sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

All I Want For Christmas is... Parte I - Vinhos Brancos

Com o aproximar da época das festas - Natal e Ano Novo, começamos a pensar quais os vinhos que iremos escolher para acompanhar o bacalhau na noite da consoada - e se será branco ou tinto, quais os vinhos generosos que farão companhia à tradicional oferta generosa de sobremesas e doçarias tão características da época, ou qual o bolhinhas com que iremos brindar à chegada do ano de 2017. Pois bem, o Contra-rotulo lançou o desafio a alguns dos wine lovers habituais para ajudarem os nossos leitores, nesta difícil escolha. Aqui ficam as sugestões:

I. VINHOS BRANCOS

Secretum (Douro) | PVP: 25€ | Garrafeiras

O Natal lá em casa é muito tradicional. A noite começa com um bacalhau cozido, com todos os habituais acompanhamentos. Tudo produtos que vamos buscar ao campo e cujos sabores são genuínos. Isto pede um vinho que seja gastronómico, equilibrado, com aroma e acidez quase perfeitos. Por isso seleccionei o Secretum 2012 branco para a ceia. É um branco complexo, com a Madeira muito bem integrada e muito volumoso. O Arinto (do Douro) mostra todo o seu lado gastronómico neste vinho, onde a acidez e mineralidade elevam o bacalhau. By Luís Pádua

Regueiro Barricas (Verdes) | PVP: 18€ | Garrafeiras

Se o Regueiro Primitivo, feito das uvas mais antigas da propriedade é fino e cheio de nervo, o "Barricas" é ainda mais mais profundo e delicado. São apenas 2000 garrafas de um branco que amadurece em barrica, como o próprio nome o sugere. A madeira aparece sempre superiormente integrada, conferindo-lhe apenas a complexidade e arredondamento extra, que o elevam a outro patamar de "finesse". Um exemplo claro de como utilizar a madeira de forma a potenciar a uva Alvarinho, sem marcar em demasia. Um grande vinho, Alvarinho, que seguramente brilhará com o bacalhau, ou Polvo. no Natal. By Sérgio Lopes.

Casa da Passarela "o Enologo" encruzado (Dão) | PVP: 12€ | Garrafeiras 

Mais um natal à porta e pela segunda vez o convite do Contra Rotulo para eleger os vinhos de Natal. Para aqueles que vão no dito cujo (o belo do bacalhau) com os brancos e eu também o faço muitas vezes, a sugestão vai para o Dão, desta vez um Casa da Passarela "o Enologo" encruzado 2016. Um vinho com muita expressividade mas muito fino no nariz e suavidade. Belíssima boca que irá decerto trazer muito prazer à mesa e com o seu carácter gastronómico acompanhar muito bem a refeição. By Francisco Monteiro

Anselmo Mendes Curtimenta (Verdes) | PVP: 21€ | Garrafeiras

O jantar da noite de natal com bacalhau e batatas cozidas é passado em família e por isso escolho um vinho branco com boa estrutura e acidez mas ainda assim consensual para que possa agradar a toda a família. O vinho que se enquadra neste perfil, que vou beber, é o Curtimenta 2012, geralmente o alvarinho que mais gosto do Anselmo Mendes e já com 5 anos, que ajuda a aumentar a complexidade. Uma das vantagens de se guardar vinhos é poder esperar pela altura que pensamos ser a melhor para beber, quem não conseguir guardar, tem à sua disposição o Curtimenta 2014, que já dá uma grande prova. Este é um vinho de curtimenta parcial e com fermentação em barrica mas não tem nem a cor nem os taninos típicos das curtimentas totais e a madeira mal se nota, apenas dá mais estrutura e complexidade.  By Duarte Silva


Vale dos Ares Limited Edition (Verdes) | PVP: 15€ | Garrafeiras

Este ano celebrarei esta efeméride no Norte, por isso, e, para ser coerente, escolherei um vinho também em função do azeite que acompanhará o bacalhau. Para acompanhar o bacalhau e respetivo azeite, escolhi o vinho Vale dos Ares Limited Edition 2014. Um grande alvarinho da sub-região de Monção-Melgaço fermentado em barrica mas muito bem integrado. O vinho apresenta um aroma muito fresco, mineral, leve fumado e cítrica. Na boca apresenta um bom volume de boca e fruta expressiva que conjugada com a elevada acidez e leve final amargo promete uma excelente “maridagem” com o azeite e o bacalhau. By Paulo Pimenta

Esporão Reserva (Alentejo) | PVP: 15€ | Grandes Superfícies

Foi durante anos um vinho cheio de madeira, mas agora aparece mais composto e equilibrado, mais fresco, mais amigo do copo e da mesa. Com um PVP de referencia a rondar os € 15,00 não é propriamente barato, mas encontra-se facilmente. É o branco que escolhi, consistente e muito bem feito, para integrar a minha escolha de brancos para o bacalhau da Consoada;. By Amândio Cupido

Nossa Calcário (Bairrada) | PVP: 22€ | Garrafeiras 

O Nossa Calcário da Filipa Pato começa a ser um caso sério entre os grandes vinhos portugueses. Para o meu gosto pessoal, o 2016 está ainda muito novo, mas não deixa de dar já boa prova. De cor amarelo palha muito suave, o nariz é marcado nesta fase pelas notas de fruta fresca e algum tropical, que são no entanto bem equilibradas pelo estágio em barricas maioritariamente usadas, evitando que a madeira seja evidente e se sobreponha no conjunto. Na boca, o vinho mostra-se volumoso sem deixar de ser elegante, mineral e fresco, mas também com uma excelente acidez que lhe vai permitir crescer em garrafa e evoluir (como se espera) para atingir o patamar das colheitas anteriores. A minha sugestão é que comprem agora 3 garrafas, bebam uma e guardem as outras 2 pelo menos por 4/5 anos (ou mais), para ganhar dimensão e complexidade. Um belíssimo vinho para acompanhar peixes, incluindo o bacalhau de Natal e, quando mais evoluído, também queijos de diversos estilos.By Paulo Duarte 


Morgado de Santa Catherina (Lisboa) | PVP: 10€ | Grandes Superfícies 

Um Arinto, de Bucelas, região onde a casta se exprime de forma ímpar e passa por madeira nova, o que lhe confere uma complexidade extra muito interessante. Madeira que "pega" na frescura e lado citrino do Arinto e lhe aporta um lado mais "gordo" (e gastronómico) que com o passar dos anos se transforma numa adorável complexidade, com deliciosas notas limonadas e até amanteigadas, junto com especiarias. É pois esse o momento em que gosto de beber este vinho, com alguns "anos" em cima (neste momento ando a beber o 2011 e 2012 e podem se guardar ainda mais tempo), mas se não conseguir resistir, beba a colheita mais recente no mercado, a do ano de 2015,  já neste Natal e  não se esqueça de ir guardando umas quantas garrafas para deleite ao longo dos anos, com este vinho. By Lucinda Costa

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