Estive estes dias em Terras de Penalva para preparar o lançamento das próximas novidades da prestigiada cooperativa local. Ao almoço, com o nosso Presidente e o enólogo António Pina, vivi mais uma experiência gratificante com um tinto do Dão, da colheita de 1990. Esta colheita é mágica para mim, pois, além de magnífica, foi a primeira em que me iniciei a fazer vinho a solo na minha região natal. Foi na Quinta das Maias e também na Quinta dos Roques, que viriam, ao longo de mais de uma década, a constituir-se como verdadeiros "baluartes" da região. Também foi nesse ano que começou a germinar a ideia de criar uma associação de vitivinicultores da região do Dão - que viria a ser conhecida por VINIDÃO - e que muito contribuiu para a revolução que se operou na região com o movimento dos vinhos de quinta do Dão. Por estas razões e muitas outras que poderiam ser invocadas, não resisti à tentação de propor ao meu Presidente que abríssemos uma garrafa da cooperativa que estava num expositor do restaurante onde fomos. Ele hesitou e perguntou se valeria a pena, pois era capaz de já não estar em condições. Ao olhar para a cor do vinho eu disse logo que o risco seria mínimo e, provavelmente, iria proporcionar exclamações de alegria e admiração. Abriu-se, pois, a dita garrafa, cujo rótulo assustaria qualquer mortal, mas cujo conteúdo o poria logo em sentido.

Há dias de sorte!
Professor Virgilio Loureiro
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