segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Arena de Baco: Almoço #Murgafriends

O mote era provar um espumante muitissimo especial, criado pela Murganheira, uma produção limitada a apenas 500 garrafas, que sairá mais próximo do Natal e será um produto Super Premium. Para já, não podemos divulgar muito sobre o mesmo, pois encontra-se no "segredo dos deuses". Mas tivemos o privilégio de o provar "en primeur" este passado sábado e está tão fino, guloso e cheio de classe, que efetivamente promete! Mas antes de falarmos do almoço do passado sábado, contextualizemos os #Murgafriends - um grupo de enófilos esclarecidos que visitou as Caves Murganheira, tendo em comum a enorme admiração pelo projeto e os seus fabulosos  e consistentes espumantes,  e desde então tem-se juntado para diversos eventos e visitas. Assim, com o privilégio de degustar o espumante Super Premium da Murganheira, decidimos marcar um almoço onde se também se provaram outros espumantes, de grande nível. Às cegas, pois claro.


O almoço decorreu no restaurante Dona Júlia, em Braga, onde o serviço foi exemplar. É um restaurante com nível, intimista, family friendly e onde os produtos são bem tratados, bem como o vinho, o espumante e muito champanhe, que se pode ver exposto um pouco pelas paredes. A vista também é lindíssima, para além de possuir 3 salas distintas, a sala principal - airosa, outra no primeiro andar, com foco no Sushi e uma última mais recatada e intimista, talvez mais propicia para um jantar ou evento privado. O menu que foi seleccionado para acompanhar os espumantes continha uma série de entradas tradicionais, em modo petisco, tais como favas com grão, pataniscas de bacalhau, tripas à moda do porto ou folhado de queijo de cabra com doce. Para pratos principais, um bem conseguido Bacalhau à Braga e um Naco de carne grelhadinho na perfeição. Para a sobremesa, naturalmente... Pudim Abade de Priscos, que estava delicioso.


Para além do Murganheira Super Premium (não posso revelar a designação oficial), houve 7 espumantes às cegas e 3 vinhos brancos no inicio , o Sem Mal 2017 de João Camizão, de que gosto muito e 2 vinhos da Herdade Papa Leite, do Alentejo, totalmente novidade para mim. Neste fartote de espumantes de qualidade que se seguiu, reinou a qualidade: Para começar, um Afros Loureiro 2009, um espumante dos vinhos verdes que foi uma surpresa, apresentando notas meladas de evolução, mas com muita frescura ainda, Ninguém estava à espera, às cegas que fosse este espumante. Os Kompassus Rosé 2011 e 2012, um pouco abaixo do que haviamos provado recentemente, mas a mostrarem ser espumantes rosés bem feitos e amigos da mesa; O São Domingos Velha Reserva Vintage 2004, impressionou pela sua juventude, apesar de alguma rusticidade típica desta referência, bem conhecida e que consumimos com regularidade cá em casa. Com 14 anos e ainda cheio de vida pela frente. Sem Igual 2015, ainda não saíu para o mercado mas apresenta a acidez, frescura e lado seco que João Camizão tanto gosta nos seus vinhos. Um espumante diferenciador da região dos vinhos verdes. Vértice Milésime 2009, com 4 anos de estágio antes de degorgement, mais 4 anos de estágio em garrafa, fizeram deste espumante distinto um dos preferidos em prova; Finalmente, o meu espumante preferido e que me encheu totalmente as medidas, o Familia Hehn Velha Reserva 2006, tem tudo aquilo que aprecio num grande espumante, com alguma evolução, cheio de fruto seco, notas de panificação, mousse cheia de classe, muita frescura . Uma delicia. Está num momento de prova extraordinário. Um produtor que tal como a Murganheira pertence à sub-região da Távora Varosa. 


Foi de facto um grande almoço que se prolongou pela tarde fora e culminou com uma visita à nova loja de Agostinho Peixoto, a Espumanteria Portuguesa onde se podem comprar mais de 100 referências de espumantes. Bravo!

Sérgio Lopes

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