quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Radar do Vinho: Quinta do Sobreiró de Cima

Da excitante região de Trás-os-Montes, mais propriamente em Valpaços, encontra-se localizada a Quinta do Sobreiró de Cima. Projeto familiar, na terceira geração, que produz uma grande diversidade de vinhos brancos e tintos, bem como azeites de excelente qualidade. O portfolio é vasto. Tivemos oportunidade de provar algumas das referências, nomeadamente 4 tintos e 2 brancos, que demonstram o potencial da região.

Começando pelos monovarietais tinto, o Quinta do Sobreiró de Cima Touriga Nacional é um bom exemplar daquilo que a casta rainha pode aportar. Sem passagem por madeira, apresenta toda a pureza da casta, com fruta vermelha fresca, corpo médio, elegante e final longo com uma belíssima acidez a equilibrar o conjunto e a pedir por grelhados à mesa. No campo oposto, o Quinta do Sobreiró de Cima Cabernet Sauvignon, tem passagem por madeira e ostenta uns poderosos 15,5 graus de álcool. Um perfil que não é bem o meu estilo, mas que destaco os marcadores da casta, bem evidentes - pimento e uma frescura que consegue disfarçar o álcool. É um vinho potente, com alguma extração, com volume e final longo, que pede por comidas fortes tradicionais portuguesas para brilhar. Os monocastas rondam o preço competitivo de 8,90€.

Os Quinta do Sobreiró de Cima Reserva Branco e Tinto são de uma relação preço qualidade invejável. Ambos super equilibrados, com a dose de madeira certa para lhe conferir untuosidade e o arredondamento necessário. Versáteis à mesa, a um preço fantástico de 6,90€. Imbativel. O reserva branco foi claramente o meu vinho preferido, dos vinhos provados e cujo video da prova, pode ser visualizado abaixo, 

Finalmente, os Quinta do Sobreiró de Cima Grande Reserva. O branco, lote de Códega do Larinho e Viosinho, complexo de nariz, com notas herbáceas, fruta tropical e alguma baunilha. Boca com untuosidade, com a madeira a sentir-se, mas com uma acidez a compensar bem o conjunto, terminando longo. Para um bacalhau, por exemplo, num estilo com um pouco de madeira, mas sem perder a elegância de conjunto.

 

O tinto, carregado de fruta madura, e alguma especiaria. Na boca os taninos são redondos, com uma boca de bom volume com a madeira ainda um pouco impositiva, a pedir comida. Final longo e promissor. A pedir uns assados valentes à mesa. Ambos a um PVP de 11,90€.

Sérgio Costa Lopes

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