quinta-feira, 31 de agosto de 2017

PORT WINE DAY 2017, de 1 a 10 de Setembro - "Contagiar a Cidade"

O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, I.P. (IVDP) comemora o Dia do Vinho do Porto com programa de 1 a 10 de setembro que culmina com a Sunset Party, um evento aberto ao público, domingo 10, das 17 às 22h, no Jardim das Oliveiras, no Porto.

O 10 de setembro é o Dia do Vinho do Porto. O IVDP chamou Port Wine day às comemorações que marcam a data com um programa a envolver produtores e enólogos, caves, restaurantes e bares locais, comboio histórico e barcos rabelos, convidados internacionais e o público geral. O Port Wine day abrange a semana que o antecede com atividades entre o Douro e o Porto. Este ano, conta ainda com uma prova de Vinho do Porto em Nova Iorque.


A data assinala a instituição da primeira região vitivinícola do mundo, demarcada e regulamentada em 1756, através da criação da Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Douro. O IVDP homenageia anualmente a Região Demarcada do Douro, agora com contornos alargados e inspiração nos percursos do próprio Vinho do Porto.

O Port Wine day estende-se entre o Douro, o Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos com rotas de restaurantes e bares que, a partir de dia 1, apresentam harmonizações com Vinho do Porto respondendo ao desafio “Contagiar a Cidade”. O programa conta ainda com a participação de convidados internacionais que serão recebidos para um fim de semana em quintas no Douro, onde viverão o ambiente, a história e as memórias das famílias e das casas do Vinho do Porto.

Já no domingo, dia 10 de manhã, realiza-se a Masterclass “A Flight of the Sixties”, no Hotel Six Senses Douro, em que serão provados Vinhos do Porto da década de 60, a apresentar pelos enólogos das respetivas Casas. Depois, o regresso ao Porto faz-se no comboio histórico The Presidential. Ao principio da tarde, é a Regata de Barcos Rabelos, a que se pode assistir das margens do Porto e de Gaia e as comemorações têm o seu ponto alto na Sunset Party, no Jardim das Oliveiras, entre as 17h e as 22h, terminando o dia num evento aberto ao público.

Todo o progarama disponível em: https://portwineday.pt/pt

Sérgio Lopes (in Press Release)

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Fim de Semana em grande: Vindouro e Feira de Vinho do Dão!

O próximo fim-de-semana, a coincidir com o inicio do mês de Setembro vai ser em grande para os enófilos a norte e centro do país, que vão poder contar com 2 eventos vínicos de grande qualidade: O Vindouro em São João da Pesqueira e a Feira de Vinhos do Dão, em Nelas.


A VINDOURO – FESTA POMBALINA estará de volta, dias 2 e 3 de Setembro, a São João da Pesqueira, o concelho que possui a maior área de vinha classificada como Património da Humanidade.

E não faltam excelentes pretextos de visita. Desde logo, a presença de produtores de vinhos DOC Douro e do Porto, que no Museu do Vinho de São João da Pesqueira apresentam novidades e rótulos de referência. E para assinalar mais uma vindima, à melhor tradição da região serão novamente realizadas lagaradas tradicionais, para as quais contribuem os produtores representados no evento. O programa contempla ainda a realização de conversas sobre vinhos, conduzidas por especialistas, bem como música de grande qualidade a animar os serões: Os Azeitonas atuam no sábado, 3 de Setembro enquanto na noite seguinte, sobe ao palco António Zambujo.

VINDOURO – FESTA POMBALINA é uma organização da Câmara Municipal de João da Pesqueira, com produção da Revista de Vinhos -  A Essência do Vinho, Beira Douro e Cryseia. O programa detalhado e informações adicionais estão disponíveis em www.vindouro.com


A já clássica Feira do Vinho do Dão regressa a Nelas, como é habitual no primeiro fim-de-semana de Setembro. De 1 a 3 de Setembro, a Praça do Município volta a encher-se com dezenas de expositores de vinho, artesanato, gastronomia e muita animação para miúdos e graúdos.

Tendo como mote o vinho do Dão, após 25 anos, a Feira do Vinho do Dão é mais que uma mostra de vinhos, é a mostra de toda a região, com uma programação pensada para todos os tipo de público com vários workshops, espetáculos lúdicos, provas gatronómicas e de vinhos, exposições, música etc, reunindo os melhores produtores da região numa experiência sensorial única!

Todas as informações em http://feiradovinhododao.pt/


Sérgio Lopes

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Em Prova: Vertice Cuvée Espumante Bruto


16,5/20. Voltei a este espumante recentemente, um daqueles valores seguros de uma casa que produz grandes vinhos durienses e é também uma referência nos espumantes, de elevadíssima qualidade - caves transmontanas. Esta edição do Vértice Cuvée, um espumante bruto sem designação de ano, integra as colheitas de 2009, 2010 e 2011, estagiados em inox e em barricas de carvalho francês usadas. De seguida, passou por um estágio superior a 3 anos em garrafa, que culminou com o dégorgement em finais de 2015.

Neste momento está delicioso, com mousse fina, mas a demonstrar que estamos na presença de um espumante bruto, com uma bela estrutura. Complexo, com frutos secos, brioche e alguma maçã. termina longo e com uma acidez crocante. Para beber a solo, mas também à mesa, uma vez que apresenta um pendor gastronómico. P.V.P.: 13,90€ . Disponibilidade: grandes superfícies.

Sérgio Lopes

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Em Prova: Morgado de Santa Catherina Reserva


17/20. Desta feita, não coloquei, no titulo deste post, menção ao ano de colheita do vinho. Foi propositado, pois considero o Morgado de Santa Catherina Reserva Branco,  um valor de qualidade constante, ano após ano, um verdadeiro blockbuster, no campeonato dos vinhos brancos abaixo de 10€. Trata-se de um Arinto, de Bucelas, região onde a casta se exprime de forma ímpar e passa por madeira nova, o que lhe confere uma complexidade extra muito interessante. Madeira que "pega" na frescura e lado citrino do Arinto e lhe aporta um lado mais "gordo" (e gastronómico) que com o passar dos anos se transforma numa adoravel complexidade, com deliciosas notas limonadas e até amanteigadas, junto com especiarias. É pois esse o momento em que gosto de beber este vinho, com alguns "anos" em cima (neste momento ando a beber o 2011 e 2012 e podem se guardar ainda mais tempo), mas se não conseguir resistir, beba a colheita mais recente no mercado, a do ano de 2015, mas não se esqueça de ir guardando umas quantas garrafas para deleite ao longo dos anos, com este vinho. PVP: 9,50€. Disponibilidade: Grandes Superfícies.

sábado, 19 de agosto de 2017

É este o teu vinho, Jack?!


Hugo Mendes, enólogo da Quinta da Murta e Quinta das Carrafouchas, entre outras, maioritariamente da região de Lisboa, pode não ser logo identificado pelo comum dos mortais, mas toda a gente que anda à volta do vinho o identifica, seja pelas convicções fortes que apresenta (e os belos vinhos que faz) ou pelos videos que vai colocando na net onde o o personagem "jack" lhe permite de uma forma algo cáustica e divertida, extravasar o que lhe vai na alma. É pois um homem com uma forte penetração nas redes sociais.


Tirando partido disso mesmo, decidiu fazer algo inédito: Disponibilizar 800 garrafas do seu primeiro vinho em nome próprio - Lisboa by Hugo Mendes, em venda antecipada pela net, a um preço mais baixo, de um total de 2600 garrafas numeradas. Risco grande, exposição garantida. Mais, Hugo Mendes subverteu de alguma forma o processo, ou seja, um vinho desperta emoções e conta histórias, ora Hugo Mendes conseguiu contar uma história à volta do vinho, muito ante deste saír, criando uma expectativa enorme à volta do projecto. E o vinho é consensual? Não é, mas felizmente tem tido belíssimas críticas.

Trata-se da sua interpretação da região de Lisboa, um vinho branco com Arinto e Fernão Pires em partes iguais. Lembro-me da primeira vez que o provei e senti um misto de sensações - estranhas, pois o hype criado era enorme e precisei de provar de novo e de novo... gostei e gostei mais e acredito que o vinho ainda tem muito para dar. Para já, embora considere que precisa de tempo para casar as duas castas, adoro o registo leve e fresco, muito fino do vinho. Com uma acidez presente mas delicada a aportar uma certa finesse e complexidade ao vinho. Pouco álcool, 11,5º, o que é óptimo e um corpo médio a segurar todo o conjunto, bebe-se sem dar conta! Diria que falta apenas um final mais acutilante, mas acredito que virá com o tempo, pelo que sendo um dos patronos, guardei as minhas restantes garrafas para comprovar isso no próximo ano. Até lá, não coloco nota de prova, pois acho que é injusto, nesta fase do vinho. Para o ano volto, Jack, e escrevo a nota, yah?

Sérgio Lopes

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Em Prova: Bons Ares Branco 2013


16,5/20. Proveniente do Douro Superior, mais propriamente de Foz Coa, este é um branco da casa Ramos Pinto, consistente ano após ano. Talvez seja da altitude, talvez seja do solo granítico, o certo é que se trata de uma referência abaixo de 10€, de enorme qualidade, que se pode beber no próprio ano ou então guardar à vontade umas garrafas e ir verificando a sua evolução ao longo dos anos. Provado Bons Ares do ano de 2013, temos um vinho cuja base se mantém com Viosinho, Rabigato e Sauvignon Blanc, sendo que 10% do lote fermentou e estagiou em barricas por 8 meses. Mineral, fresco, elegante, com notas citrinas misturadas com algumas notas vegetais e florais. Grande acidez, boa estrutura de boca, muito agradável no palato e de pendor gastronómico, com um final longo. Esta garrafa era filha única e deu enorme prazer a beber. PVP: 8,5€

Sérgio Lopes

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Em prova: Quilate Douro Reserva Tinto 2015

16/20. Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinto Cão e Touriga Franca. Fermentado em lagar, 50% do lote estagiou em barricas de carvalho francês. Vinhas de altitude.

Aroma muito fresco, com fruta igualmente fresca, muito puro e algum toque apimentado, embora muito leve. Grande mineralidade ou será frescura? 

Boca de corpo médio, focada na fruta, com a barrica bem integrada apenas a aportar os taninos suaves, certos, para limar arestas.

Termina agradável e de pendor gastronómico.

Completamente o oposto de um vinho extraído (felizmente). Aqui o que interessa é uma certa elegância de conjunto, o que se consegue.

Contudo, no campeonato dos vinhos a rondar os 10€, há inúmeras escolhas, pelo que sendo uma produção pequena, terá de encontrar o seu nicho de mercado. PVP: 9,90€. Disponibilidade: Restauração.

Sérgio Lopes




sábado, 12 de agosto de 2017

Radar do Vinho: Quinta do Tamariz

Quando penso em vinho verde, não é de Barcelos que me lembro em primeiro lugar, embora tenha grandes recordações dessa belíssima região, onde residem familiares e cujas memórias de infância remontam para os dias em que havia a matança do Porco e todo um ritual à volta do evento. Era um dia inteiro de comes e bebes, entre Rojões, papas de sarrabulho e claro... vinho verde. Contudo, sempre achei que a região de Barcelos era uma região do vinho verde de quantidade, aquele com gás e de venda à porta das adegas - fresco, frutado e ácido, mas sem muito mais para contar. Pois, na Quinta do Tamariz, não é assim. 

Na Quinta do Tamariz, localizada em Barcelos, há uma ampla tradição vinícola, sendo uma empresa de cariz familiar que se mantém na mesma família, hoje gerida pela 4.ª geração. António Nunes Borges foi o fundador em finais do século XIX, um banqueiro que decidiu expandir a sua atividade, inicialmente centrada no prestigiado banco Casa Borges & Irmão, para a exportação de vinhos feitos nas suas quintas. Mais tarde, em 1926, a sua filha Lúcia Vinagre investe num forte desenvolvimento vitivinicola, continuado pelo seu filho, sendo hoje conduzida pelo seu neto Dr. António Borges Vinagre, que tivemos o prazer de conhecer na visita.

Em finais do século XX, mais propriamente a partir da década de 80, começa o processo de reestruturação das vinhas, com particular incidência na casta Loureiro, tendo sido plantadas posteriormente as castas arinto e alvarinho, entre outras. Do seu portfolio constam vinhos, espumantes e aguardentes vínicas velhas. São 35 hectares de vinha e 90 anos de história!

Fomos recebidos pela simpática Sofia Lobo e pela enóloga Francisca Vinagre, na loja da quinta, onde ficamos a conhecer a história da quinta e da família. Por mero acaso e com grande felicidade juntou-se a nós o homem do leme, o patriarca da família, Dr. António Vinagre que logo nos acompanhou até à adega onde iríamos começar a prova. Mas antes, foi tempo de visitar a cave onde repousam as aguardentes velhíssimas.


Iniciamos então a prova do portfolio completo da Quinta do Tamariz. Todos os vinhos provados apresentaram um denominador comum: Acidez elevadíssima (as vezes até no limite), o que lhes confere enorme longevidade, frescura proveniente dos solos graníticos e pendor gastronómico. E nada de gás...ufa! Provamos as colheitas de 2015 e meus amigos, só agora estou a começar a beber os vinhos comprados (e com grande prazer).

Quinta do Tamariz Loureiro Escolha
A casta ex-libris da casa. Floral e cítrico, acidez marcante, corpo médio, pouco alcool (11,5) e muita frescura. Boa RQP. Um daqueles vinhos para se ter sempre no frigorifico. No entanto, não pensem que estarão na presença de um Loureiro frutadinho... nada disso. Aqui há alguma austeridade que lhe confere um pendor bem gastronómico. 16/20. 4,5€

Quinta do Tamariz Alvarinho
Muito delicado e leve, mas com um acidez por trás que lhe dá balanço. Diferente do que estaríamos à espera de um Alvarinho. mas também estamos em Barcelos. Gostei bastante do lado fino que este vinho apresenta. Mais uma vez apenas 12º de alcool. 16,5/20. 7,5€

Quinta do Tamariz Arinto
De novo notas citrinas e alguma fruta branca. Com corpo e final médios, mantém o registo de frescura comum a todos os vinhos. Um bom exemplar da casta Arinto, da região dos vinhos verdes 15,5/20. 6,5€

Quinta do Tamariz Grande Escolha 2013
Por algum motivo está no mercado o 2013... E porquê? Porque os vinhos da Quinta do Tamariz precisam de tempo e este blend das três castas acima mostra agora um vinho cheio, equilibrado, com acidez ajustada e final longo. Tipicidade de vinho verde sem ser agressivo. Muito bem. 16/20. 6,90€.

Provamos ainda dois espumantes, ambos brutos, o branco feito 100% de Arinto e o Rosé 100% de Touriga Nacional. O branco intenso e com muita frescura e mousse de qualidade (15,5/20); O Rosé mais leve e delicado como se pretende (15/20). Ambos bastante interessantes. PVP 10€.

Ficou a faltar provar o verde tinto, feito exclusivamente de vinhão, mas trouxe uma garrafa para casa para experimentar. E claro, as aguardentes, cujo destaque vai para a aguardente 100% de Loureiro, de 2001 com uma produção de apenas 500 garrafas. Algo a merecer por si só seguramente um comentário à parte. No final ainda trouxemos MUITA laranja boa do pomar da quinta, pois nem só de vinho reza a Quinta do Tamariz.


QUINTA DO TAMARIZ
Rua de Cantim, 106 ,
4775-091 Fonte Coberta | Barcelos

GPS 41º29’2.42N, 8º33’29.70W
Telefone: +351 252 960 140

Sérgio Lopes


terça-feira, 8 de agosto de 2017

Em Prova: Areias Gordas Branco 2000



Proveniente de Salvaterra de Magos - Tejo e feito de Fernão Pires, Arinto e Trincadeira das Pratas, com apenas 12° álcool.

Cor dourada, aroma complexo e difícil de descrever a sugerir frutos secos e algumas notas terpénicas.

Na boca é gordo, expressivo, com uma vivacidade impressionante. Termina longo deixando uma remanescente frescura ácida no palato e língua. 

Belíssimo vinho! 

Que chega aos 17 anos com bela saúde e com previsões de se manter!




Jorge Neves (Wine Lover)

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Em Prova: Vinha Formal Espumante Bruto 2009


16,5/20. Topo de gama do produtor Luís Pato, feito de Touriga Nacional (70%) e Bical (30%) criadas na vinha com o mesmo nome - Vinha Formal, da primeira vindima das suas vinhas. Com fermentação em barrica usada por um mês, passa 9 meses em garrafa antes do degorgment. Trata-se de um espumante muito bem feito e bem agradável. Notas de evolução (boas), bolha fina, vínico, boa mousse. Muito delicado e elegante. Tivesse um final mais longo e seria um caso MUITO sério! Ainda assim, vale bem a pena. PVP: 17,5€. Disponibilidade: Jumbo.

Sérgio Lopes