Com o aproximar da época das festas - Natal e Ano Novo, começamos a pensar quais os vinhos que iremos escolher para acompanhar o bacalhau na noite da consoada - e se será branco ou tinto, quais os vinhos generosos que farão companhia à tradicional oferta generosa de sobremesas e doçarias tão características da época, ou qual o bolhinhas com que iremos brindar à chegada do ano de 2017. Pois bem, o Contra-rotulo lançou o desafio a alguns dos wine lovers habituais para ajudarem os nossos leitores, nesta difícil escolha. Aqui ficam as sugestões:
A escolha este ano vai para um tinto de excelência do Dao, da mesma terra que nos vai fornecer todos os ingredientes. Paço dos Cunhas de Santar - Vinha do Contador, de 2009. O nome é longo, mas o vinho também o é... Um vinho que impressiona mal chega ao nariz. Notas de frutos vermelhos e alguma especiaria. Na boca encorpado, com uma excelente estrutura e taninos marcados. Acidez excelente, tem um final de boca que dura e dura e dura... By Luís Pádua
Este ano redescobri o Alentejo. É (também) uma região do caraças, que fora do circuito dos supermercados e dos vinhos "de 2 euros", é capaz de produzir do melhor vinho deste país. Coisas como Quinta do Mouro, Mouchão, Zambujeiro, entre outros e claro está, Dona Maria de Sir Júlio Bastos, têm um grande nível de qualidade. A visita a este produtor foi memorável, culminando numa prova horizontal, com algumas pérolas antigas, onde de entre tantos vinhos, de qualidade, destaco o seu Grande Reserva, um vinho com madeira de qualidade, complexo, intenso, quente - do terroir do Alentejo, mas cheio de frescura, pela elevada acidez que apresenta. Um vinho eminentemente gastronómico, perfeito em qualquer mesa de Natal, a acompanhar o cabrito. Delicioso. By Sérgio Lopes.
Para o almoço de Natal escolho o Quinta de S. José Reserva Tinto Douro 2013. Um vinho muito bem conseguido com um lote de Touriga Nacional 40% e restante uma mescla de vinhas velhas. Um grande vinho com aromas típicos do Douro, muito complexo, com uma fruta bem presente mas muito bem aconchegada pela barrica, com uns taninos muito finos e polidos. Uma combinação muito equilibrada entre a pujança e a elegância. Um belo trabalho do João Brito e Cunha. By Francisco Monteiro
O almoço do dia de natal vai ser cabrito e a escolha vai recair no Fata Conde de Vilar Seco Garrafeira 2010. A única vez que o provei foi há quase um ano, trazido pelo Marco Lourenço para os meus anos e nem rótulo tinha, pois ainda não tinha saído para o mercado. Tinha uma força descomunal e portou-se muito bem numa prova com muitos "tubarões". Na revista Wine de setembro/outubro de 2016, o Rui Falcão deu-lhe 19, eu dava ligeiramente menos mas acho que vai melhorar imenso com mais uns anos em cima. Claro que já estou ansioso de o provar novamente e penso que vai emparelhar muito bem com o cabrito, pois apesar de ser um Touriga Nacional, é muito poderoso, aconselho a sua decantação. Caso não o consigam arranjar, uma boa alternativa é o Fata Grande Reserva 2014 que também é um Touriga Nacional muito intenso e de grande qualidade mas mais elegante e acessível do que o Garrafeira. By Duarte Silva
O almoço do dia de Natal rima com comida de forno. Um prato forte e apaladado que requer uma escolha vínica criteriosa capaz de lidar com algum excesso de gordura e especiarias. Um vinho com acidez e frescura bastante elevada é o que necessitamos para limpar o palato e prontifica-lo para mais um naco de carne. A minha escolha recai, na velha e fiel, casta Baga. O vinho escolhido é tudo o que necessitamos, pois as notas de cereja e terra fresca envoltos em taninos jovens mas elegantes e acidez elevada casarão muito bem com qualquer comida de forno. By Paulo Pimenta
Proibido Grande Reserva (Douro) | PVP: 25€ | Garrafeiras
Vinho proveniente do Douro Superior. Tive o privilégio de o provar com o produtor Márcio Lopes ainda em "amostra de barrica" e pareceu-me o mais apto para se beber em novo. Depois de engarrafado, naturalmente precisa tempo para se mostrar. Quando provei a primeira garrafa, há uns meses, ainda tínhamos um vinho muito novo. Agora deve estar mais equilibrado, no ponto para quem gosta de vinhos complexos, com "sangue na guelra", daqueles que pedem decanter, bons copos e boa comida. Muito escuro, arroxeado, deslumbra no nariz, aterra que nem ginjas na boca e tem um longo e elegante final. Para beber este Natal a acompanhar uma vitela ou um cabrito no forno, mas sobretudo para guardar umas garrafas e ir provando com boas carnes no forno. Grande vinho, é pena haver tão pouco.... By Amândio Cupido
Com tantos e bons vinhos bebidos ao longo de 2017, a escolha não era fácil... mas recaiu sobre o Sidónio de Sousa Garrafeira 2011. Um vinho feito apenas em anos excepcionais com a casta Baga, típica da Bairrada e que espelha igualmente o seu terroir. Na primeira vez que o provei, no evento "Bairrada - Vinhos e Sabores", deixou-me com "pele de galinha"... grande complexidade, nariz marcado por frutas de bosque e especiarias, com nuances balsâmicas. Na boca apresenta-se volumoso e encorpado, novamente com a fruta de bosque a sobressair juntamente com algum herbáceo, as notas da madeira são discretas (os 24 meses de estágio foram feitos em tonéis velhos de carvalho português ), taninos imponentes e uma acidez refrescante a equilibrar o "todo", num final de boca intenso. Um vinho para crescer durante muitos anos, mas que não deixa de ser já um regalo para os nossos sentidos! By Paulo Duarte
Contrariamente à maioria da população portuguesa, eu como cabrito no forno na véspera de Natal. A minha "sogra" é açoriana e como nunca teve a tradição do bacalhau na consoada, costuma fazer um capão recheado, um prato com influência anglo-saxónica, uma influência estrangeira tal como muitas outras que a Ilha do Faial tem. Ora, para apaziguar as hostes nortenhas da família, foi arranjado um compromisso, e esse compromisso foi o cabrito. Este ano, a acompanhar o cabrito e o capão recheado, teremos um Cinquenta A. S. 2009, um tinto fabuloso feito com as castas Castelão, Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional e Alicante Bouschet. É um vinho com complexidade, estrutura, mas ao mesmo tempo com uma grande frescura e com uma força tânica maravilhosa que se encaixa como uma luva no repasto natalício. Vão ser surpreendidos por notas de fruta negra, cacau, pimenta, tudo o que um vinho precisa para se tornar inesquecível e interminável. By Pedro Lima
8 excelentes escolhas para a mesa de Natal!
8 excelentes escolhas para a mesa de Natal!
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