segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Os Melhores Vinhos Provados em 2018 - por André Antunes

Tive a sorte de em 2018 ter provado muitos vinhos, de todas as cores e feitios, e não seria por isso uma tarefa fácil indicar os que eventualmente seriam os melhores. Creio ser melhor falar um pouco daqueles que mais me emocionaram, e que ainda perduram na memória.
Começo por um fantástico Tempo do Anselmo Mendes, profundo, complexo e poderoso como raramente encontro em brancos nacionais. A verdade é que era séptico em relação a ele devido ao elevado preço, mas depois de o beber por duas vezes creio que se há branco que justifique por cá essa extravagancia, será este. Menção também para o Muradella 2010 de José Luis Mateo (Monterrei), pela sua profunda mineralidade e o mostrar que é possível fazer algo fantástico com a Trajadura (Treixadura na Galiza). Finalmente merecem uma palavra o Maison Pierre Overnoy Savagnin 2011 (o Jura no seu esplendor), Imanol Garay Ixilune 2016 (Pirinéus num copo) e Quinta da Serradinha 2012 (quem disse que os naturais não sabem envelhecer?). 

Nas bolhas, poderia destacar vários champagnes de pequenos produtores, qualquer um deles a respirar terroir por todos os lados. Mas fico-me por um Pol Roger 2002, de gás muito ligeiro mas com uma complexidade e equilibrio que fariam corar muitos vinhos tranquilos.

Nos tintos, não poderia nunca deixar de falar do Zafirah 2017 do Constantino Ramos. Um vinho de trago fácil, de enorme prazer, e que nos mostra que os tintos minhotos não precisam de ficar presos a estereótipos. E também do Vide 2016 do Vítor Claro, pela leveza e frescura estonteantes, um Alentejo muito diferente, e um vinho de pura emoção. Nota ainda para o Domaine de La Côte Sta. Rita Hills 2014 (Califórnia) e o Atelier Tormentas Fulvia 2015 (Brasil), dois Pinot Noir incriveis e que mostram que o Novo Mundo também nos pode trazer elegância. Deixo ainda uma palavra para o Mouchão Tonel 3-4 2011 (potência controlada), Gouvyas Clarete 2016 e Aphros Phaunus Palhete 2017 (“bebilidade” extrema) e Eulogio Pomares Castiñeiro 2017 (O Espadeiro não é só para rosé...). 

Para terminar, apenas um generoso, e talvez não o mais óbvio. Das Bodegas Sanches Ayala (Sanlucar de Barrameda), o Amontillado Viejo Don Paco, um Jerez impressionante pela potência, concentração e notas salinas e iodadas. Não será para todos os gostos, mas a mim deixou-me boquiaberto. 

Espero que se se cruzarem com algum destes vinhos, vos dê tanto gozo a bebê-los quanto a mim! Feliz 2019!

André Antunes (Restaurante Delicatum)

domingo, 30 de dezembro de 2018

Os Meus Vinhos Provados em 2018 - por Luis Pádua

O final do mês de dezembro é sempre altura de arrumações e reflexões. Preparar a vinda de um ano novo, que se espera que seja pelo menos tão bom e cheio de experiência como este o foi. Fazer o balanço do que provei e bebi em 2018 é um exercício de extrema dificuldade. Escrever isto até parece um lugar comum mas não o é. Este ano foi recheado de grandes momentos de convívio, em que fui agraciado com a possibilidade de participar em vários eventos que muito contribuíram para enriquecer o meu conhecimento sobre o vinho. Desde uma única vertical de Esporão Reserva tinto a aulas sobre vinhos galegos, passando por uma prova conduzida pelo Domingos Soares Franco sobre Moscatéis de Setúbal, tive ao longo do ano a possibilidade e fortuna de experienciar vários momentos únicos. Tudo isto só torna o exercício de recordar e selecionar os melhores dos melhores mais difícil.

Mas como em tudo na vida, há que fazer um ranking e como tal, cá vão os que mais se destacaram para mim: Comecemos este ano pelos meus destaques de bolhas. E o destaque primeiro vai uma dupla feita com Alvarinho. Com origem na Quinta de Melgaço, os QM Super Reserva e o Velha Reserva são dois grandes espumantes com base de Alvarinho. O Velha Reserva, com 36 meses de estágio, é para beber de olhos fechados tal é a sua complexidade. Da Bairrada, fiquei rendido ao Pinot Noir de Campolargo. Grande mouse, gordo e envolvente, um espumante de refeição. E por fim, um champanhe. O Jacqueson Non Dosé 1989, mais um ícone de bom champanhe. Elegância a um nível extremo, como uma peça de alta costura, para apreciadores!


Depois de brindarmos ao ano, passemos aos Brancos. E que Brancos de exceção tive a oportunidade de beber este ano. Listar os que mais se destacaram foi difícil, muito difícil mesmo. Ainda assim, cá vão aqueles que mais prazer me deram a beber: De Espanha o Finca a Pedreira Albarino 2016 e o Pazo Señorans Selección de Añada Blanco 2009. Este último, que hino à arte de fazer albariño com grande capacidade de guarda. Em Portugal, e começando pela região mais a Norte, veio o Quinta do Regueiro Barricas 2014. Que capacidade de envelhecimento impar do Alvarinho, quando bem tratado. Do Douro vieram grandes brancos, todos com elevada estrutura, madeira muito bem integrada e alguns a mostrarem já uma excelente evolução. Desta região destaque para o Maritávora Reserva 2006, Vinha do Martim 2016 e o Lacrau Garrafeira 2013. Do Dão, tantos e bons mas o destaque foi o Maria João Private 2012 e o Passarella Villa Oliveira Encruzado 2014. De Lisboa, um clássico pouco conhecido e ainda menos produzido, o Casal Figueira António 2012. Do Alentejo, região que produz vinhos Brancos de grande volume mas com frescura, os meus destaque foram para 3 produtores. Esporão, com o PS2015 e o Reserva 2011; Terras de Alter, com o Telhas 2014; e o Pêra Manca 2013 e 2015. Um denominador comum a todos estes vinhos portugueses, um excelente equilíbrio com a madeira, que lhes proporcionou um elevado volume de boca mas ao mesmo tempo frescura e acidez. Mas para mim, o Branco do ano venho de França. Que me perdoem todos os produtores nacionais que me deram grandes Brancos a beber, mas este Domaine Henri Boillot Puligny Montrachet 2010, tirou-me do sério. Ainda hoje sou capaz de fechar os olhos e recordar todos os segundos de prazer que me proporcionou…

Se falar dos Brancos e fazer uma lista final já foi difícil, no caso dos Tintos é um exercício ainda mais complicado. Começando pelo Douro, vinhos com alguma extração, concentração, os melhores foram o Raul Riba d’ave Vinhas Velhas Reserva 2014, o Quinta do Vesúvio 2009, Gouvyas 2001 e Quinta de Cidrô Marquis 2007. Mas o Raul Riba d’Ave, quase que se mastiga o vinho… Do Dão, os destaques foram Rodeio 2004, Conde de Santar 2009, Falorca Garrafeira 2003… Este último, um jovem ainda… De Setúbal, 3 grandes tintos. O Horácio Simões Grande Reserva 2015, Cavalo Maluco 2007 e o Anima 2004. Alentejo. Terra normalmente associada a vinhos quentes, pesados… Que erros meus caros. São vinhos cada vez mais elegantes, estrutura e volume de boca. E nada pesados! Desta grande região, os meus destaques foram para o Júlio Bastos Grande Reserva 2013, Blog bivarietal 2015, Menino António 2014 e o Solstício 2012. E que dizer de um Adega Cooperativa de Portalegre 1985? Um vinho engarrafado em 1987, a propósito de uma visita de Mário Soares à cidade… De Itália, a oportunidade de beber um Michele Chiarlo “La Court” Barbero 1996, um tinto que muito me surpreendeu Mas o meu vinho do ano… veio do Douro e foi o Vinha Maria Teresa 2011, da Quinta do Crasto.


E chegamos ao final da refeição, ou melhor, dos melhores do ano. E como qualquer boa refeição, passemos aos Licorosos. Portos, Moscatel e Madeira. De Setúbal, veio o Alambre 20 anos, um belo exemplar desta casta. Da Madeira, cada vez mais fã dos vinhos mais secos, os destaques foram o Barbeito 10 anos Verdelho e o Blandy’s 20 anos Terrantez. E nos Portos. Fazer uma lista de destaques, quando se beberam grandes colheitas, Tawny e Vintage é difícil. Mas ainda assim, colheitas destaque para o Krohn Colheita 78 e 82, e o DALVA Colheita 85, nos Tawny, o Messias 40 anos e o Pormenor 10 anos, e nos Vintage, o Taylor’s 85 (obrigado Tozé!). Mas o destaque dos destaques, o best of the best, foi o Borges Vintage 63. E não preciso de dizer mais nada… é inacreditável a forma como um Vintage chega aos 55 tão jovem e fresco…

Luís Pádua (Wine Lover)

sábado, 29 de dezembro de 2018

Os Meus Vinhos Provados em 2018 - por Duarte Silva

Este ano provei os dois melhores vinhos da minha vida, tanto em branco como em tinto numa grandiosa prova no Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão. Esses foram os inigualáveis Branco 1963 – que tinha um aroma incrivelmente jovem e uma boca descomunal de citrina e mineral com uma acidez brutal mas perfeitamente saudável e o Tinto 1958 – com um aroma fresco e cativante e com uma boca de classe em estado puro e com uma vivacidade inacreditável. Qualquer um destes vinhos parecia muito mais novo do que era e podia-se bater com qualquer grande vinho do mundo. Claro que estes vinhos são ultra-raros e muito difíceis de conseguir provar. 

Vinhos mais facilmente disponíveis e que me surpreenderam foram em brancos o Kompassus Private Collection Branco 2014 com meio corpo, madeira quase imperceptível, só a dar um pouco mais de complexidade, com uma acidez brutal e um lado salino também muito cativante e viciante (vinho um pouco difícil mas grandioso para quem gosta deste estilo). Estou também ansioso por beber o novo Vale dos Ares Vinha da Coutada, pois foi o vinho que mais me surpreendeu na White Experience, a par do Pequenos Rebentos Selvagem

Ao nível de tintos, os que mais gostei foi o Barca Velha 2008, vinho muito fresco com potência e muito longo e incrivelmente também o Mouchão Tonel 3-4 2011 pois, ao contrário do que previa ano passado, já dá uma grande prova, desde que decantado com antecedência. Bem mais barato do que estes dois, posso destacar o Pape 2008, Sidónio de Sousa Garrafeira 2005 e o Mouchão 2007. E não podia acabar sem falar do Colares da Real Companhia Vinícola de 1964 que estava monumental e com uma frescura surpreendente para os seus 54 anos. 


Nos licorosos, o meu destaque vai para o Madeira Blandys Terrantez 1980 que se aproximava de um meio doce a meio seco com bastante acidez e classe. Um mais barato e acessível e que me deu um grande prazer foi o Barbeito Tinta Negra 2004, que é um meio seco incrivelmente fresco e cativante. 

Nos espumantes é que foram poucos os provados, sendo que em Portugal continuo a preferir o Vértice Gouveio, desta vez a colheita de 2008 e claro que também adorei o Pinot Noir 2008. Em champanhes o que mais gostei foi o Collet vintage 2008 com um equilíbrio muito bom entre potência e elegância com frescura.

Duarte Silva (Cegos por Provas)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Os Meus Vinhos Provados em 2018 - por Paulo Pimenta

Mais uma vez aceito o desafio do Sérgio Lopes para apresentar as minhas escolhas vínicas do ano de 2018. Desta vez só escreverei sobre vinhos nacionais. Ao longo deste ano tive oportunidade de provar mais de mil vinhos diferentes, talvez por isso a escolha seja sempre tão difícil a todos os níveis. 


A minha seleção em espumantes nacionais recaiu em dois exemplares, Douro e Bairrada, cheios de personalidade e capazes de se bateram com o que melhor se faz por esse mundo fora. O prolongado estágio a que foram submetidos confere-lhes muita complexidade, a frescura e acidez que revelam são excelentes companhias para a mesa: Murganheira L'esprit de la Maison Extra Bruto 2011 e Caves S. Domingos Elpídio 80. A minha escolha recai sobre o primeiro. 

Ao longo deste ano provei vários vinhos brancos nacionais que facilmente podiam estar no lugar mais alto do pódio. Podia sugerir o Quinta da Covela Fantástico, o Quinta da Passarela de rótulo preto, o tal que congrega cinco colheitas diferentes da casta encruzado, pela capacidade de expressarem de uma forma marcante o “terroir” e as castas de onde provêm. No entanto, aquele que mais me surpreendeu foi, mais uma vez, o Anselmo Mendes Tempo. Um vinho feito a partir da casta Alvarinho usando a técnica da curtimenta.

Nos tintos, a escolha é um pouco mais fácil. Gosto de vinhos com pouca madeira, pouco extraídos e com níveis médios de álcool. Neste contexto provei 4 vinhos que se enquadram neste perfil e mais um que me desafia de cada vez que o provo: Herdade do Mouchão Tonel 3-4 2011. Os outros 4 são: Mapa Vinha Cristina 2014; Quinta da Boavista Vinha do Ujo 2015; Luís Pato Quinta do Ribeirinho Pé Franco 2011 e Kompassus Gene 2007. Muito embora os vinhos anteriores se tenham evidenciado de uma forma superior, nenhum deles atingiu o patamar do Luís Pato Quinta do Ribeirinho Pé Franco 2011. É um vinho monumental, cheio de profundidade e elegância. Uma grande Baga. 

Por fim, gostaria de destacar dois vinhos fortificados: Borges Vintage 1963 e Niepoort Vintage 1863. Escolho o segundo devido à sua maior complexidade e história associada. Recentemente foi vendido em leilão por 128 mil dólares. É obra. Foi um ano memorável!

Paulo Pimenta (Wine & Stuff)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Novidade: Falua Reserva Unoaked Tinto 2015

A Falua lançou uma gama premium de vinhos: Falua Reserva Unoaked Tinto 2015 e Branco Reserva 2017 - As novas referências do produtor da região do Tejo, sediado em Almeirim. cujo capital foi na sua maioria adquirido pelo Grupo Roullier em 2017, têm assinatura da enóloga Antonina Barbosa e da sua equipa.

Provado o tinto há dias, foi uma agradável surpresa! 100% Touriga Nacional, é um vinho de "puro terroir", segundo a enóloga (calhau rolado e areia) e de facto confirma-se.

O vinho não sofreu qualquer tratamento ou filtração com o objectivo de dar a conhecer a casta da vinha de onde provém, em particular.O Falua Reserva Tinto Unoaked (sem passagem por madeira) 2015,  apresenta-se muito equilibrado, com notas florais e fruta preta, mas sem os exageros que às vezes se encontram nos vinhos estreme da casta. A boca apresenta bom volume, mineralidade, taninos macios, muita frescura e um final longo e sumarento. 

Foi um par perfeito para o Cabrito de Natal e de agrado geral! Mais uma excelente surpresa da região do Tejo, região que tenho vindo a descobrir e a apreciar cada vez mais. A Acompanhar. PVP: 13,5€.. Garrafeiras.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Nova imagem dos vinhos Borges Reserva e Lançamento da II edição do Borges Grande Reserva


A Sociedade dos Vinhos Borges renovou a imagem da gama Borges Reserva, que reflete a antiguidade da marca e o caráter dos vinhos. Esta novidade acompanha a aposta no aumento qualitativo da gama, com produções mais reduzidas.

Na nova imagem, a marca Borges apresenta-se reforçada como símbolo de prestígio e qualidade, com a recuperação da insígnia em relevo modulado das duas águias unidas, tendo sobreposto um ornato - com as iniciais V e B no centro - um regresso às origens da marca e ano de fundação – 1884. Por outro lado, salientam-se os acabamentos premium e os apontamentos dourados e prateados, identificando tinto e branco, respetivamente, enobrecem o conjunto, que vestem uma garrafa superior, troncocónica e elegante.

Esta renovação da imagem acompanha o lançamento das novas colheitas para o mercado: Borges Reserva Douro Branco 2017 , Borges Reserva Douro Tinto 2015, Borges Reserva Dão Branco 2017 e Borges Reserva Dão Tinto 2015. Todos os vinhos da gama Borges Reserva serão comercializados apenas em caixas de madeira de três unidades, sendo que os PVP recomendados são 19,50€ para os tintos e 15,50€ para os brancos. 

A apresentação dos vinhos decorreu no restaurante Gaveto, em Matosinhos, onde os vinhos provados efetuaram uma maridagem perfeita com um Sargo Assado no Forno e um Bifinho delicioso, como é apanágio deste grande restaurante amigo do Vinho e da excelente cozinha. 

Todos os vinhos se mostraram bastante gastronómicos e com um selo de qualidade superior. O Borges Reserva Douro Branco 2017, com um belíssimo ataque de boca, encorpado e untuoso, a precisar de tempo em garrafa, mas já a mostrar uma boa prova; o Borges Reserva Dão Branco 2017 - o meu preferido, com a madeira muito bem integrada, fresco e elegante, muito equilibrado e com uma gordura de boca a conferir grande profundidade; Nos tintos, o mesmo perfil entre Douro e Dão, ou seja, o Borges Reserva Douro Tinto 2015 com mais volume de boca, mais potente, mas um pouco menos intenso que o Dão, até com a madeira um pouco mais em evidência - um vinho muito bem conseguido sob o ponto de vista comercial; Já o Borges Reserva Dão Tinto 2015, muito fresco, com belíssima acidez, elegante, de taninos macios e a madeira bem integrada, de final longo e com apenas 12,5º de alcool. Muito bem. Todos os vinhos sem adstringência ou extração, pelo contrário, a mostrarem elegância e frescura.

Borges Grande Reserva Tinto 2015

Para o final estava reservada a apresentação e lançamento do Borges Grande Reserva Tinto 2015, a segunda edição deste icon, lançado pea primeira vez em 2005. 

Um vinho feito de Touriga Nacional, Titnta Roriz, Touriga Franca e Tinta Amarela, de vinhas com mais de 30 anos, provenientes da Quinta da Soalheira. feito em lagar e com passagem por barricas de carvalho francês durante 30 meses. 

Um vinho super complexo, intenso, de corpo volumoso, com taninos frimes, mas sem exageros, denso, que enche a boca por completo e que neste momento é um verdadeiro "menino". Um grande Douro já, mas que se perspectiva vá melhorar e muito nos próximos 10 anos. 

Apenas 3238 garrafas produzidas de um vinho com PVP recomendado de 70€. 

Terminou assim de forma brilhante o evento dos vinhos Borges.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Sugestões para o Natal - Vinhos Fortificados

Com o aproximar da época das festas - Natal e Ano Novo, começamos a pensar quais os vinhos que iremos escolher para acompanhar o bacalhau na noite da consoada - e se será branco ou tinto, quais os vinhos generosos que farão companhia à tradicional oferta generosa de sobremesas e doçarias tão características da época, ou qual o bolhinhas com que iremos brindar à chegada do ano de 2019. Pois bem, o Contra-rotulo lançou o desafio a alguns dos wine lovers habituais para ajudarem os nossos leitores, nesta difícil escolha. Aqui ficam as sugestões:


IV. VINHOS FORTIFICADOS


Real Companhia Velha Vintage 2007 (Vinho do Porto) | PVP: 32€ | Garrafeiras 

Para quem apreciar um estilo mais focado na fruta, recomendo um Porto Vnitage ou um LBV, sendo que os vintage do ano de 2016 estão prontos a beber e cheios de elegância. É comprar qualquer um, pois estão óptimos! No entanto, optei por escolher um Vintage com mais de 10 anos e de uma casa centenária - a Real Companhia Velha, que prima nos seus Portos pela elegância e não pela extração e sobrematuração. Um Vintage do ano mítico de 2007, que provei recentemente numa inacreditável masterclass de Portos e que está a começar a dar os primeiros passos rumo à... adolescência. Neste momento, está ainda um pouco sério e fechado, mas com fruta de enorme qualidade, algo perfumado também, complexo com notas de tabaco e especiaria. Muito sedoso, com uma boca deliciosa e fresca. Longo. Bebe-se com enorme prazer já, mas pode ser guardado por muitos anos. A um preço cordato.  By Sérgio Lopes (ContraRotulo)


Alambre 20 Anos (Moscatel de Setúbal) | PVP: 25€ | Garrafeiras

Clássico da José Maria da Fonseca , produzido pelo talentoso enólogo Domingos Soares Franco, o Alambre 20 Anos é elaborado a partir da casta Moscatel, constituído por um lote de 19 colheitas em que a colheita mais nova tem pelo menos 20 anos e a mais antiga perto de 80 anos, resultando num vinho complexo, aromático, elegante e com um longo final de prova. É companhia frequente cá em casa. Esta última edição está com um equilibrio fenomenal entre doçura e acidez, acrescentando uma definição de pureza do lado citrino tipico da casta notável. Notas caramelizada, café e fruto seco, completam um bouquet que tem tanto de complexo como elegante. Uma delicia e uma tentação. Grande Moscatel!By Lucinda Costa (ContraRotulo)


Valriz 10 Anos (Vinho do Porto) | PVP: 14€ | Garrafeiras 

Chegada a hora das sobremesas típicas dos portugueses no Natal, deixo-me "afundar" nas tradicionais rabanadas e no queijo da serra e frutos secos, assim o Porto Valriz Tawny 10 anos do produtor Coimbra de Mattos irá fazer as honras da casa e do momento! Côr típica dos Tawny de idade ligeiramente caramelizada com notas a frutos secos e ligeira "aguardente velha" muito equilibrado e especiado. Um belo parceiro de fim de refeição o qual deverá ser servido ligeiramente refrescado. Boas ceias e até para o ano!  By Francisco Monteiro (Wine Lover)


Barbeito Boal 10 Anos (Vinho Madeira) | PVP: 40€ | Garrafeiras 

Eu adoro Madeiras e uma das boas opções para as sobremesas são os Madeiras 10 das castas Malvasia ou Boal, em que a primeira dá origem a vinhos doces e a segunda a meio doces. Eu tenho tendência a preferir a casta Boal e uma bela opção é o Barbeito Boal 10 anos que tem um equilíbrio entre doçura e acidez que gosto muito. Uma outra opção podia ser o HM Borges que é ligeiramente mais doce e um pouco mais barato.  By Duarte Silva (Cegos Por Provas)

Borges Vintage 1963 (Vinho do Porto) | PVP: 400€ | Garrafeiras 

Com as sobremesas da época do Natal gosto de um tawny com vários anos para as acompanhar. No entanto, quando tenho oportunidade, prefiro conjuga-las com um Vintage maduro. Desta forma, escolho um Borges Vintage 1963. Os aromas e sabores a frutos secos juntamente com a excelente estrutura do vinho casam muito bem com a gastronomia da época.  By Paulo Pimenta (Wine & Stuff)


Kopke Colheita 1978 (Vinho do Porto) | PVP: 110€ | Garrafeiras 

O Natal pede sempre um vinho do Porto especial, um Porto que nos faça fechar os olhos, refletir nos momentos em família e na reunião que o Natal é. O vinho do Porto representa assim o clímax da reunião natalícia, pelo que lá em casa a preferência e o momento, exigem sempre ou um Vintage bem envelhecido ou uma colheita com idade! Este ano a minha preferência vai para o colheita 1978 da Kopke. É um vinho de uma elegância única, com um paladar intenso e muito equilibrado. Na boca é aromático, muito aromático, com um conjunto de notas iniciais de café e caramelo, como qualquer boa colheita deve apresentar. À medida que vai abrindo, vão aparecendo notas de frutos secos mas com um toque cítrico, que lhe dão um final de boca muito longo e quase picante. Evoluiu muito bem, mantendo ainda alguma frescura e uma acidez equilibrada, tudo com um grande volume de boca. Tive a oportunidade de o provar no Adegga e fiquei praticamente viciado nele. A Kopke continua, a par de mais uma ou duas casas, a ser uma das referências nacionais ao nível de Porto Colheita. By Luis Pádua (Wine Lover)


Grahams 20 Anos (Vinho do Porto) | PVP: 35€ | Garrafeiras 

Provei este nectar pela primeira vez numa prova cega organizado pela "Wine & Stuff" de 12 dos melhores Vinhos do Porto 20 anos. Quando coloquei este vinho à boca, as pupilas dilataram. Fiquei logo rendido à sua concentração, complexidade, o sua boca espessa de "Caramel & Nuts" e um equilibrio fantástico entre estes e o alcool, a doçura e a acidez. Este vinho de cor ambar é criado com grande mestria a partir de vários cascos, com vinho originário principalmente das Quintas dos Malvedos e do Tua, cuja média de idades são 20 anos. A família Symington, detentora dos vinhos Graham's, possui com este vinho uma das melhores relações preço/qualidade para um 20 anos. Nada melhor para beber com família e amigos, depois da consoada, junto à lareira enquanto faz frio lá fora.. By Francisco Rebello de Andrade (Vinho e Portugal)


Quinta do Infantado Reserva Ruby Medium Dry (Vinho do Porto) | PVP: 12€ | Garrafeiras 

Natal que é Natal não pode deixar de incluir Vinho do Porto. E porque não um feito com uvas de produção biológica? O Quinta do Infantado Reserva Ruby (Bio), na sua versão mais recente, engarrafada em Agosto de 2018, tem tudo o que podemos pedir a um Ruby jovem: fruta intensa e doce, um lado químico tão típico da juventude, e uma boca suave e elegante. E, tal como todos os Portos da Quinta do Infantado, tem um menor açúcar residual, sendo por isso Meio Seco, o que convida a beber mais um copo. E com a vantagem de não nos assaltar a carteira!. By André Antunes (Delicatum)

8 excelentes escolhas para a mesa de Natal!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Sugestões para o Natal - Espumantes

Com o aproximar da época das festas - Natal e Ano Novo, começamos a pensar quais os vinhos que iremos escolher para acompanhar o bacalhau na noite da consoada - e se será branco ou tinto, quais os vinhos generosos que farão companhia à tradicional oferta generosa de sobremesas e doçarias tão características da época, ou qual o bolhinhas com que iremos brindar à chegada do ano de 2019. Pois bem, o Contra-rotulo lançou o desafio a alguns dos wine lovers habituais para ajudarem os nossos leitores, nesta difícil escolha. Aqui ficam as sugestões:


III. VINHOS ESPUMANTES


Familia Hehn Velha Reserva (Távora Varosa) | PVP: 17€ | Garrafeiras 

Recentemente redescoberto este produtor, Hehn, que tal como a Murganheira, pertence à região da Távora-Varosa, provavelmente a região de excelência em Portugal para a produção de espumante. Este espumante com mais de 10 anos, o Familia Hehn Velha Reserva 2006, dá-me um gozo bestial, pois tem tudo aquilo que aprecio num grande espumante, com alguma evolução, cheio de fruto seco, notas de panificação, mousse cheia de classe, muita frescura . Uma delicia. Está num momento de prova extraordinário. De consumo obrigatório lá em casa nestas festas natalicias. By Sérgio Lopes (ContraRotulo)


Messias Blanc des Blancs Grande Cuvée (Bairrada) | PVP: 15€ | Garrafeiras

É da Messias e é um Blanc de Blancs, produzido 100% de Chardonnay. É espumante bruto natural, ou seja, não tem qualquer adição de açúcar, daí a menção no rótulo à expressão "dosagem zero". Resulta num espumante bem complexo, fruto dos seus 4 anos mínimos de estágio em cave sobre borras, antes do degorgement. Um espumante com um nariz muito elegante, com uma acidez incrível, e muito equilibrado. Mousse deliciosa, frutos secos, bolha delicada, algum biscoito e muita frescura. A boca cremosa e a nota dominante de equilibrio e acidez crocante, puxa a beber mais um copo. Termina longo e com grande prazer. É o topo de gama da Messias, que por apenas cerca de 15€ nos apresenta um espumante de elevada qualidade ao melhor estilo champanhês.  By Lucinda Costa (ContraRotulo)


São Domingos Cuvée (Bairrada) | PVP: 14€ | Garrafeiras 

Pela altura natalícia e pela riqueza da tradição gastronómica é sempre altura de se abrirem umas "bolhas" para comemorar. Por via das duvidas os espumantes são sempre uma escolha sábia para acompanhar uma refeição integralmente do princípio ao fim e o Natal pode ser exemplo disso mesmo! Como tal a minha escolha é o Caves S.Domingos Cuvee 2012 Bruto, Baga e Sauvignon Blanc em plena sintonia, elegante, fruta branca muito macia, mineral e notas de tosta. Belíssima bolha fina e acidez perfeita para acompanhar a consoada do princípio ao fim! Bom Natal! By Francisco Monteiro (Wine Lover)


Vinha Formal (Bairrada) | PVP: 16€ | Garrafeiras 

O Vinha Formal 2010 do Luis Pato é provavelmente o melhor exemplo de Espumante só feito com castas portuguesas ao estilo de Champanhe, com Bical e Touriga Nacional a fazerem a vez de Chardonnay e Pinot Noir (uma casta branca e uma tinta). Tem uma leve tonalidade rosada, aroma com suaves notas fumadas (provavelmente da sua fermentação em madeira), biscoito e algum fruto vermelho. A bolha é fina e a boca é cítrica, fresca e com complexidade, fruto do tempo de cave prolongado. By Duarte Silva (Cegos Por Provas)


Caves São Domingos Elpidio 80 (Bairrada) | PVP: 30€ | Garrafeiras 

Estou convencido que os espumantes nacionais só terão hipótese de se afirmarem no mercado mundial pela qualidade. Nesse sentido, a aposta em longos estágios em cave terá de ser evidente. Partindo desse princípio, a minha escolha é Caves São Domingos Elpídio 80 branco 2011. É um espumante com Denominação de Origem Bairrada e resulta da combinação das castas Pinot Noir (50%) e Pinot Blanc (50%). Ao longo dos quatro anos em cave, o vinho desenvolveu notas florais, minerais e de frutos secos. Na boca revela uma bolha muito fina e muito cremosa. Um hino à região. By Paulo Pimenta (Wine & Stuff)


Murganheira Vintage Bruto (Távora-Varosa) | PVP: 28€ | Garrafeiras 

Murganheira vintage bruto Pinot Noir. O Espumante lá em casa é consumido com as entradas, para se brindar à reunião da família. A minha escolha cai num espumante de excelência nacional. Feito a partir de Pinot Noir, é muito encorpado e cheio de persistência. Na boca é quando se revela em pleno. Um conjunto muito harmonioso, requintado, onde temos uma combinação de uma mouse muito cremosa, uma bolha finíssima e uma frescura citrina, num conjunto de notável equilíbrio e sofisticação. É um espumante inimitável e que se deve abrir em momentos como este! By Luis Pádua (Wine Lover)


Montanha Real Grande Reserva (Bairrada) | PVP: 17€ | Garrafeiras 

Bairrada é uma das regiões de destaque pela produção de espumantes em Portugal. Provei este "Montanha Real" em Novembro na 1ª edição do evento "Bairrada no Porto". Este espumante, de 2010, ficou-me na memória. Tem 8 anos, degorjado com 3 anos, e feito a partir das castas típicas da região: Bical e Baga. Muito complexo, gastronómico, boa mousse, acidez marcante e requintado. Algo para partilhar com pessoas especiais e para ocasiões como a do Natal e a passagem de Ano. By Francisco Rebello de Andrade (Vinho e Portugal)


Phaunus Pet Nat Rosé (Verdes) | PVP: 16€ | Garrafeiras 

Esta altura festiva é sempre propícia à abertura de um espumante. Seja de aperitivo, à mesa ou com as sobremesas, a ocasião lá acaba por aparecer. Nada melhor então que um espumante versátil, como o Aphros Phaunus Pet Nat Rosé 2017. Elaborado através do método ancestral, onde o gás provém ainda da primeira fermentação que termina na garrafa, feito com as castas Loureiro e Vinhão, é um espumante de bolha viva e alegre, corpo ligeiro, e algum açúcar residual que o torna polivalente, mas nunca se tornando doce dado a bela acidez que tem. By André Antunes (Delicatum)

8 excelentes escolhas para a mesa de Natal!

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Sugestões para o Natal - Vinhos Tintos

Com o aproximar da época das festas - Natal e Ano Novo, começamos a pensar quais os vinhos que iremos escolher para acompanhar o bacalhau na noite da consoada - e se será branco ou tinto, quais os vinhos generosos que farão companhia à tradicional oferta generosa de sobremesas e doçarias tão características da época, ou qual o bolhinhas com que iremos brindar à chegada do ano de 2019. Pois bem, o Contra-rotulo lançou o desafio a alguns dos wine lovers habituais para ajudarem os nossos leitores, nesta difícil escolha. Aqui ficam as sugestões:


II. VINHOS TINTOS


Giz Vinha das Cavaleiras (Bairrada) | PVP: 28€ | Garrafeiras 
Produzido de uma vinha centenária, muito velha, a Vinha das Cavaleiras de apenas 2 hectares, de um projecto recente e muito refrescante na Bairrada, o Giz, de Luis Gomes. O vinho é de um aroma ultra fino, muito complexo, contido, com laivos de calcário, fruta, especiaria, tudo com grande classe. Na boca, muito sedoso e envolvente, quase mastigável, com enorme elegância. Corpo médio, enorme acidez e frescura e um enorme prazer. Um baga moderno, cheio de classe e que apetece beber. Mesmo! Fará brilhar o Cabrito!  By Sérgio Lopes (ContraRotulo)


Quinta do Mouro (Alentejo) | PVP: 28€ | Garrafeiras

O Alentejo de Miguel Louro é um Alentejo cheio de frescura e vivacidade. Pleno também de longevidade nos seus vinhos, pois a colheita mais recente no mercado é a de 2012, creio. 6 anos portanto. Proveniente de Estremoz e sob a égide do carismático produtor, este tinto é super fresco, estruturado, altamente gastronómico e opulento. Delicioso à mesa e um digno exemplar daquilo que o Alentejo pode mostrar, sem excessos de qualquer tipo...  By Lucinda Costa (ContraRotulo)


Boina (Douro) | PVP: 9,90€ | Garrafeiras 

Quando chega o Natal e o frio  aperta, sobretudo das terras do Norte, há quem costume usar Boina, e eu acho muito bem, pois este Boina (2015) é mesmo um conforto para a boca e para a alma. De uma dupla de jovens produtores, temos assim mais sangue novo a produzir no Douro (Torre de Moncorvo). O vinho passa por madiera, nem necessita, pois o foco não é uma riqueza aromática exuberante mas é franco e vai metendo conversa connosco á mesa á medida que a comida vai chegando e vai crescendo... e vamos gostando cada vez mais... que a palavra de ordem vai ser de certeza "inda há? É melhor abrir outra!" Belíssimo início de carreira da dupla de jovens produtores. By Francisco Monteiro (Wine Lover)


Quinta das Bageiras Garrafeira (Bairrada) | PVP: 25€ | Garrafeiras 

O almoço do dia de natal vai ser cabrito e a escolha vai recair no Quinta das Bageiras Garrafeira 2013. Este é um Bairrada Clássico de Baga potente e com acidez elevada mas já com os taninos arredondados que penso que vai permitir um bom emparelhamento com o Cabrito. Nós últimos anos, mesmo produtores clássicos como o Mário Sérgio, tem lançado os vinhos com os taninos um pouco mais redondos e já se podem beber antes dos 10 anos de idade, desde que decantados com antecedência. By Duarte Silva (Cegos Por Provas)


Mapa Vinha Cristina (Douro) | PVP: 30€ | Garrafeiras 

Nos tintos a minha escolha recai sobre um vinho incontornável do Pedro Garcias. Refiro-me ao Mapa Vinha Cristina 2014. Um vinho poderoso mas elegante que seduz imediatamente. Aqui não há excesso de madeira, concentração ou alcool, apenas um conjunto extremamente harmoniozo com um final poderoso e muito longo. Um Douro desconcertante. By Paulo Pimenta (Wine & Stuff)


Vinhas Improváveis (Douro) | PVP: 15€ | Garrafeiras 

Escolher o tinto nunca é fácil. É preciso pensar nos gostos daqueles que se sentam à mesa e no que se vai comer. Em casa, depois da ceia ter sido acompanhada de um Branco nacional (normalmente oriundo do Dão), o almoço é carne, um capão recheado e sempre acompanhado de um tinto. Este ano a minha sugestão vai para um vinho que provei recentemente e que muito me surpreendeu, o Vinhas improváveis Raul Riba d’Ave 2014. Confesso que não foi fácil escolher este vinho. A minha zona de conforto seria um Touriga Nacional do Dão ou um Alicante Bouschet do Alentejo. Mas para o capão procurei um vinho que combinasse elegância, longo final de boca e aromas. Aqui estamos perante um vinho de uma extrema elegância. Apresenta-se com um valor de álcool considerável, 15º, mas a acidez e a frescura que o caraterizam amenizam este valor. Muito aromático mas sem ser excessivo, longo final de boca, é um vinho que se bebe lentamente. E tem que ser bebido lentamente, quase como se o pudéssemos mastigar, tal é a concentração e volume que ele apresenta. By Luis Pádua (Wine Lover)

São Domingos Lopo de Freitas (Bairrada) | PVP: 30€ | Garrafeiras 

Tive o prazer de ser convidado para visitar as Bairradinas Caves de São Domingos este ano e provar alguns dos seus emblemáticos vinhos, espumantes e aguardentes com um grupo de amigos. Esta casa não segue a tendência típica da região de vinhos tintos 100% da casta Baga, e apresenta o seu topo de gama "Lopo de Freitas" 2011, feito com grande mestria a partir de 4 castas: Touriga Nacional, Baga, Merlot e Syrah. Este vinho com 6 anos tem um nariz floral picante e uma boca muito elegante, focada na fruta madura, complexa, fresca, sofisticada e longa. Um vinho muito confortável que está pronto a beber ou pode guardar uns aninhos na garrafeira. By Francisco Rebello de Andrade (Vinho e Portugal)


Colmeal Dominó (Beira Interior) | PVP: 12€ | Garrafeiras 

Podemos dizer que não sou um tradicionalista no que toca a maridagens...e com pratos de bacalhau ainda menos. Deixo então a sugestão de um tinto fresco e ligeiro para acompanhar o bacalhau da consoada. Vindo da Beira Interior, o Colmeal 2017 do Vítor Claro apresenta-se cheio de fruta fresca e ácida no nariz, acompanhando notas terrosas e um toque a lagar. A boca é ligeira, com alguma rusticidade, e um lado mineral que nos fala do solo granítico e das vinhas velhas (com Mourisco, Rufete, Baga, Fonte Cal, Síria e outras mais). É precisamente esse lado mineral e rústico que acredito casar muito bem com o prato mais típico do nosso Natal.. By André Antunes (Delicatum)

8 excelentes escolhas para a mesa de Natal!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Sugestões para o Natal - Vinhos Brancos

Com o aproximar da época das festas - Natal e Ano Novo, começamos a pensar quais os vinhos que iremos escolher para acompanhar o bacalhau na noite da consoada - e se será branco ou tinto, quais os vinhos generosos que farão companhia à tradicional oferta generosa de sobremesas e doçarias tão características da época, ou qual o bolhinhas com que iremos brindar à chegada do ano de 2019. Pois bem, o Contra-rotulo lançou o desafio a alguns dos wine lovers habituais para ajudarem os nossos leitores, nesta difícil escolha. Aqui ficam as sugestões:


I. VINHOS BRANCOS


Paraje Mina (Rias Baixas) | PVP: 16€ | Online 

Alberto Nanclares é um nome seriamente a reter entre os produtores de vinho da Galiza, mais propriamente das Rias Baixas. Mestre do Albariño, tem neste vinho Paraje Mina 2016, um vinho com uma força e acidez descomunais. As uvas provêm de uma parcela com mais de 30 anos, com passagem por inox e madeira cerca de 9 meses sobre borras, sujeito a battonage semanal. O resultado é um vinho surpreendente em complexidade, profundidade e muita muita frescura, cheio de salinidade. A boca é super crocante, com uma acidez de "partir os dentes", untuosidade, belissimo corpo e um final que nunca mais acaba. Perfeito para acompanhar qualquer prato escolhido na Ceia de Natal - carne ou peixe. By Sérgio Lopes (ContraRotulo)


Esporão Private Selection (Alentejo) | PVP: 20€ | Grandes Superfícies

Escrevo sobre um vinho que já não provo há algum tempo e seguramente estará nas minhas pretensões consumir neste Natal, o Esporão Private Selection. Se o Esporão reserva já é um vinho com uma qualidade e consistência notáveis ano após ano, o Private Selection consegue atingir ainda um patamar de qualidade mais elevado. Trata-se de um vinho muito complexo, untuoso, com a madeira de qualidade super bem integrada. Fresco, com corpo, mas grande classe e elegância e que à mesa vai seguramente elevar quer o bacalhau, quer o Polvo a uma outra dimensão. O seu pendor gastronómico e a sua acidez serão com certeza amigos perfeitos dos pratos regados com um bom azeite, tipicos da consoada. By Lucinda Costa (ContraRotulo)


Ilha Branco de Tinta Negra (Madeira) | PVP: 20€ | Garrafeiras 

Mais um ano a caminhar para o seu fim e o "contrarotulo" a mexer outra vez com as escolhas! Assim as minhas sugestões começam por um branco mas que é "um tinto"! Eu explico! Ilha! Madeira, famosa pelos seus nectares generosos mas também em revolução! Ilha, vinho seco feito da casta tinta Negra Mole (blanc des noirs) pelas mãos de uma jovem enóloga e produtora que após tantas voltas à Ilha achou que seria capaz e foi mesmo! Branco de uvas Tintas (Negra Mole é uma casta tinta) com uma frescura, acidez, vivacidade e complexidade contagiante será decerto uma escolha magnífica para acompanhar o dito cujo, ou pra quem se mete com os tentáculos será um parceiro formidável. Uma bela celebração este Ilha. By Francisco Monteiro (Wine Lover)


Casa do Capitão-Mor Reserva (Verdes) | PVP: 13€ | Garrafeiras 

O jantar da noite de natal com bacalhau e batatas cozidas é passado em família e por isso escolho um vinho branco encorpado, com tudo já bem integrado e acidez suficiente para o equilibrar e mantê-lo fresco mas ainda assim consensual para que possa agradar a toda a família. O vinho que se enquadra neste perfil, que devo beber este ano, é o Casa de Capitão Mor Reserva 2015, um Alvarinho com maceração pelicular que lhe confere muita untuosidade, o topo de gama deste Produtor em Monção e Melgaço que também tem vinhos em Barcelos na Casa de Paços! By Duarte Silva (Cegos Por Provas)


Casa da Passarella Villa Oliveira 1ª Edição L2010-2015 (Dão) | PVP: 60€ | Garrafeiras 

Este ano celebrarei a noite de Natal na cidade da Figueira da Foz com os meus pais que têm raízes na zona do Dão. Escolho, também por isso, um dos vinhos mais interessantes que tive a oportunidade de provas este ano: Casa da Passarela Villa Oliveira L 2010-2015, é uma mistura de todas as colheitas entre 2010 e 2015 No lote a casta maioritária é Encruzado, com uma pequena proporção de uvas de vinhedos velhos e plantações mistas. Um vinho cheio de complexidade e equilíbrio, barrica pouco pronunciada a conferir volume, garra e acidez. Um grande vinho! By Paulo Pimenta (Wine & Stuff)


Peripécia (Lisboa) | PVP: 9,40€ | Garrafeiras 

Escolher um vinho branco para a Ceia de Natal. Apenas um. É um grande desafio. A minha cabeça e os meus sentidos, entram em absoluto transe, num misto de “e agora?” a “têm de ser pelo menos meia-dúzia!”, mas não. Apenas um. E não posso repetir sugestões. Uma verdadeira "peripécia", precisamente o nome do vinho que escolhi, produzido na Quinta Cerrado da Porta, a cerca de 40 kms de Lisboa e é feito 100% de Chardonnay. Não nasce na Borgonha, mas recebe a influência atlântica e com ela maior complexidade e uma sedutora frescura, aliada à fruta, às notas de alguma tropicalidade. Vai acompanhar muito bem as entradas ou o bacalhau, rei da noite, especialmente se optar por bacalhau no forno. Não é um vinho topo de gama, mas vai fazer a diferença, especialmente porque não é muito conhecido. Fica bem na mesa, tem um rótulo moderno e vistoso e custa apenas 9,40€. Para uma noite tão especial, ainda lhe deixa margem financeira para investir num bom tinto, no licoroso e no espumante, que eu não dispenso. By Maria Helena Duarte (Paixão pelo Vinho)


Casas Altas Reserva do Doutor Verdelho (Beira Interior) | PVP: 13€ | Garrafeiras 

Provei a gama de vinhos brancos do produtor da Beira Interior Casas Altas pela primeira vez no evento "Simplesmente Vinho" deste ano, por sugestão de vários amigos. Achei-os muito cativantes e gulosos. Destes brancos, aquele que me chamou mais a atenção, foi este Verdelho "Reserva do Doutor": nariz não muito carregado mas com uma boca viva de acidez, maçã verde, frescura típica da Beira Interior e divertido. Desde então já o comprei e provei várias vezes - não há melhor prova de prazer que este. A acidez dá-lhe um cariz gastronómico capaz de aguentar não só o bacalhau mas também comida com mais gordura. By Francisco Rebello de Andrade (Vinho e Portugal)


António Madeira Vinhas Velhas (Dão) | PVP: 18€ | Garrafeiras 

O almoço de Natal em nossa casa é bastante variado, mas o prato forte sem dúvida que é o peru recheado. E porque não um branco para acompanhar? A minha escolha recai num vinho do Dão, de um produtor que muito admiro, o António Madeira e o seu Vinhas Velhas de 2016. Oriundo de vinhas recuperadas na encosta da Serra da Estrela, com uma vinificação minimalista que tenta exprimir o melhor possível o seu local de origem. O que, para mim, é totalmente conseguido, com um aroma profundo e complexo, e uma boca ampla, mas fresca pela acidez equilibrada e principalmente pelo lado profundamente mineral. Uma maridagem pouco usual, mas creio que plenamente conseguida. By André Antunes (Delicatum)

8 excelentes escolhas para a mesa de Natal!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Fora do Baralho:Terroir Al Limit Priorat Blanc Historic 2015

Terroir Al Limit Priorat Blanc Historic (2015) é um vinho branco raro da região de Priorat feito de garnacha blanca (75%) e macabeo (25%). Raro, não porque a uva seja rara, mas porque se trata de uma região emagadoramente produtora de vinhos tintos. 

O Priorat é uma região localizada na Catalunha de onde os vinhos mais conhecidos e famosos - tintos, são produzidos da variedade Grenache. A região tem muito sol, pouca chuva, os solo são ricos em ardósia e quartzo e as vinhas são geralmente velhas, o que lhe confere a tipicidade de "terroir"

Este vinho, o "Terroir Historic", é surpeendente, desde logo a começar pela cor amarelada dourada, a induzir algum carácter oxidativo. A vinificação é simples e tradicional com o uso de leveduras nativas, utilização mínima de SO2 e fermentação e estágio de seis meses em depósito de cimento, o que talvez explique em parte a cor? De qualquer forma é um vinho que faz lembra um light orange wine, ou seja, terá tido curtimenta muito ligeira? 

Como podem imaginar, pela descrição acima, o vinho mexeu com os meus sentidos e foi abrindo de copo para copo. No nariz focado na fruta - lado citrino, casca de laranja, leve favo de mel, muito fresco. A boca, muito fresca e com alguma austeridade, quase que um ligeiro "tanino", muita mineralidade - pedra e a fruta de novo - citrina. Com uma acidez crocante,  de corpo médio e um final de muito prazer, em constante mutação.

Uma verdadeira surpresa proporcionada mais uma vez, pelo meu amigo André Antunes. PVP: 15€. Disponibilidade: Online. 

Sérgio Lopes

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Em Prova: Permitido Branco 2017


Edição 2017 deste vinho feito na Meda (Douro Superior) pelo  Márcio Lopes, enólogo / produtor que dispensa apresentações, nomeadamente pela consistência e qualidade que tem apresentado nos seus projetos ao longo dos últimos anos, com destaque para os Pequenos Rebentos. 

Mas não devemos secundarizar este vinho branco de vinhas de Rabigato a mais de 700 metros de altitude. A primeira vez que provei este branco foi em 2015 e ainda hoje estou a beber algumas dessas garrafas que tem melhorado e muito em garrafa. Já tenho é muito pouco...

No ano passado, achei a edição 2016 deste vinho com um pouco menos de acidez e por isso comprei menos garrafas. Erro! Este vinho passa 8 meses sobre borras e é engarrafado lá para o final do verão. Precisa de tempo de garrafa! 

O mesmo se passa com o 2017 que provado há poucos dias está a chegar a um nivel muito mais condizente com o perfil de forte mineralidade e frescura, que se sente logo no primeiro ataque e a ganhar mais complexidade, corpo e final de boca. 

Vai crescer seguramente em garrafa, pelo que me parece que terei de reforçar o stock muito em breve. PVP: 13€. Disponibilidade: Garrafeiras Seleccionadas.

Sérgio Lopes

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Em Prova: Paraje Mina 2016

Alberto Nanclares é um nome seriamente a reter entre os produtores de vinho da Galiza, mais propriamente das Rias Baixas. Mestre do Albariño, tem neste vinho Paraje Mina 2016, um vinho com uma força e acidez descomunais. 

As uvas provêm de uma parcela com mais de 30 anos. Estas fermentam com as suas proprias leveduras, sendo que uma parte vai a Inox e a restante metade passa por madeira usada. Finalmente fica cerca de 9 meses sobre borras, sujeito a battonage semanal.

O resultado é um vinho surpreendente em complexidade, profundidade e muita muita frescura. No copo, passou entre o citrino, o herbáceo, a fruta branca, mas sempre com um fundo super mineral e muita salinidade. A boca é super crocante, com uma acidez de "partir os dentes", untuosidade, belissimo corpo e um final que nunca mais acaba. Um vinho que me deixou completamente rendido. Provavelmente o melho exemplar de Albariño que bebi até à data. 

9,0 g/l de acidez total e um pH de 3,04 não é para "meninos". Cerca de 1300 garrafas produzidas. PVP: 15,90€. Disponibilidade: Online.

Sérgio Lopes