O Alentejo, região clássica de grandes vinhos, tem sabido sair da sua zona de conforto, arriscando em novas tendências, perfis e castas dos néctares que brotam das suas vinhas. Contudo, se nalgumas situações é necessário ganhar asas, noutras há que manter os pés firmes no solo e na tradição.
Recentemente, foi-me dada a oportunidade de provar dois vinhos oriundos da Adega Mayor, majestralmente representada por Rita Nabeiro, que saem naturalmente da casca - um espumante de Pinot Noir e Pinot Gris, com uns fresquíssimos 9 meses de estágio, e um Solista Rosé de Pinot Noir exuberante.
No entanto, foi um tinto que me encheu as medidas duma noite que teve todos os condimentos para ser perfeita. Este PAI CHÃO GRANDE RESERVA 2013 tem no bilhete de identidade todo o genoma do Alentejo. Intenso na cor, especiado, pleno de frutas negras, contém em si os verões indolentes. É pleno de estrutura, corpo e afinação. Vinho cheio, completo e, sem reservas, perfeito. Deitou por terra todos os preconceitos que nos últimos anos tive relativamente ao Alentejo e deleitou-me, proporcionando-me um sorriso tão longo quanto a persistência que o vinho apresentou na boca. PVP: 38€.
Vale cada euro que custa!
Miguel Ferreira (A Lei do Vinho)
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