Originário de Marco de Canaveses, o projeto Chapeleiro nasce de forma descomprometida em 2007 com a plantação da primeira vinha. Inicialmente tudo se tratou de reestruturar património rural, não havendo tradição familiar na vinha, nem no vinho. Começaram por plantar um pouco de tudo: Azal, Trajadura, Fernão Pires e Alvarinho. Mas o Chapeleiro plantou em 90% da área disponível Arinto e Loureiro, tudo num patamar com pouco mais do que meio hectare. Hoje há mais área de vinha com Avesso, e também mais duas parcelas de Loureiro. Por trás deste jovem projeto está Carlos Gabriel Fernandes que foi buscar o nome do vinho ao Avô Belmiro, conhecido como “Chapeleiro”. A enologia está a cargo de António Sousa.
Neste momento existem dois vinhos no mercado, o Chapeleiro Arinto-Loureiro 2017 (5€), um vinho fresco, com notas tropicais, um pouco de gás, ainda que não em demasia e algum açúcar residual, num perfil que ainda representa a região e que é extremamente comercial; E o Chapeleiro Reserva 2016 (14€), feito de Avesso (70%) e Alvarinho (30%) e com um ano de estágio em barrica nova de carvalho francês. Este perfil é mais sério e mais do meu agrado, num vinho de aroma contido, com a barrica ainda em primeiro plano, mas já muito mais integrada. A boca tem untuosidade, frescura e termina longo e bom companheiro à mesa. Abri pela altura das festividades de fim-de-ano e acompanhou um bacalhau na perfeição. Vai crescer ainda em garrafa. Apenas 650 garrafas produzidas, numa experiência que tem pernas para continuar. Aiás, espera-se um ano cheio de novidades com o lançamento de um 100% avesso, entre outars surpresas...
Sérgio Lopes
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