 hectares na parte de baixo da quinta, mesmo junto ao rio, com a maior predominância de Touriga Nacional e Touriga Franca. No terreno existe uma casa e uma bonita capela, cuja recuperação será o próximo passo.
O nome ‘Passagem’ tornou-se apropriado por várias razões: existe uma linha de comboio com uma passagem de nível abandonada na propriedade; passagem representa também a troca de experiências e vivências no Douro de duas famílias bem distintas, uma inglesa e outra portuguesa. Uma ‘Passagem’ iniciada em 2005, mas cujo primeiro vinho foi lançado em 2008, precisamente um tinto de 2005.
Ao fim de 10 anos o projecto começa a consolidar-se, existindo neste momento um vinho branco, o passagem reserva 2015 (vencedor do troféu do melhor vinho branco do festival de vinhos do Douro Superior), o tinto Reserva 2014 (também premiado), o grande reserva tinto 2009 (a sair lá para Setembro), um Porto Vintage de 2011 e um Porto LBV de 2010 (Ouro no festival do Douro Superior); Todos feitos na Quinta de La Rosa (para já).
Jorge Moreira é sem dúvida, um dos melhores enólogos do Douro. E se os seus Poeira são fenomenais, este projecto vem demonstrar que da adversidade do clima e da região, vem o desafio de adaptar métodos para que a mesma região, com elevado potencial, produza vinhos de excepção. Bravo Jorge Moreira!
Sérgio Lopes
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