terça-feira, 29 de setembro de 2020

Em Prova: Guyot Moscatel Galego 2019

Da Portugal Boutique Winery (Boina, Gorro) surge a novidade Guyot Moscatel Galego 2019. Um vinho que apreciei particularmente. A uva moscatel galego é por natureza aromaticamente altamente exuberante, podendo por isso resultar em vinhos algo intensos demais, até mesmo enjoativos, sobretudo, se muito alcoólicos, sendo por isso na maior parte dos casos, recomendada para lote com castas como Gouveio, Rabigato, entre outras. Ora, neste caso, o equilíbrio e a acidez são o que torna este vinho altamente cativante. Nariz a cheirar claramente à uva, com exuberância aromática floral e frutada característica - sim, mas num aroma limpo, nada aborrecido. Na boca, com os seus singelos 12,5 graus de álcool, sabe claramente à uva, mas tem uma acidez que lhe confere uma enorme frescura, resultando num vinho seco, altamente apelativo, de corpo médio e com um final cremoso e refrescante, a pedir mais um copo. Um belíssimo exemplar da casta no Douro, feito com muito saber e cuidado. Vale muito a pena experimentar. PVP: 15€. 

Sérgio Costa Lopes

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Video Prova: Ramilo Vital 2017 e Ramilo Vinhas Velhas Castelão 2016

Dois vinhos de um projecto situado algures entre a Serra de Sintra e Colares. A frescura atlântica está bem patente e define claramente o perfil salino de ambos. Uma delicia. Para assistir ao vídeo da prova de ambos, abaixo:

 

 Sérgio Costa Lopes

domingo, 27 de setembro de 2020

Em Prova: Poças Branco, Tinto e Rosé

Poças é uma empresa centenária, provavelmente mais conhecida pelos excelentes Portos. Nos últimos anos não só ajustou a sua gama de vinhos de mesa, como tem apresentado uma qualidade notável em todas as gamas. Os vinhos Poças estão posicionados com um preço a volta de 7€, contemplando um rosé, um branco e um tinto. São vinhos super equilibrados para um campeonato abaixo dos 10€, onde a concorrência aperta. O branco é fresco, com complexidade qb e bem versátil à mesa. O tinto, um duriense de gema, mas sem excessos de madeira e com elegância suficiente para se destacar. Finalmente, o meu preferido, o Rosé, com fruta muito bonita, nariz delicado e uma boca com alguma untuosidade, seco, terminando fresco e de final médio/longo, perfeito para momentos de relaxe, ou com aptidão gastronómica de sobra para acompanhar entradas e pratos leves. Fiquei com a forte convicção de que este rosé abrirá caminho para um rosé ainda mais sério e complexo num futuro breve!

Sérgio Costa Lopes

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Video Prova: Kopke Winemaker's Collection Tinto Cão Rosé 2019 vs Quinta S. Sebastião Dona Aninhas Rosé 2019

 O caminho que no meu entender os Rosés em Portugal devem seguir passa também por este perfil. Mais "classy", secos, complexos, para a mesa. Dois rosés em Video Prova: Kopke Winemaker's Collection Tinto Cão Rosé 2019 vs Quinta S. Sebastião Dona Aninhas Rosé 2019, num duelo em que ambos saem vencedores. Para assistir ao video da prova de ambos, abaixo:

Sérgio Costa Lopes

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Em Prova: Gorro Loureiro 2019

Novíssimo vinho da Portugal Boutique Winery (Boina, Guyot), desta feita, com um vinho produzido na região dos vinhos verdes. Chama-se Gorro, apresenta um rótulo bem bonito e fora da caixa e é feito 100% da casta Loureiro, de uma vinha que dista 5km do mar. O vinho mostrou um lado tropical bem evidente no nariz no primeiro dia a querer nos dizer que precisa de algum tempo de garrafa. Foi abrindo e mostrando um lado mais floral e mineral. Na boca apresenta salinidade, muita frescura, uma boa acidez a conferir final cremoso e de boa intensidade. Boa estreia, num loureiro a ter em conta e acompanhar edições futuras. PVP: 9,90€. Garrafeiras.

Sérgio Costa Lopes

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Em Prova: 2160, by Pedro Martin

2160 é o novíssimo vinho do sommelier Pedro Martin. Depois dos seus Identidade AM (Dão) e Identidade OM (Bairrada), em homenagem aos seus dois filhos, um espumante (IM), da incursão pela Beira Interior com o 70/30 e de um vinho na região dos vinhos verdes, com o enólogo Márcio Lopes, faltava fazer vinho no Douro: eis que nasce a referência 2160, cujo nome remete exatamente para a altitude em que o rio Douro nasce, ou seja, "onde tudo nasce", segundo Pedro. São dois vinhos, um branco e um tinto, mistura de castas e uvas provenientes das 3 sub-regiões durieneses - Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. O 2160 Branco 2019 apresenta um nariz bastante complexo e algo fechado, com fruta evidente, algum toque herbáceo e floral, a dar graça ao conjunto. Na boca entra fresco, de corpo médio e com uma belíssima acidez a compensar uma certa doçura frutada, perfeitamente normal para o perfil de vinho, que será versátil à mesa, seguramente, pela sua acidez. Termina de comprimento médio. O 2160 tinto 2017 é já um vinho prontíssimo a beber. No nariz, não engana - é Douro, com evidência de fruta vermelha e preta tão característica, bem como um toque vegetal. Na boca combina o lado frutado, com alguma rusticidade, apresentando corpo médio, taninos redondos e final alegre, de novo a mostrar versatilidade gastronómica. Em suma, ambos gastronómicos, com acidez como fio condutor e plenos de equilíbrio, a um preço para consumo democratizado, o que é ótimo.  PVP: 6,95€.

Sérgio Lopes

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Video Prova: Boina Branco 2019

Um branco do Douro surpreendente, pela sua elegância, pouco álcool e super fresco. Um Duriense que não cansa! A um preço combativo abaixo de 10€. Para assistir ao video completo da prova deste vinho, abaixo:

Sérgio Costa Lopes

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Radar do Vinho: Quinta do Sobreiró de Cima

Da excitante região de Trás-os-Montes, mais propriamente em Valpaços, encontra-se localizada a Quinta do Sobreiró de Cima. Projeto familiar, na terceira geração, que produz uma grande diversidade de vinhos brancos e tintos, bem como azeites de excelente qualidade. O portfolio é vasto. Tivemos oportunidade de provar algumas das referências, nomeadamente 4 tintos e 2 brancos, que demonstram o potencial da região.

Começando pelos monovarietais tinto, o Quinta do Sobreiró de Cima Touriga Nacional é um bom exemplar daquilo que a casta rainha pode aportar. Sem passagem por madeira, apresenta toda a pureza da casta, com fruta vermelha fresca, corpo médio, elegante e final longo com uma belíssima acidez a equilibrar o conjunto e a pedir por grelhados à mesa. No campo oposto, o Quinta do Sobreiró de Cima Cabernet Sauvignon, tem passagem por madeira e ostenta uns poderosos 15,5 graus de álcool. Um perfil que não é bem o meu estilo, mas que destaco os marcadores da casta, bem evidentes - pimento e uma frescura que consegue disfarçar o álcool. É um vinho potente, com alguma extração, com volume e final longo, que pede por comidas fortes tradicionais portuguesas para brilhar. Os monocastas rondam o preço competitivo de 8,90€.

Os Quinta do Sobreiró de Cima Reserva Branco e Tinto são de uma relação preço qualidade invejável. Ambos super equilibrados, com a dose de madeira certa para lhe conferir untuosidade e o arredondamento necessário. Versáteis à mesa, a um preço fantástico de 6,90€. Imbativel. O reserva branco foi claramente o meu vinho preferido, dos vinhos provados e cujo video da prova, pode ser visualizado abaixo, 

Finalmente, os Quinta do Sobreiró de Cima Grande Reserva. O branco, lote de Códega do Larinho e Viosinho, complexo de nariz, com notas herbáceas, fruta tropical e alguma baunilha. Boca com untuosidade, com a madeira a sentir-se, mas com uma acidez a compensar bem o conjunto, terminando longo. Para um bacalhau, por exemplo, num estilo com um pouco de madeira, mas sem perder a elegância de conjunto.

 

O tinto, carregado de fruta madura, e alguma especiaria. Na boca os taninos são redondos, com uma boca de bom volume com a madeira ainda um pouco impositiva, a pedir comida. Final longo e promissor. A pedir uns assados valentes à mesa. Ambos a um PVP de 11,90€.

Sérgio Costa Lopes

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Em Prova: Joaquim Arnaud Moscatel de Setúbal 2017

A mente irrequieta de Joaquim Arnaud queria fazer um Moscatel. E foi na Sivipa com o enólogo Filipe Cardoso que seleccionou o lote para este Moscatel Joaquim Arnaud 2017 que com o seu cunho  pessoal ganha um equilíbrio que muitas vezes não se encontra na região. Setúbal produz por excelência moscatel que às vezes podem cair no lado 'chato', devido à elevada doçura que podem atingir. Neste caso, como seria de esperar, temos um vinho pleno de equilíbrio e frescura, a mostrar na minha opinião, todas as qualidade boas de um óptimo Moscatel de Setúbal. O nariz é inebriante, com notas claras cítricas, de laranja cristalizada e um toque herbáceo / mentolado que lhe dá uma graça especial e uma frescura logo no primeiro contacto com o nariz. A boca é gorda, como seria de esperar, mas com uma prova sempre fresca, viva e intensa, com o tal kick mentolado que eleva o conjunto e o torna 'perigoso', puxando para mais um gole. Termina longo, com a doçura muito bem contrabalançada. Tem um preço altamente combativo de cerca de 13€. Garrafeiras.

Sérgio Costa Lopes

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Em Prova: Dois brancos da Herdade do Menir

De Montemor-O-Novo nascem os vinhos da Herdade do Menir, com as marcas Barão Rodrigues, Couteiro Mor ou Ouzado, e também, provavelmente o mais famoso dos vinhos da propriedade - Vale do Ancho, um tintão do Alentejo. Provamos dois brancos que demonstram a frescura e vivacidade que a região pode produzir. A enologia é do jovem Fábio Fernandes (com o apoio de Anselmo Mendes / Diogo Lopes). 

O Couteiro Mor Colheita Branco 2019, feito de Antão Vaz, Arinto e Viognier, prima pela frescura de inicio ao fim. Com notas ligeiramente tropicais e florais, tem uma boca muito cremosa e prazerosa, que impressiona para os apenas 3,5€ que custa. Muito bem. O Ouzado Reserva Branco 2016 é feito da casta branca rainha do Alentejo, o Antão Vaz e tem passagem por barrica. Chega a 2020 com notas de evolução nobre, apresentando uma boca cheia, com boa acidez e com a barrica a puxar para pratos um pouco mais elaborados. Por 6,50€ vale bem a pena beber e guardar por dois ou 3 anos. Comprar na loja do produtor, AQUI.

Belas surpresas vindas do Alentejo.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Radar do Vinho: Quinta Valle Madruga

A Quinta Valle Madruga encontra-se localizada em Valpaços. Trata-se de um projecto familiar que se encontra na posse da família Martins Ribeiro à várias gerações. Produz vinhos DOC Trás-os-Montes sob a marca "Quinta Valle Madruga" - brancos e tintos, com uma extraordinária relação qualidade-preço, talvez das melhores do país, com uma consistência notável. São 30 hectares de vinha a adicionar aos quase 200 de olival que produzem igualmente fabuloso azeite.
O Quinta Valle Madruga Colheita Seleccionada Branco 2017 é composto por Gouveio, Malvasia Fina e Fernão Pires. Á semelhança de todos os vinhos brancos provados, apresenta uma enorme frescura. Provado em 2020, mostra quase nenhuns traços de evolução, o que é notável, num perfil com notas frutadas e florais, sempre em equilíbrio, com acidez bem presente. Por um PVP incrivel de 5€. Já o Quinta Valle Madruga Branco Grande Escolha 2018, blend de castas tradicionais da região, apresenta um pouco mais de volume de boca e complexidade, que o CS, adicionando uma leve untuosidade ao conjunto, que lhe dá graça, mantendo a matriz aromática e perfil ácido dos brancos da casa. Mais uma pechincha por uns incríveis 5,70€
De seguida, dois monocastas que se expressam bem na região. O Quinta Valle Madruga Viosinho 2018, num perfil com alguma fruta tropical e um toque de doçura que certamente agradará a um público mais vasto.  O Quinta Valle Madruga Gouveio 2018 foi dos brancos que mais apreciei, com mineralidade evidente, uma boa acidez, seco e elegante de final muito prazeroso. Ambos por um imbatível PVP de 5,40€, não sobrou nada na garrafa...

Finalmente, o único branco que passa por madeira - Gouveio e Viosinho, parcialmente fermentadas em barrica, e que foi o vinho que mais gostei, cremoso, untuoso, com volume e final longo, gastronómico, em suma, uma delicia (6,80€), o Quinta Valle Madruga Reserva Branco 2017, cujo vídeo da prova, pode ser visualizado abaixo:

Finalmente, nos tintos,
O Quinta Valle Madruga Tinta Roriz carregado de fruta madura, um vinho intenso, guloso, com algum álcool impositivo, nesta fase, a marcar um pouco o vinho. Desenhado para a mesa e para pratos mais fortes da nossa cozinha tradicional portuguesa e porque não dizê-lo, transmontana. O Quinta Valle Madruga TN/TF Reserva Unoaked, foi o meu preferido dos tintos, mostrando-se um vinho focado na fruta fresca, sem maquilhagem, apresentando-se macio, fresco e algo aveludado até, versátil à mesa. Ambos por um PVP abaixo dos 6€.

Um projeto a acompanhar de perto.

Sérgio Costa Lopes


segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Video Prova: Poças Fora da Série 'Vinho da Roga' Tinto 2019

Os Fora da Série da Poças não param de surpreender. Este tinto, com pouco álcool, muito elegante, corpo delgado, mas muito sabor, é obrigatório conhecer melhor, visualizando abaixo, o vídeo da respetiva prova:


Sérgio Costa Lopes

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Video Prova: LiliPop Branco 2019

Da Quinta de Tourais, em Lamego, nascem dos vinhos mais excitantes do Douro. Este Lilipop Branco 2019 em homenagem aos 40 anos da produtora Liliana Teófilo é fresco, leve e portanto desconcertante. Para ver a prova completa do vinho, clica abaixo:

Sérgio Lopes

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Em Prova: D. Graça Rosé 2019


Localizado na Meda, Foz Coa. A Vinillourenço é um dos meus projetos preferidos da região. Quando vou à "terrinha" (tenho família em Sebadelhe, uma aldeia de Foz Coa) passo sempre lá para carregar a mala de vinho, sobretudo dos fantásticos brancos (Rabigato, Viosinho, Samarrinho ou Donzelinho), monocastas que adoro. Este D. Graça Rosé 2019 (que nunca tinha provado) é feito de Touriga Nacional, Tinto Cão, Roriz e Touriga Franca. De cor casca de cebola, mostrou-se tímido no nariz, com notas de fruta vermelha fresca e alguma mineralidade. A boca apresenta corpo médio, boa acidez, alguma fruta no palato e final também médio. Um Rosé algures entre o perfil "piscina" e gastronómico, embora sendo seco, se adequa bem à mesa. Gostei, mas por 10€ e conhecendo o projeto como conheço, acredito que conseguem fazer muito melhor que apenas um rosé "porreiro" , mas que no entanto encaixa bem no portfolio do produtor.

Sérgio Costa Lopes

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Video Prova: Vinhos Botão

Novo projecto pessoal do enólogo Nuno Gonzalez (Herdade da Malhadinha Nova), localizado na Bairrada, na freguesia do Botao, que dá nome aos vinhos. São dois tintos, que demonstram o carácter da região, o Botão Vinha do Pombal 2018 e Botão Vinha do Vale Soeiro 2018 e cuja pova podem visualizar, abaixo, no regresso do programa "Provas em Casa".

 

Sérgio Lopes