Na Quinta dos Roques fomos recebidos para uma inédita prova: uma vertical de uma casta pouco ou nada trabalhada em estreme - Malvasia Fina, mas é de algumas invulgaridades de que é feita a história do Dão e também desta quinta, que já vem lançando este vinho (com uma única interrupção), pelas mãos de Luís Lourenço e agora também do seu filho José, desde 1996.
Esta é uma casta muito utilizada em lote, pois suaviza a acidez e o corpo que outras apresentam; dir-se-ia então delicada, com acidez moderada e aromas que vão desde o marmelo, o alperce seco, ou o pêssego, até aos florais mais intensos, e a especiarias como a pimenta branca ou a mostarda... pelo menos foi o que os anos mais marcantes nos transmitiram, contrariando mesmo essa ideia de que a casta seria pouco resistente ao passar do tempo. Por outro lado é a prova de como anos tão diferentes podem transportar o vinho até ao aqui e mais além...
Esta é uma casta muito utilizada em lote, pois suaviza a acidez e o corpo que outras apresentam; dir-se-ia então delicada, com acidez moderada e aromas que vão desde o marmelo, o alperce seco, ou o pêssego, até aos florais mais intensos, e a especiarias como a pimenta branca ou a mostarda... pelo menos foi o que os anos mais marcantes nos transmitiram, contrariando mesmo essa ideia de que a casta seria pouco resistente ao passar do tempo. Por outro lado é a prova de como anos tão diferentes podem transportar o vinho até ao aqui e mais além...
Andando “da frente para trás”, aparece logo a acidez do 2017, com as colheitas de 15, 14 e 13 a revelarem o lado (bem) conhecido da Malvasia, vinhos sóbrios, com algum volume, acidez moderada mas presente. Conforme se ia descendo na linha temporal, as primeiras notas oxidativas e apetroladas, como no 2010, às vezes mais florais e a plástico como o 2008 - a mim parecia-me um Gewurztraminer - ou a chá como no admirável 2007 iam aparecendo, mas com o serviço do 2004 achámos todos que dali para a frente (andando para trás...) já nada haveria a assinalar. Puro engano: já o 2002 aparentou uma frescura e côr bem mais “saudável” que outros mais recentes; e depois vieram outros dois que para muitos foram os melhores vinhos em prova, o 1999 e o 2000, finos, secos, com notas de açúcar queimado e caramelo compensados por uma acidez e persistência notáveis.
Assim que se ainda os virem por aí... não esperem para abrir!
Marco Lourenço (Cegos Por Provas)
Marco Lourenço (Cegos Por Provas)
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