Aceitei o repto do Duarte Filipe Silva para uma espécie de "Pegões Challenge" à volta do Vinhas de Pegões Syrah 2015, que ele gentilmente me cedeu para provar. Arrepiei caminho e com grande expectativa (um misto do que eu já conheço vs o que leio por aí) botei-o no copo. Vamos tentar dividir isto por partes:
1) se alguém - como eu - que não perceba muito desta casta, vai ficar um bocadinho mais na mesma, pois o que vem dali são evidentes notas de madeira no vinho: baunilha (a minha filha, grande apreciadora do Magnum da Olá comprovou), caramelo, tabaco, alfazema e depois um incenso no final que nos remete para a queima de alguns óleos de árvores como o sândalo.
2) é exactamente aqui que me ponho a pensar, que onde acaba o meu prazer pode ser onde começa o de todo um público que procura e consegue encontrar isto num vinho; só me chateia o facto de no final de contas não haver grande diferença entre tantos outros monocastas, mas é a vida.
3) no contra-rótulo da garrafa vem mencionado: "... melhores uvas das castas Syrah", deixou-me com aquela sensação imediata de que seria possível preencher esse espaço com mais castas, ou só uma ou outra, como numa fantasia de quem pode estar a beber aquilo, ou o que quiser que seja; mas isto sou eu a divagar, pois continuei a beber mais um pouco.
4) finalmente, a foto acima, relata um pouco o resultado deste desafio que repito, deu-me muito prazer fazer (mais do que a beber, como é visível na minha marca), até porque me interessam bastante estes e outros fenómenos, e até sou conhecido por ter gostos não muito caros e demasiado refinados. e o vinho até tem alguma acidez.
Marco Lourenço (Cegos por Provas)
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