terça-feira, 11 de abril de 2017

Em Prova: Quinta dos Abibes Sublime Brut nature 2010

Recuemos até 1888... Em Berlim realizava-se a Exposição Mundial onde os vinhos portugueses já iam granjeando louros. Foi aí que uma delegação de bairradinos tem uma epifania ao conhecer os métodos de champanhização dos vinhos. Logo ali, Tavares da Silva mostrou que tinha um espírito lesto, constatando que a Bairrada podia replicar com sucesso os vinhos efervescentes que tanta fama mundial tinham.

De França para a Bairrada vieram as técnicas, o material apropriado para a champanhização e os técnicos, dos quais se destacava Lucien Beisecker.
E, assim, em 1890 surge o “Champanhe Portuguez”.

Desde então, a região tem aprimorada as técnicas, estudado as castas mais adequadas e, hoje, é, indubitavelmente, a região modelo dos espumantes portugueses.

Aqui chegados, apresento-vos o Olimpo dos espumantes da Bairrada, QUINTA DOS ABIBES SUBLIME BRUT NATURE 2010, aquele que, sem exageros, poderá ser um dos mais belos espumantes criados na região.

Nascido na Quinta de 7 hectares que lhe dá o nome, o Sublime 2010 foi costurado a partir da grande casta branca portuguesa, o Arinto, que na região adquire o seu expoente máximo. Nele encontramos um conclave perfeito de cor, aroma e sabor. Com um aspecto cristalino e bolha finíssima, privilegia a cor citrina intensa.  Agora vamos entrar nos assuntos sérios: aroma e sabores.

Não deve ser segredo para ninguém que na Quinta dos Abibes conseguem-se criar vinhos onde cada casta é espremida até ao tutano das suas potencialidades, dela se extraindo todos os componentes até se tornarem...Sublimes.

De aroma bem vincado, ganhou toda a a complexidade e elegância no seu estágio “sur lies” e na passagem fermentativa por barricas de carvalho francês usado. Na boca envergonha muitos grandes champagnes, dada a miríade de sensações que nos causa. Mousse delicada, frescura notória e final de elevada persistência torna, tornam este Sublime, que repousou 48 meses em cave, um caso de paixão eterna. Ou pelo menos até terminarem as 3.000 garrafas produzidas.

Ah, não sei se vos disse, mas esta obra-prima foi costurado pelas mãos dum artífice de eleição, Osvaldo Amado, o enólogo que dá corpo ao sonho de Francisco Batel Marques. PVP: 25€

Miguel Ferreira (A Lei do Vinho)

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