Tive a oportunidade de provar recentemente todas as referências do produtor, do ano de 2015 (ano que muitos consideram perfeito na região dos vinhos verdes) e o resultado foi muito agradável.
Contudo, aqui fica, em primeiro lugar um pouco de contexto sobre a A&D Wines: Em 1991, Alexandre Gomes planta em Baião a primeira vinha, com 5 hectares, privilegiando as castas autóctones da região. Apenas em 2005 cria a A&D Wines adquirindo a Quinta dos Espinhosos, com uma uma área de vinha de 7 ha que permitiria viabilizar o projeto de montagem de uma adega com todo o equipamento necessário à elaboração de vinhos brancos de quinta. O vinho Casa do Arrabalde é colocado no mercado em 2007 e em 2009 surge a primeira colheita de Espinhosos. O trajecto tem sido de crescimento passo a passo e de consolidação, quer nacional, quer internacionalmente, onde a sua presença é significativa. Assim, em 2015, a A&D Wines decide avançar para um projeto ainda mais ambicioso ao adquirir a Quinta de Santa Teresa, mais uma aposta na sub-região de Baião, com 33 ha de vinha a que se somam 5 ha da Casa do Arrabalde e 7 hectares da Quinta dos Espinhosos, o que perfaz um total de 45 ha. Surgem assim quatro novas referências a marca Monólogo para os três vinhos de casta e parcela única - Monólogo Arinto P24, Monólogo Avesso P67 e Monólogo Chardonnay P706, sendo esta proveniente da Quinta dos Espinhosos. É também apresentado o Singular, “blend” de escolha e gosto do Eng. Fernando Moura, enólogo da A&D Wines.
Mas vamos à prova dos vinhos A&D Wines. Começamos pelo Casa do Arrabalde, blend de Avesso, Arinto e Alvarinho, um vinho correto, equilibrado, com boa presença e frescura, de pendor gastronómico - competente. Na minha opinião, falta-lhe apenas um pouquinho mais de complexidade para se diferenciar entre os demais, na sua gama. O Espinhosos, blend de Avesso e Chardonnay, vinho de grande consistência onde fruta madura convive muito bem com frescura e mineralidade, apresentando um lado untoso bem interessante. Ambos a rondar 6,5€.
A&D Wines um projecto de Baião para o mundo, que vale a pena conhecer. Situado na fronteira entre a região dos vinhos verdes e o Douro, talvez pela sua localização invulgar (como a Quinta da Covela), também se reflita no perfil de alguns dos seus vinhos. Destaque igualmente para os rótulos, modernos e apelativos, diferentes do habitual, que acrescentam essa diferenciação no mercado nacional e internacional.
Sérgio Lopes
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