A Quinta da Cuca está localizada na margem Sul do Rio Douro, em pleno Douro Superior, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, entre as freguesias de Custóias e Numão, mais propriamente no Vale da Teja. A quinta tem cerca de 22ha dos quais 20ha são vinha, plantados entre 1980 e 2011, praticamente planos e divididos em talhões. As castas dominantes são as castas durienses Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Roriz, Tinta Barroca, Viosinho, Rabigato e Gouveio.
Em 2014 iniciou-se o processo de vinificação, com a criação de seis vinhos, Tinto Colheita, Branco Colheita, Tinto Monovarietal Touriga Nacional, Banco Monovarietal Viosinho, Tinto Reserva e Branco Reserva. O projecto é encabeçado por Fernando Alonso (não é o da Fórmula 1) e com enologia de Luís Leocádio (Quinta do Cardo, Titan do Douro, Quinta do Estanho). Tivemos a oportunidade de provar alguns vinhos provenientes deste microclima do Vale da Teja.
Os Quinta da Cuca Tinto 2014 e 2015 poderiam ser classificados como reserva na opinião do produtor Fernando Alonso, que optou por não o fazer para começar o projecto num patamar incicial de "colheitas" superior. São ambos vinhos com a tipica fruta duriense, com taninos redondos, vinhos gastronómicos, que apesar de denunciarem provir de uma zona quente como o Douro Superior apresentam-se frescos e minerais, sobretudo sem excessos de sobrematuração. Vão crescer em garrafa, (PVP 13,99€). O Quinta da Cuca Branco Reserva 2017 feito de Viosinho, rabigato e Gouveio de vinhas de altitude, passa ligeiramente por madeira e estagia sobre borras por 10 meses o que lhe confere mais complexidade. Com o dedo de Luis Leocádio, estamos na presença de um branco muito afinado, com a madeira bem integrada e um equilibrio entre untuosidade, acidez e fruta muito interessantes. Para a mesa, também. (PVP 13,99€). O Quinta da Cuca Touriga Nacional 2016, que foi o meu preferido dos três, produzido das vinhas de Touriga mais antigas e com passagem por barrica nova de carvalho francês por 12 meses. É um vinho de cor carregada e grande complexidade aromática. A boca é densa, carnuda, onde se sente a fruta poderosa madura e uns tanino sedosos e envolventes. É um vinho que perdura, com um belo corpo e uma acidez vibrante. Um belíssimo exemplar da região, sem extremos da casta. PVP (16,99€).
Em suma, um projecto que demonstra o potencial da região do Vale da Teja. Para acompanhar. Apenas uma nota pessoal para o PVP dos vinhos que os posiciona num segmento que apesar da sua inegável qualidade, poderá trazer dificuldades face a outras referências do mesmo patamar de preço.
Sérgio Lopes
Boa noite
ResponderEliminarOnde consigo arranjar o Quinta da Cuca Tinto 2015?
Procurei aqui no google e parece dificil