João Camizão é o rosto por detrás dos vinho 100 igual. Fazendo parte da 4ª geração de uma família produtora de vinhos na região dos Vinhos Verdes, a ideia do Sem Igual surge em 2010, em Bangalore - Índia, quando João esteve a trabalhar como expatriado, numa multinacional de telecomunicações, na Índia durante dois anos e meio.
Durante esse período sentiu o potencial por explorar que existia na família, mais de 10hA de vinha (grande parte com mais de 40 anos), o know how. o domínio das práticas culturais, o terroir, etc. O que faltaria então para tornar tudo mais estimulante? Um projeto diferente, um projeto Sem Igual... Tendo por base o grande desafio de mostrar a versatilidade de castas autóctones da região dos Vinhos Verdes (Amarante), tentando sempre contornar o preconceito de vinho barato. Assim com as castas Arinto (Pedernã, como é chamado na região) e Azal, surge o Sem Igual 2012, com apenas 600 garrafas produzidas, que se tornou de imediato uma referência de nicho em restauração e garrafeiras de referência na cidade do Porto,
A génese está no Arinto a contribuir com o corpo e estrutura, e o Azal com a elegância e o nervo. Claro está, sem a utilização de barricas, pelo menos para já. Tinha nascido o projecto 100 igual. Mais tarde o Sem igual 2012 é considerado um dos Melhores de Portugal, no ano 2014 pela revista de vinhos, tal como o Sem Igual 2014 que obteve a mesma distinção pela revista de vinhos, em 2016. Uma das colheitas mais promissoras, tudo indica a melhor é o Sem Igual 2015, ainda muito jovem mas apresentando-se já com uma prova muito interessante. Foram engarrafadas 3500 garrafas de 0,75l e 150 Magnuns. Entre 2011 e 2016, foram instalados mais cerca de 10hA de vinha, portanto é um projeto que tem margem para crescer.
Tivemos oportunidade de provar os vinhos 100 igual 2012, 2014 e 2015. De facto, o 2015 está muito promissor, enquanto o 2014 está mais consensual e num bom momento para ser apreciado neste Verão. Embora eu considere que o 2015 vai ser top. Mas o mais impressionante é mesmo o 2012, do qual o produtor apenas tem meia dúzia de caixas. Impressiona pela forma como evoluiu tão bem, com uma acidez desconcertante e notas meladas e petroladas, sem perder a fruta e o lado floral, num conjunto fantástico. Que grande vinho e que grande privilégio o ter provado.
São vinhos da região dos vinhos verdes mas que na verdade são grandes vinhos brancos: a linha condutora ou perfil é o de pouca exuberância, bastante acidez, e muito secos. Depois estrutura e complexidade vêm com uns meses/anos de garrafa. A descobrir.
Como nota final, o projecto 100 igual insere-se no grupo Vinho Verde Young Projects, um grupo de produtores que se uniram na promoção da região e da qual fazem parte também os projectos Vale dos Ares, Quinta de Santiago e Cazas Novas.
Sérgio Lopes
Vê lá se me guardas algumas para uma prova vertical mon ami! Abração
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