sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Radar do Vinho: Pedro Milanos

Pedro Milanos é o anagrama de Armindo Lopes, o autor do poema que está no contra rótulo dos vinhos, um apaixonado pela região, que faleceu antes desta ser considerada Património da Humanidade.

Tudo começou com o enólogo Luis Soares Duarte ( Gouvyas ) que trabalhava na propriedade e fazia o seu vinho (cerca de 3000 garrafas). Mais tarde começou a produzir outras 3000 garrafas a pedido da familia. As uvas sempre foram entregues a uma empresa de Vinho do Porto e as 3000 garrafas restantes eram consumidas entre familia e amigos.

Entretanto Vasco Lopes, neto de Armindo foi crescendo e vivendo rodeado de vinha e vinho, acabando por enveredar por esse caminho. Foi ao Porto fazer os pré-requisitos para poder entrar na faculdade de desporto e apesar de ter sido até o 1º classificado na natação ( fazia vela desde os 7 anos ), entrou em... enologia.

Acabado o curso, Celso Pereira (Vértice), amigo da família,  deu uma "mãozinha" e colocou Vasco na Austrália (na adega onde tinha estado) para um estágio, tendo Vasco regressado e assumido os vinhos em 2005. Surge assim a marca Pedro Milanos. São 3ha de vinha (eram 7 ha de vinha mas a construção da A24 levou 4ha).

Neste momento produzem 4 vinhos, Pedro Milanos Branco, Rosé e Tinto, a um PVP de 7,5€ e o Pedro Milanos Reserva Tinto, a uma PVP de 9€.

Os colheita são vinhos interessantes, mas ainda em proceso de afinação, na minha opinião (provei o branco e o rosé apenas), mas o que gostei mesmo mais foi do Pedro Milanos Reserva Tinto.

Um tinto, de 2015, com as castas típicas do Douro e com passagem de 12 meses por barrica. Apesar dos seus 14º de alcool, se tivermos cuidado com a temperatura, teremos um bom exemplar do Douro, para a mesa - para a comida de tacho, ou asssados, onde com os seus taninos firmes, mas civilizados, vai harmonizar na perfeição. Acompanhou uns rojões e deu um grande prazer. Um projeto familar a acompanhar de perto.

Sérgio Lopes

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