sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Os Meus Vinhos Provados em 2018 - por Paulo Pimenta

Mais uma vez aceito o desafio do Sérgio Lopes para apresentar as minhas escolhas vínicas do ano de 2018. Desta vez só escreverei sobre vinhos nacionais. Ao longo deste ano tive oportunidade de provar mais de mil vinhos diferentes, talvez por isso a escolha seja sempre tão difícil a todos os níveis. 


A minha seleção em espumantes nacionais recaiu em dois exemplares, Douro e Bairrada, cheios de personalidade e capazes de se bateram com o que melhor se faz por esse mundo fora. O prolongado estágio a que foram submetidos confere-lhes muita complexidade, a frescura e acidez que revelam são excelentes companhias para a mesa: Murganheira L'esprit de la Maison Extra Bruto 2011 e Caves S. Domingos Elpídio 80. A minha escolha recai sobre o primeiro. 

Ao longo deste ano provei vários vinhos brancos nacionais que facilmente podiam estar no lugar mais alto do pódio. Podia sugerir o Quinta da Covela Fantástico, o Quinta da Passarela de rótulo preto, o tal que congrega cinco colheitas diferentes da casta encruzado, pela capacidade de expressarem de uma forma marcante o “terroir” e as castas de onde provêm. No entanto, aquele que mais me surpreendeu foi, mais uma vez, o Anselmo Mendes Tempo. Um vinho feito a partir da casta Alvarinho usando a técnica da curtimenta.

Nos tintos, a escolha é um pouco mais fácil. Gosto de vinhos com pouca madeira, pouco extraídos e com níveis médios de álcool. Neste contexto provei 4 vinhos que se enquadram neste perfil e mais um que me desafia de cada vez que o provo: Herdade do Mouchão Tonel 3-4 2011. Os outros 4 são: Mapa Vinha Cristina 2014; Quinta da Boavista Vinha do Ujo 2015; Luís Pato Quinta do Ribeirinho Pé Franco 2011 e Kompassus Gene 2007. Muito embora os vinhos anteriores se tenham evidenciado de uma forma superior, nenhum deles atingiu o patamar do Luís Pato Quinta do Ribeirinho Pé Franco 2011. É um vinho monumental, cheio de profundidade e elegância. Uma grande Baga. 

Por fim, gostaria de destacar dois vinhos fortificados: Borges Vintage 1963 e Niepoort Vintage 1863. Escolho o segundo devido à sua maior complexidade e história associada. Recentemente foi vendido em leilão por 128 mil dólares. É obra. Foi um ano memorável!

Paulo Pimenta (Wine & Stuff)

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